Notas: Yoo’ minna, eu fiz esse angst maravilhosa a algum tempo, mas não tinha postado porque ele precisa de alguns ajustes e eu larguei por um tempo, mas aqui está ela para participar do desafio #amordefrases, espero que chorem, tenha uma boa leitura.
Frase usada: “O amor nasce de pequenas coisas, vive delas e por elas às vezes morre.” — Lord Byron
Dedicada a Marcela que me betou e chorou muito com essa fic <3
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Mais uma vez Itachi estava ali, a beira do nakano em um fim de tarde que parecia demasiadamente sem cor aos seus olhos. Não sabia direito o que pensar ou sentir desde a partida de seu amado, tudo havia se tornado confuso e o que lhe restava estava ali naquelas águas em forma de lembranças. Todos os beijos e confissões, todas as risadas e conversas banais. Tudo havia acontecido bem ali, onde ninguém poderia julgar nada, onde nada importava mais que a amizade e companheirismo dos dois.
O clã o culpava pela morte de Shisui, mesmo com a carta de suicídio deixada pelo maior só ele sabia ser falsa, ainda acreditavam que fora ele a pessoa que o jogou o primo daquele penhasco. O gênio Uchiha já sabia que isso iria acontecer e não se importava com as acusações. O clã, a guerra civil que ameaçava explodir a qualquer momento, a aldeia, nada disso importava, sua única meta era manter Sasuke em segurança, pois ele seria a salvação daquele clã amaldiçoado, Shisui acreditava nisso e deu sua vida como prova de seus ideais.
Itachi se livrou de seu uniforme da ANBU e tirou a fita vermelha que prendia seus cabelos, deixando os fios que já estavam quase batendo na altura de sua cintura e adentrou o rio rapidamente. A água fria arrepiou sua pele e ele caminhou até que a água batesse em seu peito.
Lembrou das várias vezes em que foi ali com o primo, fosse para brincar quando eram crianças ou para conversarem sobre coisas banais nos finais de tarde depois das missões enquanto se banhavam nas águas cristalinas. A maior parte dos momentos felizes da sua vida aconteceram ali e todos eles eram simples aos olhos da maioria das pessoas, mas quem sabia o valor desses momentos certamente os acharia preciosos em meio a tanta guerra e sofrimento.
Sem mais se importar, deixou que as lágrimas descessem livremente por seu rosto e mergulhou mantendo os olhos fechados. Mesmo estando embaixo da água conseguiu sentir os olhos arderem pelas lágrimas. A dor que tanto escondia dos outros transbordava em seu coração, partindo-o em mil pedaços enquanto se perguntava por que tinha que ser daquele jeito, porque seu amado teve que morrer bem na sua frente de forma que não pudesse impedir.
Itachi estava preocupado, apesar de não ter ocorrido nada fora do normal nos últimos dois dias. Um acordo entre Shisui e o Hokage foi feito para que ele tivesse a chance de impedir o golpe de estado sozinho e de forma pacífica, mas algo parecia errado, por isso, Itachi decidiu voltar da missão da ANBU mais cedo, visando conversar com o primo sobre o que fariam a respeito do clã, mas ao encontrá-lo todo aquele sentimento ruim que o assolou durante o dia começou a fazer sentido. Ele já estava sem chakra e havia sido encurralado pela ANBU raiz, comandada diretamente por Danzou que nunca acreditou na lealdade de nenhum dos dois e faria de tudo para proteger Konoha. Havia conseguido salvá-lo da emboscada com uma pequena distração, mas os ANBU logo voltariam e eles não tinham muito tempo.
—Pensei... Que você estava em uma missão — Shisui falava com dificuldade enquanto Itachi o encostava no tronco da árvore que posaram.
—Estava, mas algo não me parecia certo, então eu voltei.
—Ainda bem… — sorriu sôfrego — Itachi… Me desculpe por isso.
Ambos se encararam por um tempo e o mais novo sabia que aquilo não era um bom sinal. Shisui estava sério, não exibia seu habitual sorriso que transmitia positividade e bem estar para qualquer um e aquele sorriso era a forma dele de dizer que tudo ficaria bem, independentemente da situação em que estavam, mas daquela parecia ser diferente.
—Temos que sair daqui, consegue ficar de pé? — perguntou Itachi ao ajudar o primo a se levantar.
—Hai.
Itachi seguiu para o lugar secreto de treinamento perto do clã, onde poderiam discutir e ele poderia cuidar dos ferimentos do primo sem problemas. Se certificaram de que não estavam sendo seguidos e Itachi deixou corvos pela floresta caso os achassem. Era só questão de tempo até que a Ne voltasse.
—Você já sabe o que aconteceu, não sabe, Tachi?
—Sim… Danzou foi atrás de você. Ele nunca confiou em nós e achou que você fosse trair a vila, por isso pegou o seu olho.
—Sim. Eu pretendia usar o kotoamatsukami na próxima reunião do clã para impedir o golpe, mas como ele pegou o meu olho direito isso não é mais possível — Shisui encarou o menor que o olhava apreensivo — Eles vão vir atrás do esquerdo e não podemos deixar que o meu sharingan caia nas mãos do Danzou, Itachi...
—Shisui, não… — interrompeu o primo já sabendo o que viria a seguir.
—Itachi, eu preciso fazer isso, é o único jeito.
—Não! Eu não vou deixar você morrer.
—Você tem que pensar no Sasuke, na aldeia… — suspirou em angústia — Eu falhei em proteger você… Mas, por favor, aceite a minha escolha.
—COMO VOCÊ QUER QUE EU ACEITE ISSO? — exaltou-se achando absurda a ideia do primo sequer considerar aquilo.
—Amor…
O maior tentou se aproximar, mas Itachi deu um passo para trás.
—NÃO ME CHAME ASSIM, NÃO NESSA SITUAÇÃO… — sabia que o primo estava tentando persuadi-lo.
Shisui o segurou pelo colete do uniforme e juntou suas bocas. O gosto metálico do sangue se misturava ao das lágrimas que o menor se permitiu deixar cair e logo o beijo se aprofundou. Itachi sabia que Shisui não mudaria de ideia, pois era tão cabeça dura quanto ele e com isso os sentimentos de angústia e amor se misturaram. O coração de ambos batia forte e as lágrimas começaram a se formar em maior número nos olhos do mais novo. As línguas exploravam a boca alheia minuciosamente, gravado atentamente cada toque e carícia recebidas, pois ambos sabiam que era uma despedida.
—Tachi — disse ao separar seus lábios — Você sabe que é a decisão certa.
O menor não respondeu nada, apenas virou o rosto e se preparou para afastar-se do primo, mas falhou miseravelmente já que foi puxado de volta e preso com força entre os braços do maior. Itachi estava triste pelo amado ter tomado a decisão sem nem mesmo lhe perguntar se concordava, mas Shisui sabia que o primo nunca concordaria. Ele faria de tudo para manter todos que ama vivos até que não houvesse mais outra saída, mas não estavam com muitas opções e não havia escolha melhor a se tomar.
—Escute, Itachi — segurou o rosto do amado para que ele voltasse a encará-lo — Estou fazendo isso para que você possa salvar a vila com o novo poder que vai adquirir após a minha morte. Se o golpe acontecer os inimigos de Konoha vão atacar e essa guerra civil vai se transformar em uma guerra mundial, você não quer que o seu irmão passe pelo que você passou, quer?
—Eu quero salvar você também! Essa não pode ser a única saída.
—Não é a única, mas é a melhor.
—Eu não posso permitir isso.
—Você não precisa — disse ao correr o polegar pela bochecha do amado, capturando uma lágrima que passava por ali — Estou fazendo isso principalmente por você, não só pela vila. Quero que fique em segurança com o Sasuke.
—Shisui…
—Eu não vou mudar de ideia... — disse ao aproximar seus rostos, roçando seu nariz no do amado em um carinho suave — Eu amo você e não vou falhar mais uma vez.
Incapaz de responder, Itachi apenas se deixou ser envolvido em um beijo apaixonado. Shisui o empurrou até a árvore mais próxima e logo se livrou do colete e da blusa do amado. Queria se despedir da melhor forma possível, queria deixar seu amor marcado em Itachi para que ele soubesse que nada foi em vão e que ele o amou até o último momento de sua vida.
O maior fez uma trilha de beijos suaves do pescoço até a orelha do amado, ainda sentindo o gosto salgados das lágrimas que escorriam até ali.
Entendendo as intenções do amado, Itachi abriu o botão da calça de Shisui, deixando que sua mão escorregasse para dentro da cueca do primo, roçando os dedos ásperos em seu baixo ventre.
—Eu quero que me tome da forma mais dolorosa que puder… — a voz do menor saiu baixa, mas foi o suficiente para que o mais velho ouvisse.
—Itachi, sabe que odeio machucar você.
—Nada irá me machucar mais do que a sua decisão, Shisui, então apenas faça o que eu pedi.
Itachi queria sentir aquela dor de todas as maneiras possíveis, queria que aquele sentimento de impotência saísse de si e, Shisui entendia isso, afinal iria deixá-lo mesmo tendo prometido que tudo ficaria bem no final.
—Está bem…
Com isso, Itachi baixou a calça alheia e começou a marturbar o membro ainda adormecido do primo, que gemeu baixo pelo toque frio. Outro beijo foi iniciado e, diferente dos anteriores aquele era voraz, repleto de desejo.
Shisui mordeu o lábio inferior do parceiro com força, arrancando sangue do local e Itachi gemeu pelo ato doloroso. Não demorou até que ambos já estivessem sem roupas e excitados, a adrenalina corria em suas veias e não havia delicadeza nos toques que trocavam, tudo era intenso e marcante. Queriam algo inesquecível.
Os beijos tinham o gosto amargo da despedida, e o cheiro característico do sangue pairava no ar devido às lesões causadas tanto pela batalha quanto pelas mordidas e arranhões feitos ali em uma tentativa de externalizar a dor que sentiam.
O maior ergueu o corpo do parceiro o fazendo enlaçar sua cintura com as pernas e o imprensou na árvore próxima, se preparando para penetrá-lo. O menor estava ansioso pelo que viria a seguir e assim que Shisui o invadiu de uma só vez um grito rouco deixou sua garganta, enquanto lágrimas voltavam a inundar os seus olhos. Sentia como se estivesse sendo partido ao meio, mas a dor lhe trazia conforto, mostrava que aquilo era real e que Shisui realmente ainda estava ali.
Ainda com medo de machucar o amado, o maior parou esperando que Itachi se acostumasse com a invasão brutal, mas o outro não queria que ele parasse.
—Não pare! Eu não estou pedindo — alertou o olhando com o sharingan ativo.
O coração do mais velho falhou uma batida ao focar na cena a sua frente. Lágrimas de sangue corriam pelos olhos de Itachi, enquanto expressões de dor preenchiam sua face antes tão serena. Tinha falhado com a pessoa que ama e nunca se perdoaria por isso, mas o protegeria a qualquer custo.
Sem contestar, Shisui limpou o líquido escarlate com os polegares e voltou a se mover ainda de forma lenta, enquanto Itachi gemia de forma dolorosa.
—Eu amo você — disse ao estocar forte, arrancando um grito de dor do amado.
Logo os movimentos se tornaram rápidos e os gemidos antes sôfregos agora também transpareciam prazer. Os corpos suados faziam sons característicos pelo impacto e o contato visual não era interrompido por nem um minuto sequer. Espasmosos corpos e Shisui mordeu o queixo do amado com força, começando a marcar todos os lugares que podia alcançar.
Os gemidos de ambos se tornaram mais audíveis, e logo Itachi se desmanchou em seus abdomens, sem que nem mesmo fosse tocado. Depois de mais algumas estocadas, Shisui sentiu seu corpo formigar e se desfez no interior do amado.
Nenhum dos dois se moveu, as respirações foram normalizadas em alguns minutos, mas ambos pareciam ter parado no tempo, não queriam que aquele momento terminasse nem que seus corpos se separassem, mas o sol já estava se pondo e Shisui sabia que era hora de colocar sua decisão em prática. Com cuidado, o maior se retirou do interior do amado e o ajudou a se apoiar no chão novamente. Ambos vestiram suas roupas em silêncio e o mais velho caminhou até a beira do penhasco que dava para o nakano.
Shisui sentiu Itachi segurar seu braço antes que chegasse a beira e se virou para encarar o amado que transparecia angústia.
—Não fique assim, Tachi…
—Como quer que eu fique quando você está prestes a se jogar de um penhasco?
—Olhe pra mim.
—Para que você me coloque em um genjutsu?
—Quero que veja uma coisa, mas antes, saiba que eu amo você e sempre vou amar, não importa se estou vivo ou não você sempre terá o meu coração.
—Eu também amo você, Shisui… Se quer apenas me mostrar algo, me prometa que ainda vai estar aqui quando eu sair do genjutsu.
Shisui nunca quebra suas promessas, sempre faz de tudo para cumpri-las.
—Eu prometo. Agora olhe pra mim — receoso, Itachi o encarou e Shisui ativou seu sharingan, usando o pouco chakra que tinha para colocá-lo em um genjutsu que mostrava todos os momentos felizes deles, momentos esses foram guardados pelo maior durante toda a sua vida com muito carinho — Adeus meu amor.
E assim Shisui caminhou até a beira do penhasco, não iria esperar até que o amado despertasse como havia prometido, desta vez teria que quebrar, pois seria ainda mais difícil, então apenas o olhou uma última vez antes de fechar os olhos e se jogar sem nenhuma hesitação, sendo carregado pela correnteza forte do rio que fora confidente de tantos momentos únicos deles dois.
Quando Itachi despertou o sol já havia se posto, lágrimas corriam por seu rosto e ao lembrar o que havia acontecido e não avistar o amado por perto correrá o mais rápido que pode para a margem do rio, ainda com a esperança de que tudo fosse um sonho ou que o amado ainda estivesse vivo. Depois de percorrer cerca de um quilômetros encontrou o corpo de Shisui jogado na beira do rio. Seu coração falhou uma batida e sua cabeça doeu por um instante. A visão embaçada não o impediu de correr até o amado e foi impossível conter as lágrimas mas uma vez. A pele antes morena agora estava pálida, assim como a boca avermelhada agora estava azul pela falta de circulação do sangue. Tomou o corpo desfalecido nos braços e beijou os lábios sem cor com ternura, sorrindo amargurado ao perceber que o amado havia morrido com seu característico sorriso no rosto. Não queria que tivesse acabado assim.
—VOCÊ ME PROMETEU QUE AINDA ESTARIA LÁ, SHISUI… — esbravejou — Me desculpe por não conseguir fazer nada…
Depois de mais algum tempo ainda agarrado ao corpo desfalecido do parceiro, Itachi decidiu que já era hora de ir, pois seria ainda mais difícil despistar as suspeitas que cairiam sobre si quanto a morte do maior. Retirou o olho do amado assim como havia sido instruído no genjutsu e se afastou relutantemente do corpo, se recompondo visualmente antes de pegar o caminho de volta para o clã com a alma e o coração totalmente destruídos.
Itachi abriu os olhos com seu sharingan ativado pelas lembranças e observou a água antes cristalina que agora parecia ter adquirido um tom avermelhado depois da morte de Shisui. Seu cabelo flutuava em frente aos seus olhos e podia sentir a correnteza passar por seu corpo. A falta de ar se fez presente, mas ao invés de sair para tomar ar, Itachi parou de prender a respiração, voltando a fechar os olhos para gritar com todas as suas forças. Ninguém poderia ouvir seu sofrimento e apenas as pequenas bolhas que saiam de sua boca denunciavam seu ato de dor reprimida. Logo sua consciência começou a se esvair devido a água que invadia seus pulmões, o sufocando assim como seu coração fora asfixiado pela morte do amado, mas ele não queria voltar para a superfície. Não queria sair dali, muito menos ter que voltar a fingir estar bem e cuidar da rebelião que causou toda essa dor, mas precisava fazer o que fosse necessário para salvar seu irmãozinho.
Com dificuldade pela falta de ar, Itachi voltou a superfície e saiu do rio. Vestiu seu uniforme rapidamente e adentrou um pouco a floresta, caminhando entre as árvores até uma pequena pedra com o nome de Shisui gravado nela e kunais ao seu redor. Havia feito aquilo em memória do amado no dia em que tudo aconteceu, mas ainda não havia visitado o lugar desde então. O lugar era iluminado por uma brecha entre as arvores e as corres quentes do por do sol refletiam nas letras do tumulo. Achou que seria o lugar perfeito para fazer o memorial do amado, já que era ali que sempre se deitavam sobre a grama para observar as estrelas juntos, além de ser o local em que trocaram seu primeiro beijo.
—Eu carregarei a sua vontade e seguirei em frente acreditando no caminho que escolheu para mim, isso irá garantir a paz na aldeia, além de salvar Sasuke e os Uchihas, mas para isso eu terei que caminhar na escuridão com esses olhos e não poderei mais voltar para te ver — disse enquanto seu sharingan mudava do padrão normal para o mangekyou, fazendo uma pequena lágrima de sangue brotar de seu olho direito — Desculpe meu amor, isso é o último adeus.
Passos surgiram às suas costas e Itachi soube que era hora de ir.
—Seu irmão logo irá chegar da academia — disse Tobi — Temos que ir.
—Hai — respondeu ao colocar a máscara da ANBU e empunhar sua katana antes de se virar para seguirem até o clã — Vamos acabar com isso de uma vez.
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