ayzu-saki Ayzu Saki

“Teremun significa amado por seu pai." Era o que minha mãe dizia, sangue seco em seu rosto e mãos calosas no meu cabelo. Eu só fui entender o significado disso depois do fim. Da situação da mulher no Egito, à primavera árabe e insurreição pela democracia em 2011, Teremun experimenta a vida como experimenta a morte. E em todos os momentos, o lobo africano estava lá.


Dram Sadece 18 yaş üstü için.

#histórico #estória-original #deathfic #Anubis #egito #viajaink #violência-doméstica
Kısa Hikaye
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okuma zamanı
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Capítulo único


"Teremun significa amado por seu pai."

Era o que minha mãe me dizia. Sangue seco e encrostado no canto dos lábios, que sorriam levemente. As mãos calosas passavam pelos meus cabelos, me balançando enquanto eu fitava a porta trancada por fora, esperando pela hora em que ele voltaria.

Desde cedo eu havia aprendido a diferenciar os passos dele no corredor.

Desde cedo eu aprendera a ficar silencioso como um rato, a nunca o fitar nos olhos. Nunca responder, nunca me meter entre eles, fingir que não existia.

Essas eram as regras. Eu as cumpria, na maior parte das vezes.

Ás vezes, meu corpo se movia entre eles, quando todo o chão parecia manchado do sangue da minha mãe.

"Amado por seu pai." Minha mãe repetiu, a voz ausente.

Quando eu o fitava nos olhos enquanto ele sangrava a nós dois, eu não via isso.

...................................................................................................

Eu nasci em Alexandria, onde a mistura entre oriente e ocidente sempre foi visível. Palco histórico de grandes escolas, a segunda maior cidade do Egito.

Minha mãe teve as contrações na calada da noite, com meu pai em viagem. Sozinha ela realizou o parto, como todas as mulheres do deserto antes dela.

Minha mãe dizia que meu primeiro suspiro me falhou, e eu vim ao mundo com lábios azulados e em completo silêncio. E assim eu permaneci por minutos, sem provar a vida, enquanto ela pedia um milagre, e prometia me entregar à seu deus se eu tivesse alguma chance de viver.

Ela dizia, com um sorriso gentil, que de forma repentina eu abri os olhos, como nunca havia visto nenhum recém-nascido fazer, e o berro que eu dei ao mundo de 'eu estou aqui' foi o som mais lindo que ela ouviu na vida. O berro de quem havia lutado desde os seus primeiros minutos de vida.

Em um dos países do mundo que mais odeia as mulheres, eu tive a sorte de nascer um homem. Diante da pobreza e da crise existente sob o governo do ditador Mubarak, eu tive a sorte de vir de uma família abastada. Eu me sentia amado pelos meus pais profundamente, e uma das memórias mais antigas era a de estar nos ombros do meu pai andando pela praia de São Estêvão, e ver aquele grande cachorro nos observando da enseada.

Os olhos luminosos nos meus, o pelo de uma cor quase dourada ao sol da tarde. Ele era grande como um lobo. E ainda assim quando eu o apontei para meu pai, excitado, ele não o viu, o animal correndo entre os barcos.

Eu nunca esqueci aquela tarde. Eu nunca esqueci aquele cachorro, que anos mais tarde descobri se tratar de um lobo dourado africano.

Eu nunca esqueci a risada do meu pai, ou como nossa mãe me fez limpar os pés da areia ao chegar.

Eu nunca esqueci, porque foi o último momento de paz que tivemos.

Em algum momento depois disso, as pessoas começaram a sussurrar sobre a cor dos meus olhos, e o quanto minha pele que era pálida demais, tão diferente da dos meus pais, não estava escurecendo como ele esperava.

As pessoas começaram a sussurrar.

E meu pai começou a as ouvir.

................................................................

Quando eu tinha oito anos, nos mudamos para o Cairo. Eu não tinha certeza se para fugir da crise que se abatia, ou era meu pai tentando fugir das pessoas, dos dedos que apontavam. E eu me perguntava se ele sentia algo ao ver o rosto dela daquela forma, sempre machucado.

Uma parte tola e infantil minha se perguntava se aquilo que minha mãe sussurrava no meio da noite era verdade, se eu era amado pelo meu pai.

E eu odiava isso.

Como eu odiava os gritos dela, como eu odiava os gritos dele, como eu odiava ter que me esconder, ou pensar sempre se seria daquela vez que ela terminaria morta. Como eu odiava o fato de ninguém olhar duas vezes quando ele a estapeava na rua, tentando arrancar dela a confissão de algo que eu, na época, não entendia.

Eu me odiava.

E eu o odiava.

"Teremun significa amado por seu pai."

Se isso era amor, eu não queria ser amado.

.......................................................

Quando eu tinha 10 anos, eu vi o cachorro-lobo de novo. Estava voltando da escola, e ele saiu de um dos becos. Era ilógico pensar que fosse o mesmo, mas quando eu vasculhava minha memória, não conseguia ver a diferença, além de ele parecer menor do que lembrava.

Na hora não me perguntei o que uma espécie do deserto fazia no meio da cidade.

Nos encaramos, os olhos dourados nos meus, sem desviar, pelo que me pareceu uma eternidade.

Foi quando começaram os tiros e gritos.

Meus olhos desviaram por um instante, o coração ainda mais acelerado, fitando a rua de onde vinham os sons excruciantes de alguém morrendo.

Quando voltei os olhos ao lobo, ele havia sumido.

................................................

Quando eu tinha 12 anos, o corpo da minha mãe não se ergueu do chão.A forma quebrada agonizou no corredor, sem direito a assistência, sem nenhuma chance. Ele nunca seria preso, nunca haveria justiça na terra por ela.

"Teremun significa amado por seu pai." Foram as palavras em agonia, a mão segurando a minha. E dentre o turbilhão do que sentia naquele momento, eu senti raiva por ela desperdiçar seus últimos instantes em algo em que não podia acreditar.

Eu nunca acreditaria que o assassino da minha mãe pudesse amar.

Ela havia me ensinado a prece dos desertos, do seu povo que vivia livremente nas caravanas em busca de seu oásis. Da vida que ela deixou para trás ao se apaixonar por alguém que seria a sua ruína.

E mesmo cínico e descrente depois de anos, eu ainda orei a tudo que fosse verdade, que na morte ela voltasse ao que mais amasse, como ela dizia que voltaria. O povo do deserto sempre volta ao deserto. Se torna o vento, se torna o tudo, se torna o guia dos que virão.

Uma parte de mim se odiou por eu estar aliviado, por ela conseguir finalmente ter essa liberdade, mesmo que fosse me deixando para trás.

O rosnado baixo no corredor me fez erguer os olhos dos últimos instantes dela, e eu o vi.

Ele estava ali, parado na entrada do quarto. Pelo escurecido pela penumbra, mas ainda assim dourado.

Como naquele dia no beco, os olhos me fitaram por uma eternidade. Quando a mão dela afrouxou, desviei e vi que ela sorria, também olhando o lobo.

"Teremun significa amado por seu pai." Ela repetiu, entre o sangue. Os olhos continuaram abertos, mesmo quando a mão soltou a minha de vez.

Quando olhei para cima, minutos ou horas depois, o lobo não estava mais lá.

E eu então percebi que todas as portas continuavam trancadas.

................................................

Eu não tinha ideia do que aconteceria comigo, mas eu não esperava um melhor tratamento. Mesmo que com ela eu fosse continuamente ignorado se não tentasse intervir, eu não esperava misericórdia de um assassino.

Naquela noite eu fugi para as ruas do Cairo, mesmo sabendo que ele me buscaria. Eu ainda assim, mesmo odiado, mesmo com a sombra da dúvida em seus olhos, era seu único filho. Sem ela, as pessoas que nunca a conheceram ali, sempre trancada, não percebiam a estranheza da nossa aparência, acreditando que havia herdado os traços maternos.

Eu fugi pelas ruas escuras, tão vazias naquela hora, exceto pelos gatos que navegavam nos becos como donos, sabendo de seu direito sagrado naquela terra.

Pés descalços, eu ainda sentia o sangue dela nas minhas mãos, como se eu mesmo a tivesse condenado. Quando dei por mim, estava as margens do rio, olhando as águas escuras e poluídas.

Eu pensava se poderia me tornar areia do deserto também, e ir até ela.

Ele estava lá, na ponte, me fitando daquela mesma forma, que já era quase familiar. Os olhos dourados nos meus, intensamente, de forma que não vi o homem que havia subido as grades até ele saltar em queda livre e desaparecer nas águas.

Alguém começou a gritar, pessoas apareceram olhando para baixo.

Eu dei meia volta e retornei ao meu inferno.

...............................................................

Ele não encostou uma mão em mim. Nem para um tapa, muito menos para um abraço.

Era como se não existisse quando estávamos sozinhos.

Era como se ela também nunca houvesse existido.

O sentimento de querer desaparecer ainda surgia com o passar dos anos, enquanto crescia, estudava e procurava uma maneira de sair das grades que me prendiam, antes que fossem meu túmulo como foram o dela.

E a cada momento em que esses pensamentos infestavam minha mente, eu ouvia o uivo e ao olhar pela janela do meu quarto a noite ele sempre estava lá.

................................................................

No verão de 2006 eu finalmente quebrei as correntes e me mudei para Luxor. De dia trabalhava no museu, como guia, com o que aparecesse, de noite me dedicava à escola de medicina. Depois de presenciar tanto a morte, eu queria poder ver o milagre do contrário.

As ligações dele foram ignoradas, as cartas nunca abertas, o dinheiro na conta nunca usado. Eu ainda me beneficiava do seu nome, por acreditar que era o mínimo que ele me devia depois de tudo.

De certa forma, na vida dele me tornei areia do deserto, fugindo entre os dedos de suas mãos.

Eu nunca mais vi meu pai.

...............................................

Quando comecei a residência no hospital, o lobo dourado africano estava lá, andando pelos corredores.

Eu sabia por muito tempo o que ele era, mesmo que meu pensamento lógico não quisesse aceitar. Seu pelo dourado brilhava na luz das madrugadas, enquanto ele seguia de quarto em quarto, invisível aos demais.

E assim como ele chegava, ele ia.

Embora ele nunca partisse sozinho.

Eu podia ouvir as pegadas que o seguiam, mesmo no corredor vazio. Às vezes, risadas infantis, e ver a silhueta da vez que o flanqueava. Por vezes, ele parava e me fitava daquela forma. Eu me perguntava se terio o visto partindo com minha mãe, se tivesse erguido a cabeça daquela vez.

....................................................

Eu retornei ao Cairo na primavera de 2011.

Naquele ano a tensão que vinha crescendo por todos os anos seguintes pareceu finalmente explodir em um grande caos nos países árabes, e não foi diferente para o Egito. A 'primavera árabe' trouxe consigo a insurreição popular do Egito; depois de 30 anos de ditadura, a população queria Mubarak fora, eles queriam a abertura política, democracia. Depois que o presidente da Tunísia caiu, era nossa chance.

Não foi algo que surgiu da noite para o dia, mas o ponto da explosão foi a explosão da igreja em Alexandria, matando 21 pessoas. Há anos se matava por religião, mas parecia que naquele momento os olhos se abriram para isso. As tensões religiosas, a crise, as péssimas condições de moradia e a censura levaram as pessoas às ruas, e os hospitais estavam cheios da noite para o dia.

No quarto dia, a internet e celular foram cortados no país, um toque de recolher foi instaurado, e a população ficou à mercê do governo e dos policiais que invadiam as manifestações violentamente. Sangue cobriu as ruas de várias cidades do Egito, mas principalmente Cairo e Alexandria. Sem uma voz para mostrar ao mundo o que acontecia, os manifestantes eram massacrados.

Cansado de ver os corpos que chegavam tarde demais, as equipes médicas começaram a ir às ruas, e lutando contra a violência removíamos pessoas da zona de conflito.

O lobo estava lá, ao meu lado a cada passo. Assim como eu, ele estava cheio de trabalho naquelas duas semanas que seguiram. Países interferiam, barricadas nas ruas. Pessoas se armavam com o que conseguiam pôr em mãos.

Eu vi pessoas se ajudando, eu vi pessoas se matando e naquele ponto eu pensava se um dia aquelas ruas ficariam limpas de todo o sangue.

Aconteceu a noite, na rua Al Sahafa, próximo ao hospital El-Galaa, enquanto um grupo médico levava feridos na ambulância, inclusive um dos cabeças das manifestações populares. Os tiros perfuraram a lataria como faca quente na manteiga, facilmente. Morto o motorista, o carro fora de controle bateu contra o muro, os médicos foram arrastados para fora.

Aconteceu em um beco sujo, com sangue escorrendo nas pedras e o som de tiros e gritos retumbando na noite escura. O som agonizante, enquanto o sangue preenchia minha garganta, e tudo que eu via eram as botas dos soldados e gritos que eram silenciados.

Quando o silêncio se tornou completo, o lobo estava lá, me esperando como sempre.

Diferente de todas as outras ocasiões, dessa vez ele se aproximou de mim.

Em frente aos meus olhos, ele se ergueu em suas patas traseiras, sua altura ultrapassando tudo o que poderia imaginar. No rosto de animal, seus olhos dourados como os meus me fitaram como não era fitado há muito tempo.

"É hora de voltar para casa, Teremun." A voz dele era profunda, e mesmo que nunca houvesse a ouvido antes, era conhecida. "É hora de vir com seu pai."

Sua mão estendida para mim era humana e a aceitei sem hesitação.

Ao redor as ruas desapareceram e se tornaram o deserto. A areia abaixo dos meus pés não me queimava e eu podia ver as caravanas à frente que seguiam com a familiaridade das velhas histórias antes de dormir.

O oásis me esperava, eu podia ver entre as palmeiras ela me acenando, me recebendo depois de todos esses anos.

Anúbis me guiou pela mão gentilmente e eu finalmente entendi o que minha mãe me dizia por todos aqueles anos, afinal, desde meu primeiro momento de vida, ela havia me entregue a ele. Na minha alma, eu sempre seria um de seus filhos, eu era apenas um empréstimo temporário para a vida.

E ele esperou pacientemente para que eu retornasse para casa.

"Teremun significa amado por seu pai."

De mãos dadas com meu pai, em direção à minha mãe, eu finalmente retornava ao lar.

Se tivesse olhado para trás, teria visto meu corpo abandonado entre sangue e outros corpos no beco. Nunca reclamado por ninguém, apenas mais um número que nunca seria divulgado.

No dia seguinte o ditador finalmente renunciou e deixou um saldo de 3000 feridos e 42 mortos, apenas os números divulgados, quando a população sabia que esse número havia sido bem maior. A junta militar assumiu o poder até as próximas eleições.

Egito estava livre.

Eu estava livre também.

..............................................

Notas finais

Aye, espero que tenham gostado.

Então, o lobo dourado africano, ou Canis anthus, é de onde os egípcios tiram a representação da cabeça do deus Anúbis. Eles podem ser encontrados no deserto africano, principalmente no Egito e Senegal.

A insurreição do Egito, assim como a primavera árabe e a situação da mulher do Egito – um dos piores países do mundo para se ser mulher – foram assuntos dos quais sempre tive interesse em falar, então fiquei feliz com a oportunidade.

E sim, eu fiquei olhando o google maps para decorar o nome das ruas do Cairo e usar aqui, me culpem. Tinha que entrar no personagem, e espero que tenha funcionado!

23 Kasım 2018 17:44 21 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
16
Son

Yazarla tanışın

Ayzu Saki Detesto o tempo, sempre adianto meu relógio para nunca me atrasar, e ainda assim me atraso. Detesto o tempo, porque ele não cura as coisas, só passa. Queria domar o tempo mesmo, para viver todo o que quero viver e não pode caber na minha vida. Essa é a minha sina, e um monte de histórias não terminadas no fundo da gaveta.

Yorum yap

İleti!
KL Kitsune Lyra
Tô impactada, triste porque consegui sentir bem a dor de Teremun e sua mãe, você retrata realidades tão delicadas e difíceis de um jeito tão tangível que é impossível não ser tocado. A questão política bem tensa e gostei muito da forma que retratou, enfim, adorei, como sempre!
April 12, 2020, 04:35
Inkspired Brasil Inkspired Brasil
Olá! Obrigado por ter participado do nosso desafio! A referência à Primavera Árabe foi incrível! Foi uma forma muito inteligente de contextualizar e ambientar a história. Você atendeu muito bem aos requisitos do desafio!. E todas as reviravoltas na vida de Teremun com a morte da mãe e as agressões do pai foram de apertar o coração! Também a morte dele e a descoberta que seu pai era na verdade o lobo foram coisas inesperadas que foi, de novo, incrível. Mais uma vez, ficamos muito felizes que tenha participado. Até o próximo!
February 22, 2019, 16:20
Camy <3 Camy <3
Olá! Venho em nome do Sistema de Verificação do Inkspired. Sua história está marcada como “Em revisão” devido ao seguinte: 1) A frase “esperando a que horas ele voltaria” está um pouco mal estruturada. Algumas alternativas seriam “esperando pela hora em que ele voltaria”, ou “perguntando-se a que horas ele voltaria”. 2) “Aprendera a ficar silencioso, nunca o fitar…” -> “a ficar silencioso, a nunca o fitar…”. 3) Crase. Vou colocar aqui as frases já corrigidas: “Às vezes, meu corpo…”; “me dedicava à escola de medicina”; “à noite” (sempre que estiver falando em tempo. À noite, nos encontramos, ou à noite, conversamos sobre alguma coisa. Se for “A noite é bonita”, aí não tem crase, por exemplo.); “levaram as pessoas às ruas”; “começaram a ir às ruas”; “a população ficou à mercê”; “ver as caravanas à frente que seguiam”; 4) A frase “e me entregava a seu deus se eu tivesse alguma chance de viver” também está com uma estrutura estranha. Talvez “e prometia me entregar a seu deus se…”, ou “e me entregava a seu deus em troca de uma chance…”, ou alguma coisa nesse sentido. 5) Vírgulas. Não se separa complemento de verbo, assim como não se separa sujeito de predicado.Por outro lado, quando você muda o sujeito, é preciso colocar uma vírgula. Assim, “e eu me perguntava, se ele sentia…” não precisa de vírgula. “Quando comecei a residência no hospital o lobo…”, é preciso colocar a vírgula antes de “o lobo”. “Uma parte tola e infantil minha, me perguntava…” é sem essa vírgula também. “popular do Egito; depois de 30 anos de ditadura” -> aqui eu acho que o ponto-e-vírgula se adequa melhor ao contexto. “No quarto dia, a internet…” -> aqui já coloquei a vírgula. 6) plural. “Em um dos países do mundo que mais odeia mulheres”, não “odeiam”; “de onde vinham os sons excruciantes”, em vez de “vinha”; 7) Em “pelo o que me pareceu…”, o melhor é tirar o “o”, deixando “pelo que me pareceu…”. 8)“Uma das memórias mais antigas era a de estar…” -> o “a” que eu acrescentei antes de “de estar” é importante porque essa estrutura frasal exige preposição. 9) Concordância. “como se eu mesma a tivesse condenado” -> “eu mesmo”, porque é um menino. 10) A pontuação da seguinte frase poderia ser melhorada: “O sentimento de querer desaparecer ainda surgia, com o passar dos anos. Enquanto crescia, estudava, e procurava uma maneira de sair das grades que me prendiam, antes que fossem meu túmulo, como fora o dela”. “Enquanto” é um termo que liga frases, por isso, quando ele inicia uma frase, ele precisa de certo tipo de complemento. As frases aqui estão separadas de maneira que não concorda com a gramática normativa. Minha sugestão é que você deixe assim: “O sentimento de querer desaparecer ainda surgia com o passar dos anos, enquanto crescia, estudava e procurava uma maneira de sair das grades que me prendiam, antes que elas fossem meu túmulo como foram o dela”. Assim a frase têm um ritmo mais suave. De novo, isso é só uma sugestão. 11) “e eu me perguntava se se tivesse erguido a cabeça daquela vez, se teria visto ele partindo com minha mãe também” -> como você já usa o “se” antes, você não deve repeti-lo. Isso nos dá duas possibilidades de reescrita: “eu me perguntava se se tivesse erguido a cabeça daquela vez, teria visto ele partindo com minha mãe também”, ou “eu me perguntava se teria visto ele partindo com minha mãe também se tivesse erguido a cabeça daquela vez”. Para sua história ser verificada, você precisa responder a este comentário depois de fazer as edições apontadas aqui. Lembrando que a verificação não é necessária, você sempre pode escolher ignorar este comentário e não fazer as alterações. Uma ótima semana para você!
December 12, 2018, 03:26
Lux Noctis Lux Noctis
Sei que muitos ao ler, falarão, claro, sobre a política. Está sim, empregada à cada linha, mostrado o cotidiano de muitas famílias de lá (e de todos os cantos do mundo, infelizmente). Mas não me pegarei à esse fato, e sim à todo o resto. Não, não a dor daquela mulher e de seu filho, por serrem ávidamente pisoteados por outro "ser humano", que sem dúvidas é o animal mais perigoso. Mas vou me ater ao elo espiritual que essa história passa. À sensação de ter a paz, mesmo que só na morte. Pois para o protagonista foi o retorno ao lar. Foi a certeza de ser amado pelo pai. Não aquele que o ignorava e maltratava sua mãe. Mas aquele que lhe deu a vida, quando não mais a tinha no corpo. Foi o que deu cor aos lábios e a força para berrar ao mundo "eu estou aqui". Linda história, e com apego emocional que não conseguimos ver em todos os lugares por aí, huh?! Parabéns!
December 02, 2018, 18:00
Saah AG Saah AG
Caralho! Acho que dentre todas as ones desse desafio que eu li até agora a sua foi a que teve a pegada mais política. Gosto disso, sabe? Principalmente porque os conflitos entre países árabes são ignorados pela maioria. Além de dar voz a esses movimentos revolucionários, você fez fluir tudo tão bem que foi muito fácil de ler. Adorei as cenas em que Anubis apareceu. Parabéns pela one <3
December 02, 2018, 14:51
Yasu Wada Yasu Wada
Eu acho tão incrível o modo que você consegue prender os leitores em suas narrativas. Eu já sou uma leitora bem antiga sua (não perdia uma atualização de Da tua retina, quase morri desidratada lendo ela), já li quase todas as suas fanfics e quando eu acho que não pode mais me surpreender, você me joga essa original, foi quase um tapa na cara kkk. Estou sem palavras e não sei o que escrever, mas que estória envolvente e incrível, sou totalmente apaixonada por sua fluidez nas descrições! Te amo viu <3
December 01, 2018, 16:44
Nathy Maki Nathy Maki
A morte anda trabalhando muito sua participação nas histórias esses dias :v SOU APAIXONADA POR ISSO! E pelo Anúbis também <3 Desde as crônica de Kane que eu peguei um xodó por ele e não larguei mais. E de início eu tava imaginando se a mae dele nao teria tido um caso, mas era bem mais profundo que isso, a vida dele que foi oferecida para o deus. E apesar da infância ruim, ele viveu e morreu como gostaria, indo se juntar a mãe e ao povo do deserto. Muito lindo, mas cê já deve saber que eu te admiro pra carambolas! Usar o lobo como ligação foi uma ótima sacada e toda a ambientação ficou maravilhosa, ainds mais com a ficção misturada a realidade e mostrando a luta daquele país. E Egito é um país muito meu precioso. Não canso de dizer que sua escrita é otima e muito envolvente, te faz devorar cada linha e implorar por mais. Cê é um arraso total! Beijinhos <3
November 30, 2018, 02:31
O que está acontecendo com vocês? Segunda história para o desafio, de três, que eu leio e trata da vida e da morte e eu gostaria de não me despedaçar antes de terminar as seis, por favor! Achei que toda a sua narração ficou impecável, fez bem em ficar encarando as ruas no google maps porque deu um realismo a ambientação que eu tô é boba. Parabéns, todos esses sentimentos e a mitologia egípcia foram passadas de um modo surpreendente, eu amei ♡
November 28, 2018, 16:37
Erin C Erin C
Devorei. E mais uns minutos para digerir e escrever aqui o comentário rs Aaah eu amo Egito, demais. Não somente pelo seu passado, mas sim a continua luta de seu povo. Adorei a repetição da fala da mãe, ela teve um significado diferente a cada vez proferida. Inicia de forma aberta e com todas as possibilidades para ele. Aos poucos vem a tensão e todos os problemas que vive. Para no final trazer o alívio e a calmaria com a liberdade. Além disso tudo, amei como o contexto político se encaixou aqui e fez reflexão da vida familiar dele também. O Egito segue lutando, mas teve uma vitória daquela vez e liberdade..., ah a liberdade, não importa muito como ela venha. Só de ter ela mais uma vez - ou pela primeira vez, isso é maravilhoso. Relembrar disso me deixou esperançosa e sou grata pela história 💛
November 26, 2018, 00:22

  • Ayzu Saki Ayzu Saki
    Obrigada por comentar! Também tenho uma paixão tremenda pelo Egito. Todo o Oriente Médio em si, é um lugar que nunca parece ter experimentado um momento de paz, mas que ainda assim continua lutando até hoje. Fora todo o misticismo que envolve o lugar. November 27, 2018, 14:47
Yuui C. Nowill Yuui C. Nowill
Eu posso dizer que finalmente consegui ler uma história sua (estou para ler desde o fantasticoink, na real. E ainda lerei a do hallowink). Mas dei preferência a essa por duas razões: primeiro, a capa. Segundo, a sinopse. Terceiro, ser original. E posso dizer que não me arrependi em ter pego essa para ler primeiro. Eu adorei a precisão com a qual você detalhou as partes políticas, foi um trabalho muito bom visto o limite de palavras que o desafio estipulava. E eu confesso que fiquei um pouco intrigada no começo, porém quando Teremun disse sobre o cachorro, eu comecei a suspeitar sobre o Anubis - e como ele estaria relacionado. Eu viajei imaginando que talvez tivesse sido um caso de um Deus com um humano, porém foi mais metafórico - no sentido que ela ofereceu Teremun a ele no nascimento. As lágrimas prenderam nos meus olhos quando finalmente ele pôde se ver diante do pai dele em um momento que foi sublime. Achei a cena mais delicada da história toda, o momento em que Anubis o guia para o oásis. E amei a metáfora do povo do deserto também. Enfim, fiquei muito contente com a história em si e parabéns pelo conto! <3
November 24, 2018, 08:09

  • Ayzu Saki Ayzu Saki
    Vendendo a estória pela capa hahaha Eu também estou procurando estórias originais para ler ultimamente, e tentando escrever mais delas. É uma experiência diferente do que estou acostumada, mas estou gostando dos resultados <3 Eu sempre quis escrever ficção histórica, é uma paixão, e com certeza vou escrever mais (tenho algumas planejadas para alguns momentos no Brasil também), então fico super feliz que tenha gostado. November 27, 2018, 14:44
Franky  Ashcar Franky Ashcar
Foi duas vezes o meu comentário, que caralhos voadores... 😒😒😒. Toma meu amor em dobro rainha! 💚
November 23, 2018, 21:14

  • Ayzu Saki Ayzu Saki
    Quem está reclamando? Eu não estou! <3 November 27, 2018, 14:41
Franky  Ashcar Franky Ashcar
Olá, tudo bem? 😊 Ain gente a história foi bem docinha até, e bonita, que bobeira minha ficar matutando coisas ruins antes de ler, hahaha. Tô soft depois dessa belezura. Gostei bastante da sua narrativa aqui. Desde o primeiro desafio do Ink quando tive contato com sua escrita, vejo o quanto tu evoluiu e isso dá até um calorzinho no kokoro, apesar de o garoto invisível ser uma das minhas fics favoritas, fiquei super feliz pela continuação dela, que logo lerei, já para deixar claro. 😊 Me senti todo esse tempo no Egito, suas descrições meu deus, sua Deusa, os mimos em formas de detalhes, o lobo que você usou como um avatar de Anúbis. Os detalhes desse mesmo lobo, tudo grafado em minha memória com a ciência que mesmo com o final trágico, foi tudo tão bonito de ler e a leitura tão gostosa. Receba meu abraço quentinho de alegria! Torcendo por você no desafio! 💚
November 23, 2018, 21:14
Franky  Ashcar Franky Ashcar
Olá, tudo bem? 😊 Ain gente a história foi bem docinha até, e bonita, que bobeira minha ficar matutando coisas ruins antes de ler, hahaha. Tô soft depois dessa belezura. Gostei bastante da sua narrativa aqui. Desde o primeiro desafio do Ink quando tive contato com sua escrita, vejo o quanto tu evoluiu e isso dá até um calorzinho no kokoro, apesar de o garoto invisível ser uma das minhas fics favoritas, fiquei super feliz pela continuação dela, que logo lerei, já para deixar claro. 😊 Me senti todo esse tempo no Egito, suas descrições meu deus, sua Deusa, os mimos em formas de detalhes, o lobo que você usou como um avatar de Anúbis. Os detalhes desse mesmo lobo, tudo grafado em minha memória com a ciência que mesmo com o final trágico, foi tudo tão bonito de ler e a leitura tão gostosa. Receba meu abraço quentinho de alegria! Torcendo por você no desafio! 💚
November 23, 2018, 20:59

  • Ayzu Saki Ayzu Saki
    Comentário duplo, mas eu que não reclamo hahaha Que bom que gostou, e que notou uma evolução. Ás vezes não conseguimos nós mesmos notar alguma diferença >-< E fico feliz que de todas as bads, essa não tenha sido tão da bad November 27, 2018, 14:41
Zen Jacob Zen Jacob
Quando eu vi que alguém tinha selecionado Egito para escrever uma história fiquei cheio de expectativas porque adoro o número de possibilidades que o país fornece como background; definitivamente essa história não me decepcionou, pelo contrário, ficou muito acima do que eu imaginava! Várias vezes ao longo da narrativa fiquei arrepiado, tanto pela força da violência física e psicológica que você apresentou aqui quanto pela sua capacidade de detalhar toda a situação político-social no Egito sem isso se tornar enfandonho. "O povo do deserto sempre volta ao deserto. Se torna o vento, se torna o tudo, se torna o guia dos que virão.", esse é só um exemplo de frases lindas que eu contemplei e poderia muito bem ficar examinando várias e várias sentenças, até descobrir que tem limite de caracteres aqui na aba de comentários, mas caramba, acho desnecessário, sabe? Odeio ficar sem palavras para descrever algo, mas essa sua história é bem o tipo que te faz ficar reflexivo e ao mesmo tempo fascinado. Não sou muito bom em imaginar visualmente histórias enquanto estou lendo-as, mas cada descrição e ação que ocorria me fazia pensar que eu adoraria ver isso adaptado pra uma animação. Os parágrafos fluíram sem problema, a história foi desenvolvida no ritmo certo e definitivamente o final me pegou desprevinido. Achei que o lobo dourado fosse uma metáfora ou até uma visão do Teremun; ele ser o próprio Anúbis foi algo desconcertante de inesperado, e apesar de a princípio ter preferido que fosse só uma metáfora mesmo, creio que no final foi justo ele ter sido amparado por um deus em pessoa - com todo o sofrimento pelo qual passou, nada mais certo do que finalmente se sentir digno do próprio nome. Vi que você teve uma história nas menções honrosas no desafio do Hallowink, com certeza vou lê-la mais tarde pra poder apreciar mais dessa escrita primorosa! ^_^
November 23, 2018, 19:42

  • Ayzu Saki Ayzu Saki
    Que comentário lindo <3 Eu sinto que tenho certa dificuldade em descrição de ambientes, por isso fico feliz que tenha conseguido passar dessa vez! Eu sempre quis escrever sobre o Egito, principalmente sobre esse importante momento histórico. Ficção histórica é uma paixão, mas nunca havia tentando escrever antes, agora já tenho mais planejado! Obrigada por ler e comentar! P.S: Lendo sua outra estória para comentar a sua do desafio de forma mais adequada <3 November 27, 2018, 14:38
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