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Sentimentos são confusos, nós mesmos somos confusos e a própria vida nos prega muitas situações desfavoráveis. Muitos adultos dizem que jovens são confusos e não conseguem tomar conta de suas próprias vidas. Mas dizem isso sem nem mesmo entender a situação de seus próprios filhos. Yoongi era um jovem que se encontrava confuso em meio a vida. Mas alguém apareceria para mudar tudo e revirar toda sua cabeça de universitário. Ou melhor: o vocalista de uma banda que precisava de um guitarrista urgentemente e estava disposto a ensinar Yoongi a tocar…


Hayran Kurgu Gruplar/Şarkıcılar Sadece 18 yaş üstü için.

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Capítulo Único

Escrito por: girl_daegu


Notas iniciais: Opa! Olha quem tá aqui de novo :)

Essa fic é um pouco diferente das outras que já escrevi, mas espero que vocês gostem!

Boa leitura e nos vemos nas notas finais ;)


~~

— Quem some, sempre aparece. Yoongi! — Assim que entrei no local, pude ouvir a voz de Dongyul, um senhor de meia-idade, dono de um karaokê. Um senhor gentil que sempre andava com uma boina na cabeça e um sorriso no rosto.

Minha presença sempre era marcada nas quartas e aquele bar quase deixava de ser um bar karaokê para tornar-se um bar de shows, somente por minha causa. Não me considerava famoso ao ponto de achar que muitas pessoas esperavam por mim, para ouvir minha arte, mas eu me sentia bem em saber que pelo menos meia dúzia de pessoas gostavam da minha música.

— Boa noite — disse ao microfone assim que me coloquei em frente ao pedestal, enquanto ajeitava o violão em meu corpo. — Alguém tem algum pedido especial? — Silêncio. — Então começaremos com… Wonderwall do Oasis.

Os acordes eram simples, a música toda era composta somente por quatro destes no violão, então eu poderia focar em cantar o inglês de forma correta.

Today is gonna be the day, that they’re gonna throw it back to you... — Minha voz não era lá das melhores, mas como o violão sozinho não seguraria o público, eu tinha que me virar de alguma forma.

O bar sempre tinha um movimento bem pequeno nas quartas, mas ainda assim, sempre tinham alguns homens com gravatas afrouxadas em seus pescoços, em busca de alguma paz no fim do dia, ou grupos de amigos que só queriam alguma calma curtição no fim da noite.

Mas naquele dia havia algo estranho, em específico, um cliente estranho que nunca havia visto... que tinha um olhar penetrante, que mais parecia que se banhava na música a cada segundo. Parecia gostar, pois estava com uma camiseta do The Rolling Stones sob uma jaqueta preta.

Mas aquilo não era importante...

You’re gonna be the one that saves me...

[...]

— Cara, se você quiser, eu te levo em casa. Quando eu chegar, ajudo meu pai com a limpeza... — Yunho disse, enquanto largava o esfregão e limpava suas mãos com um pano que estava em cima do balcão.

— Não precisa. Além de te atrasar, posso acabar me acostumando com toda essa mordomia. — Soltei uma risada, abrindo a porta para fora do estabelecimento. — A gente se vê amanhã na facul’. — E saí do local, fechando a porta antes que o mesmo insistisse.

— Hey! — Fui surpreendido por um garoto, o ruivo de mais cedo.

— Hum?

— Topa fazer parte de uma banda?

Mais um louco, eu diria. Quem ficaria esperando alguém do lado de fora de um bar até o mesmo fechar e, em seguida, o chamar para uma banda? Um louco.

— Bem... eu preciso ir embora... — Comecei a andar em direção a minha casa, tentando ter o mínimo contato com o ruivo.

— Espere! — Ele se colocou à minha frente, com as pequenas mãos posteriores ao corpo, sorrindo. — Você toca há quanto tempo?

— Quê?

— Você domina muito bem o violão. — Abriu um sorriso gentil que fizeram seus olhos sumirem, tornando-se pequenas linhas. — Prazer. Meu nome é Park Jimin! — Estendeu sua mão, fazendo-me apertá-la com suspeita.

O sorriso contrastava muito bem com suas vestimentas, a calça de couro preta apertada marcava todo lugar por onde passava, a camiseta branca do The Rolling Stones, o coturno um pouco alto e o cabelo completamente pintado de ruivo. Não podia esquecer as tatuagens que estavam escondidas por debaixo da roupa, mas que, ainda assim, apareciam um pouco.

— Bem, muito obrigado. Agora eu preciso ir. — Afastei-me, mas o garoto infelizmente continuou a insistir. — O que foi?

— Você nem vai pensar na minha proposta? — Esbanjou um pouco daquele beicinho com seus lábios fartos. — Pelo menos pesquise sobre a banda que participo na internet. — Pegou seu celular, mostrando-me uma página no Twitter chamada “feeling”. — Dá uma chance ‘pra gente. Te garanto que vai ser mais divertido tocar em um palco com pessoas gritando do que em um barzinho como esse. — Olhou-me esperançoso, mordendo seu lábio inferior, ansioso.

— E por que eu deveria aceitar? — perguntei, e o garoto pareceu pensar por um bom tempo, logo colocou o celular em seu bolso, agora sério.

— Porque eu senti a sua paixão quando estava naquele palco e sei que somente essa sua vida medíocre não dá conta dela. — Um silêncio pairou sobre o local e minha garganta deu um nó em questão de segundo, como se eu pressentisse que ele pudesse sentir o que estava em meu peito. Notando isso, o outro agora tinha voltado com o belo sorriso e continuou. — E também porque eu vou te mostrar que vale a pena. — Acenou com a cabeça, indicando que iria embora. — Te vejo amanhã, futuro guitarrista.

Guitarrista?

[...]

— Yoongi? — Fui surpreendido quando vi minha mãe no corredor, coçando os olhos, sonolenta. — Por que você está tomando banho às 1 da manhã? Não tomou um antes do jantar? Já devia estar no sétimo sono. — Naquele momento, o meu corpo ficou estático.

Minha mãe não sabia que eu saía nas quartas, e nunca poderia saber.

— Tive um pesadelo terrível e tomei uma ducha para esfriar a cabeça — disse, no último pingo de voz que tinha.

— Coitado do meu Gigi. — Deu um sorriso meigo, que relaxou todos os meus músculos. Ela se aproximou, deixando um cafuné em meus ombros. — Agora se deite novamente e durma, não fique no celular antes de dormir.

— Claro, mãe. — Retribui o sorriso.

Não haviam se passado nem mesmo cinco minutos e já estava deitado sob as cobertas, verificando as redes sociais. Não havia nada, como sempre. Mas havia um user que rondava minha cabeça a noite toda: feeling.

E sem mesmo perceber, eu já estava em seu perfil, vendo suas informações. Não era uma banda muito famosa, eles tinham algumas músicas próprias, mas viviam mais de covers de músicas norte-americanas. Na Coreia em si, nunca deram ou davam muita atenção ao estilo, acabando por essas bandas de covers não terem muito reconhecimento e sucesso, infelizmente.

Havia quatro membros: Seokjin, o baterista; Hoseok, o baixista; Taehyung, o tecladista; e Jimin, o vocalista, o garoto que havia encontrado mais cedo. Por incrível que pareça, aquela banda não tinha um guitarrista... O garoto ruivo estava à procura de um? Mas por que eu? Um desconhecido que nunca havia colocado a mão em uma guitarra, somente em um violão.

Enfim, nem sabia o porquê de estar vendo aquilo na internet em plena madrugada. Com coisa que eu me importasse com aquela banda!

[...]

— Ontem, um garoto estranho estava te procurando no bar. Disse que não tinha como você fugir dele — Yunho contou, enquanto voltávamos da faculdade em uma sexta. Estávamos exaustos e não estávamos muito a fim de conversar, mas aquele assunto, de alguma forma, tinha atiçado meus nervos.

— Como assim?!

— Ele disse coisas sem sentido, sobre banda e tocar guitarra. — Deu de ombros. — E depois me pediu ‘pra te entregar esse número de telefone. — Virou em minha direção com o papel contendo o número. — É seu peguete?

— O quê? Eu sou hétero, porra!

— Calma, cara! — Riu, continuando a andar em direção ao bar. — Vamos fazer o seguinte: falamos para sua mãe que não conseguimos terminar o trabalho e pedimos para você dormir lá em casa — pausou, olhando-me dramaticamente. — E aí, você me conta mais sobre esse peguete.

— Ele não é meu peguete!!!

Dito e feito, parecia que aquele garoto sabia exatamente como influenciar eu e minha mãe juntamente. Naquele momento, eu o ajudava a abrir o estabelecimento para receber os clientes; quase anoitecendo, já começava a surgir algumas pessoas com olheiras nos olhos, que buscavam alguma bebida alcoólica ou café.

— Guitarrista? — Ouvi uma voz pouco conhecida atrás de mim, enquanto bebia algum drink sem álcool, não sendo surpreendido quando o garoto de quarta se sentou ao meu lado. — Por que não veio ontem? Fiquei me sentindo um pateta. — Fez um bico e depois indicou a Dongyul o que queria para beber, voltando toda sua atenção a mim. — E, aliás, ainda não sei seu nome.

— Primeiro: eu não sou guitarrista. Segundo: não sou obrigado a vir todos os dias. E terceiro: meu nome é Yoongi — decretei, levantando-me, em busca de algum violão que sempre ficava no palco para apresentar algo surpresa para todo o pessoal.

— Você vai tocar? — exclamou animado, sorrindo e ignorando todos os meus comentários diretos de antes. — Posso cantar com você? — completou, com os olhinhos brilhando.

— Já não basta cantar na sua bandinha, Jimin? — Eu me virei, encarando-o e logo tive a honra de ver aquele sorriso ladino pela segunda vez.

— Como sabe que sou vocalista? Você pesquisou mesmo sobre a gente, Yoongi? — Lançou-me um olhar sugestivo. — Algo me diz que passou por sua cabeça aceitar a proposta.

Aquela seria uma longa noite...

[...]

— Caralho, Jimin, eu já falei que não vou participar de banda nenhuma! — Havia se passado cerca de duas semanas, esta era a terceira quarta-feira que o garoto ia ao bar, em busca de convencer-me a ser o guitarrista, sem nem mesmo saber tocar. O pior era que agora ele sabia que eu somente ia nas quartas, mas não sabia o motivo em si, e nem faria sentido ele saber o porquê.

O problema era que, curiosamente, eu já tinha até mesmo me acostumado com aqueles cabelos alaranjados, acompanhados de jaquetas de couro todas as quartas. E se não fosse toda aquela babaquice de assunto de banda, eu até mesmo pensaria que poderíamos nos tornar bons amigos.

— Esses são os outros membros, os trouxe ‘pra dar uma palinha. — Já em outra semana, Jimin surgiu na porta do lugar com os outros supostos membros da banda, que eu tinha visto algumas coisas na internet. Eu já tinha uma ideia de qual era o plano do mesmo, mas eu não cairia, não cairia mesmo.

— Você acha que assim vai me convencer, Jimin? — perguntei, apertando os olhos.

— Não sei, você acha que vai? — Maldito garoto que sempre respondia minhas perguntas com perguntas.

Sitting here wasted and wounded, at this old piano... — A música era Bed of Roses do Bon Jovi, eu nunca poderia imaginar que aquela música de rock romântico fosse dar tão certo com a voz doce do outro. Era inquestionável o fato de não fazerem sucesso, eram muito talentosos. — Trying hard to capture, the moment this morning, I don't know…

O fato de não haver uma guitarra — instrumento que, na música original, tinha muito destaque — não fazia muita diferença, pois a harmonia de todos os artistas era mais do que perfeita. Fazer parte daquele sentimento seria o sonho de qualquer um que os ouvisse tocar, era realmente mágico.

I wanna lay you down in a bed of roses, for tonight I'll sleep on a bed of nails. Oh, I wanna be just as close as your Holy Ghost is and lay you down on bed of roses... — Jimin olhava no fundo de meus olhos, parecia que sabia exatamente o que eu pensava naquele momento, por mais que ele não soubesse minha situação, parecia que no fundo entendia...


“— Eu já falei para não me responder assim! — Eu estava atrás da porta e ouvia muito bem os gritos que vinham do quarto de meus pais. Lembro-me que tinha que ficar na ponta dos pés para alcançar a maçaneta, mas, por incrível que pareça, naquele dia, minhas pernas tremiam e eu não conseguia abrir a porta.

— Eu só quero o seu bem, amor. — A voz de minha mãe falhava, e eu somente queria entrar naquele quarto e lhe dar um abraço apertado. — Por favor, não exagere.

— Não exagere você! Sua imprestável! — Ouvi outro tapa.

— Mãe! — Eu agora chorava junto dela, do outro lado da porta.”


— Yoongi? Yoongi! — A voz de Jimin me despertou de tudo. — E aí? Gostou da apresentação? — Encostou-se no balcão, sentando ao meu lado com um sorriso ladino.

— Eu amei, de verdade.

— Sentiu falta de um guitarrista? Ainda tem uma vaga, e olha que eles gostaram de você — Girou o copo que estava em sua mão, logo engolindo o resto do líquido.

— Como você quer que eu toque algo que eu nunca nem mesmo coloquei a mão, Jimin? — Virei meu rosto em sua direção e o outro retribuiu um mesmo olhar pensativo.

— Um violão e uma guitarra são instrumentos de uma mesma família, as técnicas de tocar ambos são diferentes, mas se você toca um violão... com uma semana, você já se familiarizou a uma guitarra. — Apoiou sua cabeça em uma das mãos, sorrindo sereno. — Podemos começar a treinar amanhã, o que acha?

— Eu não posso...

[...]

A proposta de Jimin rondava minha cabeça a cada semana que se passava. O que eles faziam não era uma brincadeira de criança como pensava, realmente era algo quase profissional. Mas eu não sabia nem mesmo se conseguiria segurar uma guitarra e, além de tudo, meus pais não deixariam nem em sonhos.

E o que eu vivia não era um sonho.

— Onde você estava, Yoongi? — Minhas mãos começaram a tremer assim que fechei a porta de casa, quando ouvi a voz séria de meu pai na escada que dava acesso aos quartos. — Responda agora, Yoongi.

Não tinha escapatória, eu estava com um violão nas costas e era mais de meia-noite.

— Eu...

— Eu já lhe permiti fazer amizade com aquele dono de bar, mas você está saindo escondido de noite só para tocar naquele lugar imundo? Você se superou, Yoongi.

Eu não conseguia mexer, meus olhos estavam apertados e a minha mão espremia a maçaneta como uma forma de fugir daquilo tudo.

— Não vai responder o seu pai? — ameaçou e pude ouvir um longo suspiro. — Você está de castigo, Yoongi. Agora é só faculdade, casa e igreja.

— O quê? — Eu me virei devagar, sem entender, observando minha mãe me assistir com um olhar de pena. — Vocês vão me colocar de castigo, comigo tendo vinte e dois anos de idade? E continuarão me obrigando a ir à igreja todos os dias...?

— Enquanto você estiver embaixo do meu teto, eu que mando. — E deu um espaço para a passagem dos quartos. — Se eu ver você saindo dessa porta ‘pra outra coisa... você vai ‘pro olho da rua.

— Mas pai-

— Suba já para o seu quarto, antes que eu não deixe você ir à faculdade também, Yoongi.

Era aquilo e ponto, a única coisa que me restava era subir para o quarto e aceitar a realidade, eu não poderia continuar tocando enquanto não saísse de casa. E a pior realidade era que minhas economias eram muito pequenas pelo fato de não ter tempo para trabalhar, tendo somente à noite de tempo extra.

Nenhum tempo de lazer... Ir a uma igreja com um sorriso e manter a pose de uma família bem constituída, onde há um pai perfeito que cuida de sua família, onde há um garoto que nunca se rebelou na adolescência como todos eles fazem.

Talvez fosse a hora de fazer algo diferente.

“Jimin, irei participar da banda. Podemos ensaiar amanhã na sua casa?”

Mensagem enviada.

Mensagem visualizada.

Jimin está digitando...

[...]

— Isso é loucura! — Yunho disse, quase deixando sua mochila cair ao que a colocava nas costas. Estávamos na frente do bar, prontos para ir à faculdade. — Se descobrirem que você está matando aula, vai ser pior, Yoongi. E pior, se Jimin for um psicopata?!

— Segura a barra lá, pelo menos por essa semana. — Até mesmo juntava minhas mãos, implorando-o, ainda mais desesperado quando vi o carro de Jimin virar a rua, já pronto para estacioná-lo. — Eu preciso ir — avisei, deixando Yunho com uma completa cara de taxo, antes de entrar correndo no carro de Jimin, com a respiração completamente instável.

Sua lataria era em um tom azul royal, o interior estava completamente limpo e tocava bem baixo alguma música do Kiss, que eu já tinha ouvido no rádio.

— Por que está tão nervoso, Yoon? Eu não mordo — exclamou o outro, rindo enquanto dava marcha no carro e ia em direção a sua casa. — Yoongi? — perguntou, preocupado quando não dei uma resposta.

— Merda, para o carro.

— O quê?

— Para o carro logo, Jimin. — Não tínhamos andado nem mesmo dois quarteirões e tínhamos parado no acostamento. Acabando por eu receber um olhar curioso e confuso. — Eu preciso ir embora, eu não vou conseguir — Já tinha pegado a maçaneta, mas uma mão segurou meu pulso.

— Falando assim, nem parece aquele Yoongi que estava planejando coisas malucas comigo de madrugada. Sério mesmo que você vai desistir? — Virei meu rosto em sua direção. — O quê? Por que você ‘tá chorando? — E seus olhos se arregalaram.

— Eu não posso sair para a rua igual você, Jimin. Na minha infância, eu deixava de ir ao parquinho com os meus amigos para ficar em casa, somente porque eu “podia acabar pegando um resfriado”, de acordo com minha mãe. — Funguei, afastando sua mão.

— Então agora, na sua fase adulta, eu te digo: se você não se manter forte, o mundo vai ficar mais forte que você. E é péssimo ter que aprender as coisas com o mundo, Yoongi. — Pegou em uma das minhas mãos, deixando ali um breve carinho. — E é por isso que você vai ir comigo, para a minha casa, aprender a tocar aquela merda daquela guitarra, e aí, você me diz se pegou um resfriado ou não. — Uniu minha mão à sua, passando a marcha e acelerando o carro com um sorriso gigantesco no rosto.

— Filho da puta!

[...]

— Você mora com seus pais? — perguntei, vendo-o abrir a porta. Logo recebi a resposta; gritos vinham de dentro.

— Tira esse troço de cima de mim, Taehyung! — Seokjin, o baterista, gritou, sentado no sofá, jogando as roupas que o outro tinha o entregado. Ele tinha seu cabelo preto molhado e, provavelmente, tinha acabado de sair do banho, por conta das roupas largas e confortáveis.

— Qual é?! Tenho um encontro com o Jeon! — choramingou, lançando-se ao lado do outro, que via algum filme que nenhum dos dois sabia o nome.

— Isso responde à pergunta? — Jimin riu, fechando a porta. — Fique tranquilo, quem vai te ajudar sou eu. Sei pelo menos o básico do instrumento. — Riu outra vez, puxando-me pela mão.

— Não vai nem mesmo nos cumprimentar, Jimin? O garoto nem mesmo entrou na banda e você já quer levá-lo ‘pro seu quarto? — Jin disse rindo, fazendo o ruivo soltar um suspiro.

— Ele já conhece todos vocês, cala a boca que temos muito o que fazer hoje! — respondeu, sem interromper o ato de me levar para o segundo andar da pequena casa.

— Tome cuidado, Yoongi! Essa carinha de anjo do Jimin some depois de um tempo! — implicou um pouco mais e voltou a discutir com Taehyung sobre o suposto encontro com alguém.

— Eu divido o quarto com Taehyung, mas como ele tem um encontro com o pitel dele, vamos poder ensaiar tranquilamente. — Abriu a porta do cômodo, com um sorriso gentil.

— C-como assim me levar ‘pro quarto? — murmurei confuso, tentando captar tudo o que aconteceu nos últimos segundos.

— Não! — Seu corpo tombou para frente, rindo enquanto entrava no lugar, sendo seguido por mim. — Relaxa, eu não vou fazer nada. — Retirou sua jaqueta, recuperando-se antes de sentar sobre a cama que tinha próxima a janela. — Bem, mas se você quiser... — E a minha expressão assustada o fez voltar a rir, curvando-se para trás com a mão na barriga.

Era possível ver algumas pequenas tatuagens que o mesmo tinha no braço. Mas eu não saberia explicar muito bem isso agora. Não quando aquela risada fazia cócegas em meus ouvidos.

— Aquela é a sua guitarra? — perguntei, apontando para uma vermelha que estava sobre a cama que ele estava deitado. Coloquei meu violão ao lado da porta, passando a mão sobre os bolsos da calça, ainda sem saber o que fazer.

— Sim, senta aí — constatou, esticando-se para pegar o instrumento. — Eu arranho alguma coisa nela, mas sabe como é. Quem tem o dom aqui é você. — Colocou-a em meu colo quando sentei ao seu lado. — Vai, tente, não é tão difícil quanto parece! — Riu, dando-me um soquinho no braço. — Faz a escala de dó ‘pra começar.

O som era muito semelhante, mas era muito mais baixo e menos nítido do que o de um violão, isso porque não estava ligada à caixa de som.

— Cadê a caixa para podermos conectar? — perguntei curioso, ganhando outra risada como resposta. — O que foi? Você adora rir da minha cara, não é? — falei incrédulo.

— Você é um fofo, Yoongi, nem parece que é um ano mais velho que eu. — Esticou sua mão até meu rosto, dando um peteleco em meu nariz. — Você nunca tocou uma na vida, já quer mostrar o quanto você sabe para os vizinhos, querido? — E continuou encarando o fundo dos meus olhos, segurando a risada.

— Vamos lá, temos a manhã e a tarde todinha para aprender isso. Não quero receber outro castigo por chegar tarde em casa. — Abaixei o rosto que estava completamente vermelho.

— Vamos nessa! — Levantou-se, indo em direção ao guarda-roupa. — Vou pegar algumas apostilas que tenho guardadas.

[...]

— Não, não! Não é assim que faz o vibrato, Yoongi! — Jimin choramingava, batendo o pé no chão e fazendo birra. Ele estava em frente ao meu corpo, que estava sobre o colchão, tentando aprender uma técnica chamada vibrato. — Você só precisa mexer o dedo suavemente enquanto estiver segurando a corda. O que é tão difícil de entender?

Já estávamos há quase uma semana naqueles ensaios, eu seria ignorante se dissesse que não aprendi nada, pois já me sentia íntimo da guitarra igualmente do violão. Uma semana matando aula e passando quase que dez horas do dia ao lado de Jimin. Aquele garoto só vivia da música? Nunca via nem ele e nem os outros irem trabalhar!

De acordo com Jimin, é uma técnica que consiste em fazer uma corda soar com uma oscilação. Numa linguagem mais grosseira, pode-se dizer que é “fazer a corda tremer”.

— É impossível fazer isso enquanto tento fazer um solo, seu idiota! — Bufei, passando a mão por meu rosto.

— O que você tem de talentoso você tem de lerdo, Yoongi! — O outro bufou seguidamente, antes de subir na cama e se sentar atrás de mim, que dei um pulo na mesma hora. — Sem gay panic, Yoongi. Você não quer ficar o dia todo para aprender uma única técnica, ou quer? — Neguei suavemente. — Então se acalme e preste atenção.

Colocou o queixo sobre meu ombro e a mão esquerda sobre a minha, que estava segurando o braço do instrumento.

— Toca mi — falou e pude sentir alguns pelinhos de minha nuca se arrepiarem. — Yoongi? Está me ouvindo? Toca a mi.

E assim que toquei, um dedo seu se colocou sobre meu indicador, mexendo-o e fazendo a vibração exata que era necessária para a técnica.

— Agora tenta sozinho — sugeriu, ainda sem se afastar, somente deixando uma parte de minha mão livre. Alguns segundos se passaram e eu finalmente toquei a nota, errando novamente e sentindo Jimin soltar uma risada abafada em meu pescoço. — Ok, vamos tentar de novo. Me dê sua mão.

Longos dias.

[...]

— Você acha que consegue se apresentar conosco no festival que vai ter em Busan?

Agora estávamos deitados, um ao lado do outro, encarando o teto. Hoje, Hoseok tinha me dado algumas dicas gerais, sobre rock e sobre como o próprio grupo funcionava, e Jimin me tinha feito ensaiar várias músicas do repertório deles. E com isso, resolvemos dar uma pequena pausa, porque ainda tinha muita coisa para fazer após o almoço.

— Lógico que não, o festival é à noite. E meus pais nem podem sonhar que estou aprendendo a tocar guitarra. — Suspirei.

— Você quer entrar para a banda sem nem mesmo se apresentar com ela? Você precisa de um pouco mais de coragem ‘pra encarar seus pais de frente. — Virou-se em minha direção, apoiando a cabeça em sua mão. — Se eles te expulsarem de casa, pode vir ‘pra cá. Você já faz parte da família. — Soltou uma risada. Eu sabia para onde o mesmo estava olhando no meu rosto, mas eu não aceitava isso e continuava encarando o teto.

— Eu não tenho nem coragem ‘pra olhar nos seus olhos agora, Jimin. Eu não aguentaria dois segundos de discussão com eles.

— Vamos turbinar a sua coragem agora. — Riu, sentando-se em pernas de índio, puxando-me para sentar da mesma forma, de frente para ele. Pegou minha mão e fechou os olhos. — Me diga qualquer coisa que quiser. Estou de olhos fechados, então você não vai ficar muito constrangido. — Segurou o sorriso animado.

— Que tipo de coisa?

— Um desabafo, algum acontecimento legal, vai em frente, garanhão. — Riu, como se já me imaginasse revirando os olhos.

— Eu... gosto do seu cabelo

— Gosta?

— Sim, ruivo combina com você

— Mais do que você gosta em mim? — E ajeitou a postura.

— Eu gosto da forma como você é livre. — Jimin não me respondeu. — Gosto da forma como vive a vida e como não tem medo dos imprevistos. — Ri com meu pensamento. — Eu nunca alugaria uma casa tão pequena dessas ‘pra dividir com outros quatro caras. — Ri novamente, sendo acompanhado pelo outro, mas logo parei quando comecei a analisá-lo com mais calma. — Eu queria ser...

— Quê?

— Eu queria ser como você. — Engoli em seco. — Queria pintar o meu cabelo de cores diferentes, queria ir em bares, tomar uma cerveja com os amigos, queria poder te olhar livremente, sem tentar fugir do pensamento de como os seus lábios são carnudos e convidativos. — Jimin engoliu em seco, mas agora eu não me importava de ser o direto da situação. Ele não estava me olhando mesmo.

— E por que você foge desse pensamento? — Passou a língua sobre os lábios.


“— Olhe isso, filho. — Meu pai apontou para a tela enquanto eu estava no chão, treinando uma música na sala. — Esse é o fim dos tempos! Como é possível? Essas pessoas não percebem que protestos são inúteis? — Bufou e continuei sem responder. — Não sei de onde tiraram esse feminismo.

— Mas pai, o feminismo é importante e é uma luta por direitos. — Fui interrompido.

— De onde tiraram que pessoas negras estão morrendo? Puro drama! — Pegou seu cigarro que estava sobre a mesinha de centro, acendendo-o. — E esse papo de LGBT? Essa é a geração besteira! E eu achava que o ser humano iria evoluir com o tempo...

— Mas pai-

— Sua mãe quer ir à igreja hoje, aí você traz ela ‘pra casa quando sairmos de lá. Vou parar em um bar ‘pra beber um pouco.

— Pai-

— Porque, desde que me conheço como gente, me disseram que desejar homens é uma abominação!”


Naquele momento, Jimin abriu os olhos, fazendo eu, enfim, voltar à realidade.

— E você não acha que prender seus sonhos, suas vontades e suas opiniões também é uma abominação? — Jimin agora se aproximava lentamente, e eu sentia meus lábios tremerem. — Deixe-me te mostrar como ser igual Park Jimin. — Seus olhos se fechavam e eu sentia a respiração quente próxima a minha.

Merda.

— Mas o quê? — Jimin perguntou confuso após perceber que tinha virado meu rosto, fazendo-o beijar minha bochecha.

— Eu preciso sair daqui... — Levantei-me da cama, pegando o violão ao lado da porta.

— Yoongi, mas ainda é meio-dia...

— Eu me viro em casa, não fui eu quem influenciei um garoto a fazer besteiras com outro. — Engoli em seco antes de sair do cômodo.

Maldita hora a que eu resolvi entrar para essa banda...

— Yoongi? Saiu da escola mais cedo hoje, querido? — minha mãe perguntou ao passo em que eu fechava a porta de entrada com força.

— Meu pai tinha razão. — Joguei o violão sobre o sofá, fazendo um estrondo rondar pela casa, sendo acompanhado por um barulho de tampa de panela caindo ao chão. Minha mãe secava as vasilhas e, agora, ambas que estavam em suas mãos, caíram.

— O quê? — respondeu atônica.

— Eu nunca deveria ter me metido nessa merda — resmunguei, subindo os degraus até meu quarto.

Eu não queria papo com ninguém.

E não responderia as mensagens de Jimin tão cedo.

[...]

Havia se passado um mês, e eu ainda não tive a coragem de as visualizar. Hoseok tinha vindo à minha casa querendo conversar, mas eu não queria mais aquilo.

Não sei se poderia dizer se era drama ou incerteza, mas eu sentia que tudo o que eu fugi por anos com um sorriso falso no rosto vinha agora com um peso dobrado em minhas costas. Seja uma atitude rebelde, seja ter uma discussão com os pais, ou seja até mesmo uma paixão...

Provavelmente eles haviam encontrado outro guitarrista e, com certeza, com mais experiência do que um pé rapado que só vai para a faculdade como eu.

No segundo mês, quem foi até minha casa foi o próprio Jimin e daquela vez não tinha escapatória, pois foi eu mesmo que abri a porta. O garoto parecia triste, mas ainda assim irritado.

“Yoongi, se algum dia você quiser tocar na nossa banda, ou seja lá o qual for, você precisa superar seus medos e, assim, poderá viver a vida sem estar na sombra de seus pais. Fique saudável e não deixe a dor te corromper.”

Foi o que Jimin disse antes de se aproximar e deixar um selar demorado em minha bochecha. Um beijo dolorido.

No terceiro mês, já em dezembro, eu não tinha notícia nenhuma de Jimin e, em um penhasco de curiosidade, entrando em suas redes sociais, descobri que eles ainda mantiveram o grupo firme, mas com um novo guitarrista, seu nome era San. Mas enfim, eu não queria ficar muito com aquilo na cabeça.

No fim das contas, a melhor decisão era esquecer tudo.

[...]

— Vamos, vamos! Você vai gostar! — Namjoon dizia enquanto me puxava pelo braço para dentro de um bar. — Você já trabalhou demais hoje, é hora de refrescar um pouco a cabeça, cara!

Depois de um ano, concluí a faculdade de jornalismo, com isso, pude procurar um emprego e comecei a dividir um apartamento — com Namjoon, meu colega de trabalho —, podendo, enfim, sair de casa.

Um ano depois, consegui uma estabilidade financeira e pude pagar meu próprio apartamento, mas ainda assim mantinha muito contato com Namjoon. Infelizmente o tempo foi levando grande parte da intimidade que eu tinha com Yunho e, quando notamos, somente nos falávamos duas vezes por mês e, ainda por cima, por mensagens.

O tempo pregou muitas coisas em mim; perdi algumas amizades, ganhei outras; perdi paixões e encontrei outras que, infelizmente, não foram duradouras. Namjoon tinha uma cabeça muito aberta, e uma conversa de cinco minutos com o mesmo já me fazia refletir toda a minha vida.

— Eu ‘tô morrendo de dor de cabeça, só quero uma cama agora — resmunguei, sendo arrastado para a grande multidão de pessoas.

— Fiquei sabendo que a Feeling veio para cá. A gente não pode perder isso, mano!

Feeling? — ressaltei atônico, parando no meio do caminho.

— Sim. Você os conhece? Nunca ouvi você falar deles — observou confuso, em um tom um pouco alto por conta do som.

Era aquilo? Jimin estava lá?

— Eu preciso fazer uma coisa — respondi um pouco trêmulo, enquanto andava em direção ao palco. Todas aquelas pessoas suadas pulando e me atrapalhando a andar não importavam agora, eu era puxado como um ímã em direção ao palco. Em direção a Jimin.

O garoto não estava mais ruivo, seus cabelos agora eram escuros como a noite. Seu corpo era um pouco mais trabalhado do que anos atrás, e foi possível encontrar novas tatuagens em seu corpo, que estava um pouco à mostra, por conta da regata apertada. Ele estava cantando a mesma música de anos.

Today is gonna be the day, that they’re gonna throw it back to you... By now you should've somehow realized what you gotta do... I don't believe that anybody feels the way I do about you now... — Ele me viu, engoliu em seco e continuou a cantar.

Era mesmo o Jimin, cantando junto com os membros e com o desconhecido, guitarrista atual.

Eu não sabia como, mas eu tinha ficado em pé, observando o pequeno show durante todo o resto da noite, perguntando-me o que teria acontecido se eu tivesse saído de casa naquela época, se eu tivesse beijado Jimin e aceitasse toda aquela loucura... Mas eu também não podia deixar minha mãe sozinha com aquele monstro... Fiz bem em ficar.

Em um determinado dia, ajudei minha mãe a colocar um fim naquilo tudo e fui com ela à delegacia, fazer a denúncia que devíamos ter feito há muito tempo. Felizmente, a justiça ficou do nosso lado e tirou aquele homem de perto de nós, até de forma mais rápida que achamos que seria.

Mas, voltando ao assunto... Depois de todo o desentendimento com Jimin e a banda, vivi muitas coisas, aprendi a lidar com o amor, com a dor e com todos os sentimentos que nós, seres humanos, temos que entender em nossas vidas.

Eu sentia que finalmente tinha amadurecido...

— Faz tanto tempo que não te vejo, Yoongi — Jimin alfinetou, encostando-se de lado na parede, olhando em minha direção, e eu suspirei, olhando para o chão. — E aí? Conseguiu ajeitar a sua vida?

— Eu acho que aprendi a viver um pouco... — Soltei uma risada soprada.

— O que está fazendo da vida? — Coçou a nuca, intimidado.

— Jimin, você ‘tá solteiro?

— O quê? — perguntou confuso e, quando olhou em meus olhos, entendeu exatamente minha intenção. — Você...?

— Sim. Eu estou pronto. — Respirei fundo. — Eu não sei se você ainda me quer, mas eu te quero, sempre soube que te queria, mas ainda não estava pronto...

— O tempo fez bem ‘pra você, Yoongi. — Passou sua mão por meu queixo, encarando minha boca e dando um passo a mais.

— E ‘pra você? O tempo fez bem?

— Só me fez perceber que você foi o melhor guitarrista que entrou para a banda... — Sorriu sobre minha boca, aproximando nossos lábios.

Eu não sabia o que o tempo poderia fazer conosco agora, mas esperava que ele tivesse piedade e me desse aquela chance novamente…

Contando essa minha história, você deve estar se perguntando: por que eu tomei decisões precipitadas tão desesperadamente? Por que eu não me ouvia?

A resposta é simples: eu ainda não tinha aprendido a lidar com a vida e com suas dificuldades e isso, infelizmente, fez com que meu tempo para as coisas fosse completamente diferente.

Se você já se sentiu ou ainda se sente inseguro com a vida e com suas decisões... Respire fundo e diga: ok. Com o tempo, você vai vencer e verá todas as coisas que a vida tem de melhor para lhe oferecer.


~~


Notas finais: Em primeiro de tudo eu quero agradecer a beta e a designer. 😭💜 A @mygsy, um anjinho que fez a betagem dessa fic e fez ela vir toda lindinha pra vocês. E agradecer a @busanjimin / @xbusanjimin que fez essa capa maravilhosa que eu tô berrando até agora com essa perfeição.

Obrigada adms, obrigada leitores, obrigada a todos que acompanharam até aqui. 💜💜💜 Até a próxima, e beijinhos com bolo de cenoura :3


26 Eylül 2021 22:32 0 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
1
Son

Yazarla tanışın

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