endyeol Wendy Lima

Até onde você iria para provar a sua inocência? Quando Chanyeol foi incriminado por um crime brutal que presenciou acidentalmente, recebe a pena de morte para o assassinato que não cometeu. No corredor da morte, o detento se lembra de cada memória viva em sua mente e do desejo de viver mais um dia. Ninguém está pronto para a morte. O que você tem a dizer... antes de morrer? Você também não tem curiosidade de saber como é ser uma vitima? { ONE SHOT | chanyeol!centric | Agência de Segurança Nacional (NSA) | EUA }


Hayran Kurgu 13 yaşın altındaki çocuklar için değil.

#exo #crime #chanyeol #chanyeolcentric #fanfic #oneshot
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Doutores da Lei

“Os últimos passos de um homem”

Os últimos dias de um prisioneiro no corredor da morte.

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Penitenciária Central de Raleigh — Carolina do Norte

1º de outubro de 2003, 7hs da manhã.


— 02184, levante-se! Chegou o grande dia, rapaz.

O brado forte e rouco do carcereiro de cabelos grisalhos foi o primeiro som que Chanyeol ouviu no começo de mais uma manhã. Era o ensurdecedor barulho do ato de girar as chaves contra a tranca enferrujada da porta férrea da ‘solitária’ que fazia o zunir em seus ouvidos retornarem como uma tortura psicológica.

Sua cela, um cubículo de pedra sem iluminação nenhuma. Ao seu redor, paredes castigadas por riscos de desespero dos detentos que ali estiveram antes de caminharem para seu fatídico fim. Ali sua única companhia era o chão áspero gelado e seu uniforme laranja, já muito desbotado.

O relógio marcava exatos 37 dias trancafiado na solitária.

Seu dia começava com a fumaça branca da cartela de cigarros que o velho havia fumado inteira nas últimas duas horas. Assim que a pesada porta de ferro foi arrastada pelo chão, abriu espaço para que seu cheiro familiar violasse suas narinas. Fumaça essa que o lembrava de casa.

O lembrava da liberdade.

O dia não havia começado para Chanyeol, pois não havia fechado seus olhos nem por um segundo durante toda a noite. Havia chegado o dia... O qual tinha certeza de ser o último da sua vida. Se pudesse voltar no tempo, quando ainda menino, para alertar a si mesmo sobre seu futuro, certamente o pequeno garoto custaria a acreditar que isso seria o que a vida lhe havia reservado, mas duas estradas se bifurcaram no meio da sua vida, fazendo-o parar no coração do inferno.

O velho carcereiro, já bem conhecido e familiar aos seus olhos sonolentos e atormentados, tocou gentilmente em seu ombro.

— Vamos. — sua voz rouca foi calma, o que não era comum, mas que acabou saindo por seus lábios cortados e secos. Soava gentil pela primeira vez, e agora a última. — É hora de partir, meu filho.

Chanyeol ainda estava deitado no gelado chão de concreto batido e mal acabado. Seus olhos não demonstravam tristeza, não demonstravam sofrimento ou dor. Não havia mais forças para sentir coisa alguma.

“Quem está pronto para morrer?” — ele pensou.

Sua vida se tornou seu pior pesadelo.

Calmo, sabia que não haveria como provar sua inocência: Seus dias haviam se esgotado. Calmo, respirou tão fundo que seu peito se comprimiu na dor. Calmo, levantou-se, conformado. O que ele poderia fazer? O dia havia chegado.

No corredor sombrio, onde as luzes piscavam, ameaçando apagar-se, carregado brutamente sob o olhar sanguinário do vigia, flashes de sua vida começavam a tomar-lhe a mente. Você, certamente, nunca saberá como é caminhar com a cabeça na mira de uma HK, mas Chanyeol sabia.

Fechava seus olhos tentando encontrar dentro de si um ponto de fuga, uma luz em meio as trevas. Tapava seus ouvidos com vozes familiares da infância, entre sorrisos e carinhos de sua mãe que há tanto tempo havia o deixado. Precisava se desligar, porque era difícil compreender que, naquela manhã que marcava o começo do mês...

Mais um inocente perderia sua vida.

— Homem morto andando! — os carcereiros dos prisioneiros condenados à morte gritavam enquanto estes caminham pelo corredor da morte de encontro à execução, seja na cadeira elétrica, injeção letal ou qualquer outra forma de matar outro ser humano que inventaram.

“Você está morrendo...” — Lembranças más vão e os pensamentos bons vêm. — “Não resista!”

A cada novo passo com as mãos algemadas e os pés acorrentados, no corredor da morte sua alma dava adeus a cada memória. Os vigias cuspiam sobre seu rosto gritos que seriam os últimos que seus ouvidos ouviriam, castigando-o com chutes e socos no interior de sua alma aflita.

Certa vez, um jovem mergulhou sem pensar em um mundo onde o dia seguinte era totalmente incerto. O sol poderia não nascer sem você perceber, e em um piscar de olhos, sua vida poderia escorrer pelas mãos sujas de um marginal qualquer.

“Será que Deus ouviu minha oração? Será que o juiz aceitou a apelação?”

— Eu não matei aquela mulher!

— As evidencias dizem que matou.

— Armaram pra mim, Evan! — O garoto que o conhecia tão bem quanto o próprio Chanyeol não acreditava nas palavras de um novo detento. Todos se voltaram contra ele, porque contra fatos não haviam evidências capazes de desfazer uma tragédia, muito menos argumentos.

— É isso? Quer que eu diga a ela que armaram pra você? Acha mesmo que Emma irá acreditar? Suas palavras não valem de nada deste lado! — Seu olhar frio ultrapassava o vidro e a grade que os separava como uma arma poderosa capaz de deteriorar-lhe a alma. Foi naquele momento que Chanyeol se viu sozinho, novamente. Viu seu melhor amigo, um companheiro de quase uma vida inteira, colocar o telefone azul no gancho preso à parede, soltar um suspiro doloroso antes de se levantar e desaparecer na multidão de famílias visitando seus respectivos parentes encarcerados.

Foi duro, doloroso.

Havia perdido mais um amigo para uma mentira muito bem armada.

“Só diga a ela que eu a amo...” — sussurrou, sentindo a garganta se fechar e os olhos arderem.

Do outro lado do muro, as coisas funcionavam diferentes. O barulho do metrô passando acima do pátio de chão batido a cimento era a única coisa capaz de lembrá-lo que ainda estava vivo dentro de quatro paredes fechadas.

A solitária... onde você descobre quem realmente é.

Ser condenado por algo que não fez foi seu pior castigo.

O diabo o castigava por ter sido tão estúpido com Emma.

Emma era só mais uma garota americana tímida de cabelos tingidos a vermelho. Seus planos consistiam em conhecer o mundo com a mísera economia de seu trabalho em uma lanchonete próxima de sua casa, encontrar um lugar para viver em paz, morar ao lado de um bom rapaz, ter filhos e morrer.

Não estava em seus planos se apaixonar por um cara tão errado como Chanyeol.

Porque é tudo o que ele foi: um erro.

Um grande erro na vida de todo mundo.

— Chanyeol... — Não era preciso conhecê-la para saber o quão decepcionada estava. Sua voz meio acanhada, meio sentida de uma pontada de raiva entre os nervos contidos; nunca gostou de ver quem tanto queria bem sentado à frente das portas fechadas daquele bar ás duas da manhã, com mais alguns amigos. Evan, seu irmão, encostado sobre a parede descascada do bar, observando a movimentação dos carros que passavam pela avenida e mais três outros amigos ao quais ela odiava. Tragando a morte dentro do cigarro de maconha, soltando a vida pelo ar... A vida que Chanyeol levava sempre foi uma desonra pra ela, pra sua mãe, pra todo mundo.

Fazia dois meses que Chanyeol conhecera a heroína por influência de Estevan, o mesmo sentado ao seu lado escondendo rapidamente a seringa atrás do corpo. Chanyeol não iria confessar, mas já havia se viciado.

Emma havia ficado até mais tarde limpando os banheiros da lanchonete suja e falida. Estava tão cansada... Seu corpo como quem recebe uma descarga elétrica, farta dos comentários maliciosos dos velhos barrigudos e alcoólatras que teve de ouvir mais um dia. Simplesmente estava farta de, mais uma vez, cruzar a esquina com a rua 16 e encontrar Chanyeol e seu irmão alucinados.

E-emy... O que você ta fazendo aqui? — O cara alto de cabelos escuros, coturnos pretos e surrados; de pai americano e mãe coreana, nada herdara da justeza de sua mãe, entretanto, muito da lábia de seu pai; agora covardemente desfazia-se de seu cigarro, jogando-o para longe.

Emma sabia de todas as merdas que ele fazia e ainda sim se importava.

Ele se levantou e foi até ela. Emma encarava Evan de longe, este que não a olhou de volta. Seu relacionamento com o irmão nunca foi dos melhores.

— Eu só... — entorpecida pelo alucinante odor das combinações perigosas das drogas que subiam ao ar, pela exaustão de seu dia e a falta de comprometimento de seu namorado, retrocedeu em suas palavras entrecortadas. A ponta de angustia e raiva que lhe subia o estômago parecia a despedaçar. Recolheu todos os cacos de seu interior e o armou em sua feitura mais séria e decidida — Estou indo embora, Chanyeol.

— O que? — os espasmos por seu corpo ainda estavam presentes e as alucinações prazerosas ainda o rondavam. Suas palavras em meio ao sorriso largo e desajeitado, típico de um nóia qualquer, evidenciavam o quanto de tudo aquilo ele não conseguiria associar.

— Vou refazer a merda dessa minha vida bem longe de tudo isso, desse inferno maldito que você me colocou . — seria difícil controlar uma sensação que hesitou a sentir por tanto tempo — E é tudo o que você precisa saber.

E então ela se foi.

Sumiu no vazio de uma rua escura iluminada sob a pouca luz dos postes.

E essa foi a última vez que Chanyeol a viu.

Não obteve notícias desde então, já que Evan e Emma não conseguiam trocar uma dezena de palavras sem ofender um ao outro. Tudo o que soube a respeito da garota de cabelos tingidos de vermelho foi que se mudara para Portland, no Oregon, para a casa de sua prima Drina, nove anos mais velha que Emma.

Drina juntou uma pequena fortuna como uma “dama da noite” altamente respeitada em seu meio. Sua preferência era pelos homens de meia idade, casados e significantemente abastados de riquezas. Infiltrava-se em sua vida como uma fiel amante e o fim era igual a todos os outros: papéis de divórcio encaminhados aos advogados e seu posto como a nova mulher de seu amante. Entretanto, fugia com boa parte do dinheiro antes que algo mais sério pudesse acontecer.

O que não aconteceu de fato quando se viu apaixonada por sua última vítima, e o “Sim!” para o pedido de casamento logo chegou aos ouvidos de Emma, que a esta altura estava completando seus estudos em uma universidade local paga com a ajuda de bom grado do novo amor de Drina, George de 45 anos.

Homem morto andando! — os gritos trazem-no de volta para sua realidade.

Um milésimo de segundo, um flash tão rápido quanto o soar da sola dos sapatos dos prisioneiros batendo contra o chão, na lentidão da marcha fúnebre ao encontro de seu próprio funeral.

“Como será que ela deve estar?” — o pensamento invadiu sem permissões por uma fração de segundos antes de desencadear um sentimento tão profundo, quase inexistente dentro de seu enorme orgulho. O amor que ele sentia por Emma não era comum ou passageiro.

À medida que se aproximava da fase adulta, das grandes descobertas de um homem, Chanyeol passou a enxergar na garota de olhos tristonhos e lábios pálidos o potencial de uma paixão. Emma reinou sobre ele como uma avalanche de sentimentos e prazeres. Tempestade anunciada, tão forte e devastadora.

O amor de Chanyeol e Emma não era comum.

Ela era gelo e ele era fogo.

Achava bonita a violência daquele amor, abençoada com beleza e fúria.

Para ele, ama-lá nunca era o suficiente.

Doentio.

Foi em uma madrugada fria.

Era tarde e ela corria para longe dele.

Ele a perseguia com a fúria sobressaltando de seus olhos.

Era tarde da noite, a chuva forte invadia com violência as ruas desertadas.

Emma corria para longe de Chanyeol, mas ele acabou a alcançando.

Segurou seu braço com força e virou-a para si. Olhou tão fundo nos olhos vermelhos das lágrimas de Emma que pareciam perfurar-lhes apenas com o olhar. Ele não estava disposto a deixá-la. Seria incapaz de tal coisa.

Ela o esmurrou com força, uma, duas, três vezes até seu choro congestionar sua garganta e os soluços do desespero saírem através de sua violência.

Seus socos e sua raiva se esvaiam à medida que seu pranto alto tomava conta de seu corpo. Não conseguiria parar. Era mais forte que si mesma.

Magoas demais para seguir em frente.

Chanyeol apenas se permitia receber todos os tapas e socos porque não aceitaria perdê-la.

Debaixo de um céu coberto de nuvens e a chuva caindo sobre si, Chanyeol abraçou Emma e se permitiu chorar junto dela.

Naquele momento ele prometeu a ela que faria tudo diferente. Não a decepcionaria mais. Fez promessas que sabia que não poderia cumprir.

E mais uma vez, ele mentiu.

Um erro da largura de um fio de cabelo pode causar um desvio de mil quilômetros.

Os guardas apressavam os presos. Em fila, de cabeça baixa, o brilho do chão encerado há poucos dias refletiam as luzes falhas acima de suas cabeças.

Sozinho, agora ele era o seu inimigo mais intimo.

E então se lembrou de quando era uma criança.

Jurava com todas as suas forças ter visto uma nuvem passar pelo chão de seu quarto. Não entendia como aquilo havia acontecido, mas sabia, na ingenuidade de uma criança, que aquilo havia acontecido!

Correu ao encontro de seus pais para contar o ocorrido, e é claro, eles não acreditaram.

Passados muitos anos, no colégio descobriu que o que tinha presenciado fora o reflexo produzido pela luz à imagem da nuvem que passara por uma fresta na parede. Maravilhado ou não, ter desvendado aquele mistério trouxe um orgulho sem tamanho para o pequenino.

Quando abriu seus olhos, lá estava ele novamente no corredor da morte. Andando na contramão de sua própria vida. Deixando para trás tudo o que o tornava humano. Amou, sofreu, chorou. Também se alegrou com coisas tão pequenas e amou pequenas coisas, pequenos momentos.

Tudo agora andava na contramão. E ele não conseguiu alcançar seus sonhos.

O último adeus.

Cumprir sua promessa.

O último abraço em sua mãe.

O último beijo em Emma.

O último toque.

O último sorriso.

A última lágrima.

Não terá a alegria de ter uma família. Não irá conhecer o único sentimento mais forte que o mundo ao segurar seu filho no colo. Não entenderá a dor de ser pai, de suportar as dores de seu filho. Não conhecerá a grandeza de um abraço apertado, uma palavra amiga, um carinho vindo de uma pessoa tão pequenina.

Sentia-se frustrado.

“Cada dia é um presente, e não um direito adquirido.

Não deixe pedra sobre pedra.
Deixe seus medos para trás.
E tente ir pelo caminho menos viajado.

O primeiro passo que você dá é o mais longo deles”.

Emma o contou em sonho.

Era o único lugar onde poderia a encontrar.

“Se amanhã for tarde demais?” — sua voz suave rompia com todos seus medos.

Ela voava para longe.

Cada vez mais longe, mais fundo e mais escuro.

O pavor tomou conta de seu corpo.

“Não há segunda tentativa”

Ele não queria deixá-la.

Cada vez mais longe.

Chanyeol corria, mas nunca a alcançava.

Nunca saía do lugar.

Sempre lento e pesado.

“Então viva, porque você nunca viverá duas vezes
Não pegue o caminho fácil por toda a sua vida”.

Seu espírito vagueava para longe ao nada.

“Estamos no mundo dos esquecidos.

Perdidos dentro de sua memória.

Você está se arrastando, seu coração foi partido.

Porque todos nós sumimos na história”.

Quando acordou, Chanyeol não conseguia explicar direito.

Era como uma criança que foi deixada para trás, em outro momento preso no tempo.

Pássaros estranhos — era tudo o que vinha a sua mente.

Insanidade.

Tudo não passou de uma armação.

Chanyeol não era culpado.

Durante a última visita do Pastor John Connery até sua cela, a fim de clarear-lhe a mente quanto aos erros cometidos pelo rapaz, no intuito de ensinar-lhe que não haveria dor no mundo que o céu não pudesse curar... Uma única frase fez com que os últimos dias de Chanyeol fossem cada vez mais pesados pelo peso da culpa.

— Meu filho, não importa qual seja o poder de Deus, o primeiro aspecto de Deus jamais é o de Senhor absoluto, de Todo-Poderoso. É o do Deus que se coloca no nosso nível humano e se limita. — o pastor de pouco mais de 50 anos o falava gentilmente. Sabia que, bem lá no fundo, esse era o único momento em que Chanyeol parava para escuta-lo atentamente e fazer todas as perguntas que nunca pode fazer.

— Você não é capaz de entender. — o rapaz disse, soltando um sorriso de canto em escárnio.

Estavam sentados no colchão da cela que compartilhara com outros três detentos antes de ser mandado para a solitária por mau comportamento. Envolveu-se em uma briga no pátio interno ao se recusar sair do lugar onde estava, que por ordem imposta pertencia a um grupo barra pesada.

Apenas os eloquentes seriam capazes de desrespeitar as normas internas impostas pelos próprios detentos.

— Chanyeol, você pode dizer adeus a sua família e a seus amigos e afastar-se quilômetros e quilômetros e, ao mesmo tempo, carrega-los em seu coração, em sua mente, em seu estomago... Pois você não apenas vive no mundo, mas o mundo vive em você. — o pastor Connery elevava seu tom de voz a cada palavra. O menino às vezes, conseguia o tirar do sério, entretanto não deixaria que Chanyeol se perdesse em meio à confusão de sua mente. — Ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato. Todos temos por onde sermos desprezíveis. Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede para fazer. Mas entenda, Chanyeol, a culpa não é sua!

— Já faz alguns meses... eu te contei a verdade desde a primeira vez que entrou por essas grades para me preparar para o dia da minha morte. Você acreditou em alguma palavra que eu disse? — o garoto olhava para o teto e para o chão, mas parou e olhou para o homem de meia idade a sua frente. — Você acredita que sou inocente? — ele nunca havia parecido tão sério como naquele momento.

— Eu acredito em cada palavra que você diz, filho.

E aquilo bastou para Chanyeol.

O destino lhe pregou uma peça.

Ele estava no lugar errado, na hora errada... Uma reviravolta do destino terrível.

Chanyeol havia sido acusado de matar uma mulher.

Não qualquer mulher... Sarah Lasser, chefe do Departamento de Defesa da NSA, a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

Como parte do protocolo de segurança da agência, os dados e informações obtidos por meio de interceptações não eram divulgados até caírem nas mãos dos desertores, um grupo sem rosto rebelado dentro da própria agência, denominado de Lapso28. Gareth Özil, guiado por seus próprios interesses, liderou o grupo de desertores a fim de um único propósito: assumir uma cadeira no posto do alto escalão da agência.

Divulgou informações que revelaram que o governo norte-americano obtinha dados privados de milhões de pessoas, dentre elas, líderes políticos. Expôs conversas secretas entre líderes do governo alemão a mando do alto conselheiro da casa branca.

Quando as investigações estavam chegando perto de seu grupo infiltrado, Özil fez com que todas as evidências apontassem para Sarah, desde telefonemas a participações em conspirações contra o governo.

Gareth Özil fez jus a regra número quatro no código de honra da máfia siciliana: “Faça da vida deles um verdadeiro inferno, tão difícil a ponto de quererem se matar, ou pareça ter motivos plausíveis para isso, e então encenaremos seu suicídio”.

Incriminada e sendo procurada por sua própria agência, Sarah fugiu junto de seus dois filhos para o Texas a fim de cruzar a fronteira com o México com a ajuda do agente Carter que acreditava em sua inocência. Este trabalhava às escuras no departamento a fim de desmascarar Gareth Özil, juntando todas as provas que inocentavam Sarah.

Quando o cerco ao Lapso28 estava cada vez mais perto de um nome, o do agente Özil, seus homens se mexeram a ponto de porem um fim a vida de Sarah e de Carter. Assassinando brutalmente o agente Carter em uma emboscada perto da avenida principal, seguiram para o esconderijo de Sarah perto da fronteira em Midland depois que um de seus homens receber uma denúncia anônima.

Chanyeol estava em Midland faziam duas semanas.

Ele estava disputando o campeonato nacional de futebol americano para juniores com a subcategoria de seu time, Carolina Panthers. Ele estava feliz por conquistar o torneio anual e estava ainda mais confiante em poder conquistar mais aquele título.

Mas ele estava no lugar errado...

Eles estavam comemorando a vitória contra o time do West Texas Drillers em um bar próximo do hotel duas estrelas em que estavam hospedados. Naquela noite, Chanyeol passou dos limites e ficou desorientado.

Arrumou confusão no bar e teve que se retirar. Seus amigos riram de si e o deixaram só na porta do bar.

Na volta para o hotel, sozinho, meio desgovernado, mal enxergava um palmo à sua frente. Quando se deu por lúcido, percebeu que estava perdido. Entrou em um estacionamento na esperança daquele ser o local onde estava hospedado, o que na verdade estava na direção contrária.

Seguindo pelo corredor de carros, ele se apoiou num Ford Fusion antigo, apertando seus olhos com mais força, percebendo que a porta das escadarias estava a poucos metros dali.

Foi então que ouviu o primeiro tiro.

Aquilo o assustou, mas foi tarde quando um homem bateu com força em sua cabeça, o fazendo desmaiar.

A única imagem que pode ver antes de perder a consciência no chão, foi a mulher de cabelos escuro cair morta com dois tiros em suas costas bem na sua frente.

Quando acordou no dia seguinte, seu rosto estava nos jornais.

Suas roupas estavam manchadas com o sangue de Sarah Lasser.

Ele não sabia onde estava.

Se levantou do chão de um quarto escuro com tábuas pregadas nas janelas. Ele estava em uma casa no meio do nada.

Estava em pânico. Não conseguia lembrar do que havia acontecido na noite passada. Foi quando olhou para suas mãos sujas do sangue que não era seu.

Desespero.

Correu à procura do banheiro. Desesperadamente lavava suas mãos. Atônito. Olhou seu reflexo no espelho e um frio tomou todo o seu corpo, fazendo-o tremer.

Através do reflexo do espelho pode ver o corpo de Sarah desovado dentro da banheira.

Muito sangue, era tudo o que conseguia pensar.

“O que esta acontecendo?”

Ele estava em pânico.

Foi quando sua alma ameaçou se retirar do corpo ao ouvir ao longe as sirenes dos carros de policia cercarem a casa.

Estava morto.

Foi acusado.

Incriminado.

Incriminado pela morte de uma mulher que também estava sendo incriminada.

Ah, o destino lhe pregou uma peça.

Apesar de depoimentos afirmando que ele não era o culpado, certas evidências foram torcidas e usadas para condená-lo e acabou levando a uma sentença de morte. Todos agora acreditavam que Chanyeol era um assassino.

“Mas por que motivo?” — ele pensou desesperadamente quando estava chegando cada vez mais perto da sala onde seria executado.

Como todos puderam acreditar que ele havia matado aquela mulher? Por quais motivos?

Gareth Özil tinha agora tudo o que sonhou. Estava agora entre os grandes à custa de inocentes. Havia tanto sangue nas mãos deste homem que o fogo do inferno não seria capaz de retribuir todo o mal que este causou.

Sarah estava morta, assim como seus dois filhos. Carter estava morto e Chanyeol era o próximo.

Mais um passo e lá estava. Uma porta aberta com um carcereiro fardado à frente.

Chanyeol não estava pronto.

Ele não queria morrer.

Não poderia.

“Por que, Deus?” — Suas pernas tremiam como os galhos finos no topo de uma árvore em um dia de tempestade.

Aquilo o fez querer morrer.

Uma lágrima caiu e se desfez ao se chocar com seu sapato. Mais um passo e ali estava, em frente à cadeira elétrica.

A sala era pequena. O suficiente para uma cadeira grande de madeira com aparatos elétricos próximos, dois guardas e o pastor Connery.

Quis morrer.

Quando pensou ser a ultima lágrima seus olhos encontraram do outro lado da sala, através do vidro que separava a sala onde os parentes poderiam assistir a execução da sentença, os olhos que tão bem conhecia. Pareciam tão desesperados.

Dor.

Ali estava Emma, contendo a sua mais profunda dor. Morrendo a cada passo, a cada movimento que os guardas faziam ao prepararem os aparatos da ligação elétrica.

Ao seu lado, Evan. Não queria demonstrar a dor que sentia ao ver Chanyeol ali. Não queria ter que assistir a execução daquele que chamava de irmão.

O último caco do coração do jovem detento foi ao chão quando a silhueta de seu pai apareceu porta afora da sala dos familiares. Ele se recusaria a ver seu filho ser morto. Apesar da ausência, do desafeto... ele estava morrendo junto de Chanyeol.

“Alguns são tão ingratos por estarem vivos, mas você não, não mais.”

Em um movimento rápido e cauteloso, Chanyeol se desvencilhou do guarda que o conduzia até a cadeira elétrica após suas correntes serem soltas. Correndo para perto do vidro que o separava daqueles que amava, chorou.

Chorou como criança espalmando as mãos sobre o vidro.

Emma rapidamente foi até ele e juntou sua testa no vidro, podendo, pela última vez, estar perto do homem que amava.

Eu te amo — ele sussurrou em meio a dor das lágrimas.

Emma sorriu enquanto sua alma escorria pelos seus olhos.

Vai ficar tudo bem. — ela dizia quando os guardas o trouxeram de volta para trás, forçando-o a sentar-se na cadeira.

O pastor Connery se aproximou do garoto enquanto os guardas apertavam as amarras em suas mãos e em seus pés seguido do dorso.

Ele sorriu triste para Chanyeol. Nunca havia sido tão difícil para ele uma despedida como aquela.

Feriu-lhe a alma. Mas o fez. Limpou a garganta antes de dizer:

Deus fez do arrependimento a virtude dos mortais. — Nunca havia sido tão difícil... nunca em todos os seus anos sentiu tamanho o peso da vida de um inocente. Ele acreditava em Chanyeol. Acreditaria até o fim. Aquilo foi como uma bala atravessando seu coração. Doeu. — O que você tem a dizer... antes de morrer?

Chanyeol sorriu para ele.

Seus braços e pernas estavam presos à cadeira. O aparelho usado para a descarga elétrica já havia sido ligado.

Todos estavam presentes.

Aqueles que ele amava.

Era injusto.

Que justiça haveria no sangue de um inocente?

Olhou para Emma e Evan e sorriu. Era o gesto que dizia que tudo ficaria bem, que não haveria com o que se preocupar, tudo ficaria bem. Olhou para seu pai à porta, derramou uma lágrima. Ela dizia que o amava apesar de qualquer coisa, que apesar de tudo a vida não faria dele mais um ingrato.

Prometeu naquele momento que morreria como um homem.

— Aqui morre mais um inocente — sua voz deixou seus lábios desejando que o fôlego de seus pulmões não o deixasse jamais. — Park Chanyeol morrerá como um homem!

Era chegada a hora.

E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor. Porque as primeiras coisas são passadas, Apocalipse 21:4 — o pastor ali dava seu ultimato.

À sua cabeça, um pano preto cobriu seu rosto e a água gelada de uma esponja foi presa junto a um capacete de condução elétrica.

A contagem regressiva estava sendo feita.

O último suspiro.

O último adeus.

“Morrer como um homem é o tema da guerra”

E se lembrou de quando era uma criança e de tudo o que viveu até ali.

Lembrou-se da nuvem que jurava ter visto passar pelo chão de seu quarto.

Sorriu.

Ninguém poderia ver aquele sorriso, somente si mesmo.

Aquilo o trouxe paz.

Estava próximo de encontrar muitas nuvens.

Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez. — ele sussurrou para si mesmo. — Eu estou pronto.

“Ah, minha alma, prepara-se para encontrar aquele que sabe fazer perguntas.”

Chanyeol fechou seus olhos.

Tinha medo de ser esquecido na memória daqueles que ele amava.

Tinha medo.

E então...

Ele viu a luz.

O horizonte azul.

Ele decidiu não morrer na memória de quem amava.

E isso basta.

12 Haziran 2018 22:49 0 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
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Son

Yazarla tanışın

Wendy Lima "A diferença entre ficção e realidade é que ficção tem que fazer sentido"

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