Sonhei com uma delicada voz que me chamava. Uma língua antiga? Uma mensagem secreta?
Não... Ela me dizia de maneira direta:
— O sol está escurecendo e tu ainda dormes? Acorda, pois te espera nova missão.
— Quem és tu? Que surges de forma tão inusitada?
— Sou aquela que vem à frente, revelar o coração.
— E o que tem no meu, que te importa tanto?
— Um amor, que se for perdido, trará grande pranto!
— Não compreendo, mas sinto que a cada passo perco mais minha luz.
— Não te aflijas, querida! Te desobrigo do teu cargo, em prol da nova vida que em teu ventre reluz.
Nesse momento, ela se fez presente. Com silhueta feminina, bela tal qual o sol resplandecente:
Era Kursora, a Musa dourada.
— O que dizes? Me deixas intrigada!
— Crissânea, Crissânea. Há quanto tempo o amas?
— Lorde Guy? Desde minha mocidade.
— Tens sorte, pois fostes correspondida!
— E serei por toda eternidade.
— O fruto deste amor se faz em nova vida! Por isso, proteja-o, neste mundo, ainda há grande maldade.
— Um filho! Que alegria! Preciso contar ao Guy esta bela notícia!
— Acalma-te, Crissânea Laetícia. Ele virá te procurar.
— Ficarei aqui, esperando.
— Não. Tu vens comigo, onde farão um novo lar.
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