_-jasper_kimber-_ Jasper Kimber

Já fazem muitos anos desde o dia que os fatos dos quais irei contar aconteceram, porém ainda me lembro em detalhes tudo que aconteceu como se fosse ontem. Era dia 31 de outubro, Halloween. Eu ainda era garoto e me vestia com a minha fantasia de fantasma, estava ansioso pois naquela época no meu bairro existia uma tradição de Halloween entre os jovens e crianças corajosas, que era passar uma noite em uma casa abandonada que ficava em uma encruzilhada há algumas poucas quadras da minha casa. Eu e meus amigos decidimos que já tínhamos idade o suficiente para cumprir o tal desafio e mostrar para todos, principalmente os meninos mais velhos, que já não éramos mais crianças, uma grande idiotice da minha parte, se eu soubesse o que aconteceria naquela noite naquela maldita casa eu não teria nem mesmo posto o meu pé para fora de casa, teria ficado no meu quarto jogando videogame como era de costume.


Korku zombi korku 13 yaşın altındaki çocuklar için değil.

#mortovivo #encruzilhada #halloween #diadasbruxas #terror
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okuma zamanı
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Capítulo único

Já faz muitos anos desde o dia que os fatos dos quais irei contar aconteceram, porém ainda me lembro em detalhes tudo que aconteceu como se fosse ontem.

Era dia 31 de outubro, Halloween. Eu ainda era garoto e me vestia com a minha fantasia de fantasma. Estava ansioso pois naquela época no meu bairro existia uma tradição de Halloween entre os jovens e crianças corajosas, que era passar uma noite em uma casa abandonada, que tinha fama de assombrada, que ficava em uma encruzilhada há algumas poucas quadras da minha casa.

A lenda que rondava a propriedade é sobre o antigo dono Mrs. Thompson, um inglês rico mas ranzinza e avarento. Diziam os boatos de que ele praticava magia negra pra ganhar mais e mais dinheiro e que todas as noites ele ia até a encruzilhada e fazia rituais malignos, todos dizem que na noite de dia das bruxas ele se matou em sua própria casa, quando enterrado, até mesmo a terra o rejeitou e seu corpo foi fadado a vagar sem poder ter o seu sono eterno, muitos dizem que ele retornou para sua residência, se pregando cada vez mais as entidades diabólicas que rondam a casa e esperando por uma pobre alma que apareça para saciar sua fome por carne fresca.

Na época eu não acreditava nessas histórias, eram todas lendas para assustar criancinhas e fazê-las obedecer seus pais.

Eu e meus amigos decidimos que já tínhamos idade o suficiente para cumprir o tal desafio e mostrar para todos, principalmente os meninos mais velhos, que já não éramos mais crianças, uma grande idiotice da nossa parte, se eu soubesse o que aconteceria naquela noite naquela maldita casa eu não teria nem mesmo posto o meu pé para fora, teria ficado no meu quarto jogando videogame como era de costume.

Enfim, não demorou muito para que meus amigos chegassem na minha casa, tinha dito a minha mãe que iria passar a noite na casa de Mathias, o nosso amigo mais certinho, logo depois da caça aos doces. Lembro de ir correndo abrir a porta e ter deixado todos entrar, os quatro entraram um atrás do outro, todos com fantasias diferentes.

Mathias estava de cientista maluco, já era de se esperar.

Os gêmeos Rodrigo e Roberto, ou melhor, Tico e Teco, como nós os chamamos, estavam fantasiados de piratas.

E Caio, estava de vampiro.

Checamos as mochilas, para assegurar que nada faltava: lanternas, colchonetes, lanches e água e por precaução, guardei um canivete suíço do meu pai no bolso da calça .

Não demorou muito para sairmos e irmos em direção para a tal casa abandonada, havia uma pequena multidão na frente do local, crianças e adolescentes das mais variadas idades, todas curiosas para saber quem seria o corajoso, ou corajosos, da vez. Eu e os meus amigos caminhamos todos juntos até a porta da casa, as pessoas cochichavam, alguns vaiaram e riam, nós não ligamos, estávamos determinados a entrar naquela casa e passar a noite lá, com o pensamento na cabeça de que quando acordássemos seriamos aplaudidos e titulados de "os mais corajosos". Ao chegar na entrada, vimos dois adolescentes de "guarda" na porta, com os braços cruzados e uma cara de divertimento.

O mais alto de corpo esguio, tinha o cabelo loiro escorrido, que chegava até seus ombros e caía sobre os seus olhos, nariz proeminente e barba rala.

O mais baixo tinha um corpo roliço, cabeça raspada, o rosto coberto de espinhas e os dentes amarelados.

Ambos nos encararam por alguns segundos e o mais alto começou a falar "prestem bem atenção nas regras se quiserem mesmo participar, caso discordem de alguma coisa podem ralar peito daqui por que isso não é lugar para mariquinhas". Nos encaramos, mas permanecemos firmes ali, dando liberdade para que o mais velho continuasse. "quando entrarem por essa porta não terá mais volta, a porta será trancada e será aberta apenas de manhã, não adianta chorar, gritar ou até mesmo implorar, ela permanecerá fechada" Lembro de ter tido um arrepio na espinha mas não quis ser o primeiro a desistir, todos nós concordamos e foi a vez do mais baixo falar "pois, sejam bem vindos, podem entrar" E então abriu a porta, que fez um ranger estrondoso.

Nós cinco entramos, caminhávamos lentamente, eu analisava atentamente a casa, e quando menos esperávamos a porta se fechou em um grande estrondo e conseguimos escutar as risadas de todos lá fora "tenham uma boa noite, não deixem os demônios morderem seus pés" reconhecemos a voz do adolescente mais baixo. Depois tudo ficou assustadoramente silencioso, vi por uma brecha da janela as pessoas indo embora incluindo os adolescentes, eles não ficariam para ver, provavelmente voltariam apenas no dia seguinte para destrancar a porta.

Suspirei e encarei meus amigos que também pareciam meio preocupados, mas então caímos na gargalhada, estávamos lá dentro, afinal, o que tínhamos a temer? É apenas uma casa velha, não tem nada de mal aqui. Peguei uma das lanternas e olhei ao redor com mais atenção, meu ato sendo seguido por meus amigos.

A casa era realmente grande, não aparenta ter tudo isso por fora. Tinha muita poeira, em cada mísero cantinho da casa, teias de aranhas em todo o teto, madeiras pregadas nas janelas, para evitar tentativas de fuga, tinha uma longa escadaria que dava para o andar de cima, nos entreolhamos e tivemos a mesma ideia.

Deixamos as mochilas ali na porta e subimos os degraus da escadaria, a madeira velha fazia baixos ruídos quando pisamos em cima, a luz precária só dificultava tudo, me via quase sugerindo a opção de voltarmos, arrumarmos os colchonetes ali na entrada e não sairmos de lá até de manhã, mas já estávamos no andar de cima que não passava de um corredor extenso com muitas portas, a curiosidade foi grande e sem perceber nos separamos e entramos cada um de nós por uma porta diferente.

Entrei em uma sala com um piano preto no centro, as janelas dessa sala não tinham madeiras pregadas, muito pelo contrário estavam escancaradas e com uma cortina branca encardida, fina e rasgada, que flutuava com o vento frio da noite, observando ao redor tinha estantes e prateleiras com muitos livros, me aproximei deles e pude ver os mais diversos títulos, de grande maioria sobre exorcismo, pactos, e magia negra, engoli em seco e observei uma escrivaninha ali perto e olhei todas as anotações, era desumano, rascunhos de dissecação humana, pentagramas e gravuras de demônios e ali no meio de muita papelada, uma chave antiga, a peguei e guardei no bolso.

Continuei olhando tudo quando senti um sopro gelado na minha nuca, seguido de um fedor pútrido, e então escutei uma voz grave e horripilante sussurrar "crianças não devem mexer nas coisas de adultos" me virei e levei o maior susto da minha vida, minhas pernas tremiam e eu congelei, não conseguia gritar e nem correr por mais que isso fosse o que eu mais queria no momento. Na minha frente estava ninguém mais ninguém menos que o finado Mrs. Thompson, o dono da casa, seu rosto estava podre repleto de larvas, gosma de carne em decomposição caía no chão, onde antes deveria existir os cabelos agora dava para ver o seu crânio aparente "vejam só se não é o pequeno Joaquim" falou sorrindo diabolicamente "você não vai contar isso pra ninguém vai?" disse ele pousando a mão gélida no meu ombro "não queremos ter problemas, não é, meu jovem?" Ele riu com os dentes podres e afiados, eu rapidamente concordei "eu sei que não vai, afinal..." Ele se aproximou do meu ouvido "...mortos não contam segredos não é?"

Eu não esperei pra responder ou ficar para ver o que aconteceria, eu corri gritando para fora da sala, ao chegar na escada levei um choque e me pus a chorar os corpos dos meus amigos estavam ali espalhados na escada, mutilados, os órgãos expostos, o sangue escorria de degrau em degrau e eu escutava os passos lentos atrás de mim e só tinha essa saída, desci a escada pisando em cima dos corpos ainda quentes dos meus amigos, as lágrimas corriam por meus olhos deixando minha vista embaçada eu só queria descer e sair o mais rápido possível para fora dali, mas senti meu pé sendo puxado e eu caí batendo a cabeça no chão, o impacto da minha cabeça contra o chão de madeira me fez ficar meio atordoado, mas não o suficiente para não notar que estava sendo puxado para cima pelo cadáver do Mrs. Thompson , me agarrei ao corrimão e me lembrei do canivete suíço no meu bolço, o peguei desesperado, abrindo a faquinha e a cravando no crânio exposto do cadáver, isso iria distrai-lo, imaginei, aproveitando a deixa corri até a porta e a forcei "ABRAM, ABRAM, POR FAVOR ALGUÉM, SOCORRO" Gritava em completo desespero, escutava a risada estridente atrás de mim dei batidas no bolço e olhava ao redor enquanto aquele cadáver vinha em minha direção, peguei aquela chave velha que tinha achado na escrivaninha e dei minha última tentativa, e custei para conseguir colocá-la no buraco da fechadura com as minhas mãos tremendo, a virei e a porta abriu, não pensei duas vezes e saltei para fora da casa, senti minhas costas queimarem, mas eu não pensei em mais nada só corri e corri, gritava em plenos pulmões, eu só queria chegar em casa, gritei pela minha mãe ela saiu para fora quando me escutou chamar e eu a abracei desesperado, havia uma roda imensa de pessoas, principalmente os vizinhos que me encaravam em completo espanto, não demorou para perceber o que eles olhavam, minhas costas, nelas estava gravado como uma grande queimadura um pentagrama, minhas costas estavam em carne viva, queimada em algumas partes e sangrava, senti minha mente turva e me permiti desmaiar.

Quando acordei estava deitado em uma maca de hospital, a polícia falava com meus pais, não demorou para a confirmação do que eu mais temia viesse a tona, Mathias, Rodrigo, Roberto e Caio estavam mortos, os corpos foram achados dentro da casa e os suspeitos eram os dois adolescente que estavam de guarda na casa. Eu sabia que não, eu tinha visto eles indo embora logo quando entramos na casa, mas não dirigi uma sequer palavra, tinha medo daquele ser vir atrás de mim para cumprir sua promessa e me matar como fez com meus amigos, e até hoje depois de quase 60 anos ainda vivo nas sombras, me escondendo de tudo e de todos, não saindo de casa para praticamente nada, pois eu sei que aquela coisa ainda me procura, e tem sede de sangue.

Fim.

31 Ekim 2020 06:00 2 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
2
Son

Yazarla tanışın

Jasper Kimber “Eu não estava mentindo! Estava escrevendo ficção com a boca.” - Homer Simpson

Yorum yap

İleti!
Estella Monteiro Estella Monteiro
Eis que alguém precisa sobreviver para contar a historia, mas sei lá, é uma vida que não vale apena, primeiro, ele sabe que é um covarde deixando inocentes levarem a culpa, apesar de ser meio difícil que alguém acreditasse, segundo; eu preferia morrer a viver com medo 24 horas por dia, por todos esses anos. Parabéns, isso foi agoniante, assustador!
November 19, 2020, 14:46

  • Jasper Kimber Jasper Kimber
    fico feliz que tenha gostado, obrigado pelo comentário, isso ajuda muito :3 November 22, 2020, 16:29
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