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Uma breve história onde Park Jimin pede Min Yoongi, o menino mais quieto de sua sala, em namoro exatamente no dia dos namorados. Parecia ser uma simples tarefa, principalmente porque eles estavam ficando há alguns meses, mas não para Jimin. Yoongi tem um sério problema de autoestima e, por mais que Jimin faça questão de deixar bem claro seus sentimentos, Yoongi não consegue acreditar. Ou, mais uma história onde Min Yoongi não sabe lidar com os sentimentos mais lindos e belos que sente pelo menino falante de sua sala.


Hayran Kurgu Gruplar/Şarkıcılar Sadece 18 yaş üstü için.

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Please, be my boyfriend?

Escrito por: mindokyu / @mindokyu


Notas iniciais: Olá, amores da Mari! Tudo bom com vocês?

Essa fanfic foi um amorzinho de escrever, eu AMO escrever Yoongi constipadinho de amores por um Jimin todo popular (amo AMO amo), então espero mesmo que vocês gostem.

Obrigada @julythereza12/julythereza por ter betado essa bebê <3 Obrigada @TMessi/ThalieMessi por ter criado essa capa tão linda, que combinou completamente com a história! E como sempre, obrigada @minie_swag/minie_swag por ser maravilhosa :3


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Park Jimin

Começo de novembro de 2018


Eu me lembro bem daquele novembro, principalmente deste exato dia, que, por algum motivo desconhecido por mim, acordei mais animado do que o normal. O sol se escondia por detrás das pesadas nuvens e eu, olhe só, cantarolando músicas animadas. Eu me lembro bem, foi exatamente num dia que nevou praticamente a madrugada inteira, o chão ainda estava branco e escorregadio pela manhã, deixando marcadas as pegadas das pessoas que passavam por ali. Era para estar sol, dizia a previsão do tempo, mas não foi bem isso o que aconteceu.

E mesmo assim, eu estava animado.

O frio se fazia presente, minhas roupas pesadas demonstravam isso, juntamente com o tempo fechado e o vento cortante. Coloquei uma touca de lã bordô por cima dos fios escuros recém-tingidos e um par de óculos de sol, só para chamar ainda mais atenção do que eu normalmente chamo e saí de casa.

Eu estava no segundo ano da faculdade de dança e era tudo o que eu mais sonhava. Sempre que tinha um tempo sozinho, eu parava para pensar em como amava estudar o que estudava, quase como se um sentimento quentinho se espalhasse por meu corpo toda vez que me movimentava no ritmo de alguma batida contagiante, seja estudando ou me divertindo com as pessoas. Era um dom, talvez. Um dos muitos dons que eu tinha. Bem, pelo menos era isso que meus amigos, Taehyung e Hoseok, diziam.

Olhei para o céu, constando que não iria nevar, pelo menos não no tempo que levo até a faculdade, e me pus a andar. Tinha a preferência por ir andando até a faculdade, que era bem perto da minha casa. Coloquei os meus fones de ouvidos, uma música bem animada e pronto, poderia começar meu dia.

Eu andava a passos largos até chegar ao portão da grande faculdade, meus olhos caçando meus dois melhores amigos, como fazia todas as manhãs. Mas, naquele dia, não foram meus dois queridos amigos que vi assim que cheguei. Meus ouvidos não foram agraciados por berros altos demais àquela hora inumana da manhã, como sempre eram. Taehyung e Hoseok conseguiam chamar mais atenção do que eu quando queriam.

Naquele dia, meus olhos caíram sobre ele.

O menino quieto da minha aula de História da Arte.

Lembra que eu falei que possuía, digamos, alguns dons? Segundo meus dois melhores amigos, eu tinha o dom da lábia. Sim, o dom de convencer qualquer um a fazer qualquer coisa que pedisse sem pestanejar. Eu conseguia sair com todas as pessoas que queria, desde atletas até os nerds. Conseguia as meninas mais bonitas, conseguia os caras mais populares. Eu tinha esse dom, sabe? E, com isso, tornei-me o tal garoto popular da faculdade, que era visto em todas as festas pegando alguém pelos cantos. Eu jurava que esses estereótipos tinham ficado para trás junto com o Ensino Médio, mas pelo jeito não. Eu ainda era o garoto popular.

Então, quando meus olhos caíram sobre aquele menino de cabelos loiros escuros, que eu sempre reparava na aula — mas que nunca me olhava de volta —, uma vontade tomou conta de mim, levando-me para um caminho que nunca pensei em fazer. Meus pés andavam para aquela direção sem que eu pedisse, parando apenas quando cheguei a um ponto bem afastado. As cadeiras do lado de fora do refeitório estavam vazias — quase — porque em uma delas, sozinho, estava ele: o menino que vem me chamando atenção há algum tempo.

— Oi — falei sorrindo, assim que cheguei perto o suficiente para ser ouvido. — Está sozinho? — fiz a pergunta mais óbvia e besta que poderia fazer naquele momento, já que, claro, não havia mais ninguém ali. E só então o menino levantou os olhos do livro que lia, encarando-me.

— O que você acha? — Foi a resposta que recebi. Merecida resposta, claro. Não o culpo, mas, mesmo assim, senti meu rosto se fechando em uma cara carrancuda.

— Não precisa ser grosso comigo, só te fiz uma pergunta — respondi em um tom igualmente grosseiro.

O menino, que eu ainda não sabia o nome, fechou ainda mais a cara — se é que isso era possível — e nada disse.

Ficamos nos olhando, aquele clima tenso se instalando no ar frio daquele inverno, nenhum de nós abrindo a boca para falar qualquer merda que fosse. O menino de cabelo loiro claro piscava, entediado, fechando o livro e levantando-se.

— N-não… Fica! Eu não vou te atrapalhar — apressei-me a dizer, balançando as mãos em negação, soando mais desesperado do que queria. Meus olhos provavelmente estavam arregalados por detrás das lentes escuras dos óculos.

— Já atrapalhou, não se preocupe. — Rapidamente, o menino pegou suas coisas e saiu de onde estava sentado, deixando-me parado que nem um pateta no meio do refeitório a céu aberto.

Por que meu maior dom não estava funcionando com o menino quieto da minha aula de História da Arte?


Min Yoongi

Começo de novembro de 2018


Eu amava o inverno.

O vento que cortava meu rosto enquanto andava de bicicleta, a neve branquinha que cobria todo o asfalto com seu manto branco; mas o que eu mais gostava sobre o inverno era a quietude que ele trazia juntamente da neve e ventos gélidos e cortantes. Talvez eu me sentisse a própria estação, fria e calada. Pelo menos era assim que meu único amigo, Kim Namjoon, me descrevia.

Eu amava o inverno, mas, na minha memória, especialmente um inverno se faz presente quase que constantemente. Naquele inverno onde conheci o menino que me tiraria o sono por noites adentro, aquele menino que, desde o primeiro dia, chamou a minha atenção de um jeito extremamente forte e desnecessário.

Bom, o que posso dizer? Eu sou apenas mais um que se encantou por Park Jimin, o dançarino que está na minha aula de História da Arte. É quase impossível achar alguém de todo campus que não queira tirar pelo menos uma lasquinha do menino lindo, de cabelo preto bem escuro e sorriso encantador. Quais eram as chances, de verdade? Eu cursava Artes Plásticas, Jimin cursava Dança e, mesmo assim, o destino tratou de nos colocar na mesma turma da única matéria que tínhamos em comum.

Park Jimin era considerado um dos meninos mais lindos da faculdade de Artes, um dos mais simpáticos também, daqueles garotos sorridentes que conseguiam fazer amizade com tudo e com todos. Park Jimin é um dos populares — porque essas coisas ainda existem.

Ou seja, muito diferente de mim, Min Yoongi.

Portanto, quando reparei no menino — que provavelmente não sabia meu nome — andando em minha direção naquela manhã de novembro, a única reação possível da minha parte foi exatamente isso que você está pensando: fingir que não o vi andando na minha direção.

De cabeça baixa, continuei fingindo ler meu livro, tão convincente que merecia até um Oscar. Com o canto dos olhos, conseguia ver as botas surradas, porém estilosas, pararem bem na minha frente. Segurei a respiração, esperando o próximo passo do menino, mantendo minha face enfiada no livro que fingia ler com toda vontade do mundo. Mal sabia ele que estava me tremendo por dentro.

— Oi — escutei Park Jimin dizer. Inconscientemente apertei mais ainda o livro que tinha em mãos e rezei para que ele não percebesse. — Está sozinho?

Usei toda a força que tinha dentro de mim para não rir debochado de uma pergunta tão óbvia assim. Não tinha mais ninguém no refeitório e ele me pergunta isso? Pelo silêncio que se instalou, Jimin percebeu a merda que disse. Sem ter outra escolha, tirei os olhos do livro e o encarei.

— O que você acha? — respondi, soando rude mesmo sem querer. Quanto mais nervoso ficava, mais grosseiro eu era, mesmo que a intenção estivesse longe de ser essa. O fato era que eu não entendia por que raios Jimin estava falando comigo.

— Não precisa ser grosso comigo, só te fiz uma pergunta — rebateu Jimin, em um tom igualmente ríspido. Não o culpo.

A situação estava cada vez mais estranha, eu sentia meu coração querer saltar pela boca, impedindo-me de falar qualquer coisa com medo de vomitar caso o fizesse. Eu odiava essa situação, odiava falar com as pessoas, principalmente pessoas bonitas e que muito provavelmente caçoam de mim pelas costas.

A única reação possível era sair dali o mais rápido que minhas pequenas pernas conseguissem andar.

— N-não… Fica! Eu não vou te atrapalhar — pediu o menino de touca e óculos escuros, balançando as mãos em negação.

— Já atrapalhou, não se preocupe. — Peguei o que tinha de meu na mesa, taquei de qualquer jeito dentro da mochila e saí em direção à minha sala sem nem olhar para trás.

Por que caralhos Park Jimin veio falar comigo às oito da manhã daquele inverno?


Park Jimin

Final de novembro de 2018


A única coisa boa do final do ano são as festas, as provas da faculdade vão ficando para trás, o tempo livre se faz presente, e, assim, Park Jimin, vulgo eu mesmo, começa a brilhar. Não que eu seja ruim nas matérias da faculdade, ou tenha alguma dificuldade com notas, não mesmo. Eu estudo o básico das partes teóricas, dou tudo de mim na parte prática e consigo passar de ano numa boa. Mas, mesmo assim, a tensão das provas finais sempre nos pega e, assim, precisamos extravasar. Contudo, o fim do ano letivo estava batendo às nossas portas e, graças a Deus, as abri.

O tempo frio que se fazia presente não era nenhum empecilho para eu me arrumar da forma mais atraente possível. Por mais que odiasse o inverno, este me forçando a cobrir-me com camadas e mais camadas de roupas, não iria deitar para ele, não. Essa iria ser a primeira festa depois das provas finais e queria aproveitar cada segundo dessa bagaça.

[...]

As luzes dentro da casa de Jackson estavam fortes, o som alto, tão alto que o medo da polícia chegar e acabar com a algazarra era gigante. Mas, naquele momento, inebriados pelo álcool, não estávamos nem aí.

Eu estava quase tonto, quase. Mais algumas bebidas e saberia que o limite iria ser cruzado, porém ainda conseguia perceber o que acontecia a meu redor. Eu ainda conseguia perceber as mãos que rondavam minha cintura por trás, puxando-me cada vez mais para si. Eu sabia distinguir o perfume forte e amadeirado que saía do homem que rebolava forte atrás de mim, causando um atrito gostoso demais para aquela situação.

As mãos ágeis me viraram, os lábios macios me beijaram. Ele era forte e alto, bem mais alto do que eu. Em meio à bagunça, mal percebi a cor de seus cabelos, mas um piercing em seu nariz não me passou despercebido. Não fazia ideia do nome dele, o que realmente importava era que beijava bem, tinha uma pegada forte e poderia muito me levar para o quarto, eu aceitaria sem pestanejar.

Contudo, logo depois dele, veio outro, mais baixo, loiro dos olhos azuis, ou verdes, quem sabe? Ele me beijava como se nunca tivesse beijado antes, mordia meus lábios e apertava minha bunda. E eu amei cada segundo.

A partir dali perdi as contas, para falar a verdade, e depois de não sei mais quantos lábios e mãos, senti Hoseok — ou seria o Tae? Não sei — me puxando para fora da casa do Jackson e me colocando em um táxi.

Adormeci largado no meu sofá, com um sorriso no rosto.

[...]

A dor de cabeça me deixava quase cego. Meus Deus, como doía! Cocei meus olhos com as palmas das mãos, rezando para todos os santos que levassem a maldita ressaca embora. Eu precisava levantar e ir para a faculdade. Merda, ainda tinha aulas para assistir, alguns trabalhos para entregar. Mas, quem em sã consciência recusaria uma festa na casa do Jackson? Mesmo sabendo que uma festa em pleno domingo não era a decisão mais inteligente de todas, era praticamente impossível recusar.

Cheguei à faculdade a tempo de tomar uma água e escolher um lugar onde não seria tão incomodado; queria só entregar o meu trabalho e ir embora. Os óculos escuros que eu sempre usava por apenas me achar muito bonito, naquele dia me ajudavam a manter o olho aberto.

— Eu juro que nunca mais vou beber — murmurei para mim mesmo, largando-me em cima da carteira e abaixando a cabeça. Eu só queria dormir, aproveitar que a sala estava vazia e tirar um cochilo. Mas, assim que meus olhos começaram a pesar e eu a quase ser levado para o lindo mundo dos sonhos, ouvi a porta se abrir. Lentamente — minha cabeça ainda latejava, mesmo depois de tomar remédio — abri os olhos, tentando focar a visão na pessoa que entrava.

Era ele, o menino sem nome, com uma cara de sono quase pior do que a minha, entrando sem falar nada, a passos quase inaudíveis. Como se fosse proposital, sentou-se do outro lado da sala. Voltei a baixar a cabeça, bufando, incomodado com o fato de ele nem sequer ter olhado para mim. Não deixei mais nenhum pensamento me invadir, estes pensamentos bestas de querer chamar atenção dele, ignorei todos. Não tinha o menor motivo para isso, oras, eu beijei não sei quantas bocas na festa, não preciso me imaginar beijando os lábios fininhos do menino sem nome. Acabei pegando no sono sem que eu percebesse.

[...]

— Min Yoongi? Sua vez de apresentar o trabalho. — Acordei, assustado, ouvindo a voz da Senhora Kim chamar o próximo aluno para se apresentar. Por quanto tempo dormi, meu Deus? Discretamente, limpei a baba que escorria no canto da minha boca, fingindo a maior normalidade da vida. Olhei para frente, só então abrindo o caderno, dando de cara com ele novamente, o menino sem nome.

— Olá a todos, sou Min Yoongi e vou apresentar meu trabalho. — Ele estava completamente sem jeito na frente da sala toda, mal conseguia olhar para os alunos e para a Senhora Kim. Mesmo com a minha vista embaçada, conseguia ver a vermelhidão que tingia suas bochechas.

Min Yoongi. Era esse o nome dele.

Finalmente o rosto que ficou na minha cabeça desde aquele dia no refeitório ganhou um nome.

Passei o resto da aula ignorando a dor insuportável da ressaca, apenas reparando em quão fofo Yoongi era tentando não se embolar nas palavras, em como as mangas compridas de seu moletom cobriam até mesmo os dedos das mãos. Reparei até mesmo nos fios de cabelos desgrenhados, em como eles caíam sobre seus olhos pequeninos. A voz falha de vergonha, os pés que não paravam de se mover, os lábios finos… Ah, os lábios finos! Como um obcecado, reparei em tudo que podia e tomei uma decisão: beijaria Min Yoongi.


Min Yoongi

Final de novembro de 2018


A decisão mais errada de todas foi deixar os trabalhos de faculdade para a última hora, e por mais que eu saiba disso, é sempre o que acaba acontecendo. Então, lá estava eu, tentando o meu máximo para chegar cedo e deixar tudo pronto para a apresentação da aula de História da Arte. Não dormir na noite passada foi outro pior erro, tão grave quanto o primeiro. Porra, já odiava me apresentar e falar na frente das pessoas, sempre tinha a sensação de que todos riam de mim por detrás daquelas caras fechadas de tédio. Aí, para completar o que já estava fodido, eu não durmo, fico com o humor péssimo e dores para tudo quanto é lado.

Respirei fundo, abrindo a porta da sala calmamente, como se eu não estivesse morrendo por dentro — quase literalmente, ‘tá? Entrei devagar, sem nem olhar para os lados, estava cansado demais e só queria terminar tudo logo. Só quando me sentei, silenciosamente, percebi que Jimin já estava na sala, dormindo como se a carteira dura de madeira fosse o travesseiro mais fofo de todos. Segurei o sorriso que teimava em querer sair toda vez que o via. Droga! Esses pensamentos não poderiam existir, eu não poderia de jeito nenhum achar Jimin fofo. Ele não era fofo! Quer dizer… ele era, mas nunca poderia deixar tal frase escapar de mim.

Chacoalhei a cabeça e foquei no texto que tinha em mãos, a maldita apresentação do trabalho. Melhor reler o texto que já sabia de cor do que ficar imaginando situações que nunca iriam acontecer.

[...]

Falar que a apresentação foi uma merda seria mentira. Não foi. Mas a sensação de que todos me acham uma aberração era a única coisa que rondava minha mente enquanto caminhava em direção ao meu armário no final do dia. Contava os minutos para conseguir sair da faculdade o mais rápido possível e me jogar na cama, toda aquela hora de sono perdida tinha que ser recuperada em breve, meu humor ficava pior a cada minuto que eu passava naquele lugar.

Até que sinto uma mão em meu ombro.

— Min Yoongi? — questionou a voz suave atrás de mim, os dedos fazendo uma leve pressão em meu ombro. Não precisava me virar para saber que era Park Jimin.

— Oi — respondi, seco. Eu só queria dormir e não falar com o menino mais lindo de todo campus. Os cabelos sedosos e pretos por debaixo da touca bordô me deixavam quase sem ar.

— Er… Eu… gostei da apresentação — falou Jimin, tirando a mão que antes estava no meu ombro e levando até a alça da mochila. — Foi… bem legal.

— Você dormiu quase a apresentação inteira — rebati, finalmente virando-me para ele, encarando aqueles olhos lindos. Mordi meu lábio inferior, segurando um suspiro que queria sair por ali.

— O quê? Eu… Não, claro que não! — exclamou o menino, dando alguns passos para trás. — Eu estava acordado, por incrível que pareça. — Essa última parte saiu quase como um sussurro, provavelmente ele não queria ter falado aquilo, mas o ouvi muito bem.

— Passou a noite acordado, foi?

— Ressaca — respondeu, dando de ombros, como se aquilo fosse a coisa mais comum de todas. Talvez para Park Jimin fosse mesmo.

— Festa em um domingo, Park? — zombei de sua cara, começando a andar e levando um susto quando percebi Jimin ao meu lado. Não esperava que o menino seguisse meus passos.

— Pois é, eu não consigo resistir a uma festa. — E lá estava novamente, o sorriso de Jimin que iluminava mais do que o sol. Assim que tive tal pensamento, fechei a cara e desviei o olhar.

— Era do Jackson? — perguntei, olhando para o chão, encarar o menino do meu lado fazia com que algumas borboletas se agitassem em meu estômago.

— Sim, era! Essa são as melhores, né? — Sorriu novamente, olhando para mim de soslaio. — Você já foi em alguma?

— Não, eu não sou muito de ir em festas. — Não teria como mentir, eu nunca iria para festas. Eu era o típico nerd que preferia muito mais ficar em casa jogando — ou lendo — do que sair para beber e ficar bem louco.

— Imaginei, você não tem cara mesmo de quem vai para festas. — Riu, soltando o ar pelo nariz e me olhando de novo.

E esse era o momento que eu mais temia, o momento que sabia que iria chegar uma hora ou outra. Eu estava prontíssimo para ter meu coração partido por uma zoação que o meu crush impossível estava prestes a fazer. Bem, pelo menos era o que esperava que acontecesse, quando no segundo seguinte, ouço a voz de Jimin falar:

— E isso vai deixar meu plano muito mais difícil.

Plano? Que plano?

— Não entendi — falei, parando de andar e encarando Jimin. A confusão estava estampada na minha cara, porque Jimin só conseguia rir.

— Meu plano de ficar com você.

— O quê? — Senti meu coração parar, pular, chacoalhar, tudo ao mesmo tempo. Meus olhos estavam fora de órbita e eu jurava que iria desmaiar.

— Eu quero ficar com você.

Eu tentava achar algum sinal em seu belo rosto de que aquilo era mais uma brincadeira, de que iria sair alguém por detrás das árvores gritando que era uma pegadinha... mas nada disso aconteceu.

— Você só pode estar brincando, né? — Minhas mãos tremiam e não conseguia colocar em palavras tudo o que acontecia dentro de mim.

— Claro que não, eu estou falando a verdade — afirmou Jimin, movendo suas mãos agilmente até as minhas, segurando-as. — Então… você quer ficar comigo? — perguntou novamente, a voz caindo uma oitava e soando ainda mais fofa. Os olhinhos esperançosos, as mãos macias apertando as minhas — que estavam geladas para caramba —, o lábio em um fino sorriso. — Por favor, Yoongi, diz que sim!

O ar era escasso, as palavras não conseguiam achar o caminho para sair de meu cérebro, estava praticamente congelado. Eu só conseguia olhar com cara de pateta para Jimin e, em meio ao turbilhão de sentimentos, dizer:

— S-sim.

O sim mais seco e gago que eu já disse em toda a minha vida, mas o sorriso que Jimin abriu valeu a pena cada medo dentro de mim.


Min Yoongi

Dezembro de 2018


Duas longas semanas se passaram desde que Jimin simplesmente chegou em mim e disse “quero ficar com você”. Duas semanas desde que pensei que tinha morrido e voltado para a Terra em uma fração de segundos. Como que alguém pode ter a confiança de chegar na pessoa que está afim e, literalmente, do nada falar o que sente? Só Park Jimin para fazer isso, não é possível. Mas o que ainda martelava na minha cabeça era que, sim, Jimin queria me beijar. Minhas pernas ficavam bambas só de pensar em tal coisa.

Era uma sexta-feira, começo de dezembro, e estava indo me encontrar com o menino que fazia meu coração palpitar diferente em uma cafeteria no centro da cidade. Eu nunca pensei que ficaria tão nervoso assim, nem mesmo apresentar trabalhos na frente das pessoas me deixava desse jeito, mas o poder que o moreno tinha sobre mim era gigante. Eu andava a passos lentos, tentando respirar o mais devagar que conseguia, tentava a todo custo diminuir as batidas rápidas do meu coração. Virei a esquina onde ficava o local marcado por nós dois, e lá estava ele, lindo, vestindo uma camiseta simples e uma jaqueta grossa jeans, uma calça preta, colada ao corpo, e um all star para fechar o look.

Park Jimin era de perder o fôlego.

— Oi, Yoongi — cumprimentou, abraçando-me assim que cheguei perto. E eu estava na fé de que ele iria me cumprimentar, sei lá, com um aperto de mão. Fiquei imóvel com a atitude do outro, que percebeu o que fez, rindo sem graça. — De-desculpe… Eu não…

— Tudo bem, eu… — desconversei toda a minha timidez, tentando abrir um sorriso que não saísse forçado. Eu nunca pensei, também, que veria Park Jimin gaguejar. Ele era lindo até assim. — Vamos entrar? — completei, esforçando-me para não deixar o clima tenso entre nós.

Pedimos nossos cafés e escolhemos um lugar para sentar, um pouco mais afastado de onde as pessoas estavam. O local era aconchegante, era a mistura perfeita de uma livraria e um café, meu lugar ideal para um primeiro encontro. E por mais difícil que pareça, a ideia de marcar aqui foi dele. Eu olhava ao redor, os dedos mexendo incessantemente, nervosos.

— Então, o que pretende fazer quando terminar a faculdade? — perguntou Jimin, certamente percebendo como eu estava sem jeito. Não me culpe, é meu primeiro encontro, poxa.

— Eu quero trabalhar com crianças — respondi rapidamente, percebendo todo o esforço que Jimin fazia para manter conversa. Meu Deus, isso não daria certo de jeito nenhum.

— Que lindo! Você quer ser professor? — A curiosidade era explícita em seus olhos, o que me deixava ainda mais encantado e, de alguma forma muito bizarra, mais calmo.

— Sim, quero terminar a faculdade e depois fazer um mestrado para conseguir dar aulas. Eu adoro crianças.

— Sério? — Por que Jimin parecia surpreso? — Eu nunca diria que você gosta de crianças, Min Yoongi.

— Por quê? Deveria me sentir ofendido com isso?

— Sei lá, eu não consigo imaginar você interagindo com aqueles pirralhos remelentos. — E é nesse momento que dou uma risada alta, tão alta que as pessoas que estavam mais próximas a nós nos olham com caras feias.

— Meu Deus, não fale assim, Jiminnie! — Deixo escapar o apelido que eu só usava na minha mente. — As crianças que eu conheço são uns amores!

Sem que eu percebesse, a garçonete chega com nossos pedidos, colocando-os na nossa mesa. Sinto meu coração se acalmar com a naturalidade da conversa. Jimin é muito mais tranquilo e de boa do que eu imaginava. Beberiquei um pouco do meu café preto forte, enquanto Jimin pegava um canudo de alumínio para tomar seu frappuccino.

— Eu só conheço criança remelenta, hyung.

— O que disse?

— Crianças remelentas, oras.

— Não, depois disso.

— Hyung? — perguntou, confuso. — Você é mais velho do que eu, não é? — Confirmei com a cabeça, e ele continuou a falar: — Nada mais justo do que eu te chamar assim. — Por algum motivo do mal, Jimin sabia que aquilo tinha mexido comigo, de alguma forma, ele sabia que tinha me causado borboletas no estômago.

— Claro, pode me chamar de hyung — comentei, tomando mais um gole do meu café. — Eu só não esperava.

— Eu adoro surpreender, hyung. — E com isso, ele deu uma mordida no canudo, voltando a tomar o líquido em seu copo.

Aquilo não deveria ser tão sexy, mas foi.

Park Jimin era um cavalheiro, ah, ele era. Resolveu que queria me levar para casa depois de sairmos do café.

— Nada mais justo do que eu te acompanhar até em casa, Yoongi hyung — foi o que ele disse enquanto segurava a porta da cafeteria para mim. Olhei-o, ressabiado.

— Se está tentando me seduzir, não precisa fazer nada disso — falei, enquanto fechava meu casaco, o frio de dezembro nos agraciando assim que pisamos do lado de fora.

— Eu sei que já te seduzi muito antes, hyung — afirmou Jimin, puxando minha mão para si, entrelaçando nossos dedos. — Não precisa mentir para mim.

Fechei a cara. Como ele pode ter tanta certeza assim? Não gosto de como ele se sente superior, aquele sorriso presunçoso em seus lábios. Soltei minha mão da dele, voltando a colocá-las no bolso do casaco.

— O que foi? — perguntou o outro, dessa vez parando de andar, forçando-me a fazer o mesmo.

— Nada… Eu… não… — Por que eu não conseguia dizer o que eu sentia? Não era tão difícil assim, era?

— Olha, foi uma brincadeira, ‘tá? Eu só estava tirando um sarro da sua cara — esclareceu a situação, pegando minhas mãos novamente e colocando entre as dele. Só aí percebi como elas eram bem menores do que as minhas.

— Eu sei… Me desculpe, eu não sou muito bom nisso. — Abaixei a cabeça, querendo abrir um buraco na terra e sumir.

— Não precisa se desculpar, hyung. Eu sei — disse Jimin, levando uma de suas mãos até minha cintura, puxando-me para mais perto. — Você é tão diferente de qualquer pessoa que já me interessei.

— Isso é ruim, não é? — questionei, arrependendo-me logo em seguida. Não queria saber a resposta.

— Não, claro que não — exclamou afoito. — É um diferente bom. — Jimin estava perto, muito perto. Eu conseguia sentir o ar quente saindo de seus lábios carnudos.

— ‘Tá… Eu…

— Yoongi, eu vou te beijar.

Antes mesmo de conseguir processar o que estava acontecendo, senti seus lábios sobre os meus. Suas mãos desceram para a minha cintura, puxando-a levemente enquanto sua língua invadia minha boca. Passei meus braços por seu pescoço, num impulso, acompanhando o ritmo rápido que Jimin impunha no beijo. Não era afoito, mas também não era calmo. As nossas línguas faziam uma dança única, o gosto de café dando o toque especial para o beijo.

Eu estava beijando Park Jimin, no meio da rua, onde todos poderiam ver. Nem nos meus sonhos mais malucos pensei que isso poderia acontecer.


Park Jimin

Dezembro de 2018


Uau, Min Yoongi beijava muito bem.

Não me importava nem um pouco de estar metendo a minha língua na boca dele no meio da rua, era meio que comum para mim. Mas, assim que apertei sua cintura com um pouco mais de força, Yoongi se distanciou, não muito, mas o suficiente para quebrar o beijo.

Os lábios finos do hyung estavam vermelhos e brilhosos, por conta do que tínhamos acabado de fazer. Eu tinha que me segurar para não avançar sobre ele novamente.

— Acho melhor… a gente parar — gaguejou, desconcertado. Yoongi olhava para os lados, como se estivesse muito preocupado por estar fazendo isso no meio da rua. Fofo.

— Só porque estamos no meio da rua ou por não ter gostado do beijo? — provoquei o outro, dando uma piscadela.

— Claro que eu gostei, é só que…

— Então não tem motivos para pararmos, não acha? — perguntei, ainda soando provocativo. Mordi meus lábios e me aproximei dele um pouco mais.

— Jimin, é sério! — exclamou Yoongi, tirando minha mão de si e dando alguns passos para trás. Em seus lábios habitava um leve sorriso, e só de saber que ele se sentia menos nervoso já estava de bom tamanho.

— Então diz que gostou do beijo — falei, puxando Yoongi pela mão, voltando a caminhar em direção à casa do mais velho.

— Você sabe que eu gostei. — O sofrimento era visível em suas feições, a coloração vermelha em suas bochechas com certeza não era por conta do frio. Yoongi estava morrendo de vergonha, e isso era adorável.

— Então me diz, por favorzinho. — Fiz o bico mais fofo que pude, puxando os dedos pequenos dele como se eu fosse uma criança pedindo mais um pedaço de bolo. E como eu queria mais um pedaço daquele bolo.

— ‘Tá, ‘tá — esbravejou Yoongi. Ele tentava soar bravo, mas o sorriso bobo não saía de seus lábios. — Eu gostei.

— Gostou do quê? — perguntei, fingindo completa e total demência.

— Gostei de te beijar — confessou baixinho, finalmente virando a cabeça para o lado e me olhando nos olhos. Eu adorava quando ele me olhava assim.

— Fico feliz em saber que alcancei as expectativas.

— Eu diria que você ultrapassou as expectativas, Jiminie.

E, surpreendendo a tudo e a todos, Min Yoongi me roubou um beijo sem se importar com quem estivesse por perto.

Como prometido, levei Yoongi até a porta de casa, na expectativa de que ele me convidasse para subir. Ainda era cedo, poderíamos passar mais algum tempo juntos.

— Hoje foi ótimo. — Com as mãos no bolso, Yoongi começou a falar, incerto. — Espero que possamos sair mais vezes.

— Claro, claro que podemos. Hoje foi realmente muito bom, eu adorei conversar e conhecer mais sobre você.

— Sério? — perguntou como se não acreditasse no que eu lhe falava.

— Sério, você é uma pessoa incrível — falei, soando o mais sincero que pude.

Min Yoongi era realmente uma pessoa incrível, consegui perceber isso apenas pelo pouco que conversamos hoje.

— Obrigado — disse, soando completamente envergonhado. — Você também é muito mais legal do que eu imaginei.

— Tenho até medo de perguntar como me imaginou — zombei, percebendo que, provavelmente, nosso encontro acabaria ali mesmo.

— Melhor eu ficar quieto, então. — Ele riu, pegando a chave da porta e destrancando-a.

“Por favor, me chama para subir”, era o mantra que eu fazia.

— Bom… Te vejo depois — findou a conversa ali, quebrando todas as esperanças que eu tinha.

— Até mais. — Tentei o máximo não deixar transparecer a decepção de não conseguir continuar nosso encontro. Sorri forçado, virando-me para começar a caminhar e seguir para minha casa, mas senti as mãos de Yoongi no meu braço, puxando-me para mais um beijo. Os lábios finos colaram no meu, dando uma leve mordidinha para que eles se abrissem e dessem passagem.

— Boa noite, Jiminie.

— Boa noite, hyung.

E a festa que eu tinha marcado para mais tarde não teve um pingo de graça. Eu só conseguia pensar em Min Yoongi e seus lábios com gosto de café.


Min Yoongi

Janeiro de 2019


Fazia quase um mês.

Um mês que me encontrava com Park Jimin quase todo final de semana, quase um mês que nos beijávamos quase todo fim de encontro. Quase um mês que a gente passeava livremente pela rua de mãos dadas, como se fosse algo tão normal quanto o cair da neve todo inverno.

Descobri que o menino lindo da minha sala de História da Arte é muito mais do que eu pensava que ele era. Muito mais divertido, muito mais sincero, com muitos mais sentimentos.

A fama de pegador e festeiro era, sim, verdade. Jimin nunca tentou esconder isso de mim, e eu nem queria. A sinceridade era o que eu mais prezava no que estávamos tendo. Então, quando Jimin chegou em um dos nossos encontros naquela tarde de janeiro, sabia que ele estava sendo o mais sincero possível.

— Quando eu vou para as festas — falou, pegando a latinha de refrigerante e acertando no lixo mais próximo sem nenhum esforço —, eu não consigo mais ficar com ninguém.

— É? — perguntei, tentando soar desinteressado, como se aquela informação não fosse algo que eu esperava escutar de Jimin. Meu coração batia mais rápido do que queria admitir para mim.

— Sim, eu… não consigo mais… Não sei explicar.

Nunca pensei que veria Park Jimin se embolar nas palavras e ficar envergonhado, olhar para o chão sem jeito enquanto me falava coisas que nunca pensei em ouvir.

— Acho que talvez você deva ir ao médico, não deve estar passando bem — zombei, tentando quebrar o clima tenso que se instalava. Os papéis se inverteram e nem percebi.

— Vai à merda, Min Yoongi. — Ele riu, as bochechas ainda queimando de vergonha. — Eu sei muito bem o porquê de não conseguir mais achar graça nas festas.

— Ah, sabe?

— Sei.

— Não vai me contar? — perguntei curioso. Meu coração não acreditaria em nada que minha mente criasse, já sofri demais imaginando coisas que nunca aconteceriam. Eu teria que ouvir isso do próprio menino de cabelos escuros.

[...]

O relógio marcava quase 1h da manhã.

Jimin estava deitado entre as minhas pernas e eu afagava os fios escuros de seu cabelo. Tínhamos acabado de jantar fora em um restaurante muito gostoso. A noite foi tranquila, conversamos sobre as amenidades do dia, se estávamos prontos para voltar das férias ou não, como nossos amigos estavam e todas essas coisas. Tudo corria bem, até que Jimin se convidou para subir e ficar mais um pouco, alegando que não queria me deixar ainda, queria me abraçar um pouco mais.

Espero que entendam que, por mais que eu já tivesse tido um caso ou dois quando era mais novo, toda essa situação me assustava, estar com alguém me deixava tenso. Meu coração já foi quebrado em alguns pedaços, era difícil acreditar que Park Jimin não faria o mesmo. Mas, mesmo com meu coração palpitando em receio, deixei com que subisse.

Minha cama era grande o suficiente para caber nós dois, mas Jimin não queria saber de espaço, já que, no momento em que nos deitamos, ele grudou em mim como um coala. Eu mexia em seus fios escuros enquanto o menino mexia em seu celular. Um filme bobo qualquer passava na pequena TV que tinha em meu quarto, mas minha atenção era toda do menino nos meus braços. Jimin estava me fazendo mais feliz do que eu esperava, e essa surpresa era muito bem-vinda.

Alguns minutos mais tarde, Jimin largou o celular ao lado dele, na cama, subindo seu corpo até alcançar meus lábios e, sem dizer uma palavra sequer, me beijou. Eu acompanhava o ritmo que ele esboçou, deixando minha língua brincar livremente por sua boca. O beijo foi aumentando, esquentando, crescendo, e quando percebi, estávamos afoitos e querendo mais.

As roupas foram parar no chão, junto com meus medos e receios. Naquela noite, eu queria ser de Park Jimin, queria que ele me tomasse de todas as formas e jeitos, com direito a beijos espalhados por todo nosso corpo, gemidos sôfregos e quentes, bocas incansáveis e movimentos ágeis.

Naquela noite, eu fui dele, ele foi meu e nós dois nos tornamos um.


Park Jimin

14 de fevereiro de 2019


Eu tive uma ideia.

É uma ideia que já vem rondando minha mente faz um tempo, desde que percebi que sair para festas e pegar pelo menos três por noite não me satisfazia mais. Desde que percebi que Min Yoongi tomou conta dos meus pensamentos noite e dia. É aquela ideia, aquela ideia maluca que se fazia presente a cada vez que eu o via sorrir, principalmente quando o alvo do sorriso era eu. Aquele sorriso que mostrava toda sua gengiva e dentinhos, deixando os olhinhos bem fechados.

Eu o amava. E essa ideia era a mais absurda e óbvia de todas.

Eu amava Yoongi. E iria colocar essa ideia em prática.

Eu iria pedir Yoongi em namoro.

[...]

E chegamos ao dia de hoje, quatorze de fevereiro, mais conhecido como Dia dos Namorados. Eu nunca fui um fã assíduo de clichês, nunca. Os filmes de finais felizes nunca foram meus preferidos, aquelas cenas de romance onde a mocinha derruba os livros e o mocinho vai ajudá-la e acaba se apaixonando. Eu nunca gostei de nada disso, mas foi só Yoongi aparecer na minha vida que, de repente, passei a gostar de alguns clichês. Como por exemplo, comprar uma aliança e pedir o menino que eu estava apaixonado em namoro em pleno dia dos namorados.

O dia está frio, porém ensolarado. O vento gelado me faz arrepiar enquanto espero pacientemente por Yoongi no parque que marcamos de nos encontrar. Yoongi nunca se atrasa, mas hoje ele resolveu não me mandar mensagem explicando os cinco minutos de atraso. ‘Tá, talvez eu esteja ansioso e olhando no relógio a cada segundo e isso não ajuda, eu sei, mas meu coração está batendo mais rápido do que já batera algum dia.

Até que eu o vejo vindo em minha direção, entrando no parque com um lindo sorriso no rosto. Coloco a mão dentro do bolso do casaco para me certificar de que a caixinha com a aliança está ali, pronta para ser entregue, soltando o ar que nem sabia que prendia em meus pulmões, aliviado.

— Demorei? — diz ele, abraçando-me e depositando um selinho em meus lábios. — Desculpe mesmo o atraso, acabei me atrapalhando com o trabalho da faculdade. — E esse era meu Yoongi, sempre preocupado demais com os estudos.

— Não, não demorou muito, não — respondo, sorrindo e puxando Yoongi pela mão para se sentar no banco perto de onde estávamos.

— Você está estranho… Aconteceu alguma coisa? — questiona ele, olhando-me desconfiado como se soubesse tudo o que está se passando dentro de mim. Será que estava tão na cara o meu desespero?

— Não… Não aconteceu nada… Eu só… — Respiro fundo e olho para Yoongi, tentando achar as palavras certas para esse momento. Eu nunca fui bom com palavras e isso é uma merda, porque eu realmente preciso delas agora.

— Hey, Jiminie, o que houve? — Só então percebo que uma lágrima escorre por minha bochecha, até o cantinho de minha boca.

— Não é… Eu só…

— Você está me assustando! — exclama Yoongi, seus olhos me mostrando como ele estava realmente preocupado com o modo como eu estava agindo. Meu Deus, eu preciso falar, não quero deixá-lo preocupado. — Você sabe que pode me falar qualquer coisa, não é? Sabe que pode contar comigo, não sabe?

E, assim como num conto de fadas, deixei meu coração falar verdadeiramente pela primeira vez.

— Min Yoongi, é o seguinte... — começo a falar. — Faz um tempo que eu percebi umas coisas, coisas que eu nem sabia que podia sentir. Eu sinto, hyung. Eu sinto todas elas. — Pela cara de desentendimento do outro, eu não estava fazendo sentido algum.

— Jimin, vai direto ao ponto, pelo amor de cristinho.

— Eu te amo. Min Yoongi, eu te amo. — Seguro as duas mãos geladas do menino, trazendo-o para mais perto de mim. Enquanto eu falo, olho bem para os olhos mais lindos que já vi na vida. — Eu te amo e quero saber se… Min Yoongi, você aceita ser meu namorado?

Os lábios macios do menino acastanhado se abrem em puro choque, os olhos se esbugalham como duas bolinhas de gude e, por um minuto, ele não fala nada. Meu coração bate ainda mais rápido, o medo de ter feito a maior burrada da minha vida me consumindo.

— Min Yoongi, por…

— Jimin, eu… — começa ele, mas logo para e olha ao redor, perdido em pensamentos.

— Hyung, por favor, diz que sim, por favor. — Num ato de puro desespero, eu peço, por favor, para que diga sim. Estou me humilhando? Talvez. Mas eu nunca quis tanto ouvir um sim em minha vida.

E a resposta de Yoongi vem depois de mais um tempo em silêncio, de uma forma inesperada.

Ele corre.


Min Yoongi

14 de fevereiro de 2019


Eu corro.

Corro como nunca corri antes.

O vento praticamente corta a minha pele de tão rápido que minhas pernas me levam. A dor no meu peito é grande, a vontade de chorar é maior ainda. As lágrimas começam a querer escorrer e eu teimo em segurá-las. Não quero chorar, não aqui e não agora.

As árvores do parque passam como um borrão por mim, eu nem mesmo faço ideia de aonde estou indo, só sei que eu corro sem nem olhar para trás.

Por que Jimin tinha que estragar tudo? Por quê?

Eu paro perto da saída do parque, o ar me falta nos pulmões, as pernas tremem e eu choro. Tudo aquilo que eu segurei dentro de mim sai em forma de lágrimas e suspiros. Estou cansado, minhas pernas e braços doem, mas meu coração dói muito mais do que o resto.

Até que eu ouço sua voz ao longe.

— Min Yoongi… Espera! — Ele corre tanto quanto eu, segurando meus braços assim que tem a chance. — O que eu fiz, me diz, o que eu fiz de errado?

Eu nunca vi Jimin tão acabado quanto hoje, eu nunca vi seus olhos tão tristes, a expressão beirando o desespero.

— Me diz, por favor. Eu juro que nunca mais te procuro, mas só me fala — suplica ele, implora com o olhar. Mas a culpa não é dele, é minha.

— Vo-você… não fez nada… Não… — falo em meio as lágrimas, tentando achar o ar que me falta.

— Então… então o que… — Os nós dos dedos de Jimin estão brancos de tão forte que ele me segura, como se não quisesse me perder.

Como explicar para o amor da sua vida que você não se acha suficiente para ele sem parecer um idiota?

— Eu te amo. — Foi o que consegui dizer em meio a dor. — Eu te amo tanto, mas… não sei se…

— Não me venha com essa, Min Yoongi — brada como se mais ninguém no parque pudesse nos ouvir. — Não existe “mas” depois de um “eu te amo”.

— Mas eu te amo — declaro, olhando-o nos olhos, postando as minhas mãos em cima das dele. — Mas eu não acho que daria certo sermos namorados.

— Por quê? — suplica.

— Porque eu não sou bom o suficiente para você. — Tiro forças do além para falar tudo o que está entalado em meu coração. — Eu não sou bom, Jiminie. Você é lindo e popular, tem o sorriso mais encantador do mundo, você sabe disso? Todos ao seu redor amam você, todos ao seu redor querem você. — Respiro fundo, tomando fôlego. — Com quantas pessoas mesmo você ficava por noite? Muitas! Você consegue qualquer um, por que vai me querer? — Eu o encaro nos olhos, bem no fundo deles, e percebo como Jimin está atônito. — Eu, que sou tão sem graça, não tenho nada de belo nem de especial...

— Yoongi…

— Não precisa… não precisa dizer nada. — Parece que um peso sai de meus ombros quando termino de falar tudo o que sempre achei de mim. — A gente pode fingir que nada…

Sou cortado com um beijo em meus lábios, calmo, porém com muitos sentimentos, sentimentos que nunca foram falados em voz alta e agora são jogados ao vento para que eu os pegasse.

Dor, tristeza, amor, sinceridade. Era belo e horrendo, triste e feliz, porém necessário.

— Min Yoongi, pelo amor de Deus, eu nunca ouvi tanta besteira saindo de um ser tão lindo — fala Jimin assim que para de me beijar. Seus olhos estão marejados, mas um sorriso leve brinca em seus lábios. Suas mãos passam a acariciar minhas bochechas com tanta ternura. — Eu não acredito que é assim que você se vê de verdade. Você é uma das pessoas mais incríveis que eu já conheci, me fez ficar apaixonado por você em um encontro, sabe o que é isso?

— Você é apaixonado por mim desde o primeiro encontro? — pergunto, pousando mais uma vez as mãos em cima das dele, forçando-as para baixo juntamente com as minhas.

Estamos, novamente, parados no meio do parque, com pessoas ao redor que veem essa cena sem entender o que acontece. Mas, dessa vez, eu não ligo.

— Sim, Yoongi, sim! Provavelmente eu sou apaixonado por você desde a primeira vez que te vi, no refeitório da faculdade. — Agora ele sorri. Talvez falar os sentimentos em voz alta é a melhor coisa a se fazer. — E eu nunca vou deixar que você se menospreze assim, nunca. Você é incrível, um artista nato, lindo, fofo, sexy, com um sorriso que deixa qualquer um caidinho de amores. Ser tímido não é um defeito.

— Jimin, eu não…

— Hyung, eu não vou parar de falar até você enxergar como é incrível. Você é incrível e eu te amo. — Ele me beija com todo o amor do mundo. E, dessa vez, eu sinto esse amor se emaranhando em meu corpo, chegando até meu coração acelerado.

— Eu também te amo tanto — confesso em seus lábios, segredando o sentimento mais lindo que já senti por alguém.

— Então, Min Yoongi — começa Jimin, separando minimamente nossos lábios famintos. — Você quer ser meu namorado?

E, dessa vez, é meu coração quem responde.

— Sim, eu quero ser seu namorado.


E depois de quebrar as barreiras do coração do menino mais lindo e quieto de sua sala, Park Jimin estava disposto a descobrir todos os clichês com Min Yoongi ao seu lado.


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Notas finais: Obrigada de coração a todo mundo que tirou um tempinho para ler essa bebê! Espero mesmo que tenham gostado :3
Até a próxima!
Mari.

10 Kasım 2021 21:36 0 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
1
Son

Yazarla tanışın

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