tony_dragneel Tony Dragneel

Acompanhe Kieshi Hanamura, o Epadachim Cego, em sua jornada pelas terras selvagens da Laurásia, explorando lugares sem lei onde os mais fortes sobrevivem oprimindo os mais fracos.


Fantastik Ortaçağa ait 13 yaşın altındaki çocuklar için değil.

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A Doença da Vila Pesqueira

Anos atrás, em uma de minhas jornadas para desvendar os segredos da Natureza, encontrei-me com um homem vagando, solitário, pela vastidão do deserto de Mahara. Como viajar por aquela região é extremamente perigoso, ainda mais quando se está sozinho, convidei-o para juntar-se à minha comitiva. Relutante a princípio, acabou aceitando quando lhe mostramos um estoque abastado de água e comida, frisando que não permaneceria conosco por muito tempo e que logo teria que seguir o próprio caminho, quando os nossos deixassem de coincidir. Acabou ficando por quase uma semana, nos retribuindo com histórias magníficas de suas jornadas pela Laurásia, histórias essas que, de tão incríveis, não podem deixar de serem contadas para o maior número de pessoas possível. Com isso em mente, resolvi reuní-las neste volume, para que assim o enorme conhecimento que elas agregam seja passado para todos aqueles com sede de aprender e gosto pelas mais épicas histórias.

Seu nome era Kieshi Hanamura, um jovem simples, nascido em Takanaka, que não carregava nada consigo além de um quimono negro em péssimo estado e uma espada, também negra, de belíssimo acabamento, decorada por desenhos e adornada por detalhes em prata, a qual pude ver desembainhada em apenas uma ocasião, de relance. Porém, o que era mais interessante no homem não era sua arma nem sua simplicidade, mas sim sua cegueira. Kieshi passava o tempo todo com uma faixa de pano negra cobrindo-lhe os olhos, impedindo qualquer um de ver o que havia escondido ali. Mas, apesar dessa dificuldade que pode destruir a vida de um homem, o senhor Hanamura agia normalmente, como se não tivesse nenhuma enfermidade. Mais do que isso, ele lutava, e de forma majestosa. O único momento em que vi o Espadachim Cego em ação foi uma das coisas mais belas que tive o privilégio de prestigiar.

Enfim, vou parar de enrolar, estes detalhes serão melhores se contados ao longo do tempo, para que assim eu possa dar-lhes pelo menos uma palhinha da emoção que foi conhecer este homem e vê-lo com meus próprios olhos. Vamos para uma de suas histórias.

Em suas jornadas pelo arquipélago de Iihwan, Kieshi passou por um vilarejo de pescadores, na ilha de Manwan. Esfomeado e com suas rações no fim, pediu para um dos moradores se poderia fornecer-lhe algo para comer.

— Claro! Entre, minha mulher ‘tá preparando o almoço, pode comê com a gente.

Kieshi, um pouco constrangido, entrou na pequena cabana do pescador.

— Então, o que traz um homem tão estranho pra essa pequena vila? — Perguntou o pobre pescador — Sem querê ofendê...

— Nada de especial — respondeu o cego — Apenas viajando.

— Então suponho que o’cê não tenha pressa, não é?

— Nem um pouco.

— Que ótimo! Então, já que nós ‘tamo te dando comida, o’cê pode nos retribuí com um favorzinho... É que o’cê parece um cara estudado, que sabe das coisa...

— Claro, ficarei feliz em ajudar. Do que precisam?

— É que tem uma doença aqui na vila. De repente, todo mundo começou a passá mal e a ficá enjoado, talvez o’cê pudesse dá um jeito...

— ‘Tá pronto! — Disse a mulher do pescador, servindo um prato cheio de peixes assados na mesa.

— Quais são os sintomas dessa doença? — Perguntou Kieshi, servindo-se.

— Vômito, enjoo e caganeira, E às vezes, febre também.

Kieshi encarou para seu prato, após dar uma mordida, analisando o peixe — Me parecem sintomas de intoxicação alimentar. O que vocês costumam comer?

— Peixe. Só peixe.

Kieshi deu de ombros e continuou comendo — Talvez tenha algo na água que esteja intoxicando os peixes.

— Intoxicando? Que é isso?

— Envenenando.

— Veneno? — Intrigou-se a mulher — Tu não gosta de peixe? Por que não falou antes, tem quiabo também. Ó.

— Não, não é isso senhora, eu gosto de peixe. Mas talvez tenha algo na água ou na comida deles que esteja os envenenando. Vocês os pegam direto do mar? Dão comida para eles ou deixam eles por conta?

— Nóis não faz nada, só pega no mar mesmo. Será que o governo tá dando veneno pros peixe?

— Improvável, mas não impossível — disse Kieshi, terminando de comer — Se me derem licença, vou investigar a água. Recomendaria que vocês parassem de comer peixe por um tempo, até que eu saiba ao certo o que os está causando mal.

— Mas sinhô, só tem peixe, mais nada.

— Bom, nesse caso, comam menos. Tentem comer mais quiabo e outros vegetais e deixar o peixe de lado.

No momento em que Kieshi terminou de falar, um grito de ajuda pôde ser ouvido vindo de fora. O espadachim rapidamente se levantou e foi para fora. Uma mulher chorava sobre o corpo de uma criança, completamente pálida, que caíra no chão, com sangue escorrendo pelos cantos da boca.

— O que aconteceu? — Perguntou Kieshi, estarrecido.

— É a doença! — Respondeu a mulher, gritando — Ela levou a vida do meu filho!

— A doença mata? — Intrigou-se Kieshi, aproximando-se do menino — Você não havia me falado isso.

— Nunca tinha acontecido antes! — Falou o pescador, chocado.

Kieshi analisou o garoto — Não está morto, só desmaiado. Vocês têm alguma erva? Alguém sabe como preparar um chá?

— Um chá?! — Intrigou-se a mulher, após agradecer Kieshi — Um chá é suficiente?

— Não, mas vai melhorar. É muito difícil seu filho morrer, mas isso pode acontecer se você não cuidar direito. Não deixe-o comer nada por enquanto e faça-o tomar bastante chá. Verde, de preferência.

— Muito obrigada, moço! — Disse a mulher, abraçando-o

Kieshi foi até o mar. Analisou a água por um tempo, mergulhou a mão, os pés, a língua. Depois, tirou seu quimono e mergulhou. Analisou as plantas, alguns pequenos animais que encontrou e os peixes.

— Estranho, não percebi nada na água nem nos peixes — disse Kieshi ao pescador, após retornar — Vocês comem os peixes assim que os pescam ou têm o costume de estocá-los?

— Ora, sinhô, assim me ofende. É claro que o peixe é sempre fresquinho.

— Ótimo. Vou ficar aqui alguns dias, continuar investigando e ver se os sintomas se manifestam em mim também.

— Que bom! Pode ficar aqui em casa, sem problema, nóis faz uma cama no chão.

— Agradeço, mas não precisa se preocupar, não quero ocupar o espaço pessoal de vocês e prefiro dormir junto à natureza.

Os dias se passaram e a situação foi se agravando. Os pescadores estavam ficando cada vez piores, com diversos chegando ao ponto de desmaiar, principalmente entre as crianças. Ao mesmo tempo, Kieshi, embora se alimentando apenas de peixe durante todas as refeições, ainda não havia manifestado sintomas. Porém, ele passou a realmente se preocupar após um garotinho morrer.

— Senhor, o que vocês comem aqui além de peixe? — Perguntou Kieshi ao pescador.

— Quiabo.

— Apenas quiabo?

— Sim.

— Droga, estava procurando no lugar errado. Leve-me até a plantação, por favor.

Um pouco afastado da margem, havia uma pequena e malfeita plantação de quiabo. Kieshi colheu um e analisou-o, cheirando-o e depois mordendo-o. Fez uma careta e cuspiu — Esse quiabo está com um gosto horrível. Tem algo nessa terra?

— Acho que não... só o óleo de mamona mesmo — respondeu o pescador.

— O quê?!

— Óleo de mamona. A gente bota pra matar as praga que come o quiabo.

— E você só me fala isso agora? Não é o peixe que está envenenando vocês, mas o quiabo! É por isso que não tive sintomas.

— E agora, que que a gente faz?

— Parem de envenenar a terra e de comer quiabo por pelo menos um mês.

— Mas daí não dá... Qué que a gente só coma peixe?

— Só por um mês, para o veneno perder o efeito.

— Um mês nada! Se a gente para de botá o óleo, as praga vão tudo comê os quiabo e a gente vai ficá sem!

— É isso ou todos vocês morrem intoxicados.

Kieshi permaneceu na vila por mais um tempo, se alimentando do quiabo para ter certeza de que ele era a fonte da “doença”. Suas suspeitas foram confirmadas por várias sessões de vômitos e uma diarreia insuportável, e também pelos pescadores, que privados do seu quiabo, param de se envenenar. Kieshi conseguiu convencê-los a substituir o quiabo por banana, que não era comida pelas larvas e, se assada, combinava com qualquer prato, inclusive peixe.

Depois de quase dois meses em um pequeno vilarejo pesqueiro no Leste de Manwan, Kieshi partiu novamente, continuando sua jornada pela Laurásia.

29 Mart 2020 05:43 0 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
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