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Na qual Park Jimin, um cantor famoso, acaba voltando para sua antiga cidade e junto de sua banda desfruta coisas novas, sentimentos por um garçom principalmente.


Hayran Kurgu Gruplar/Şarkıcılar 13 yaşın altındaki çocuklar için değil.

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Você está bêbado.

Escrito por: @xangelxzz


Notas Iniciais: Oie, essa está sendo minha primeira fanfic para o projeto. Espero que gostem e se divirtam lendo!

Antes de finalmente lerem, gostaria de agradecer a beta @ksjtiny pela paciência para corrigir essa pequena fanfic e a capista @vitoriasifrid77 pela capa e banner, eu simplesmente amei!!

Boa leitura a você, espero que consiga viajar aos anos 70 ♡



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Seul, 19.05.1975


O pequeno lugar, cheio de pessoas gritando e cantando, aos poucos ia ficando sem som, a intensidade da bateria ia parando, a guitarra teve seu volume diminuído pelo staff e o cantor acabava a última música daquela noite: "We Will Rock You", a mais conhecida da pequena banda nos últimos anos.

— Muito obrigado a todos que estão presentes nesta noite — agradecia, ofegante, em seu microfone.

As gotas de suor que desciam até sua jaqueta e a encharcavam eram notáveis para quem estava próximo, mas passavam despercebidas por quem o olhava da plateia, com aquela atenção que ele tanto apreciava. O estilo do moreno não o deixava usar utensílios peculiares como os dos outros integrantes.

— Foi incrível estarmos aqui nos apresentando para vocês. A Rebel Boys deixa esse palco com uma imensa gratidão e um até logo! — Como em todos seus shows, o vocalista, Park Jimin, se despedia dos fãs, enquanto aos poucos os outros dois integrantes se aproximavam.

Jimin passou os braços por cima dos ombros de seus colegas, enquanto estes colocavam seus braços em volta de sua cintura, para que assim pudessem se curvar em uma despedida breve. Ao se endireitarem, começaram a ir para o fundo do palco, descendo os pequenos degraus. A uma curta distância dali, estava a van que usavam. Enquanto caminhavam até lá, alguns fãs tentavam pular as grades para chegar até eles, o que era em vão.

Assim que entraram no automóvel, retiraram suas jaquetas por causa do calor e beberam a água que o staff lhes oferecia. Devagar, a van se dirigia ao lugar onde descansariam. Encostando sua cabeça no vidro, Jimin olhava as ruas onde passavam, via como a noite já estava se transformando por completo e, em seus pensamentos, agradecia por terem chegado tão longe. Quem imaginaria que aquele triozinho chegaria ali? Ao todo, eram 10 anos que tocavam — claro que começaram em garagens que possuíam em suas casas, mas sempre com o intuito de crescer no ramo, como estavam conseguindo naquele momento.

— Fiquei sabendo que tem uma cafeteria aqui perto, gostariam de ir? — a assistente perguntou enquanto olhava um jornal em suas mãos.

— Eu gostaria, 'tô morrendo de fome — o guitarrista, Taehyung, falou.

— Por mim, tudo bem — Jimin respondeu junto à Lisa, a baterista, rindo com ela em seguida.

Ouviu a assistente avisar ao motorista onde deveria ir, logo recebendo uma resposta de concordância. O Park espichou-se no banco que estava sentado, sentindo seus músculos doerem um pouco. Estavam há quatro dias na estrada fazendo shows e não conseguiam aproveitar direito. Felizmente iriam ficar algum tempo em Seul e poderiam conhecer a cidade que uma vez já foi a casa de Jimin.

Viajando em seus pensamentos, nem percebeu quando chegaram à tal cafeteria. A assistente saiu primeiro para ver se estava aberta àquela hora, logo voltando e chamando os dois garotos e a mulher para irem para dentro, e assim eles fizeram. Infelizmente Jimin não sabia que esse seria seu pior, ou melhor, erro.

— Sentem em uma das mesas, eu vou ficar por aqui.

Jimin não entendia aquela mulher. Ela sempre se sentava longe da banda. Até pensaram que talvez ela tivesse medo de espalharem boatos sobre namorar algum deles, mas descartaram logo a ideia ao descobrirem que era casada.

Os três se sentaram ao lado da janela da cafeteria, sem perceber que olhos os observavam de trás do balcão de cor neutra. Encaravam especificamente os brincos e lenço que o vocalista usava.

— Será que precisamos chamá-los? — Lisa perguntou enquanto pegava uma das balas que ficavam em cima da mesa, abrindo a embalagem e colocando o doce em sua boca.

— Provavelmente. Quem vai chamar?

O vocalista e a baterista olharam para Taehyung, sorrindo amarelo para ele. Era a vez do guitarrista pedir.

— Estão de brincadeira né?

— É sua vez, Taehy! Lisa e eu já fomos nos outros lugares — Jimin falou, fitando-o com os olhos pidões.

— Vocês são tão chatos. Certo... — Levantou o braço e, sem a jaqueta, uma tatuagem de tigre estava exposta em seu antebraço. Sinalizou para o garoto que anotava algumas coisas atrás do balcão. — Ei? Poderia vir aqui? Queremos pedir.

O jeito rápido que Taehyung falou fez seus amigos rirem de sua timidez, mas logo foram interrompidos pelo garoto, que se aproximou com o bloco de notas:

— Boa noite, senhores e senhora. O que gostariam de pedir?

Seria mentira dizer que o coração de Jimin não deu um pequeno pulo ao ouvir a voz e ver o homem. Céus! Naquele momento, estava se recordando por que usava o brinco em seu lóbulo e o lenço em seu bolso. O brinco no lóbulo esquerdo poderia significar comportamento ativo da parte de quem usa. Já quando colocam o lenço azul no bolso traseiro esquerdo indica que o usuário prefere o papel ativo.

Foi acordado de seus pensamentos ao ter os dedos da baterista estralando em sua face.

— E você, Jimin, o que vai querer?

— Quero um café preto e um cupcake de chocolate — e você na minha vida. Mas claro que essa parte ficou apenas em sua cabeça enquanto o garçom anotava tudo em seu bloquinho.

— Já irei trazer seus pedidos. Com licença.

Em seguida, o garçom saiu, fazendo o Park receber olhares sugestivos de seus companheiros de banda. Ele corou levemente.

— O que foi? — murmurou.

— Se apaixonou pelo baixinho? Acho que ele não curte a mesma coisa que você, hein.

A frase o deixou levemente triste. Aquilo já estava meio óbvio apenas pelas músicas que tocavam no local sendo completamente diferente das que cantava — o que indicava que o garçom não gostava do estilo de música que o Park cantava, ainda mais pelo fato de balançar a cabeça no ritmo da música ao fundo —, além de ele não parecer nada gay. Bom, talvez parecesse um pouco.

Ou possivelmente Jimin estivesse apenas sendo pessimista demais, afinal… o que o garçom recomendaria nas músicas do local, não era mesmo?

— Coitadinho, Tae. Olha a carinha que ele fez.

Enquanto seus amigos o elogiavam para fazê-lo sorrir, Jimin viajava em pensamentos. Tae e Lalisa aceitavam sua sexualidade, mesmo que isso causasse muita revolta em outras pessoas, e estavam ali sempre para apoiá-lo. Ele nunca tentou esconder sua orientação sexual e tudo ficava mais visível por causa do lenço azul no bolso traseiro esquerdo, que identificava até mesmo sua posição sexual; no caso, a sua seria ativo.

Sorriu pequeno ao ver Lalisa deixar um tapa estralado na nuca de Taehyung.

— Acontece. Mas não sabemos direito do que ele gosta ou não… então eu poderia tentar investir — falou com certa vergonha, direcionando o olhar ao garçom que voltava com seus pedidos. Desceu os olhos até o avental, onde tinha o nome deste.

Min Yoongi, o garoto que não deixou a cabeça do Park durante aquela noite fria.


[...]


E lá estava o vocalista novamente, um dia após, adentrando a cafeteria e procurando com seus olhos o atendente que lhe chamou atenção. Sentia olhares e ouvia alguns cochichos sobre si, mas ignorou e sentou-se em uma das mesas próxima à janela.

— Não tem jornal aqui? — ponderou consigo mesmo enquanto se agachava levemente, estendendo a mão até onde tinha um suporte para as revistas.

— Com licença, senhor?

Jimin assustou-se com a voz e, quando foi se endireitar, acabou batendo sua cabeça na mesa, resmungando baixo por isso. Tudo só piorou quando viu que quem estava ao seu lado era Yoongi. Havia acabado de passar uma vergonha na frente dele! Droga!

— Olá, eu queria um cappuccino — falou com certa timidez na voz, observando o garoto de cima a baixo enquanto ele escrevia em seu bloco.

— Já irei trazer, senhor…?

Meio chateado por não ser conhecido pelo dono de seus pensamentos, respondeu baixinho:

— Park Jimin.

Sorriu fraco enquanto o outro se afastava de sua visão. Passou a mão no rosto enquanto respirava fundo, se sentindo cansado. Viu uma folha ser posta em sua frente logo em seguida.

— Com licença… — O cantor direcionou o olhar para a voz doce, encontrando uma menina que chutava ter apenas 10 anos.

— Sim?

Uma caneta foi posta junto ao papel assim que respondeu.

— Você poderia me dar um autógrafo? A gente é muito fã seu!

Olhou para onde a menina apontava, vendo a família dela, que acenava animadamente para ele. Logo retribuiu o aceno e voltou sua atenção à garotinha.

— E qual seu nome, linda? — perguntou enquanto pegava a caneta.

— Me chamo Soyeon!

Ele sorriu com a animação dela, escrevendo "Com muito amor, para Soyeon, a minha fã número 1, de Park Jimin" no papel e, ao lado, desenhando um coração. Entregou ambos, o papel e a caneta, à menina, recebendo um abraço apertado em seguida.

— Obrigada, Jiminie!

— De nada, anjinho.

Logo a garota se soltou e correu de volta à família, gritando para os pais que havia recebido o autógrafo e abraçado o moreno, fazendo-o rir pela fofura.

— Aqui está seu pedido, senhor.

Nem percebeu o Min parado os observando, com medo de se aproximar e acabar atrapalhando um momento tão bonito como aquele. Somente após a garota sair que deixou, com cuidado, o cappuccino sobre a mesa.

— Então, o senhor é famoso? — A pergunta pegou Jimin desprevenido e ele queimou a língua com o líquido quente, mas tentou disfarçar ao máximo, fingindo que não havia acontecido nada.

— Podemos dizer que sim. Tenho uma banda de rock.

O garoto pareceu surpreso enquanto desviava o olhar do vocalista para a TV quando os nomes da banda e do Park foram mencionados pela apresentadora, e Jimin involuntariamente fez o mesmo. Nela, passavam imagens do show da noite anterior.

O moreno sorriu e começou a tomar seu cappuccino, naquele momento mais frio.

— Você é mesmo famoso, mas não entendo o porquê desse lenço e dos brincos.

— É porque sou gay, Yoongi — falou, calmo, com seus olhos já fixos nos de Yoongi, que ficaram levemente arregalados.

— Você é gay?

— Sim, foi o que eu acabei de falar. — Riu baixo com a reação do outro, que arrumou o cabelo atrás de sua orelha, mostrando o brinco no lóbulo direito.

Jimin sorriu, levemente surpreso ao entender o que aquilo significava.

— Acho que... Bom, tem clientes aqui, sabe? — Viu o atendente engolir em seco enquanto se afastava rápido de si, deixando o Park sozinho e confuso enquanto sua boca degustava o cappuccino.


[...]


Algumas horas mais tarde, no final da tarde para ser mais exato, Jimin se encontrava saindo de casa para ir beber junto de seus parceiros de banda, a fim de tirar o maldito atendente de seus pensamentos. Enquanto andava pelas ruas, via diversas pessoas a fazerem protestos, algumas a favor da homossexualidade, outras do feminismo…

— Olha por onde anda, bichinha. — Ouviu uma mulher falar depois de esbarrar nele, mas nem se deu ao trabalho de responder, guardando a sete chaves as lembranças de homofobia que já sofrera e apareceram em sua mente.

Passando a mão pelos cabelos, Jimin olhou para frente, avistando seus dois amigos vestidos como sempre costumavam, diferente dos demais. O Park não estava tão diferente de seu estilo costumeiro, visto que couro era uma de suas vestimentas favoritas.

— Quase achei que não viria — comentou Lalisa enquanto ajeitava seus fios loiros.

— Eu sempre venho. — Piscou um dos olhos para a baterista, entrando no local onde beberiam, sendo seguido por Taehyung, que cantarolava baixo a música que tocava no rádio.

— Jimin tá precisando esquecer o atendente, por isso veio. — Escutou o guitarrista falar enquanto se sentava em uma das poltronas, fazendo sinal para a garçonete.

— Estou mesmo. Aquele garoto mexeu de um jeito inexplicável comigo e olha que nem conversamos muito… É algo indescritível mesmo.

Sentiu quando o corpo do Kim se jogou ao seu lado, e riu da forma que o amigo agia, sendo completamente diferente de Lalisa, que sentava com cuidado no seu lugar.

— Pois eu acho que é melhor assim, não estou preparado para ver sua mãe de novo.

Ah, sua mãe. Tinham uma relação boa até que ela o viu beijando um garoto, o qual era seu melhor amigo na época, em cima de sua cama. Ela mandou o garoto sair da sua casa já irritada, mas o pior ainda estava por vir naquele dia: Jimin apanhou tanto que desejou e rezou para que sua orientação sexual mudasse.

Alguns anos mais tarde, já crescido, o Park estava na casa de Taehyung com seu ficante quando do nada, acreditem, do nada, sua mãe apareceu e fez um escândalo por conta daquilo. Então o moreno disse que ela teria que aceitá-lo por bem ou por mal, afinal era algo que não iria esconder de ninguém, e o resultado foi a senhora Park saindo revoltada da casa.

Jimin não ligou muito, por já estar morando sozinho e com seus recém 19 anos feitos, mas com certeza aquilo havia o machucado, ainda mais por ter vindo de alguém que admirava.

— Realmente, mas acho que ela não faria escândalo de novo.

Encostou a cabeça no estofado, ouvindo quando o assunto começou a ser sobre seus shows. Estavam de férias, e os fãs achavam que era por conta do cansaço que estavam sentindo, mas na verdade era para que pudessem trazer novas músicas à discografia.

Jimin logo se introduziu na conversa.

— Durante a viagem, eu pensei em letras de músicas novas… Posso mostrar para vocês mais tarde se quiserem — comentou o Park, lembrando das noites em claro em que ficou escrevendo.

Ao longe, olhos curiosos o encaravam enquanto falava, mas foram despercebidos ao ter novas pessoas adentrando o local, algumas até mesmo carregando drogas consigo, a fim de mostrar a vida alternativa.

— Por mim tudo bem, também precisamos ver como encaixar a minha bateria e a guitarra do Tae — Lalisa acrescentou. O vocalista concordou enquanto se levantava do banco e olhava os parceiros, que o fitavam de volta, confusos.

— Vou ao banheiro, peçam um bombeirinho para mim — falou simplesmente. Bombeirinho era a bebida que sempre pedia. Sua composição era baseada em uma mistura de groselha com um destilado forte, que podia ser cachaça, vodca ou rum, e muito gelo picado. O de Jimin sempre era com vodka.

Afastando-se dos companheiros, teve que se esquivar de outras pessoas com muito cuidado para que nenhum possível fã o reconhecesse, mesmo achando meio improvável, por a maioria ali estar um pouco alterado. Adentrou o cômodo e olhou as cabines para ver se alguma estava livre, sendo surpreendido ao ver o Min sair de uma delas, ao passo que ajeitava o suspensório que vestia. Suas bochechas rosadas mostravam que talvez ele estivesse um pouco alterado por ter bebido algo alcoólico.

— Oh, senhor Park! — Saiu de seus devaneios ao ouvir a voz levemente embriagada. Tinha que parar com a mania de viajar em seus pensamentos perto do rapaz de pele mais clara.

— Oi, Min — cumprimentou-o sem saber muito como o fazer de fato, indo até uma das cabines, mas sendo parado antes de entrar.

— Vou fazer uma pergunta estúpida, então me perdoe por isso… — O garoto de cabelos negros fez uma pausa. — Você realmente é gay?

Um riso nasal veio da parte de Jimin, que concordou com a cabeça. Não percebeu a forma que o Min tomava coragem para aos poucos se aproximar mais, deixando seus narizes se encontrarem pela pouca diferença de altura.

— Por quê? — A pergunta de Jimin saiu mais baixa do que esperava enquanto as mãos do vocalista rodeavam a cintura pouco espessa do homem à sua frente, alternando seu olhar dos lábios aos olhos deste.

— Porque eu gostaria de te beijar, oras.

Mesmo relutante, Jimin se afastou ao ter as bocas quase unidas em um selinho.

— Está bêbado, anjo. — Uma das mãos subiu com cuidado às bochechas avermelhadas, deixando uma leve carícia ali. — Não posso fazer isso contigo bêbado.

— Não estou bêbado!

O Park riu da forma que o atendente disse a pequena frase, aproximando a boca do lóbulo esquerdo dele.

— Se não está bêbado, então irá lembrar disso: amanhã às 7h30 da noite, me encontre na cordilheira perto do parque principal de Seul. — Sua voz não passava de um sussurro enquanto proferia aquelas palavras. Com certeza, se alguém os visse assim, acharia que Jimin estava sussurrando coisas inapropriadas para o outro.

Afastando-se devagar, não esperou receber uma resposta de Yoongi e nem havia se tocado que o motivo real de ir ao banheiro nem havia sido realizado.

Sua noite depois do encontro foi tranquila, tirando as vezes que encontrava sem querer o olhar do atendente. Falou sobre o futuro da banda com Taehyung e Lalisa, sobre suas futuras músicas e até mesmo, vale ressaltar que depois de muito bêbado, chorou por não querer se separar nunca deles.

A noite passou tranquila, ao contrário dos pensamentos que rondavam a cabeça de Jimin, os quais refletiam o rosto de Yoongi.


[...]


No dia seguinte, quando acordou, resmungou pela dor ardente que tinha em sua cabeça, xingando-se e prometendo nunca mais beber tanto. Depois de um banho tomado e estar devidamente vestido, foi à cozinha e tomou uma xícara de café bem forte, ressaltando para si mesmo que naquele dia precisaria de forças.

Quando o relógio mostrou 14h30, resolveu sair para respirar um pouco, mas se conteve em apenas sentar na grama verde que havia ao lado de onde morava. Sua casa era consideravelmente grande e pouco usada, já que, mesmo sendo sua, a trajetória com a banda não o deixava ficar muito tempo no lugar confortável. Ao contrário de suas roupas que demonstravam sua confortabilidade.

Vestia uma camisa social com estampas de objetos, uma calça jeans preta que ia até sua cintura e um sapato social preto, confortável e bonito caso algum fotógrafo resolvesse tirar fotos suas.

Observava as pessoas passearem com seus cachorros, casais andarem de mãos dadas e até alguns com seus filhos, o que o fazia pensar em quando poderia desfrutar dessa alegria, chegando à conclusão de que, com o que trabalhava, talvez não pudesse alcançar tão longe.

De repente, sua linha de raciocínio mudou para uma lembrança de sua infância quando avistou um cachorro parecido com o que já teve; era uma recordação feliz, dos dois brincando na grama.

— Oi, bonitão, está perdido? — Fez sinal com os dedos para o cachorro parado em frente ao portão da sua casa que estava entreaberto. — Vem cá, vem. — Parecendo entender, o cãozinho se aproximou com receio, deixando o vocalista fazer cafuné em seus pelos. — Você é bem bonitinho… Será que tem dono?

Procurou vestígios de, talvez, uma coleira ou qualquer coisa que mostrasse que possuía um dono, mas não havia nada no bichinho.

Depois de um tempinho conversando com o animal, resolveu que iria caminhar, sendo seguido de prontidão pelo cachorro que, com o tempo, Jimin percebeu que era um cachorro "rebaixado", como gostava de chamar, um salsicha de cor amarronzada.

— Vamos, Au-au, eu tenho compromisso daqui… — Olhou o relógio enquanto falava com "Au-au", nome dado ao perceber que não tinha criatividade para dar outro. — Bom, daqui uns 20 minutos.

Distraído com o cachorro, o Park acabou se esquecendo de onde estava por alguns segundos e, fitando os arredores, tentou se localizar. Assim, passou a caminhar mais rápido, mais certo do caminho depois de ver a placa que o levaria até a cordilheira. Embora ainda tivesse dúvidas de que o Min se lembraria, esforçou-se para chegar no horário.

Faltando dez minutos, compareceu ao local marcado e se sentou, cansado. Observou como, aos poucos, o sol ia deixando sua visão e, quando Au-au deitou ao seu lado, Jimin sorriu. Se o Min não viesse, pelo menos teria a companhia do cachorro.

E ele esperou. Esperou até que o relógio no seu pulso marcou 19h45, então respirou fundo e olhou para seu companheiro canino.

— Acho que ele não vem. — Mostrou um sorriso pequeno ao bicho, logo ouvindo os passos apressados se aproximarem.

— Eu… — A voz cansada fez uma pausa. — Falei que não estava bêbado!

Seu corpo instantaneamente virou para olhar o homem e Jimin rapidamente teve seu sorriso aumentado na face.

— Mas parecia.

Yoongi ainda vestia o avental de trabalho no corpo, mas, por baixo, usava uma roupa de couro. Jimin percebeu que talvez o garoto, que parecia ser mais novo, tivesse se atrasado por conta do trabalho, por isso a demora.

— Você trouxe outra companhia até. Posso sentar? — perguntou apontando para o lado do Park, que concordou com a cabeça imediatamente. O homem se sentou e acariciou o pelo do Au-au.

As conversas foram com base nos conhecimentos sobre a vida um do outro, como acabaram em seus trabalhos e como se sentiam sobre ter que se esconder por conta de pessoas homofóbicas. Depois, correram e brincaram com Au-au até descerem o morro, que já estava tarde e o Min teria que trabalhar no dia seguinte.

E assim foram os dois primeiros meses: não se beijaram e nem tiveram grandes avanços físicos. Às vezes suas mãos ou pernas se encostavam, mas nunca passaram disso, os dois desejavam levar tudo na calma, queriam simplicidade para ocorrer tudo bem. No entanto, descobriram diversas coisas um sobre o outro e, sem nem perceber, Yoongi virou a inspiração de uma das músicas novas de Jimin.

Eles tinham uma rotina. Viam-se vez ou outra na cafeteria onde Yoongi trabalhava, e ele ia aos shows de Jimin, podendo às vezes acompanhá-lo até sua casa ou ao estúdio com o trio. Na cabeça do cantor, estava tudo indo bem, bem até demais; sua banda estava alcançando os objetivos e seu relacionamento com o Min estava aos poucos fluindo.

Contudo, com o passar dos dois meses, foi ficando cada vez mais difícil esconder seus sentimentos do Park e, sempre que Jimin ia falar sobre, acabavam discutindo, o que estava acontecendo mais uma vez.

— Não quero falar sobre isso — repetia Yoongi, começando a sair do quarto do moreno. Antes, os dois estavam deitados na cama enquanto Jimin fazia carinho nos fios negros de Yoongi.

— Yoongi, poxa... — Foi ignorado enquanto o Min passava pela porta, sendo seguido pelo Park, que levantou rapidamente da cama. — Dá pra me escutar? — Seu tom de voz aumentou na pergunta, fazendo o mais novo parar e encará-lo, cruzando os braços na frente de seu peito.

— Aí é que está, Jimin! Eu tenho te escutado todo esse tempo e sim, porra, eu sei como eu te amo e sei como você me ama, mas não dá! Não dá!.

O Park viu quando as lágrimas começaram a surgir nos olhos do Min e seu coração se apertou no peito.

— Por quê? — Era uma pergunta genuína que sempre era feita, mas nunca respondida.

— Porque eu não quero atrapalhar sua carreira e não vou ter psicológico para aguentar tudo. Céus, Jimin! Meus pais são homofóbicos, seus pais são homofóbicos, a gente não foi feito pra ficar junto.

Ouvir aquilo fez o coração do moreno se despedaçar em mil pedaços, porém as ações que vieram a seguir o destruíram por completo:

— Eu tô indo embora, Minie… Meus pais… — Yoongi gesticulava, tentando soltar o que há um mês estava preso na garganta, mas não conseguia, porque as palavras sempre lhe faltavam.

Céus, não queria se afastar do Park! Não quando ele fazia seu coração disparar. Yoongi desejava beijar sua boca na frente de todos, sem medo algum. Não quando, principalmente, ele parecia tão certo para Yoongi.

— Como assim, Yoonie? Não estou entendendo?

Jimin tentou se aproximar, mas as mãos que foram postas em seu peito não o deixaram.

— Eles descobriram sobre a gente, viram a carta que você escreveu, sabe.. a dos seus sentimentos… — Ele fez uma pausa para respirar, tentando segurar o choro enquanto aquele par de olhos que tanto amava o encarava. — E decidiram que vamos para Los Angeles, o mais longe possível. Minha tia mora lá e ela deixou ficarmos com ela até acharmos uma casa para nós. Eu não queria, Jiminie. Não queria mesmo.

Involuntariamente as mãos gélidas apertavam com força a camisa do vocalista, que, em um misto de coragem, beijou o Min. No começo foi desajeitado, mas logo descobriram seu ritmo. Tantos sentimentos eram passados por aquele simples contato… e um deles era o de despedida. Yoongi percebeu do que aquele beijo se tratava assim que o gosto salgado se fez presente em sua boca: o mais velho estava se despedindo dele.

As línguas dançavam calmamente no ósculo, enquanto as mãos de Jimin iam de encontro ao rosto redondinho, acariciando-o com cuidado. O Min separou o beijo, encostando sua testa na do amado, sussurrando como se fosse um de seus segredos mais preciosos:

— Eu te amo.

O selar deixado em sua testa foi uma das respostas que recebeu.

Os dois ainda tinham lágrimas descendo de seus olhos quando, no mesmo tom, o Park respondeu:

— Eu também te amo.

E então, deixando tudo que amava romanticamente para trás, Yoongi se afastou, indo para fora da casa sem olhar para trás. Sem ver os olhos de Jimin suplicarem para ele ficar.

— Espero que você seja feliz, meu pequeno — Jimin murmurou quando já estava sozinho, caminhando até a porta e a fechando.

Ele não percebeu quando encostou as costas na porta e nem quando as deslizou por ela até chegar ao chão, onde abraçou suas pernas e chorou. Chorou não apenas porque o de fios negros havia ido embora sem olhar para trás, mas porque o amor de sua vida havia se separado dele e levado consigo um pedaço de seu coração.


[...]


Los Angeles. 21.07.1976


Out every evening, until it was light

He was too tired to make it, she was too tired

To fight about it


Life in the fast lane

Surely make you lose your mind

Life in the fast lane, everything all the time

Life in the fast lane, uh huh

Blowin' and burnin', blinded by thirst

They didn't see the stop sign

Took a turn for the worst


She said: Listen, baby. You can hear the engine

Ring. We've been up and down this highway

Haven't seen a goddam thing

He said: Call the doctor. I think I'm gonna crash

The doctor say he's comin', but you gotta pay him cash

They went rushin' down that freeway, messed around

And got lost


A voz de Jimin era ouvida por todo o local onde a banda tocava. A música falava de uma garota, mas quem ele estava querendo enganar, não era mesmo? Fazia exatos um ano que o Min havia sumido de sua vida, e naquele momento estava se apresentando na cidade onde o mais novo, possivelmente, estava morando.

O misto de sentimentos em seu peito fazia a letra tomar mais forma nas palavras. Alguns cantavam a música que ainda não era tão conhecida, enquanto outros apenas balançavam seu corpo com a melodia.

Nesse um ano que havia se passado, o moreno recebeu apenas uma chamada em seu telefone fixo, na qual ele reconheceu a voz ao atender, e talvez esse tivesse sido o motivo de estar ali, cantando e dando seu máximo no show.


Um mês antes. 21.06.1976


O Park estava escrevendo mais uma música no papel, batendo algumas vezes o pé no chão para testar a melodia. Seu lixo, coitado, estava lotado de folhas que não deram certo, mas ele não se importava. De repente, o telefone fixo começou a tocar para o desagrado do cantor, que não queria ser interrompido.

Irritado, Jimin se levantou bufando de sua cadeira e foi até o aparelho, tirando o telefone do gancho, então ouvindo a voz dele.

— Park Jimin?

Ficou em silêncio por longos segundos, que mais se pareceram com minutos, conseguindo ouvir a respiração do outro lado da linha.

— Jiminie?

— Por que me ligou? — Não era para ter soado tão grosso, porém, quando a frase saiu, foi mais dura do que pretendia.

— Meus pais, bom, eles faleceram há algum tempo.

O Park franziu a testa, não estava entendendo, o Min havia ligado para falar de seus pais falecidos?

— O Yoongi te ligou para saber se aceita tentar de novo. — Então, outra voz se fez presente.

Contudo, ignorando essa parte, Jimin focou a sua mente na frase dita pela outra pessoa. Como assim "tentar de novo”? Quem o Min achava que era para desaparecer por quase um ano inteiro e ligar como se tudo fosse sumir e Jimin fosse correr para ele?

— Eu falei que a gente não devia ter ligado. Foi mal, hyung — Yoongi se precipitou ao não ter nenhuma resposta do mais velho, com medo da ligação estar sendo indesejada.

Ouvir o mais novo o chamar assim acendeu algo dentro de Jimin, fazendo um sorriso de lado aparecer no seu rosto. Portanto, falou antes que o Min desligasse:

— Daqui a um mês… Vou para Los Angeles fazer um show, se quiser...

Mas é claro que correria para ele, céus! Ainda amava esse garoto, mesmo tendo se passado algum tempo.


21.05.1976


Após acabar a última música, Jimin se curvou para a plateia junto de seus parceiros como sempre faziam.

It was a pleasure to be able to play here tonight, guys. See you soon! — pronunciou a frase que tanto demorou a decorar, ouvindo gritos enquanto saía do palco com Taehyung e Lalisa.

Foi quando viu ele vestindo uma jaqueta de couro, com uma camisa branca e suspensório por cima. Continuava lindo, ainda mais quando aquele sorriso estava sendo direcionado para Jimin.

— Olá, Jiminie — o rapaz de cabelos negros falou, aproximando-se e abraçando a cintura de quem tanto sentiu falta.

— Yoon... — Não tardou em retribuir o abraço com força.

Os dois homens tinham muito o que conversar, muito mesmo, mas antes disso saíram do local com os outros integrantes, que cumprimentaram o Min, enquanto o par de olhos castanhos tão conhecido por si não saía da figura à sua frente. Talvez a partir daquele momento Jimin e Yoongi tivessem seu romance.

— Por que tanto me olha? — Yoongi perguntou em um tom calmo e curioso.

— Porque sempre foi você, e sempre vai ser você.

Talvez o mais novo não entendesse o que aquela frase significava naquele momento, mas Jimin pretendia fazê-lo entender com o tempo. Em cinco meses, o mais velho conseguiu com Yoongi o que por muitos anos procurou: se sentir completo. Isso apenas por ter a companhia do garoto que possuía os fios iluminados pela luz da lua que atravessava a janela de seu quarto.

Seu relacionamento era invejável para quem os visse; não importava se era andando na rua ou apenas com seus amigos, o jeito como se olhavam e conversam transmitia o amor, carinho e admiração que sentiam pelo outro.


[...]


Seul, 20.05.1979


— Então, você… — disse, colocando a aliança no dedo gordinho do noivo. — Você apareceu e fez meus dias ficarem coloridos e divertidos. Você, apenas você.

— Sempre você — Yoongi respondeu, com lágrimas acumuladas no canto dos olhos.

Não era um casamento oficial, afinal a igreja não os permitia ter isso, mas ali, dentro da casa do casal, com seu amigo Taemin fingindo ser o padre, Taehyung e Lisa fingindo ser madrinha e padrinho, contando também com a presença de outros amigos, Min Yoongi se tornou o marido de Park Jimin.

— Eu trouxe o bolo!

Então, com a porta sendo aberta por um Namjoon completamente animado, todos no cômodo começaram a rir, não percebendo o casal apaixonado que se olhava enquanto sorria. Talvez não fosse um "felizes para sempre", mas os dois se esforçariam para tentar ter uma vida feliz ao lado do outro.


~~~~



Notas Finais: Obrigada pela sua leitura, espero que tenha gostado!

Beijos do Dan ♡

15 Kasım 2022 00:51 0 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
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Son

Yazarla tanışın

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