Rain Hikayeyi takip edin

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera." – Arnaldo Jabor

O tom alaranjado tomava conta do céu, era fim de tarde. O calor naquele verão batia recordes e com o anoitecer chegando algumas nuvens cinzas começavam a surgir no horizonte. Chuvas de verão eram comuns naquela época.

Ela saiu do mercado com as sacolas nas mãos e olhou para o céu. Suspirou. Esperava que chegasse antes da chuva. As nuvens carregadas começaram a tomar o céu, o vento soprou mais fresco. Ela apertou os passos com as compras ao ouvir o som dos trovões. Não seria uma chuva amigável, se é que chuvas são amigas de alguém.

Abriu a porta da frente no momento em que os primeiros pingos de chuva começaram a cair, entrou em seu apartamento e ele estava deitado no sofá. Largou as chaves no claviculário, ele olhou para trás e sorriu ao vê-la.

— Vem pra cá! — A chamou e ela sorriu automaticamente ao ouvir a voz dele.

— Tenho que guardar as compras, Goku.

— Depois a gente guarda. Vem! Eu fiz um chá pra gente, aposto que a chuva vai esfriar a noite. — Ela deixou as compras na mesa da cozinha e seguiu para o sofá.

O apartamento era pequeno, mas aconchegante. Para eles era mais do que um lugar, era a realização de um sonho. A chuva lá fora se intensificou e os raios dançavam no céu da Cidade do Oeste.

O pinga-pinga da água caindo pelas telhas laranjas da marquise do prédio enchiam os ouvidos dela. Se sentou no sofá, ele deitou no colo dela.

Chichi olhou pela janela e percebeu que as gotas desciam rapidamente pela janela, pareciam até que apostavam corrida umas com as outras. Um raio iluminava e rasgava o céu e logo depois um som alto, estridente e assustador veio tão alto que foi capaz de tremer a janela da sala fazendo ela se encolher no sofá velho da casa. Ele percebeu e se levantou indo até o quarto, sabia que ela tinha um certo medo de raios e trovões. A chuva de verão havia se tornado uma tempestade e caia densa e forte. Mais um raio iluminou o céu e o seu trovão estremeceu a janela, Chichi novamente se encolheu no sofá. Goku voltava do quarto:

― Vem aqui ― Ele disse ao retornar com um cobertor. ― Nossa, você está gelada, Chi.

― Foi o susto, aqueles trovões. ― Disse como uma criança.

― Não precisa se preocupar. Eu te protejo. — E ela, feliz, se aconchegou nos braços do amado.

Naquela noite, a chuva lavou as ruas da cidade do Oeste, esfriou o ar do lado de fora e escureceu os céus, mas Chichi não teve mais medo porque ela estava protegida de tudo que a amedrontava, porque ela estava nos braços quentes dele e porque ela o tinha.

Notas finais: Inspirado no gif