Era uma vez um aquário; um lindo e portentoso aquário repleto de belos peixes ornamentais. Tinha peixe borboleta, acará-bandeira, acará-disco, guppy, neon, barbo, japonês, beijador, paulistinha; enfim peixes de todas as cores, que atraiam os olhares curiosos e admirados das crianças e adultos que passavam horas a admirá-lo.
Todos ariscos e elegantes, orgulhosos de suas caudas e cores, estas ainda mais destacadas pela luminosidade dos raios de sol que atravessavam as límpidas e cristalinas águas do grande recipiente de vidro, que decorava o hall de entradas daquela loja de departamentos.
Ao lado do grande aquário central jazia um outro menorzinho, onde navegava submerso um belíssimo peixe beta, galante em suas cores azul e vermelho, com uma cauda capaz de deslumbrar até mesmo quem não se deixava entreter pela vida aquática.
As crianças que ali passavam, movidas pela curiosidade perguntavam: por que aquele belo e pobre peixe estava sozinho e não misturado aos outros no aquário maior? Porque ele é orgulhoso e agressivo e não aceita ser colocado junto aos outros, agredindo com bicadas até a morte qualquer peixe que dele se aproximar... respondiam outras pessoinhas já mais instruídas no aquarismo.
E assim seguia o cotidiano daquele mundo aquático. Mas ninguém reparava no fundo do aquário gigante, onde por entre as pedras do fundo escondidos se arrastavam três peixinhos humildes e feinhos, chamados cascudos. Pareciam pequenos bagres com bigodes e uma boca bocuda, em forma de enceradeira, que viviam sugando as sujeiras e detritos dos peixes mais vistosos, que se depositavam no fundo, entre as pedras.
Durante as noites, quando ninguém estava vendo, subiam a sugar com suas bocas grudentas o lodo que se acumulava nas paredes do aquário. A verdade é que os cascudinhos não imaginavam o quão importantes eram para manter aquele ambiente limpo e vistoso; muito menos ainda desconfiavam que todos os outros peixes, maiores e mais garbosos, deles dependiam para continuar vivendo.
Um deles, justamente o mais jovem, se achava feio e desimportante e se escondia dos curiosos; vivia sonhando em ser o peixe beta do outro aquário menorzinho e se perguntava: por que havia nascido tão infeliz? E por que o outro peixinho beta, tão bonito que era, parecia tão bravo e arredio?
Até que um belo dia, nosso infeliz cascudinho teve uma grata surpresa: dois moços de uniforme apareceram para trocar de lugar os aquários e um deles disse assim para o outro: olha amigo, todos esses peixes ornamentais são muito bonitos e valorizados, mas eu não troco nenhum deles pelos cascudinhos do fundo; sem eles isto viraria uma sujeira só e ninguém conseguiria admirar nenhum deles, porque todos morreriam, sem oxigênio e água limpa. Está vendo aquele beta vermelhinho ali coitado? Vive sozinho, pois não tem humildade; está condenado à solidão...
Nosso cascudinho então compreendeu que todos temos importância e significado nesta vida. Todo trabalho é fundamental e toda existência é abençoada.
E viveu feliz para sempre...
Moral da história: valorize e respeite as pessoas humildes, que desempenham funções básicas. Delas pode depender sua vida. Afinal, estamos todos no mesmo barco (ou aquário).
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