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Larissa Batista


Alguns anos após a morte do namorado, Ângelo, Amélia decide reconciliar-se com o tempo, para que, juntos, busquem respostas às diversas dúvidas que ela tem sobre os eventos daquela época . As respostas a serem encontradas podem estar acima da sua cabeça ou abaixo dos seus pés.


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Capítulo 1

09.12.1974


Amélia corria pelas ruas da cidade, quem a via, acreditava que o seu destino dependia da sua velocidade. Nenhum dos moradores que conversavam na rua ou passeavam com seus cachorros estavam preocupados com isso, já que a competição de esconde-esconde entre Amélia e o seu irmão, Otávio, era um esporte levado muito a sério pelos dois e conhecido por quase todos os moradores da Vila dos Crisântemos. À medida que alcançava o centro da pequena cidade – que pode ser percorrida em sessenta minutos –, lembrava-se do lindo carrinho que ganhou na última quermesse, um Auston Martin Lagonda V8 em miniatura. Era um ritual entre os dois irmãos toda sexta-feira à noite, apostarem seus itens mais valiosos na incrível corrida. As únicas regras eram: não ultrapassar o limite entre as cidades vizinhas e não se esconder na casa de ninguém.
Assim que chegou na Praça Central, os olhos de Amélia percorreram todos os possíveis lugares em que ela poderia se esconder, mas todos estavam fechados. O único lugar disponível era O Casarão da Esquina, um local abandonado há décadas cuja arquitetura era a mesma do período Colonial e fora tombado como patrimônio cultural. Lendas passadas de geração em geração atribuíam à casa um caráter mal-assombrado. Coisas estranhas aconteciam ali, mas ninguém entrava em detalhes.
– É melhor eu me esconder logo – pensou Amélia, direcionando o seu pensamento ao precioso carrinho. Colocou a mão no bolso e segurou a bússola que fora do seu pai, ela tinha um enorme valor sentimental, considerava-a um amuleto. Correu para dentro do Casarão, fechou a velha e pesada porta, e seguiu o caminho da luz vinda de fora da casa, emanada de diversos buracos do teto. Tropeçou e deixou a bússola cair no chão. À medida que tirava o pó do vidro, notou que o ponteiro oscilava, completamente confuso.
– Que esquisito, nunca vi isso... – sussurrou.
Amélia não sabia explicar, mas sentiu uma pressão estranha vinda debaixo dos seus pés. Correu novamente em direção à porta, sentiu um arrepio perpassar todo o seu corpo, antes de conseguir abrir, olhou ao redor, aparentemente não tinha ninguém, mas a menina tinha a sensação de que alguém a observava. Abriu a porta rapidamente e foi até o quintal. Seus pensamentos dividiam-se em curiosidade, medo e em qual lugar poderia se esconder de Otávio.
– Você consegue me ver? – disse uma voz. Amélia olhou para os dois lados, não conseguira identificar de onde ela vinha.
Sentiu um frio percorrer a sua espinha. Nos últimos tempos, ouvira uma voz com frequência, porém nunca encontrava o seu portador. A garotinha permaneceu no quintal, até Otávio a achar:
– O Lagonda é meu! – disse num tom de vitória. Porém, quando viu os olhos da irmã cheios de lágrimas, aproximou-se, preocupado.
– Você ouviu novamente? – perguntou referindo-se à voz. Abraçou-a, enquanto acariciava os seus cabelos, levou-a até a Praça Principal. Ao longe, viu os pais, Homero e Cecília conversarem com o amigo, Kim. As crianças não perceberam, mas todos pareciam estar tensos, principalmente Homero, que falava rapidamente gesticulando os braços. Quando viu os filhos, Cecília correu até eles.
– O que foi, filha? – a mãe ajoelhou-se para fitar a pequena.
– Ela ouviu de novo – disse Otávio. – Naquele casarão amaldiçoado.
Cecília olhou para o marido, ele sorriu de canto, não conseguindo disfarçar a preocupação.
– Filha, é importante que você nos diga, o que sentiu e ouviu? – perguntou Homero.
– Ele sempre me pergunta se eu posso ver ele, mas eu nunca o vejo.
Kim estava inquieto, olhava ao redor, preocupado, mas quando percebeu que Otávio notara, sorriu para o garoto e pousou a mão em seu ombro.
– Homero, nós precisamos ir. – disse Kim.
Amélia desvencilhou-se dos braços do pai, que olhou em seus pequenos olhos inchados de tanto chorar; bagunçou os cabelos da filha, como um gesto de carinho costumeiro. Levantou-se, pousou a mão sobre a cabeça de Otávio e depois seguiu na rua à direita que dava para estação de trem.
Amélia observou o pai o tanto que podia, até a sua figura desaparecer no horizonte. Naquele momento, ela esqueceu das vozes e de tudo que temia há alguns instantes. Pegou a bússola em seu bolso para saber em qual direção o pai ia, mas o ponteiro continuava oscilando. Ela não fazia ideia para qual direção seu pai seguiria, ela só esperava que ele não se perdesse e que voltasse para ela.
Otávio pegou na mão da irmã e ambos fizeram o caminho para casa. A menina pisava nas poças de água assim que via o seu reflexo. Sempre se perguntava como era a vida da outra Amélia, daquela que vivia nos reflexos.
Era o final de outubro, no centro da cidade, na Praça Central o comitê de eventos fazia a terceira reunião de preparação para o Festival Anual da Vila dos Crisântemos que ocorria durante o mês de dezembro. O prefeito, Carlos, gesticulava de forma irritada enquanto falava com um grupo de idosos que eram responsáveis pelos banquetes. Era o final de tarde, a chuva havia varrido as nuvens da parte leste do céu, enquanto a parte oeste exibia camadas de laranja, rosa e roxo. Amélia direcionou seus pensamentos a uma estrela que, timidamente, apresentava-se no céu, enquanto Otávio, olhando de soslaio, percebia um barulho estranho vindo dos postes. Abruptamente, ao mesmo tempo, os quatro postes de energia que circundavam a praça, explodiram. Alguns que estavam na reunião correram, enquanto outros, olhavam espantados.
Os postes soltavam faíscas, Otávio apertou a mão da irmã, receoso, pegou-a no colo e andou em direção à sua casa.Todos estavam na rua, especulando o que havia acontecido, quando se aproximaram, viram Cecília, receosa.
Pessoal – um dos vizinhos mais comunicativos da rua tentou gritar para que todos o ouvissem – falei com o capitão da polícia, parece que hoje haverá um toque de recolher a partir das 19h. É importante que fiquem em casa, as descargas energéticas, juntamente com o solo pós chuva pode ocasionar acidentes. Peço que todos já entrem e evitem sair até que alguma notícia seja passada pela rádio da cidade.
Quando entraram dentro de casa, Cecília lia alguns papéis que retirava de uma pilha bem a sua frente. Ela parecia aflita, tanto que não percebeu a chegada dos filhos.
— Mãe, você tem alguma ideia do que ocorreu? — perguntou Otávio — Ninguém lá do instituto falou algo sobre isso?
Cecília, Homero e Kim trabalhavam no Instituto de Meteorologia e Ciências Atmosféricas das Três Cidades. Porém, as descargas energéticas que, de vez enquanto, assustava a cidade não havia explicação.
Cecília colocou alguns papéis que lia na mesa e massageou as têmporas.
— Não sabemos de nada, querido. Mas, por favor, evite sair.

À noite, Amélia tocou na porta do irmão, que alguns minutos depois, a abriu. Um cheiro muito forte da colônia do pai inundou o seu nariz, Amélia tapou-o com a manga da blusa, constrangido, o irmão colocou-a para dentro do quarto, depois abriu as janelas para o ar circular.
— Por que está todo cheiroso? — disse a pequena, colocando o rosto para a fora da janela — vai sair escondido?
— Shh! — suplicou Otávio, enquanto calçava os sapatos — Eu vou sair com a Eliana, nós vamos ao Tempus Fugit.
— O parque de diversões na divisa? Nossos pais nos proibiram de ir pra lá! — A irmã estranhou o fato de Otávio, que sempre seguia as regras à risca, quebrar uma das mais importantes que os pais haviam imposto.
— A mamãe está dormindo, o papai viajou, então não tem problema. São nove e meia, eu volto a uma da manhã. — Afofou o cabelo enrolado, depois olhou para a irmã, que o julgava fortemente apenas com o olhar. — Quer ir comigo? — perguntou — A Eliana quer te conhecer.
— Não, eu não quero — cruzou os braços. — Se você não voltar até a uma, eu vou contar para a mamãe. – Amélia saiu do quarto do irmão e desceu até o quintal. Seu estômago estava doendo, e quando isso acontecia, ela gostava de respirar o ar puro.
Enquanto observava o Rigel piscar no céu, permaneceu parada com os olhos abertos por alguns segundos. O vento frio, que batia em seus olhos, fê-la lacrimejar.
Ela queria aquilo, já que estava triste, mas não sabia o motivo. Desejava derramar algumas lágrimas para poder se certificar que elas existiam. Tirou novamente a bússola do bolso, continuava a oscilar estranhamente entre o norte e o Oeste. Em todos os anos da sua vida, Amélia acreditara que a bússola estava com defeito. Olhou para uma das ruas que saíram da sua e desciam até um dos grandes bosques que circundavam a cidade, naquela rua estava a Livraria Meia Noite e o dono do local era o padrinho de Amélia e amigo de família, Kim.

Na esquina, ela viu um gatinho preto que se acariciava no poste. Pensou em ir à livraria, pois às sextas, ela ficava aberta à noite e durante a madrugada. O gatinho andava à sua frente, de vez em quando parava e direcionada um olhar de incentivo à Amélia, como se a influenciasse a continuar. Ele parou em frente à livraria e começou a colocar as patinhas debaixo da porta. Assim que abriram a porta de vidro, Amélia imaginou ser o Sr. Kim, então correu empolgada até ele, surpreendeu-se. Um garoto, que parecia ser da idade, ou um pouco mais velho do que o irmão, colocou um pote com leite no chão, e ficou olhando o gato tomá-lo.

— Não está muito tarde para crianças andarem por aí? — disse o garoto, ainda olhando para o gato. — Ele era magro, seus olhos verdes eram ofuscados pelas suas profundas olheiras. Seu aspecto cansado fazia com que a sua atmosfera carregasse o peso de um homem adulto. Porém, quando a olhou e sorriu, a jovialidade tomou o seu rosto, como deveria ser.
— É que... — Amélia pensou em alguma desculpa, mas decidiu virar-se e voltar até o irmão, mas o garoto disse:
— Se veio até aqui, é porque precisa de alguma coisa. Qual criança vem a uma livraria a essa hora? — encostou-se no batente da porta. Amélia aproximou-se novamente, até que ele estreitou os olhos para conseguir enxergá-la melhor.
— Você é a filha do Homero. Veio procurar o meu pai? — perguntou.
Amélia lembrou-se do irmão comentar que o Kim tinha um filho, e que ele chegou a conhecê-lo, mas nunca o vira. — Meu pai viajou também, ele foi com o seu.
O garoto coçou a testa — Acho melhor ligar para a sua mãe, então.
— Não! Não ligue, por favor — Amélia pensou no quão estressada a mãe poderia ficar. No final, ela colocaria o irmão em problemas. A menina enfiou a mão no bolso, sentiu a bússola. Lembrou-se do evento do dia anterior, encarou-a por alguns minutos.
— Está tão perdida que precisa de uma bússola? — brincou. Amélia olhou-o com raiva, o que o fez dar risada.

A bússola continuava confusa, o ponteiro dançava desordenadamente, os olhos da criança ficaram vidrados. Sentiu uma queimação no estômago, sensação ocorria quando não conseguia achar a resposta para alguma coisa. Fechou os olhos como um meio de sair daquela realidade. Quando os abriu, o garoto estava agachado acariciando as costas do gato, que concentrava toda a sua atenção no restante do leite. Um vento gelado trouxe o cheiro de chuva e mato vindo do bosque da cidade.
— Qual é o nome dele? — perguntou Amélia, agachando-se ao lado de Ângelo. Sentiu náusea.
— Ed. — respondeu — Ele aparece aqui de vez em quando, e depois some.
As luzes dos seis postes que se estendiam pela rua começaram a oscilar. No último mês, frequentemente, as luzes apagavam por conta de correntes elétricas fortes demais. A fonte da sobrecarga era desconhecida, sabia-se que muitas residências e comércios que não tinham geradores ficaram sem energia por alguns dias.
— Acho que uma tempestade está por vir — Ângelo colocou o gato para dentro da livraria. — Entre um pouco, vamos esperar ela passar, então eu te levo para casa — abriu a porta de vidro por completo. Receosa, Amélia permaneceu alguns segundos imóvel, mas depois entrou.
Conhecia a livraria mais do que a sua própria casa. Ela era pequena, tinha quatro corredores de livros, no fundo, haviam algumas poltronas e mesinhas. O Sr. Kim costumava oferecer café aos seus clientes e, também, uma poltrona reclinável para que lessem e se sentirem acalentados. As luzes eram de um amarelo fosco, para não incomodar a visão dos leitores e deixá-los confortáveis. As paredes eram de um tom marrom claro. Amélia imaginava que aquele lugar parecia uma caverna mágica, cheia de histórias que aguardavam ansiosamente para serem lidas e contadas.
O gato acompanhou Ângelo até a pequena copa. Amélia parou em um dos corredores para observar as novas publicações de Pedro Bandeira.
— Bem, crianças não podem ingerir cafeína — disse Ângelo, julgando-se adulto em seu pleno décimo quarto ano de vida. segurando um copo de café com leite para ele — então eu fiz um chá pra você. — Depositou a caneca na mesinha ao lado das poltronas. Percebendo que a menina não o havia ouvido, pois estava atenta demais analisando as obras, notou que, inconscientemente, ela mexia em algo no bolso do seu casaco. O garoto reparou que, no curto período que se conheciam, ela tinha um grande apego a aquele objeto.
– Você está procurando alguma coisa? – perguntou.
– Ahm... – receosa, Amélia não queria contar para ele o que ocorria e qual era a sua principal dúvida. Ele é adolescente, vai dar risada de mim – pensou.
– Bom, se você não quiser falar para mim... Afinal, eu sou um estranho. Vem cá. — Ângelo levou-a até a bancada do caixa, entregou um papel para ela. – Escreva o que procura aí, deixe no balcão, eu leio e procuro para você. Se quiser, pode vir buscar depois, ou pode pedir para alguém vir. Amélia pegou o papel e escreveu o que precisava:

O que pode causar a confusão em uma bússola?

Dobrou o papel duas vezes e o colocou sobre o balcão.
– Certo, eu vou reservar para você.
Os dois se sentaram cada um em uma poltrona. Amélia bebericava o chá com dificuldade. Deveria ser algum com flores, do jeito que o Sr. Kim gostava. A chuva começou a cair, serena, porém, em poucos minutos, transformou-se em uma tempestade. Ângelo olhava para um ponto vazio. Amélia olhava-o de soslaio. Ele parecia enxergar algo que só ele tinha acesso. Depois, olhava para dentro da xícara de café com leite, e permanecia encarando o seu reflexo. Ed subiu em seu colo, depois a feição distante do garoto voltou à realidade que estavam.
Amélia pensou que, além da tempestade que ocorria no lado de fora, deveria haver uma muito mais forte dentro do garoto sentado à sua frente.
— Eu nunca tinha te visto — disse Amélia, colocando a xícara na mesinha.
— Nem sempre eu estou por aqui, eu viajo bastante. Como o Ed.
— Eu acho que eu viajo bastante, também. — Disse Amélia, enquanto balançava as pernas.
— Você vai com o seu pai? — Ângelo perguntou.
— Não, é que... — Amélia parou e pensou o porquê estava prestes a contar algo que muito lhe incomodava para uma pessoa que acabara de conhecer, mesmo assim, prosseguiu com o assunto:
— Meu irmão diz que eu passo mais tempo dormindo porque esse mundo é muito chato pra pessoas como eu.
Ângelo arqueou as sobrancelhas, lembrou-se que o pai comentara com ele que a filha de Homero tinha narcolepsia.
— E eu acho que o seu irmão está certo — sorriu — Talvez Morfeu esteja cansado, e escolheu você como aprendiz.
— Morfeu? — perguntou Amélia, curiosa.
— Na mitologia grega, ele é o deus do sono, na verdade, ele cuida do sono dos humanos, especificamente. Todas as noites, ele vem, nos abraça e nos leva ao mundo dos sonhos.
— Que horror! — Amélia encolheu-se.
— Está com medo de Morfeu? Bem, eu não teria. Mas aqui vai uma dica, se ele tentar de contar algum segredo, não o ouça, isso seria perigoso demais para ele e para você.
— Por quê? — perguntou Amélia.
— Punição divina. — Respondeu.

Após alguns minutos em silêncio, Amélia pegou no sono enquanto observava Ângelo levar as xícaras para dentro da copa.
O garoto sentiu uma forte tontura, apoiou-se na pia e fechou os olhos. Dois clarões azuis fantasmagóricos iluminaram toda a livraria e a rua depois seguiu-se por dois estrondos seguidos, fora o suficiente para fazer Ângelo se encolher e tapar os ouvidos. Quando passou, preocupado, correu até Amélia, que continuava dormindo. Com certeza, qualquer um acordaria daquele sono assim que ouvisse aqueles sons, mas a pequena permaneceu dormindo, respirando vagarosamente e parecendo muito distante dali. As luzes da livraria começaram a voltar. Assustou-se ao ouvir alguém bater na porta desesperadamente. Quando abriu, reconheceu Otávio, o irmão de Amélia. Ele que era alguns centímetros mais baixo, seu cabelo enrolado estava encharcado, a sua feição de desespero amenizou-se ao ver que a sua irmã dormia na poltrona. Encostou-se na parede e colocou a mão sobre os olhos.
— Eu não devia ter saído, foi pura irresponsabilidade — a voz estava embargada — ainda bem que ela veio para cá, eu não sei o que eu faria se algo tivesse acontecido, meu Deus. — As mãos trêmulas limparam suas lágrimas que escorriam pelo rosto molhado — Obrigada, Ângelo. Quanto tempo.
— É, faz um tempo mesmo. Melhor se sentar e esperar a tempestade passar, não acha? — perguntou.

Amélia acordou na sua cama, coberta por vários cobertores. Ainda sentia muito sono. A mãe estava sentada no pé da sua cama, quando viu que a filha havia acordado, levantou-se e a abraçou.
— O que foi, mãe? — perguntou.
— Querida, você dormiu por quatro dias seguidos. Não acordava por nada. Como você se sente? — perguntou.
— Bem, mãe, só que eu sinto que tem um enorme saco de areia nas minhas costas, e estou com fome.
Cecília se levantou e foi preparar o almoço. Otávio entrou no quarto, sentou-se ao lado da irmã.
— É, você não perdeu muita coisa daqui a Dona Benedita trouxe aquele mingau horrível pra nós. E nos seus sonhos, como as coisas estavam?
— Sempre do mesmo jeito. — Amélia sentou, evitou abrir os olhos por completo pois a sua cabeça doía. — E o Ângelo? — perguntou, já que fora a última pessoa que viu antes de adormecer.
O irmão pareceu receoso:
— Ele foi embora, na verdade, é o que parece — coçou a cabeça, demonstrando irritação — naquela noite, encontraram a livraria aberta, a chuva molhou os livros da primeira prateleira. Todos acharam estranho, estão tentando entrar em contato com o Kim na capital, mas...
Amélia sentou-se num salto, seu coração acelerou-se.
— O Sr. Kim não está no centro de pesquisas, ninguém consegue contato com ele.
— E o papai? — perguntou a pequena. O irmão encarou o chão, arrependido por deixar escapar aquela informação que certamente deixaria a irmã aflita. — Também não conseguimos contato com ele.

09 Aralık 2021 19:52 0 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
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