sabrinavilanova Ellie Blue

Kurahara não sabia o que fazer! A série de eventos que ocorreram durante e após a Hakone Ekiden ainda azucrinavam-lhe a cabeça, indo e voltando como as dores que sentiu por grande parte de sua vida. Haiji queria chegar em um consenso, queria conversar. Mas seria possível, não só Kakeru, como todos perdoarem-o? Não sabia quanto tempo mais aguentaria aquela espécie de perseguição que não parecia ter fim.



Hayran Kurgu Anime/Manga 13 yaşın altındaki çocuklar için uygun değil. © Shion Miura

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Parte Um - Running Away

Hello! 

Então, será que existe algum ser humano que assiste Kaze Ga Tsuyoku Fuiteiru por aqui? Tomara que sim! 

Bom, essa é uma fic Hakeru (Haiji x Kakeru) feita para o desafio #QueenBee da Celi e é baseada na música Runnin' (Lose It All) da Beyoncé. 

Espero que gostem!!!


→→→

O peito queimava e as pernas já não conseguiam mais se mover quando Haiji chegou àquele ponto da cidade. Nunca mais havia tentado correr uma distância tão longa desde o episódio que acabou com a sua carreira como atleta ― que mal havia começado direito. Respirando fundo, tentou arrastar-se até o banco mais próximo daquela praça deserta. Não deveria estar ali, já era tarde e teria que levantar cedo na manhã seguinte, era o seu último ano na universidade, as coisas estavam corridas devido a sua organização para concluir o curso e ainda tinha o trabalho que sugava cada parte da sua existência.

Mesmo assim, estava ali, naquele banco, olhando para a estrada deserta por onde havia corrido. Engoliu em seco quando sentiu uma pontada aguda no joelho, sabia que não deveria ter forçado tanto suas pernas, mas queria correr. Correr para se acalmar, correr para esquecer de todos os problemas que rodeavam sua cabeça.

Massageou a patela como sempre fazia, olhando para o caminho que percorrera até ali. Não achava que conseguiria voltar por toda aquela rota até o novo apartamento onde morava. Bom, novo não era bem a palavra certa para descrever o lugar, mas era o que havia conseguido pagar, estava feliz por isso.

Tateou a calça azul marinho que usava, buscando pelo telefone esquecido em um dos bolsos. Olhou para a tela por alguns instantes, até perceber que não tinha para quem ligar. Eram três horas da manhã, todos deveriam estar dormindo. Ninguém poderia buscá-lo naquele momento, talvez devesse chamar um táxi… Ah! Não tinha dinheiro.

Olhou mais uma vez para a lista de contatos e tocou no primeiro nome que lhe pareceu minimamente convincente, que ele não estivesse bêbado!

Depois da terceira chamada, pensou em desistir, talvez o amigo estivesse dormindo, afinal, o final do período logo chegaria, não? Todos estavam descansando ou fazendo algum trabalho, apressados demais para fazer qualquer coisa, senão estudar. Levantou, desistindo de tentar; e olhou de novo para o vão escuro o qual percorreria.

Suspirou, conformado com a sua falta de sorte e passou a caminhar lentamente, sentindo a perna doer, entretanto, aquele era o seu dia, ao contrário do que pensava. Mais nenhum passo foi dado quando uma música agitada preencheu o ambiente. Sorriu e agradeceu aos deuses, sua morte não estava próxima.

― Nico-senpai ― falou, em um tom quase animado. ― Eu preciso da sua ajuda.

⟶⟶⟶

Kurahara levantou às seis com o barulho estridente do alarme proveniente do aparelho jogado em algum canto daquele quarto. No entanto, os olhos só foram abertos dez minutos depois que acordou. O corpo se moveu em automático, pegou o copo de água em cima da cadeira e tomou todo o conteúdo de uma só vez, abrindo e fechando os olhos diversas vezes para espantar o sono e a ardência que ali estavam. Não admitiria em voz alta, mas Musa estava certo quando, com uma irritação anormal para a sua pessoa, disse-lhe para colocar um copo de água todas os dias. Sua garganta seca agradecia.

Mexeu-se um pouco, as costas doíam, devia estar pagando o preço por dormir tanto tempo no chão. Talvez devesse trocar o futon por uma cama ou comprar outro, colocando em cima do antigo. Não sabia. Levantou com um pouco de dificuldade, alongando o corpo, enquanto observava cada uma das paredes solitárias do quarto em que morava há alguns meses.

As coisas ali estavam um pouco confusas, ainda podia sentir a tensão da briga em suas costas, sabia que eles ainda o culpavam. Talvez só Haiji não o fizesse, mas, mesmo assim, não importava mais. Fazia quase cinco meses desde que ele decidiu que não poderia ficar mais naquele lugar. Mais que isso, Kakeru sabia que Kiyose sentia mais culpa que todos ali. O que não fazia muito sentido, já que ninguém conseguiria prever o desenrolar de ações que havia os impedido de completar a Hakone Ekiden no segundo dia de maratona.

Ainda olhava para as paredes quando percebeu o que fazia, elas haviam mudado o que sentia, de alguma forma, pelo menos. Ainda lembrava de noite em que foi morar ali. Um pão roubado e pés no chão que culminaram em uma proposta para correr a maior maratona universitária do Japão. Aparentemente, era improvável que aquilo acontecesse, porém, por ironia do destino, aconteceu.

Respirou fundo e saiu do quarto de uma vez, correndo até a cozinha. Abriu uma das gavetas do armário e, de lá, tirou uma cartela de comprimidos, destacando um deles e colocando-o na boca. Aquelas dores na cabeça iam e voltavam a todo tempo, desde o ensino médio. Kurahara ainda conseguia escutar a voz de Sakaki, um antigo amigo, em seus pensamentos, fazendo-o prometer que iria logo ao médico, nunca foi. O ano estava no sexto mês e ele já havia trocado de remédio cinco vezes. Talvez realmente estivesse na hora de superar seu medo idiota e ir logo ao hospital.

― Bebendo essas coisas de novo, Kurahara-kun? ― Iwakura falou, vendo o garoto ter um sobressalto. ― Se está sentindo dores, deveria ir ao médico e não se automedicar.

― Como você…?

― Sei que tem essas dores desde o dia que passou a morar aqui ― explicou. ― A questão aqui é, você toma remédios demais, assim vou achar que você é um viciado. ― Olhou em seus olhos, como se analisasse a sua postura ao ouvir aquilo. ― Você é?

― Pare de pressionar o garoto, Iwa-chan ― Nico falou, abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de água meio vazia. Levou-a à boca, o que arrancou uma expressão enojada ― e até um pouco irritada ― do homem moreno encostado no batente da porta.

― Pare de se meter no que não é chamado ― revidou. ― E quem te deu essa liberdade toda de me chamar assim?

― Bom, eu?

― Ah, você acha? ― Akihiro soltou a garrafa e colocou as mãos para o alto, mostrando um sorriso matreiro, amava irritar o namorado. Iwakura deu passos duros até o lugar em que o outro estava, mas não esperava receber um abraço e um beijo na bochecha, um tom avermelhado tomou o rosto e Jota

Kurahara nunca entendeu o relacionamento daqueles dois, nunca entenderia. Aproveitou para sair de fininho, mas quando estava chegando às escadas, ouviu Nico falar em um tom alto:

― Kurahara, o Haiji está aí, devia falar com ele. ― Arqueou a sobrancelha ao escutar aquilo e correu até o quarto, logo trocando de roupa. Não queria ver Kiyose, era um fato.

Mais um motivo para se apressar e sair dali.

→→→

Sentia sua falta.

Percebeu aquilo quando ouviu Nico-senpai dizer que Kakeru havia fugido para correr. Esperava que não fosse culpa sua. Em que estava pensando? Era claro que não era sua culpa, Kurahara amava correr, ele amava sentir o queimar dos pulmões quando ficava sem fôlego e, mesmo assim, continuava correndo, até não aguentar mais.

Tinha percebido aquilo desde o primeiro dia em que o viu correr, além das manhãs em que percorriam quilômetros e mais quilômetros juntos. Haiji havia dito que em poucos meses o acompanharia, talvez aquele tivesse sido a pior tarefa de sua vida. O treino era sempre muito exaustivo, mas o garoto de cabelos negros não parecia se importar com o cansaço. Gostava de ver como os cabelos dele ficavam para trás por causa do vento e como ele sorria ao ultrapassar mais um quilômetro, sempre batendo e dobrando sua meta. Kakeru era um louco, com certeza era.

Mas a grande verdade que rodeava os pensamentos do homem de sorriso aconchegante era que continuava querendo correr na presença de Kurahara, queria vê-lo em seu total, talvez fosse um pouco sádico de sua parte, mas o que poderia fazer? Não só ele parecia ficar bem com aquela situação, como o próprio Kakeru. Queria sentir a brisa marinha quando passavam pela ponte e sentir as vibrações do próprio corpo ao sentir toda a sua potência. Mas estava parado, sentia-se parado, estagnado, esgotado.

Só que nada daquilo mais importava, ele não estava consigo. Não podia pensar sobre algo tão bobo para sempre. O que poderia fazer? Onde poderia ir? Poderia persegui-lo? Não, não era uma opção. Sabia que se o fizesse, as memórias virariam pó. E sabia também que, provavelmente, colocaria-se aos seus pés, implorando para que não os enterrasse.

Deu uma risada com o pensamento. Era estúpido. Ele era o mais velho ali, não era? Não deveria ficar caindo de amores por um jovenzinho que havia acabado de sair das fraudas. Sim, sim, era engraçado, já que era o mesmo garoto que estava fugindo dele. Ou era Kiyose que estava fugindo? Mais importante que aquilo, do que estava fugindo? Não sabia.

Suspirou antes de descer a escada e senta-se com os outros como costumava fazer meses antes. Fingiu não sentir os olhares sobre si, estavam curiosos, sabia, só que não tinha o que falar. Não era como se fosse chegar no lugar onde havia morado e cumprimentasse a todos com um “ah, lembra aquele dia em que eu fodi o meu joelho e estraguei com todo o tempo de treino que tivemos?”, mas também não podia dizer que não estava com saudades dali.

Musa lhe sorriu alegre, assim como os gêmeos e Shindo. Notou que os outros não estavam ali, provavelmente, já tinham ido para a universidade ou ido fazer qualquer coisa que não envolvesse uma reunião da antiga equipe.

Sentou no chão, pegando os hashis e agradecendo pela refeição. Pegava o arroz calmamente, levando-o a boca e mastigando, sabendo que todos o olhavam, engoliu a comida e levantou o olhar.

― Vamos, perguntem de vez ― falou, entediado. ― Vocês não precisam ficar com essas caras, digam logo o que tem a dizer. ― Todos estavam quietos, o que era um tanto estranho, já que os gêmeos estavam ali. Mas, diferente do que imaginava, o primeiro a se pronunciar foi Shindo, num tom de voz um pouco rouco.

― Haiji-san ― começou, coçando o nariz. ― Você não acha que nos deve, hm, algumas explicações?

― Shindo…

― Você devia deixá-lo se expressar um pouco, Kiyose ― Yuki advertiu ao chegar naquela cozinha, atrás dele, Nico-chan-senpai colocava um cigarro apagado entre os lábios, ele nunca mais o acendeu. Haiji suspirou, Iwakura não havia mudado de personalidade com os meses, o que poderia ser um tanto irritante dependendo da situação em que estivessem. E aquela, com certeza, não era das melhores.

― Iwakura, você não pode ficar mandando e desmandando nas pessoas assim, sabe disso, não sabe?

― O que? Você vai ficar defendendo ele agora? ― Iwakura não ficou muito contente com a postura do namorado em relação àquele assunto. Na verdade, sabia bem que Akihiro acharia alguma forma de defender o seu “amigo de fé, irmão camarada”, só que aquilo não significava que ele aceitaria tão facilmente. ― Você sabe, mais que todos aqui, como ele nos arrastou pra essa confusão. Não acha justo que ele, ao menos, se explique?

Yuki-chan, nós invertemos os papéis?

― Como?

― Acho que o oxigênio não está chegando no seu cérebro, será que passei tempo demais fumando perto de você?

― Babaca ― bufou. ― Por que eu aceitei namorar com você mesmo?

― Porque você tem tara em “velhotes com cheiro de cigarro e cara de delinquente". ― Sorriu, de forma quase doce, o que não foi correspondido por Yukihiko, que lhe lançou um olhar repreensivo.

Kiyose suspirou, não sabia se deveria agradecer ou não a Nico-chan-senpai por livrá-lo daquela discussão. A verdade era que as coisas estavam um tanto… complicadas na cabeça do universitário. Talvez devesse conversar com um de cada vez, cada um em seu tempo. E o primeiro deles, já sabia qual era.

23 Ekim 2018 03:34 0 Rapor Yerleştir Hikayeyi takip edin
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Sonraki bölümü okuyun Parte Dois - Walking Away

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