A Luxúria era amante de músicas sensuais e vinhos caros importados das melhores regiões produtoras da França. Com o segredo da Sedução na ponta da língua e o Desejo refletindo em seus olhos, não havia um ser que não cedia aos seus encantos. Não precisava de mais de um olhar estreito ou de mais de uma frase sussurrada para que caíssem de joelhos diante a si.
No entanto, certo dia, ela conheceu a Loucura — e toda a sua pose soberba, de quem nunca se rebaixava ao prazer alheio, foi por água abaixo. Sehun tinha um cabelo escuro, muitas tatuagens ao longo do corpo e tudo em si gritava música eletrônica. Ao contrário do que muitos pensavam e diziam, a Loucura, repleta de impulsividade e prepotência, não cheirava a drogas e bebidas, e sim a cafeína e ao perfume masculino Malbec. No pico das sensações humanas, não havia uma pessoa que não experimentava o seu sabor.
A primeira vez que mantiveram contato foi com olhares e sorrisos repletos de segundas intenções. Bastaram apenas algumas horas de flertes e promessas sujas para que Sehun tomasse a iniciativa, abusando do seu lado mais insano, agarrando Yixing pela gola da camisa e dizendo, sem rodeios, que talvez estivesse louco para descobrir como era o gosto da Luxúria misturado com vinho francês.
Yixing era muito mais cauteloso, conquistado por meio da lábia, dos toques sutis e dos sorrisos ladinos repletos de charme. Impulsividade nunca combinou consigo, é verdade, mas, como quem não queria nada, Sehun fez questão de combinar e de o dobrar por inteiro. A Luxúria, então, não hesitou em beijar a Loucura, que não pensou duas vezes antes de tocar com vontade o volume na calça alheia e sussurrar coisas ferinas durante o beijo:
— Eu quero foder com você. — Sehun, de voz rouca e dominante, foi direto e imprudente, tomado por adrenalina. Yixing, por sua vez, suspirou entre os lábios e fechou os olhos com a sensação gostosa de enlouquecer em tantos poucos atos. — Melhor que o seu gosto na minha boca é você dentro de mim.
E a Luxúria era um sentimento, apesar de se aparentar tão imponente, muito fraco entre quatro paredes. Tão fraco que estremeceu ao ter sua orelha mordiscada e que, acima de tudo, implorou por um boquete quando teve seu pênis envolto por movimentos rápidos. Gostava de coisas lentas e sensuais, sempre repetiu isso, mas não quando a Loucura estava prestes a se entregar para si e tomar as suas entranhas.
Sehun era uma emoção que, ao contrário, não hesitava em momento algum, nem mesmo quando os gemidos de Yixing ganharam um tom mais brusco ou quando seu quadril foi impulsionado só para que ele sentisse mais um pouco do calor da boca da Luxúria. A Loucura, fervendo por todos os seus poros e experimentando uma imponência que nunca havia sentido antes, levantou seu tronco e agarrou os fios de cabelo alheios, sentando devagar e sentindo todo o seu interior sendo preenchido por uma sensação gostosa de quentura.
Naquela noite, os dois se tornaram apenas um sentimento, fundindo-se entre gemidos, toques e suspiros repletos de tesão. E foi assim por muito tempo, por muitas vielas da vida; não se desuniam em momento algum: quando uma pessoa chegava ao ápice do prazer, experimentava então a maior das insanidades e assim vice-versa. Eram sentimentos inseparáveis.
Quando a Liberdade chegou de fininho, com seu cabelo vermelho forte e a aura amena, tudo se acalmou. Chamada Baekhyun, ela cheirava a lavanda, tinha gosto de chá de hortelã bem doce e sofria de amores fácil, apaixonada pela ventania dos fins de tarde. Byun era excêntrico e malandro, possuía um carinho único na ponta dos dedos; Yixing e Sehun caíram fácil em seu abraço aconchegante, rendidos àquilo que os faltava: afeto.
A relação entre os três se desenvolveu com mais calma, vez ou outra com umas investidas impulsivas da Loucura e provocações intensas da Luxúria — a Liberdade, aos poucos, por meio de beijos carinhosos e toques puris, ficou com as duas na palma de suas mãos. Quando elas conseguiram perceber, já era tarde: haviam se amado por noites seguidas sob o luar e se tornado sentimentos compartilhados.
Certo dia, enquanto Yixing e Sehun se beijavam sob o inicio do pôr do sol, Baekhyun chegou com uma camionete cor vinho e disse para se apressarem porque o entardecer, naquele dia, estava acontecendo especialmente para eles e que não havia nada melhor que vê-lo sem nada para atrapalhar a vista. Aceitaram de bom grado, dando as mãos e sorrindo como nunca antes um ao outro.
A Liberdade foi quem dirigiu; a Luxúria e a Loucura se mantiveram sentadas na caçamba, observando a Natureza correr diante os seus olhos, bonita e refrescante como sempre foi. Estavam tão distraídas em amar o mundo e a si mesmas que mal perceberam quando a camionete foi estacionada no topo de uma montanha e Byun, sorrindo com todos os dentes e ansioso, estendeu pacotes de salgadinhos e mantas:
— Ajeitem essas coisas na caçamba, meus amores, que eu já volto. E não comam tudo, seus safados! — Piscou e saiu caminhando entre as árvores, com o seu cabelo sendo acariciado pela brisa fria das montanhas e os olhos teimando em marejar de tanto êxtase que estava sentindo.
Não demorou mais que cinco minutos — tempo o suficiente para que os dois outros estivessem trocando salgadinhos e beijos afoitos — para Baekhyun voltar com pedaços de madeira e um isqueiro, distribuindo os gavetos aos dois lados da caçamba e os acendendo. Os fins de tarde costumam ser um pouco frios naquela localidade.
— Será que tem espaço para mim aí no meio, huh? — Bateu os pés no chão e cruzou os braços; a Liberdade podia ser uma criança bem mimada de vez em quando. — Estou com frio, sabe.
Yixing e Sehun se afastaram e deixaram um espaço entre eles para Byun, que se aconchegou com um sorriso no rosto — aquele mesmo sorriso malandro e bonito de sempre! os outros dois sempre pensavam, caidinhos — e o corpo procurando pelo calor dos abraços que só ele sabia como era sortudo por ter. Não precisou olhá-los para saber que sorriam também.
— Sabe — começou, procurando pelo o que devia ter restado do salgadinho, mas acabou fazendo biquinho quando percebeu que eles comeram um pacote inteiro sozinhos. —, eu não imaginava que iria encontrar, um dia, sentimentos que me fizessem ver o que há de melhor na minha essência, que me mostrassem o meu real significado do meu nome. Se antes eu fazia as pessoas serem livres, agora quem se sente livre sou eu. Eu me sinto infinito.
A Luxúria e a Loucura nada disseram. Enquanto a primeira não tardou em puxar a Liberdade para um beijo repleto de lascívia e levar a mão para entre as pernas alheias, a outra se viu desvairada com a sensação de apertar com vontade a coxa de Baekhyun e sentir novamente a textura gostosa do seu pescoço. Eles nunca se cansavam de provar o gosto de cada pedacinho de Byun, que aceitava com muito prazer cada mimo que faziam questão de dá-lo.
Naquela noite, por horas seguidas, Yixing e Sehun desvendaram a Liberdade por inteiro sob a luz da Lua e das estrelas. Tocaram cada partezinha do seu corpo e da sua alma, provando da imensidão e dos segredos que ela costumava guardar somente para si. A Luxúria e a Loucura, então, fundiram-se consigo e as três se tornaram sentimentos inseparáveis, amando-se de tal forma que nenhum outro sentimento poderia entender, somente elas mesmas.
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