vandacunha Vanda da Cunha

Cecília, uma jovem herdeira de uma fazenda, chega a Rolim de Moura, para realizar o sonho do pai. Em sua nova vida, ela enfrentará muitas dificuldades, mas também terá amigos fiéis e viverá grandes amores. A narrativa é ambientada em Rolim de Moura, município do estado de Rondônia.


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#amor #interesse #mentiras #traições #sexo #nudez #Humor-implícito #vingança
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Cecília (Vida em família)

Anoitecia, e uma fina neblina caía sobre Campinas. A estação fria empalidecia a cidade e muitas ruas dormiam mais cedo. A passos ligeiros a jovem senhora caminhava pela calçada. Envolta a um pesado casaco cinza, tremulava de frio. As mãos cobertas por um par de luvas brancas, vez em quando iam até a boca, o vapor morno que saía dos lábios finos, dissolvia-se a atmosfera gelada. Sem se dar conta do sublime efeito produzido pela fusão dos dois elementos, ela seguiu apressadamente. Minutos depois, parou frente à casa 344, tirou a chave da bolsa e abriu o portão de ferro pintado de azul escuro. Sentiu-se mais tranquila, pois chegara a tempo de preparar o jantar. A esta hora o marido já devia estar impaciente. Sem nenhum deslumbramento, seguiu pela calçada chegando até a porta. Com certa impaciência, abriu-a, entrando pelo pequeno hall. Tirou o cachecol, dependurando-o no cabideiro próximo a um balcão estilo Luiz XV, depois arrancou as luvas brancas de lá e jogou-as sobre o móvel de madeira. Silenciosamente ela caminhou até a sala, onde viu a filha deitada comodamente sobre o sofá, lendo um livro. Intrigada, franziu a testa, a essa hora a filha deveria estar na faculdade, e não em casa. Por alguns segundos, ela contemplou o fruto do seu ventre, para então tocar-lhe os cabelos alourados.

— Mãe! — Disse a jovem girando o pescoço para olhar a mulher que parada a observava. — não ouvi o barulho da porta abrindo.

— Você estava entretida na leitura. — anunciou a mãe em meio a um sorriso.

A moça de olhos expressivos, sentou-se no sofá e num suspiro, olhou para a capa do livro. A imagem de uma jovem pálida e de um rapaz vestindo uma pesada armadura, remetia a uma época distante. — Eurico o Presbítero... — Ela falou analisando a imagem metódica da capa. — acho que já li esse livro quatro vezes, precisamos renovar a biblioteca.

— Você vai ser advogada, devia ler a constituição e livros relacionados a leis, não esses romances melosos. ― Criticou a mãe.

― Hum! — ela grunhiu fazendo uma leve careta. — é só para passar o tempo. — argumentou com voz preguiçosa. A mãe aproximou-se mais do sofá, estendo a mão ajudando a filha a levantar-se.

― Então que tal passar um tempo comigo na cozinha, preparando o jantar, não sei você, mas eu estou faminta. — Alardeou a mãe com voz expressiva.

Já em pé, a moça arqueou uma das sobrancelhas perguntando:

―Vamos ter sopa novamente?

— Sim, vamos ter sopa novamente. ― As duas riram juntas, e abraçadas foram para a cozinha.

— Eu imaginei que você estivesse na faculdade… ― Divagou a mãe enquanto seguiam por um estreito corredor com quadro da família dependurados na parede.

— O papai não está bem, fiquei em casa para cuidar dele.

— Filha. — A mãe parou para recrimina-la. — Eu sei o quanto você gosta do seu pai, mas não acho certo, você faltar a faculdade, ambas sabemos que um médico resolveria o problema. Seu pai é um egoísta teimoso que só pensa nele.

Antes de responder a mãe, a jovem balançou a cabeça negativamente não concordando com o que acabara de ouvir.

— O papai não é egoísta, mãe, você sabe que ele odeia médicos, odeia remédios, odeia o ambiente hospitalar... Seria uma tortura obrigá-lo a ir ao médico, com certeza anteciparíamos o inevitável. Apesar de saber que o que a filha dissera, era a mais contundente verdade, a mulher de cabelos a altura dos ombros revirou os olhos e torcendo os lábios, depois com voz indignada retrucou:

— Eu odeio tanta coisa, e sou obrigada a aceitá-las! Por que seu pai tem que ser poupado? Em quê, ele é melhor do que eu?

O comportamento imaturo da mãe e a total falta de compaixão expressa na voz, concatenou para que um clima tenso fosse instaurado entre as duas. Houve um momento de silêncio, que foi quebrado por um gesto de clemência e uma voz implorante.

— Por favor, mãe! Seja compassiva com a situação. O papai já está sofrendo com a doença, creio que já pagou por todos os pecados. Eu sei o quanto é difícil para você... Então pelo menos tenha compaixão.

— Huunnff! — Resmungou a mãe torcendo os lábios antes de adentrarem a cozinha.

— Mãe! Por favor, lembre-se que somos cristãos.

A jovem senhora nada falou, em silêncio, ela foi até a pia, ligou a torneira, deixando a água cair por alguns minutos. Depois pegou o vidro de detergente e espremeu uma boa quantidade do líquido sobre a mão, esfregando as palmas vigorosamente uma a outra, fazendo uma abundante espuma, que como nuvens airadas caiam sobre a pia de mármore chamuscado de branco e rosa. A cozinha não era muito grande, os móveis de madeira mobiliavam o ambiente, tornando-o prático e aconchegante, a mesa com seis cadeiras, o armário embutido na parede, combinavam entre si, enquanto que o fogão marrom e a geladeira vermelha destoavam totalmente. Havia também móveis pequenos, como uma fruteira de aço pintada de branco que ficava isolada em um canto e dois tamboretes que pouco eram usados, já que, geralmente a família sentava-se a mesa para fazer as principais refeições.

— Seu irmão veio em casa? ― A mãe perguntou mudando de assunto, pois a conversa anterior a entediara.

— Sim ele veio almoçar, como sempre, ele comeu e saiu novamente.

A resposta fria e desmotivada dada pela filha, entristeceu-a. Após enxaguar as mãos e enxugá-las no pano de prato, dependurado no encosto da cadeira, ela foi até o armário, abriu uma das portas superiores, procurando uma vasilha na qual pudesse cortar os legumes. Escolheu uma bacia de alumínio. Havia muitas vasilhas de alumínio, visto que nessa época, o mercado ainda não tinha sido invadido pela onda do plástico.

— Seu irmão me preocupa tanto; já não sei o que fazer. — argumentou entregando para a filha uma pequena bacia brilhante, que colocou o objeto sobre a mesa, observando a figura da mãe indo em direção a geladeira, abrindo-a. Com certo esforço, ela abaixou-se para pegar os legumes na gaveta maior, ao retornar para a mesa, a mão estava repleta de leguminosas coloridas e um maço de cheiro-verde, os quais colocou na bacia. Antes de fazer o pedido costumeiro, ensaiou um meio riso. — descasque-os e corte-os para mim, filha. Enquanto isso eu vou cortar e temperar a carne.

— Eu vou pegar a faca grande, com ela fica mais fácil descascar e cortar — falou a filha examinado uma cenoura gigante.

Com um gesto de mão a mãe a impediu de procurar o talher, pouco depois, a dona da casa abria e fechava gavetas em busca do objeto.

— Ai meu Deus! Onde coloquei essa faca? Espere — ela levantou o dedo indicador e cerrou um pouco os olhos. — Agora lembrei-me. Eu a coloquei junto ao ralador. — disse abrindo mais uma gaveta. — Aqui está! Agora você já pode descascar os legumes — comemorou num meio riso. Depois entregou o objeto cortante para a filha, que imediatamente começou a descascar os legumes.

— Sabe o que eu acho, mãe? O Jorge é adulto. A senhora não tem que resolver os problemas dele — disse a filha retornando ao assunto de ainda a pouco.

— Ahh! Eu não sei onde errei com esse menino. Não sei mesmo. — reclamou a mãe com voz pesarosa.

Enquanto preparavam a sopa, as duas mulheres continuaram a conversar, falaram sobre o tempo frio, as últimas notícias que viram nos jornais, evita-se, porém, falar a respeito do primeiro assunto, o que trouxera um momento de tristeza e uma certa tensão entre ambas.

A verdade é que preferiam não falar sobre algo da qual divergiam categoricamente, pois sempre que o assunto vinha à tona, gerava um visível desconforto.

Minutos depois, ouvia-se o borbulhar dos legumes e carne sendo cozinhados em uma panela de pressão. Não demorou muito, o pino da panela foi levantando, enquanto uma grande quantidade de ar diluía-se na atmosfera, sentada em uma cadeira, a filha batia com os nós dos dedos sobre a mesa.

— Já está quase pronta. Vá chamar seu pai, ele também deve estar com fome.

Num gesto rápido, a moça levantou-se da cadeira, aproximando-se da panela, voluntariamente, ela esticou o pescoço absorvendo parte da fumaça esbranquiçada que subia pelo ar.

— Hummm! — ela usou as mãos em concha para segurar o ar aromatizado pelas ervas e inspirar para os pulmões. — Que cheirinho bom. — Falou se deliciando com o aroma.

— Vá logo, filha! Seu "papai" deve estar com fome.

— Mãe! ―Retrucou a moça ao perceber o tom irônico com que a palavra papai fora pronunciada.

— O que foi? — A mãe fingiu-se de desentendida.

— Nada. — A filha resmungou antes de sair da cozinha e seguir pelo corredor.

Ao chegar frente a porta do quarto, não bateu imediatamente, ficou a pensar na situação na qual os pais viviam. Ela sabia o quanto se odiavam, só não entendia porque insistiam em viver juntos. Pensativa, ela suspirou profundamente, deseja tanto que tudo voltasse a ser como antes, antes da doença consumir as forças do pai, antes de ver a mãe sempre reclamando por ter que arcar com as contas, antes do irmão se tornar no problema em que se tornou, antes da dormência dos mais belos sentimentos que nutria a família... Principalmente, antes de saber que o pai não duraria muito tempo. Amava-o, com um amor verdadeiro, genuíno, quase que uma veneração, ele a ensinara tantas coisas, quando pequena, contava-lhe estórias e a segurava no colo, a mãe também lhe era querida, entretanto, seu coração pendia mais para o pai.

Antes de abrir a porta, deu dois leves toques na madeira, só então entrou no quarto, que como sempre estava muito organizado. A cama de casal próxima a janela estava coberta com uma colcha listrada de verde e branco, os travesseiros recostados na cabeceira juntamente com um grosso edredom florido, dobrado milimetricamente. Oposto a cama havia um enorme guarda-roupas de madeira nobre, herança da família, o móvel fora deixado por antepassados distintos, aliás, parte dos móveis da casa foram passados de uma geração a outra, sendo cuidadosamente restaurados de tempos em tempos. Não faziam parte do acervo antiquário: a poltrona vermelha em um canto do quarto e a televisão sobre uma mesinha de madeira, redonda. Carinhosamente, ela olhou para o homem sentado na poltrona, outrora, ele era forte, tinha feiões saudáveis e cabelos fartos, agora ela via um senhor magro, pálido, com cabelos grisalhos e escassos.

― O senhor está melhor, papai? ― ela perguntou se aproximando da poltrona.

Antes de responder, ele balançou a cabeça afirmativamente, só então verbalizou a resposta.

― O que você colocou naquele chá? Sentei-me aqui na poltrona e dormi a tarde toda.

― É um chá calmante, papai. Por isso o senhor dormiu. Agora vamos para a cozinha, o jantar já está pronto e a mamãe está nos esperando. ― disse ela fazendo menção em ajudá-lo a levantar-se da poltrona, o que ele recusou com uma careta e gesto de mão.

― Eu não preciso ajudar, ainda posso andar sozinho — ele resmungou embravecido.

Ela riu, conhecia-o tão bem. Num gesto suave, o segurou pela mão, ajudando-o a levantar-se.

― Sabe papai — ela falou com voz doce. — Eu sei que o Senhor consegue, mas gosto de fingir que precisa de mim.

― Está certo, eu também gosto de fingir que consigo andar sozinho. Ambos se entreolharam e riram simultaneamente, havia cumplicidade no olhar dos dois e um afeto recíproco.


09 Nisan 2020 19:44 9 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
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Sonraki bölümü okuyun Cecília (Primeiras impressões do professor)

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İleti!
Vanda da Cunha Vanda da Cunha
Oi meus amores, recebi um convite da Cristina Jones para publicar esta obra no Stary Writing. Por favor, deem uma força para que o livro ganhe notoriedade nessa outra plataforma também.
July 26, 2021, 14:13
Vanda da Cunha Vanda da Cunha
Oiee! Finalmente minha história já pode receber doações, se você gosta do meu trabalho e puder me ajudar, eu agradeço muito.
March 04, 2021, 13:55
Vanda da Cunha Vanda da Cunha
Grata pelas visualizações da história.
December 21, 2020, 16:05
Vanda da Cunha Vanda da Cunha
Olá leitores. Eu não sei se vou conseguir postar o próximo capítulo a tempo, minha gatinha está doente, passou vinte e um dias internada, então fica difícil me concentrar na história, estou sofrendo horrores, hoje chorei muito, pois ela quase morreu. Está com o corpinho paralisado e comendo através de seringa. Muito sofrimento. Espero que entendam que eu simplesmente não tenho cabeça para escrever nada nesse momento. Beijos de luz.
September 02, 2020, 01:47
Leitura TDB Leitura TDB
Adorei o começo da sua história Estou aqui TB para te fazer um convite O Grupo Tdb está com um concurso para obras de romance com uma premiação incrível. Para mais informações chame no WhatsApp (65)999656719 (Ana) ou (11)95689-4597 (Taty), que estaremos ansiosas por lhe atender
August 12, 2020, 11:47

  • Vanda da Cunha Vanda da Cunha
    Olá. Obrigada por gostar da narrativa, grata pelo convite. August 16, 2020, 16:58
Vanda da Cunha Vanda da Cunha
Meu muitíssimo obrigada aos leitores dessa apaixonante história. Sou grata por cada acesso feito, e estou feliz com o desempenho alcançado. ❤💖
July 11, 2020, 11:58
Vanda da Cunha Vanda da Cunha
Olá apaixonados por romances. Essa história que estou escrevendo, é um romance com características de novela. Eu agradeço pelos acessos e que a leitura seja agradável. Namastê!
June 21, 2020, 13:39
Vanda da Cunha Vanda da Cunha
Olá! Eu moro em Rondônia e amo esse lugar, amo o verde o sol, o calor, os rios e tantas belezas que aqui existem. Mas amo principalmente a diversidade e a cultura rondoniense. Estou feliz por retratar nessa história um pouco da essência desse estado maravilhoso.
June 01, 2020, 13:18
~

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