effyzztein Manuela

Quando o assunto era sobre todas as coisas absurdas que Tom já havia feito na vida, a lista nunca parava de crescer. Ele pensou que as vezes em que tentou destruir o natal, procurou uma chave no reino perdido de Atlântida, e até lutou contra seus clones até a morte jamais seriam superados. Mas isso foi até o dia em que, inesperadamente, ele descobre que tem um filho. As coisas não pararam de enlouquecer cada vez mais por aí.


Романтика Молодой взрослый романс 18+.

#eddsworld #tomtord #father-and-son-relationship #tom-has-a-child
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Pânico. Pânico. Pânico.

Tom acordou com um estranho bom humor naquele dia.


Pela primeira vez em anos, ele não trocou o pote de cereal e a caneca de café quente por uma Smirnoff, nem escondeu o rosto atrás de uma folha de jornal depois de um curto comentário sarcástico assim que chegou a mesa, e muito menos deixou uma porção enorme de vômito na única privada da casa como um"bom dia" para os outros companheiros. Na verdade, foi muito pelo contrário.


A aura dele pareceu ter brilhado no exato momento que entrou pela cozinha. Sem a famosa cara de morte e completamente coberta de sono, ou a postura curvada e ameaçadora irradiando um “não se aproximem” mesmo sem querer.


Ele simplesmente apareceu sorrindo (às dez da manhã), desejou bom dia (sem nenhum vômito), e se ofereceu para fazer panquecas com nutella como café da manhã (semninguémpedir), soando tão natural e genuíno que seusamigos o observaram com caras totalmente chocadas e confusaspor no mínimo quinze minutos ou mais enquanto eleanimadamentepreparava a refeição.


— O quê? Eu não posso fazer algo especial pela primeira vez para os meus melhores amigos? —Ele perguntou com diversão uma vez, enquanto casualmente colocava um ingrediente um tantosuspeitoe mal-cheiroso na panqueca de Tord.


O comportamento inusitado, por mais que tenha tido suas vantagens, deixou Matt um tanto preocupado, e quando teve a certeza de que Tom não estaria ouvindo, ele sussurrou baixinho para os dois amigos ao seu lado:“será que foi mesmo uma boa ideia colocar laxante na comida dele ontem à noite?”com um olhar apreensivo.


Eles decidiram observar Tom mais de perto o máximo que podiam durante o dia, só por precaução, com a leve suspeita de que ele poderia ser um pinguim disfarçado,de novo,e ignorando a ideia de Tord de simplesmente nocauteá-lo de uma vez.


Uma música funky e animada tocava no rádio da cozinha, estremecendo todas as quatro paredes enquanto todos ainda se alimentavam. De vez em quando, o olhar de um deles caía sob o homem dançante e travado (veja bem, ele só costumava dançar quando estava muito bêbado) na beirada da pia e demorava um pouquinho demais lá antes de simplesmente voltarem aos seus próprios afazeres, com exceção do único cara que parecia um pouquinho mais intrigado do que os outros com aquela mudança tão drástica.


Lavar a louça nunca pareceu ser uma atividade tão divertida quanto Tom fazia parecer naquele momento. Ele era até meiofofo.


Foi pela mais pura sorte que Tom acabou ouvindo o som estridente e falho da campainha no meio daquela música alta, e se arrepender de ter o feito nem um minuto depois. E eu ainda digo com 100% de certeza; você iria sentir seu próprio coração se partir em pedacinhos se tivesse o visto chegar até a porta de entrada, com todo aquele otimismo e sorriso no rosto, só paravê-lo estremecer dos pés à cabeça no mesmo instante e ver todo o seu bom humor derreter como gelo na palma das mãos, sumindo aos poucos das orbes escuras com a visão que o recebeu.


—–Alisson…?— O nome escapou de seus lábios num sussurro, em total descrença, assim que destrancou a porta da frente e deu de cara com a pessoa do outro lado. A música agora se tornou um som distante. O café da manhã pareceu ter ocorrido há dias atrás,de repente.


Ah,Alisson, como ele poderia esquecer esse nome?


— Tom, oi. — A jovem loira e baixaapertou a alça da bolsa no ombro e forçou um sorriso tímido nos lábios, mostrando todos os dentes alinhadinhos e as covinhas na bochecha.


Depois de todos esses anos, ela teve adecênciade vir em sua casa, esorrir, como se fosse uma mera visita de amigos. — Quanto tempo, né? Você tá tão diferente, hahah.


Ela provavelmente deve ter esperado que ele risse junto com ela pelo jeito que o fitou, mas Tom não fez nada mais que olhá-la no fundo dos olhos, estático, piscando duas ou três vezes e inconscientemente esperando que ela fosse uma alucinação, ou até um sonho muito ruim. Aquele ato foi mais intimidante do que ele pensou que seria, porque pôde perceber a seus ombros tensionando levemente e o vacilar dos lábios por uma fração de segundos.


— O que você tá fazendo aqui? — ele ignorou seu último comentário e franziu a testa, as palavras saindo muito mais cortantes e frias do que previra e mentalmente se repreendendo por não terem sido mais.


O sorriso desconfortável sumiu do rosto de Alisson mesmo assim,e mais uma vez ela apertou a alça da bolsa de couro, olhandoos arredores discretamente, claramente incomodada.


— Thomas, olha…— Ela começou, relutante— Eu sei que você tem todos os motivos do mundo pra não querer me ver, mas eu não vim aqui pra brigar e nem pra tirar a sua razão—


E então, tudo se perdeu quando o som seco e sarcástico da risada do homem sem olhos ecoou pelos ouvidos dos dois.


— Ah, olha só pra você! — Tom interrompeu, ironia pesada e nojo pingando na voz, sentindo uma leve picada de dor se afundar em seu peito, mas ignorando completamente — Toda inocente, querendo bancar a santinha que só quer conversar e ser compreensiva pra cima de mim achando mesmo que vai adiantar alguma coisa, é uma pena que esse papo não funcione comigo, né?Não mais.


Alisson suspirou audivelmente, parecendo exausta, e alisou um dos fios do cabelo tentando conter o nervosismo enquanto olhava para todos os lados menos para o homem em sua frente


— Eu realmente não vim aqui pra brigar, tudo bem? Só me escuta, eu só preciso que você me escute e...


— Ah, vai continuar com isso mesmo? Porque não me escuta também, então? — Inconscientemente, ele pressionou ainda mais os dedos na porta de entrada eempurrou o objeto contra a parede, se aproximando um pouco mais da mais baixa. Todos os seus membros estavam rígidos e os batimentos cardíacos acelerados, mas ainda havia aquele pequeno lampejo de tristeza, em algum lugar — ‘Cê me disse todas aquelas coisas, me fez confiar em você, sumiu DO NADA, por anos, e agora vem aqui “querendo que eu te escute”, como se nada tivesse acontecido? Você tem muita cara de pau mesmo, né?


— Tom, faz mais de cinco anos!


— E você só vem atrás de mim agora! — ele cuspiu, totalmente horrorizado por aquilo ser dito com tanta naturalidade e contendo a enorme vontade jogá-la para longe dali. Quando não recebeu nada além de um olhar intenso, quase confundido como melancólico como resposta, ele suspirou bem fundo, engolindo a enorme vontade que tinha de perguntar se ao menos tinha significado alguma coisapra ela nos cinco anos de namoro que tiveram.


Thomas soltou uma risada mórbida e alta, com um bolo de emoções bem familiares no fundo da garganta que ele não esperava sentir novamente, muito menos por causa da mesma pessoa, cinco anos depois de sofrer como um adolescente idiota lidando com o primeiro fora da vida.


— Ah, que patético.Você deve tá muito necessitada da minha ajuda pra vir aqui, né? — Ele segurou novamente a maçaneta, se preparando para dar a palavra final, voltar para dentro de casa, e ignorar completamente qualquer tentativa dela de chamar sua atenção novamente. Ele provavelmente se trancaria no quarto pelo resto do dia e encheria a cara até vomitar tudo no banheiro, ou só comeria tudo que encontrasse na geladeira assistindo televisão pelas próximas três semanas que viriam. Levaria um tempo para ele ter o mesmo bom humor daquele dia de novo. — Foi mal, bebê, mas pode pegar tuas coisas eir se—


— Tom — ela segurou a porta antes que tivesse chance de fechá-la — eu sumi por todo esse tempo porque... eu fiquei grávida.


E então as coisas decaíram muito mais do que pode prever depois dali.


Havia muitas coisas que Tom acreditava ser a maior loucura que já fez, ainda mais considerando a vida agitada que ele levava ao lado de seus amigos(e Tord)desde os primórdios de sua infância, quando ainda era apenas um miudinho sem os dentes da frente e com grandes expectativas pro futuro, mas as coisasprogrediram drasticamente com o passar dos anos até chegar até ali. Bem, elemeioque tinha virado um alcoólatra frustrado, no final das contas. Omenininho de cinco anos certamente sentiria desgosto de seu futuro eu.


No entanto, em nenhum deles, eu repito, em absolutamentenenhumdos vinte e oito anos em que teve o azar de sobreviver lhe passou pela cabeça em algum momento que, depois de enfrentaro povo inteiro de Atlântida, lutar com seus próprios clones até a morte, lutar com um fantasma raivoso pra ter sua casa de volta, quebrar todos os ossos do corpo tentando destruir o natal,e uma montanhaenormede outras aventuras cada vez mais absurdas que a outra, a coisa mais inacreditável que Tom poderia ter feito entre tudo isso seria ter umfilho. Um filhoque só foi ter noção da existênciahoje, seis anos depois dele ter nascido, quando sua mãe finalmente criou coragem para olhá-lo bem fundo de onde supostamente deveria haver um olho e diretamente lhe dizer isso.


Ele sentiu como se estivesse prestes a desmaiar.


— Tom…? — Ele ouviu Alisson perguntar, e apesar dela estar bem perto, sua voz soou como se estivesse à muitos passos de distância.Tom queria gritar com ela, xingá-la, ou simplesmente mandá-la ir embora e nunca mais voltar, mas não tinhaforças.Demorou algum tempo para conseguirresponder.


— De mim...? — A pergunta saiu de sua boca como se tivesse vida própria, deixando-o enjoado e com um gosto estranho na língua. Ele sabia que tinha soado muito estúpido ao perguntar algo tão óbvio, mas a ideia de ter sido traído em algum ponto daquele relacionamento não deixava de fazer sentido, considerando todos os meses em que foi completamente ignorado até finalmente levar umpé na bunda.


— Sim. — A loira concordou, parecendo nervosa e com medo de sua próxima reação, ou talvez simplesmente preocupada dele desmaiar em seus braços de choque e não conseguir fazer nada para ajudá-lo.


Tom sentiu sua cabeça dar duas voltas completas até voltar ao lugar correto. Ser traído, talvez, não fosse ser tão perturbador comoaquilo.


Você tem um filho. Você tem um filho. Você tem um filho.


— E por que... por que você tá me falando isso... agora?

Alisson suspirou novamente com um olhar compreensivo, mas ainda cansado, parecendo querer ganhar coragem apenas inalando o cheiro do ambiente e ficando em silêncio por alguns segundos. Ela abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompida — mais uma vez.


— Espera, o Tom tem um filho? — Subitamente, uma voz se manifestou há alguns passos de distância da onde eles estavam, o homem sem olhos não precisou nem se virar para saber que se tratava de Edd, e talvez isso tenha o feito sentirseu estado catatônico piorar descontroladamente. A situação havia se escalado tão rápido e de forma tão bruta que nenhum deles tinha percebido que haviam chamado a atenção dos outros três moradores.


Logo atrás dele, Matt apareceu, e só pra piorar, Tord também.


Urgh, ele podia até sentir o sorrisinho de diversão se formando na cara do Commie naquele momento, se preparando a rir de sua desgraça na hora certa.


— Você tem um filho, Tom? — A pergunta agora foi feita pelo amigo ruivo. Todos os olhares se fixaram em Tom num silêncio desconfortável, com exceção da loira, e ele sentiu o mundo girar de novo.


Felizmente, ele não precisou falarissomais uma vez para respondê-lo. A expressão totalmente em pânico que se fixou em sua face pálida e a maneira com que ele começou a massagear as têmporas foi resposta o suficiente para os amigos.


Edd, Matt e Tord se encararam com rostos apreensivos por dois segundos ou mais, soando quase como se de fato estivessem preocupados, para logo depois começarem a rir histericamente, dobrando o corpo para frente e massageando a barriga, de tanto darem risada.


— Meninos, eu não acho que seja uma boa ideia vocês...


— Ele não tem olho também, por acaso!? — O mais alto dos três rapazes perguntou com o pouco de ar que sobrava em seus pulmões. A loira nem mesmo se esforçou para respondê-lo, porque logo depois dessa, várias outras perguntas e piadas de mal gosto surgiram.


— Tu tem certeza que o fígado dele não veio com nenhum problema? Ele por acasotemfígado?


— Cês acham que ele tem mais chance de se parecer um abacaxi ou uma bola de boliche, pessoal!?


— O que ele pede pro natal, Alisson? Ele já chegou na fase em que ele tenta se esconder na lareira pramatar o papai noel e essas coi—


E então, todos os presentes se calaram no mesmo instante quando, inesperadamente, Tom caiu para trás,desmaiado.

24 апреля 2020 г. 0:48 0 Отчет Добавить Подписаться
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Manuela nao sei escrever fodase

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