aikimsoo Ai KimSoo

Do Kyungsoo estava divorciado há uma semana, justamente daquele com quem ele acreditou que viveria até que a morte os separasse. Pensar que chegaria em casa e não teria o calor de Jongin, seu marido, o fazia perder qualquer vontade de sair do trabalho na hora certa. Enquanto via seus amigos se apressarem para irem para seus respectivos lares, Kyungsoo preferia ficar no trabalho e se afundar em papeladas, mesmo que o trabalho o fizesse lembrar de Jongin. Não entendia a razão que levou o moreno a tomar medidas tão drásticas, principalmente depois de saber que Jongin tinha até mesmo pedido demissão do trabalho que ambos entraram juntos. Jongin tinha desaparecido do mapa, deixando Kyungsoo sozinho no mundo como sempre fora. Até o dia que Kyungsoo é atacado, mas não por um ladrão, e sim por um vampiro.


Фанфикшн Группы / Singers Всех возростов.

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Короткий рассказ
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Significado de companheiro

Kyungsoo estava encarando aquela papelada, que dava um total de 40 páginas, sem acreditar que realmente estava lidando com aquele tipo de documento. Sempre ouviu falar da porcaria do divórcio, mas nunca pensou que um dia viesse a ter o próprio nome em um, muito menos com quem estava sendo o outro outorgante daquela papelada.

"Classe / Assunto: Divórcio Consensual - Conversão em Divórcio

Requerente - Outorgante: Kim Jongin

Réu - Outorgado: Do Kyungsoo"

Seu par de olhos redondinhos estava focado naquelas linhas em especial e só conseguia pensar em como tudo se tornou daquele jeito. Jongin queria se divorciar tão de repente, quando um mês atrás estava declarando seu amor a quatro ventos e fazendo loucuras por amar Kyungsoo.

O divórcio tinha sido tão de repente, ainda mais a papelada toda pronta. Kyungsoo sabia que levava anos para finalmente conseguir a conversão de casamento em divórcio, mas Kim Jongin tinha conseguido fazer o impossível e tornar anos em semanas. Lembrava muito bem quando Jongin começou a se afastar e depois dizer que não dava mais, que queria se divorciar.

O que mais matava Kyungsoo, é porque sempre soube que Jongin tinha um ar de mistério muito grande em si, mas sempre respeitou o espaço do moreno e aguardou até que o mesmo tivesse a vontade de falar. Não achava que era falta de confiança de Jongin em si e sim falta de preparo psicológico para contar o que quer que fosse que o tornasse tão misterioso, então mesmo que Jongin não o contasse nunca, jamais o julgaria e conseguiria conviver com isso. Amava o Jongin de agora e não o do passado desconhecido.

Todavia, mesmo sendo fechado, muito sério as vezes, e regado de segredos, Kim Jongin era a pessoa mais calorosa e carinhosa com que o Do já tinha lidado em todos os seus 27 anos de vida. Amar Jongin foi como respirar para Kyungsoo, tão fácil e tão necessário. Ainda não conseguia acreditar que aquilo tudo estava acontecendo de fato.

Mas o que mais matava Kyungsoo, era estar sentado à frente do advogado sozinho. Jongin tinha assinado seu nome onde deveria e apenas pediu que o advogado entrasse em contato com o Do para que o mesmo fosse assinar. O Kim nem se dera ao trabalho de olhar uma última vez para o rosto daquele que tanto o amava. Aquilo quebrava o coração do pequeno Do em mil pedaços que ele julgou que jamais poderia ser juntados algum dia.


-x-


Fazia uma semana que Kyungsoo se encontrava desquitado. Nem sabia que a palavra "desquite ou desquitado" era usada para pessoas separadas. Ele nem mesmo nunca cogitou ser um homem separado, já que era casado há cinco anos. Seus olhos estavam sempre inchados, porque sempre se pegava chorando rios de lágrimas antes de dormir, enquanto olhava o guarda-roupa aberto gritando que Kim Jongin não vivia mais ali e agora o móvel só portava roupas de Kyungsoo.

Sempre que pensava que não poderia se quebrar mais e pensar que Kim Jongin estava sendo um canalha, descobria que as coisas podiam sim fazê-lo se sentir ainda pior. Quando conheceu Jongin, foi na empresa em que tinha acabado de entrar. Ambos eram estagiários de arquitetura e passaram a conversar bastante, porque foram os únicos que conseguiram passar na entrevista de estágio. Eram jovens, cerca de 20 anos, quando se conheceram. Esperaram serem efetivados para finalmente se confessarem um para o outro, tinham apenas 21 anos quando ambos marcaram um encontro e se confessaram juntos, falando tudo de uma vez.

Depois, esperaram um ano para decidirem noivar e casar. Não tinham casado na Coréia do Sul, porque o país ainda não tinha legalizado o casamento homossexual no civil, mas casaram no Japão, mais especificamente em Shiba, pois lá o casamento era possível. Não contaram com nenhuma testemunha conhecida, porque não seriam capazes de pagar a viagem de todos os conhecidos para o Japão, pelo menos foi o que Kyungsoo acreditou, então as testemunhas do seu casamento civil haviam sido os próprios Escreventes, Oficiais e Substitutos daquele cartório.

Nem todos da empresa sabiam que ambos eram um casal, mesmo que carregassem no dedo anelar esquerdo uma aliança de ouro, e por isso ninguém entendeu que aquele pedido de demissão de Kim Jongin era consequência do seu divórcio com Kyungsoo.

Kyungsoo não conseguia entender como tinha se tornado tão tóxico para Jongin ao ponto do mesmo evitar qualquer tipo de contato pessoal. Precisava mesmo ter se demitido? Precisava mesmo ter pedido o divórcio? Era necessário deixá-lo sozinho com o advogado para assinar a papelada daquele documento tão triste?

Mas a quem Kyungsoo queria enganar também? Não conhecia Kim Jongin de verdade, mesmo que estivessem juntos há mais de 5 anos, sendo casados ou mantendo um namoro, então era óbvio que Jongin havia se tornado uma constante variável em sua vida. Quase caíra para trás quando viu no documento, na parte do "Dos bens entre as partes" em que Jongin deixava uma fortuna para si. Foi assim que descobriu que o homem com quem havia casado na verdade era uma espécie de milionário. Foi assim que percebeu, com muita tristeza, que nunca realmente conheceu o homem por quem era apaixonado e uma vez fora casado.


-x-


Tinha ficado fazendo hora extra, mais uma vez naquela semana após o divórcio, e estava andando pelas ruas sentindo que estava sendo perseguido. Aquela sensação havia começado um pouco antes de Kyungsoo saber que Jongin queria fazer o pedido de divórcio, mas como nunca nada o aconteceu, não achou necessário registrar queixa na polícia.

Por mais que agora pudesse ser um home rico, já que Kim Jongin havia deixado uma fortuna para si, Kyungsoo estava fazendo uso de transporte público há uma semana. Quando saíra do local em que o advogado tinha finalmente conseguido sua assinatura para a declaração de separação em divórcio, rumou para um bar e bebeu até dizer chega, acarretando depois em tentando dirigir e batendo com o carro em um poste. Tinha sido imprudente, bem sabia, mas a bebida o fez perceber que preferia morrer do que encarar a realidade de chegar na casa fria e não ter mais o calor do marido consigo. Amava Kim Jongin demais e até pensava que essa intensidade toda fosse derivada do fato de ter crescido em um orfanato. Talvez fosse carente por nunca ter recebido um carinho materno e fraterno, transformando Kim Jongin na pessoa mais importante de sua vida ao ponto de cogitar se matar do que encarar que havia sido abandonado mais uma vez.

Como tinha sido socorrido por alguém, que não sabia precisar quem era, estava vivo e seu carro no conserto. De alguma forma, ninguém descobriu que tinha dirigido embriagado e sua carteira de motorista estava intacta.

Estava quase chegando ao ponto de ônibus, quando a sensação de perseguição aumentou e olhou para trás, constatando que de fato alguém o perseguia. A rua estava deserta, já era meia-noite, então não tinha como pedir por socorro a ninguém. Sabia que tinha sido imprudente por trabalhar até tarde, mas preferia a frieza do escritório e as papeladas, do que chegar em casa e se deparar com a realidade ainda mais cruel de estar sozinho mais uma vez no mundo.

Entretanto, tentou não focar muito em se arrepender de ter ficado até tarde e apressou os passos, enquanto se questionava o que aquela pessoa poderia querer consigo. Pesou os pós e contras de ser assaltado e decidiu que era melhor entregar tudo do que tentar fugir e acabar morto. O que era contraditório, se for levado em consideração o fato de ter tentado se matar há uma semana.

Em um surto de adrenalina e coragem, Kyungsoo parou seu andar apressado e virou em direção do candidato a assaltante. Respirou fundo e permitiu sua voz sair por vontade própria.

-Aqui estão meus pertences. - anunciou estendendo o celular e a carteira. Teria que tirar novos documentos mesmo, então não via motivo para se preocupar com isso. Quanto aos cartões de crédito, iria bloqueá-los e tudo ficaria bem.

-Eu não quero nada disso. - o homem estranho anunciou e ergueu o rosto, já que encarava o chão, deixando à mostra suas pupilas vermelhas.

-O que quer de mim? - Kyungsoo insistiu. Estava assustado com os olhos da pessoa? Claro, mas achava que podia ser lente ou algum drogado.

-Seu sangue. - o homem sorriu sádico e em um piscar de olhos, estava atrás de Kyungsoo e com a boca bem perto do pescoço do menor.

Kyungsoo arfou em surpresa e medo, tentando se afastar e sendo empurrado em seguida. O empurrão não teria o afetado tanto se o homem não fosse forte demais. Kyungsoo voou uns dois metros de distância de onde estava primeiramente e chocou-se com um poste, sentindo o corpo chorar de dor.

Estava terrivelmente apavorado e não cogitou perguntar o que aquele homem era, porque temia a resposta. Saber o que aquele estranho era não iria tirá-lo dali e só serviria para nublar seus pensamentos de medo, o impossibilitando de encontrar alguma rota de fuga, então tentou se concentrar em alguma maneira de fugir.

-Seu cheiro é muito bom, garoto. Quero tanto provar seu sangue... - o homem comentou com uma voz distorcida e Kyungsoo viu que era culpa de suas presas. O estranho tinha seus caninos muito maiores que o normal.

-Realmente o cheiro dele é delicioso, mas nem você e nem eu teremos a chance de prová-lo, querido. - um segundo estranho surgiu e Kyungsoo ficou atordoado, pois viu que o mesmo também tinha presas.

-O quê? Quem é você? Kai está longe dele há tempos, me certifiquei disso antes de atacar! Saía daqui, eu preciso levá-lo para o Lorde! - o primeiro estranho mandou de maneira aborrecida e Kyungsoo tentou se levantar, mas algo de errado tinha acontecido com seu corpo.

-Lorde não é ninguém diante do Kai, parceiro. Se orienta. - o segundo desdenhou e virou-se para Kyungsoo. - Venha, eu te ajudo.

-Não me toque! - Kyungsoo desviou do toque. Estava assustado demais e não iria ser tolo para confiar naquele estranho de presas só por ele ter supostamente o salvado.

-Eu sou Bae... - o segundo estranho não conseguiu terminar de se apresentar, porque foi empurrado para longe de Kyungsoo pelo primeiro estranho.

-SOCORRO! - Kyungsoo resolveu gritar, embora soubesse que não iria adiantar muito. Estava deserto em um lugar que nem moradores tinham, era uma rua só de comércio.

Tentou rastejar para longe do inimigo, mas teve os cabelos negros como a noite agarrados com uma força sobre-humana. O gritou que saiu de seus lábios também pareceu surreal para Kyungsoo. Estava desesperado.

-Eu não posso beber do seu sangue ainda, mas posso te quebrar um pouquinho pra você sangrar e eu dar uma provadinha. - dito isso, começou a arrastar Kyungsoo pelo chão, fazendo com que a roupa que vestia começasse a se rasgar e sua pele fosse atingida pelo asfalto.

-Larga ele, seu babaca! Ele pertence ao Kai e eu não vou deixar que nada o aconteça! - o estranho número dois avançou, mas o estranho número um desviou e isso só causou em mais dor em Kyungsoo, que tinha os cabelos sendo arrancados do couro cabeludo e partes do corpo sendo raladas.-Você já está deixando acontecer, basta sentir o cheiro de sangue fresco que o ar está ganhando. - provocou e antes que pudesse rir, foi arremessado para longe pelo estranho número dois, que o tinha empurrado.

O golpe visava apenas em ferir o estranho número um, porém, Kyungsoo acabou sendo levado no meio disso tudo e se ferindo muito mais do que poderia. O primeiro estranho era muito ruim e sádico, então assim que sentiu a pressão em ser empurrado, aumentou o aperto nos fios de Kyungsoo e o arrastou consigo enquanto era arremessado para longe. Antes que finalmente encontrasse o chão, fez uso de sua força sobrenatural para arremessar Kyungsoo também, assim como o estranho número dois fizera.

O Do se sentia um boneco sendo jogado de um lado para o outro, mas quando seu corpo chocou-se com o chão da estrada e logo em seguida sua cabeça, foi inevitável não sentir a dor insuportável e os olhos se fecharem. Aquele era seu fim? Acreditou ser e antes que perdesse de vez a consciência, só conseguiu pensar nos momentos felizes que teve com Jongin. Iria amá-lo para sempre, independente da separação ou não. O divórcio era no papel e não um botão que iria desligar seus sentimentos.

-Seu desgraçado! - o estranho número dois gritou e avançou no primeiro homem, mostrando porque fora escolhido por Kai para fazer a guarda de Kyungsoo.

Antes que o estranho número um cogitasse se defender ou ferir o adversário, teve sua garganta rasgada pelas presas alheias. Sabia que teria sua cabeça arrancada do corpo e isso acarretaria em sua morte, porém, não conseguiu sentir nada ao pensar sobre isso.

Antes que finalmente tivesse a cabeça arrancada do tronco, olhou mais uma vez para o corpo humano caído inerte no chão da estrada e sorriu sadicamente. Sabia que não seria o único a deixar aquele mundo naquele noite.


-x-


Baekhyun carregava o corpo praticamente falecido em seus braços com um desespero sem tamanho. Corria à toda velocidade e pedia a qualquer divindade que pudesse olhar pelos vampiros para que não deixassem a vida daquele humano se esvair bem na sua frente. Kai o mataria se chegasse até o clã com o corpo morto do seu ex-marido.

Praguejava internamente a hora em que tinha decidido fazer um lanchinho pela noite, pois sabia que Kyungsoo iria ficar fazendo hora extra. Não deveria ter ficado tempo demais caçando e sim ter se contentado com o sangue do primeiro humano que pegou. Nunca tirava vidas ou os transformava se apenas fosse se alimentar, pois para transformar alguém teria que se concentrar em deixar seu veneno escorrer por suas presas. Não era um vampiro de linhagem pura, tinha sido humano antes de tudo e há muitos séculos, então seu veneno era reduzido e exigia concentração.

Diferente de Kai, que era o filho do rei e da rainha do clã Pulchro, os primeiros vampiros que já existiram. Assim como a origem do homem tinha diversas vertentes de explicações, a origem dos vampiros também tinha e ninguém sabia precisar qual era a verdade, apenas sabiam que a primeira vampira era Joy e o primeiro vampiro era YoungJae, que era irmão de Lorde, o segundo vampiro da linhagem pura.

Baekhyun temeu que estivesse pensando em toda a criação do universo, porque estava correndo para encontrar com a morte por vontade própria. Havia recebido uma ordem bem específica de Kai quando mandou que não desgrudasse de Kyungsoo. Não entendia como Kai poderia pensar que se afastando de Kyungsoo o estaria protegendo, mas jamais iria questionar isso e apenas acatou a ordem, que tinha acabado de falhar miseravelmente.

Sempre tivera orgulho de dizer que era o melhor lutador do clã e por isso mesmo tinha sido o escolhido para ser o guarda-costa do humano, mas agora só conseguia pensar que era um merda e que teria a cabeça arrancada fora pelo líder.

Quando fora transformado, estava com uma epidemia fatal. Não lembrava mais o nome que haviam dado a doença, lembrava que era algo relacionado com negra e tinha peste, mas não o nome certinho. Estava vomitando sangue, porque tinha sido abandonado por seu povo na floresta, para não contaminar ninguém, quando viu a mulher mais linda do mundo vir em sua direção.

A mulher era magra, alta, tinha cabelos vermelhos como sangue e seu rosto era angelical. Quando sorriu para si, só conseguiu pensar que era um anjo indo guiá-lo para a morte, mas quando sentiu a mordida dolorida em seu pescoço, começou a cogitar que era o diabo que tinha ido lhe buscar pessoalmente.

Diferente dos vampiros transformados, os vampiros nascentes jorravam veneno de suas presas, então quando se alimentavam de algum humano, ou o matavam ou o transformavam. Baekhyun serviu de alimento e também para ser transformado pela rainha. Antes de ter o organismo envenenado pela vampira, Baekhyun pensou que o sofrimento que tinha daquele doença infernal jamais poderia ser superado, mas mudou de ideia depois de ser mordido por Joy.

Demorou cerca de 3 dias para finalmente ter a transformação completada e ser considerado um vampiro. No começo, era descontrolado e até mesmo rebelde, porque nunca pedira para ser transformado, todavia, quando se sentiu acolhido por todos do clã, percebeu que ali se preocupavam muito mais com seus entes-queridos do que o mundo dos homens comuns. Os vampiros jamais iriam abandonar um dos seus nos confins da floresta por estarem agonizando de uma doença infernal.Aos poucos foi dando o melhor para se encaixar ali e encontrou muitos amigos, até que finalmente descobriu que outros vampiros nascentes existiam e que um deles era até mesmo irmão do rei, mas que tinha se rebelado e resolvido criar seu próprio clã. Baekhyun achou aquilo muito parecido com a história de como Lúcifer desceu dos céus.

Apressou mais a corrida quando se encontrou na trilha que o levaria até seu clã, torcendo profundamente para que Kyungsoo se agarrasse àquele único fio de vida e não se entregasse a morte. Podia morder e transformar Kyungsoo ele mesmo, mas se Kai nunca o fizera quando esteve na companhia do humano por anos, não achava que deveria ser quem transformaria Kyungsoo, na verdade, acreditava que se ousasse a sentir o gosto do sangue daquele humano, seria o último gosto que sentira na vida.

Os vampiros nascentes costumavam ser muito mais possessivos que os não-nascentes e humanos, então Baekhyun sabia reconhecer quando deveria recuar. Kyungsoo era a paixão da existência de Kai e todos sabiam que aquele humano seria o único para o príncipe do clã, mesmo quando morresse, então não seria louco de enfiar suas presas em alguma veia daquele humano para depois ter a própria cabeça arrancada do corpo, como fizera alguns minutos atrás com o vampiro súdito de Lorde.

Quando finalmente colocou os pés nas extremidades do território de seu clã, suspirou aliviado. Precisaria levar Kyungsoo até Kai e então estaria livre de qualquer ameaça de morte. Correu como se sua vida dependesse disso, o que não estava longe da verdade, até que encontrou o príncipe na arena de treinamento e derrubando um novo recruta.

Foi questões de segundos até Jongin desviar sua atenção para a direção em que sentira o cheiro doce daquele que era unicamente dono de seu coração. Quase sentiu que perderia a vida ao ver que Kyungsoo, seu Soo, estava deitado nos braços de Baekhyun e claramente em seus últimos minutos de vida.

Largou o novo recruta no chão e avançou em direção a Baekhyun, arrancando Kyungsoo de seus braços e procurando qualquer sinal de vida mais forte vindo do humano. Kyungsoo estava machucado, sangrava um pouco e algo o fazia estar orbitando entre a vida e a morte.

-Uns dos servos do Lorde conseguiu atacar ele, mas impedi que... Bom, que ele continuasse vivo e fosse reportar qualquer coisa ao seu rei. Eu não sei o que pode ter ocasionado essa oscilação de vida e morte a ele, mas sua pulsação está ficando mais fraca a cada segundo. Só você pode decidir o que fazer, inclusive comigo, estarei disposto a aceitar suas decisões. - Baekhyun declarou.

Apesar de ter medo de morrer, não estava mentindo ou blefando. O desespero de Kai era tão palpável, que se sentiu um miserável por estar causando tamanha dor naquele que sempre o acolheu tão bem e confiou em suas habilidades para proteger o único humano que amava. Se Kyungsoo morresse e Kai decidisse que deveria matá-lo por ter falhado, iria aceitar sem questionar.

-Baekhyun... Se eu não transformá-lo, ele irá morrer... - não era uma pergunta, era uma afirmativa dolorosa. - O que eu faço? - perguntou desesperado e apertando aquele pequeno corpo em seus braços.

-Se você o ama tanto, príncipe, acho que deveria transformá-lo. O acompanhei de perto tempo o suficiente para saber que ele te ama na mesma intensidade que é amado. Ele ficou devastado quando se separaram e até mesmo tentou se matar, como reportei ao senhor. Sei que essa é uma escolha que ele quem deveria tomar, mas penso que se o mesmo chegou até aqui ainda respirando, mesmo que pouco, é porque é a forma do destino dizer que você deve transformá-lo para permanecerem juntos para a eternidade. É o que penso, príncipe. - concluiu seu pensamento e então percebeu que o coração de Kyungsoo tinha falhado uma vez e depois retornado a bater. - O coração dele está começando a falhar, como podemos ouvir. O senhor tem pouco tempo, príncipe!

Então, submerso em desespero e egoísmo, pois não conseguiria se imaginar viver em um mundo onde o amor de sua eternidade não estaria mais respirando, tomou a decisão por Kyungsoo e permitiu que suas presas crescessem. Antes que o coração de Kyungsoo desse sua última batida, Jongin mordeu o pescoço do humano, deixando que seu veneno fosse enviado para cada célula do corpo inerte em seus braços.

"Por favor, Soo, me perdoe!" pensou enquanto continuava sua mordida para se assegurar que o veneno estava sendo impregnado da maneira correta. Mesmo em meio ao desespero, foi inevitável Jongin não pensar em como o sangue do seu pequeno era mil vezes melhor do que já tinha fantasiado.


-x-


Fazia uma semana desde que todo os acontecimentos trágicos foram desencadeados. Jongin não conseguia pensar em treinar ou montar estratégias com ninguém, simplesmente ficava ao lado de seu Soo, à espera que o menor voltasse a respirar. Estava desesperado, porque o maior período de tempo para a transformação ser completada era de três dias e Kyungsoo encontrava-se no sétimo.

-Nada ainda? - ouviu a voz de sua mãe e ergueu a cabeça, encontrando a mesma adentrando seu quarto.

-Nada, absolutamente nada. Ao mesmo tempo em que ele parece estar morto, consigo sentir o cheiro do veneno no organismo dele. Ele não está mais respirando, mas ainda emana o cheiro doce de seu sangue. - relatou e viu a mais velha concordar, enquanto sentava na ponta da cama em que Kyungsoo estava deitado e Jongin sentado.

-Você acabou de descrever as etapas de uma transformação ao pé da letra, então não devemos nos precipitar. Mesmo que o tempo esteja sendo maior, ele não parece estar sem chance de reagir. - aconselhou e Jongin concordou. - Mandei que Baekhyun fosse caçar algum animal pra você. Está há uma semana sem beber sangue e isso não é saudável.

-Não penso que me preocupar em ficar saudável seja o certo perante o estado que meu Soo se encontra, mãe. Se eu tivesse ouvido a senhora e o pai, certamente nenhum vampiro teria tentado atacar meu Soo. Eu não sei onde estava com a cabeça quando decidi que me afastar dele era o melhor. - lamuriou segurando a mão gelada de Kyungsoo.

-Você estava pensando na proteção dele. Apenas tinham descoberto que você era casado e não sobre a existência de Kyungsoo. Se levaram anos para descobrir sobre o seu casamento, era esperado que fossem demorar a descobrir quem era seu parceiro...

-Mas eu não podia ter descartado essa hipótese. Como posso ter voltado pro clã a fim de montar estratégias, se eu ignorei o primeiro princípio de um estrategista? Nunca devemos descartar nenhuma possibilidade, por menor que seja. Eu fui...

-AHH!! - um grito partiu dos lábios fartos de Kyungsoo, que permaneceram durante muito tempo fechados, e os dois vampiros nascentes daquele quarto se sobressaltaram.

Jongin viu quando os olhos de Kyungsoo se abriram e permitiram as pupilas vermelhas serem contempladas. A transformação tinha chegado ao fim e Kyungsoo voltava a respirar. Não haveriam tantas mudanças em seu corpo, continuaria respirando, tendo sangue e sentindo fome. Eram as ações do corpo que mais mascaravam que a pessoa não era uma humana e sim um vampiro.

Claro que a temperatura normal de Kyungsoo passaria a ser abaixo de 0 e não mais entre 30 e 33 graus. Também não teria necessidades fisiológicas, fome de comida humana ou lágrimas para chorar. Seu corpo passaria a ser frio, sentiria sede de sangue, ganharia uma força sobrenatural, olfato, paladar e audição aguçados, íris vermelhas e a eternidade. Só poderia ser morto pelo sol ou por arrancarem a cabeça de seu corpo.

Jongin e Joy não tiveram tempo de tentarem iniciar uma conversa com o mais novo vampiro, porque assim que o mesmo abriu os olhos, avançou em Jongin, mais precisamente em sua jugular. Joy se sobressaltou e pensou em gritar por socorro, mesmo que ela fosse tentar separar os dois vampiros enquanto gritasse por ajuda, mas Jongin fez sinal para que ela deixasse Kyungsoo sugar seu sangue.

Todos sabiam como a fome de um recém-vampiro era insaciável pela primeira semana, mas nenhum deles nunca tentou atacar outro vampiro para matar sua sede. Não faziam isso, porque necessitavam de sangue humano para alimentá-los e não do sangue de outro vampiro. Até nisso a transformação de Kyungsoo se mostrava diferente, intrigante.

O menor sugou o sangue de seu ex-marido por cinco minutos inteiros, contados especialmente por Joy, que se recusou a sair do quarto e ficou analisando tudo de longe. Quando Kyungsoo interrompeu o contato, sentou no colo de Jongin - uma vez que o mesmo tinha caído na cama e tido Kyungsoo por cima de si de quatro - e começou a olhar ao redor, completamente desnorteado.

Kyungsoo estava se sentindo estranho quando acordou. A garganta ardia em desespero por sangue e não teve nem tempo de analisar o quão bizarro aquilo tudo era, apenas sentiu um cheiro inebriante à sua frente e avançou. Estava se sentindo cheio, por isso parou de beber aquele líquido maravilhoso e começou a ter noção do que estava ao seu redor.

Lembranças da noite anterior, onde fora atacado e não fazia ideia que já tinha se passado uma semana, preencheram sua mente numa avalanche e foi então que sentiu o cheiro de Jongin, aquele cheiro único do maior e que parecia estar muito mais forte que antes. Olhou para baixo e viu que Jongin estava deitado abaixo de si, com sangue no pescoço e o encarando profundamente.

-Jon-Jon-Jong... Jongin? - depois de tanto gaguejar por estar com falta de uso da voz e influência do seu estado de torpor por estar com o mais velho novamente, conseguiu concluir o nome daquele que tanto amava e que tanto o tinha machucado.

-Soo... Você finalmente despertou! - Jongin declarou aliviado e Joy resolveu sair do quarto, pois sabia que ambos precisariam conversar e estava mais tranquila que Kyungsoo não iria sugar seu filho até o mesmo morrer. Iria atrás de Baekhyun para preparar o sangue para dar a Kai logo ou ele iria enfraquecer em breve. Kyungsoo o tinha sugado demais.

-O que aconteceu? Como estamos juntos? Por que eu... Por que te ataquei? Por que...Por que bebi seu sangue e...

-É uma longa história, Soo, mas vou precisar que você tenha paciência e mente aberta para...

-Jongin, você é mesmo real? Você está mesmo aqui na minha frente? - Kyungsoo o interrompeu e sua voz era chorosa, mesmo que seus olhos não pudessem mais derramar lágrimas.

-Sim, Soo, sou real e eu estou aqui. - o moreno o tranquilizou e se sentou, mas logo em seguida quase foi derrubado na cama de novo, pois Kyungsoo havia avançado em si, o prendendo em um abraço apertado.

-Eu te amo muito, Jongin-ah, eu te amo muito, por favor, não me deixe, não me deixe! Eu senti tanto medo, tanto, eu pensei que iria morrer, que nunca mais ia te ver. Eu tive tanto medo, por favor, não vá embora de novo, eu te amo tanto! - começou a pedir desesperadamente e sentiu os braços fortes, que tanto amava, rodearam seu corpo em um abraço apertado e transmitir-lhe proteção. Estar nos braços de Jongin sempre fazia com que se sentisse protegido.

-Eu não vou mais a lugar nenhum, ninguém vai fazer nada com você, irei te proteger de tudo e de todos. Eu te amo muito, Soo, senti tanto a sua falta. - confessou e afundou o rosto no vão do pescoço e ombro do menor.

Ficaram naquela posição por um longo tempo e não pronunciaram nenhuma palavra. Matarem a saudade um do outro era muito mais importante no momento. Jongin sempre soube que seu pequeno tinha problemas com abandono, por isso evitava se relacionar com qualquer um. Doeu muito em Jongin ter que se afastar e só o fez por realmente considerar o melhor para a proteção do pequeno.Jongin sabia que Kyungsoo se importava somente com o presente e não o passado, visto que, por ter sido criado em um orfanato o fez não ter uma origem, ou um passado que pudesse conter lembranças boas e ruins. Apenas viveu no orfanato dia pós dia, sem criar nenhuma lembrança para chamar de passado. Fora justamente por isso que não foi difícil para Kyungsoo aceitar Jongin com todos os seus mistérios.

Para o menor, bastava Jongin estar ali no presente de todos os dias, lhe dando carinho e amor, estando sempre ao seu lado, que passado nenhum iria lhe importar. Jongin estar ali por ele e para ele era tudo o que necessitava.

Era justamente por isso que Kyungsoo estava mais preocupado em abraçar Jongin e senti-lo bem próximo de si, do que perguntar qualquer coisa. Se aquilo tudo fosse um sonho, já que se assemelhava muito a um por culpa de seus acontecimentos estranho, Kyungsoo desejava nunca mais acordar.-x-Kyungsoo e Jongin poderiam ter ficado uma eternidade parados naquele abraço, se Joy não tivesse adentrado o quarto com duas garrafas de vinho cheias de sangue de animal para Jongin. Ela pediu desculpas por interromper, mas deixou claro que Jongin deveria tomar até a última gota, ainda mais depois de Kyungsoo ter bebido tanto sangue seu.

Foi então que ambos se separaram e Kyungsoo ficou analisando ao redor, chocado demais por ver que Jongin estava bebendo sangue em uma garrafa de vinho. Começou a pensar em todos os acontecimentos e não foi difícil chegar à conclusão de que Jongin era um vampiro e que o tinha transformado, não era burro e conhecia literatura, entretanto, ainda precisava de algumas explicações para compreender melhor tudo o que acontecia. Até que ponto que lera era real e fictício?Esperou que o moreno terminasse de degustar de sua segunda garrafa de bebida peculiar, para finalmente começar a organizar a listinha de perguntas que tinha em mente, mas quando tentou verbalizar, não saiu nada.

-Você quer saber o que aconteceu. - Jongin comentou assim que terminou de limpar a boca com o guardanapo que a mãe o tinha entregado antes de sair do quarto. Viu Kyungsoo confirmar e parou para organizar a explicação. Optou por começar do início, desde o dia em que se conheceram, quando ainda eram apenas estagiários. - Bom, há oito anos precisei ir até a cidade, saindo do meu clã com meu pai. Haviam registros de alguns vampiros...

-V-você... - Kyungsoo não conseguiu completar a sentença, porque por mais que já soubesse que Jongin era um vampiro, ouvir a confirmação fazia tudo se tornar ainda mais verídico.

Jongin ficou parado, analisou Kyungsoo e resolveu levar a mão do menor até seus lábios, depositando um beijo. Realmente não tinha tato para ser delicado quando se via diante da situação de contar a verdade, todavia, precisava ir com calma. Kyungsoo ainda estava assustado com tudo.

-Desculpe por soltar dessa forma, eu só não sei como amenizar as coisas. - Jongin pediu desculpas e ficou olhando a mão do menor, que estava na sua, fazendo carinho na mesma. - Eu sou um vampiro, assim como meus pais, o homem que te atacou e o que te protegeu, te trazendo até mim. Só que temos algumas distinções, uma espécie de hierarquia. Meus pais e eu nascemos vampiros, na verdade, meus pais foram os primeiros a surgirem em nosso país, assim como o irmão do meu pai, que se intitula Lorde. Não sei te explicar como isso aconteceu, assim como ninguém sabe se o homem veio do barro ou do macaco, a questão é que os vampiros que já nasceram assim são chamados de vampiros nascentes e os que são transformados, de vampiros não-nascentes. O vampiro que te salvou se chama Baekhyun, ele é um não-nascente que foi transformado pela minha mãe, uma nascente. Eu não sei te dizer se o que te atacou era um nascente, mas acredito que não. Mas voltando de onde eu parei, há 8 anos foi necessário que meu pai e eu fôssemos à cidade para dar uma represália nos não-nascentes, porque eles estavam atacando humanos descaradamente. Como na literatura humana, os vampiros precisam de sangue, não podem ficar expostos ao sol, têm forças e os sentidos aguçados, além das presas...

-Então como você...

-A hierarquia que eu estou enfatizando é importante para muitas de suas indagações, pequeno. Basicamente, muito da literatura se refere aos vampiros não-nascentes, embora muitas coisas sejam inventadas pela imaginação humana. Nós temos coração, um que bate, sangue circulando em nossas veias, respiramos e às vezes temos a necessidade de dormir. Somos compostos de muitos organismos semelhantes aos humanos, só diferenciamos no quesito força, alimentação e etc, mas um vampiro nascente consegue muito bem se disfarça de humano. - Jongin fez uma pausa, para analisar se Kyungsoo estava compreendendo tudo, e tornou a explicar. - Por isso que eu, um nascente, posso andar debaixo do sol e minha temperatura do corpo pode se assemelhar a de um humano, porém, a exposição ao sol tem um certo limite. Se você pensar um pouquinho, só saíamos a noite e as únicas vezes que eu ficava exposto a luz solar, era quando precisávamos ir para o trabalho ou fazer algo fora dele. Dependendo da temperatura, consigo aguentar de duas até três horas de exposição. Se eu sair no sol e ficar duas horas, preciso me recolher e depois posso me expor novamente, mas dessa vez com uma tolerância menor. O sol queima minha pele, mas consigo suportar, somente quando a hora vai passando que se intensifica e torna-se insuportável, ou seja, fatal. É por ser um pouco mais tolerante ao sol, que os vampiros nascentes conseguem ter uma temperatura mais alta do que os vampiros não-nascentes, porque o sol fica impregnado em nossa pele por uma semana. Quanto mais exposto ao sol eu for, mais minha temperatura fica quente, se eu não me expor, ela passa a ficar abaixo de 0 novamente.

-Você está tão frio... Tão frio quanto eu... - Kyungsoo murmurou baixinho e começou a acariciar a mão do moreno.

-É porque já faz mais de uma semana que não fico exposto ao sol. As luzes artificiais não afetam os vampiros nascentes e não-nascentes, então isso não influencia na minha temperatura. Outro ponto importante para você saber, é que os vampiros não-nascentes precisam se alimentar unicamente de humanos nos seus primeiros 2 séculos após transformação, isso não causa nenhum massacre ou ameaça aos seres humanos, porque os não-nascentes podem se alimentar de vários humanos sem transformá-los em vampiros...

-Como isso? - Kyungsoo perguntou curioso, encarando Jongin com suas orbes, agora de coloração vermelha, curiosas. Foi inevitável para o maior não sorrir.

-Para um nascente, o veneno escorre das presas como se fosse água jorrando em uma cachoeira, enquanto para os não-nascentes é necessário que eles queiram de fato transformar alguém para liberarem o veneno. Acredito que seja por isso que os nascentes conseguem se alimentar de qualquer tipo de sangue, desde humanos diretamente, bolsas de sangue ou animais, uma vez que se só pudéssemos nos alimentar de humanos, ficaríamos sem alimento após um tempo. Se um nascente morde um humano, ele tem a opção de sugar até a última gota de sangue do humano ou então parar e deixar que o mesmo se transforme. Tanto os nascentes quanto os não-nascentes podem comer comida humana, mas não é o suficiente para gente e por isso raramente nos propomos a comer. Esses vampiros não-nascentes estavam atacando humanos durante a noite e quase causando um desequilíbrio entre o mundo humano e o mundo desconhecido dos humanos, então meu pai e eu fomos dar um basta nisso. - pausou e sorriu, como se a lembrança o agradasse. - Foi então que te vi pela primeira vez.

-Me viu? - perguntou confuso.

-Você estava voltando do mercado naquele dia e um dos não-nascentes iria te atacar. Eu mesmo, pessoalmente, acabei com aquele vampiro e você nem mesmo desconfiou da movimentação estranha. Eu fiquei inebriado com o cheiro do seu sangue e prometi pra mim mesmo que se nos esbarrássemos de novo, eu iria cogitar provar do seu sangue doce. Eu tinha ficado bastante mexido com você e então, no dia seguinte, te encontrei ajudando uma senhora a atravessar a rua. Fiquei encantado e decidi que iria seguir você depois que acabasse com os vampiros não-nascentes desordeiros. Foi dessa forma que descobri que você estava estudando arquitetura e iria se tornar um estagiário em uma empresa. Eu decidi que queria me aproximar de você, então quando vi, já tinha forjado um bando de documentos e estava me apresentando como seu colega de estágio. Eu me apaixonei por você muito antes de você saber que eu existia. - confessou e viu o sorriso lindo se abrir nos lábios de Kyungsoo. - Eu sempre soube que era perigoso, mas era mais forte que eu e quando soube que era correspondido, resolvi me entregar de vez. Eu abri mão de ser o príncipe do clã Pulchro só pra viver ao seu lado.

-Então por que me deixou? - questionou e o tom magoado era palpável em sua voz. Jongin sentiu seu coração se apertar.

-Porque minha família não é a única nascente, eu tenho um tio, que se denomina Lorde, que tem seu próprio clã. Ele e meu pai brigaram no começo de tudo, porque ele queria ser líder também. Briga por poder, entende? Então outro clã foi criado aqui na Coréia do Sul. Basicamente são os únicos clãs que existem aqui, embora existam mais clãs pelo mundo à fora. O fato é que eu não podia deixar que ninguém soubesse que eu tinha encontrado a paixão da minha existência, porque vampiros são eternos, os nascentes crescem até os 20/25 anos e depois sua aparência nunca mais é alterada. É congelado no tempo.

-Por isso você não envelhecia nunca. - Kyungsoo comentou e Jongin riu, pois podia dizer o mesmo do menor, que tinha 27 anos e parecia ter 20.

-Preciso te explicar uma coisa sobre a paixão no meu mundo. Quando nos apaixonamos por alguém, é pra sempre, absolutamente pra sempre. É impossível vir a gostar de outra pessoa, quem dirá vir a se apaixonar novamente. É intenso demais, por isso somos uma sociedade que não faz distinção de gêneros, pois sabemos que a ligação é transcendente a qualquer coisa primária, sólida, como gêneros, independentes de físicos ou psicológicos. Eu consegui te esconder por 5 anos, mas algo aconteceu e de repente o Lorde estava atrás de mim, para pegar a única pessoa que seria capaz de me fazer acabar com minha vida se não vivesse mais. - contou e Kyungsoo se assustou, pois tinha tido uma atitude semelhante. - Ao que parece, o meu "tio" tinha uma parceira e ela está desaparecida, o que o levou a acreditar que nós sumimos com ela, mais especificamente eu.

-Mas por que você faria isso? Você ainda estava comigo o tempo todo...

-Exatamente. É o que eu gostaria de argumentar, se meu tio quisesse ouvir meu lado. Eu fiquei desesperado quando pensei que poderiam te pegar, te ferir. Eu fiquei maluco, então eu pensei que se tinham levado 8 anos para descobrirem que eu tinha alguém, levariam pelo menos 1 ano para descobrirem a identidade desse alguém. Eu esperava conseguir resolver tudo dentro de um ano e depois tentaria me redimir com você, mesmo que tivesse com alguém, porque eu não conseguia me imaginar sem nunca mais sentir seus beijos, seus toques... Seu calor. Foi muito difícil pra mim, ainda mais que eu sabia que você se sentiria abandonado mais uma vez. Me doeu muito o coração, mas eu estava agindo pelo seu bem. E mesmo que eu me afastasse, fiz questão de pedir ao meu melhor soldado pra vigiar você. Baekhyun é como um irmão pra mim, já que foi transformado pela minha mãe. Eu só o deixei te vigiando por precaução, agora não consigo acreditar que todo o meu esforço foi em vão. Quando Baekhyun chegou com você inerte nos braços, eu pensei que...

-Quando você voltasse pra mim, não iria me contar a verdade? Sei que nunca me importei com o passado, mas ser vampiro faz parte do seu presente, passado e futuro. Faz parte de quem você é. Como faria pra me explicar que enquanto eu envelhecia, você permaneceria congelado no tempo? E quando eu morresse? Você iria tirar sua vida também, quando poderia ter me contado tudo desde o começo e nos dado a chance de viver a eternidade juntos? - o ex-humano questionou, sentindo-se indignado com o fato de que Jongin poderia permitir que morressem do que ficarem sempre juntos.

-Eu, sinceramente, não sei se iria te contar. - o moreno foi sincero e se colocou de pé, mesmo que sentir o toque de Kyungsoo em sua mão fosse saudoso. - Viver a eternidade é bom e ruim ao mesmo tempo. Você nunca deixa de viver e ainda precisa ficar recolhido, porque ninguém seria capaz de te entender. Houve uma época em que humanos e vampiros viviam juntos, até que os humanos começaram a se sentir ameaçados e procuram formas de exterminarem nossa espécie. Foi daí que surgiram as histórias de vampiros e a separação da minha espécie da sua. Eu também tinha medo de contar pra você o que eu era e te propor a transformação e você negar, por não ter a mesma intensidade de sentimentos que eu...

-Você duvidou do meu amor? - Kyungsoo perguntou incrédulo e se pondo de pé.

-Entenda que pra um humano e vampiro, os sentimentos são deveras diferentes. Eu acreditava sim que você me amava, mas um amor humano, que poderia não se imaginar vivendo a eternidade preso a mim, que assim que fosse transformado, poderia vir a se apaixonar por um outro alguém, e eu não iria permitir que você se afastasse. Eu iria atrás de qualquer ameaça que pudesse te tirar de mim. Deve soar doentio pra você, mas no nosso mundo as coisas funcionam desta forma. Meu maior medo sempre foi te perder e eu tinha em mente que o dia que você deixasse esse mundo, eu deixaria junto com você. - declarou e viu Kyungsoo ficar estático.

O menor não sabia o que dizer, apenas tinha entendido todos os motivos de Jongin e não conseguia pensar nem mesmo em atacá-lo, ficar com raiva do mesmo. Não tinha noção de como era viver a eternidade e tinha em mente que Jongin era muito mais intenso por culpa de sua espécie, mas Kyungsoo tinha completa certeza que jamais iria deixar de amar aquele homem. Aquele vampiro.

Resolveu não falar nada e apenas se aproximar de Jongin, o abraçando por trás e depositando a testa no ombro largo do maior. Ambos sentiram calafrio, pois estavam tremendamente saudosos do toque um do outro.

Movidos pelo sentimento da saudade, Kyungsoo afrouxou o abraço para que Jongin pudesse ficar de frente para si e tomar seus lábios. O beijo continha o gosto de sangue de Jongin, que já tinha secado nos lábios do menor, e gosto de sangue dos animais que Jongin tinha bebido anteriormente.

Mas nenhum daqueles gostos diferentes eram capazes de ocultar o gosto real de um e do outro, dos sentimentos que eram compartilhados ali. Haviam muitas perguntas que Kyungsoo queria fazer e sabia que Jongin as responderia conforme fosse questionado, por ora, decidiram apenas matarem a saudade e aproveitarem aquela madrugada juntos. Quando amanheceu, Kyungsoo sentiu sono e Jongin o acompanhou em sua jornada, ambos sem roupas e cobertos apenas pelo fino lençol da cama do príncipe Kai. Deixariam para retornarem a conversa quando a madrugada retornasse.


-x-


Kyungsoo acordou e se sentia muito estranho. Conseguia ouvir o barulho do vento, sentia vários aromas diferentes e quando abriu os olhos, podia dizer que enxergou absolutamente todos os detalhes, inclusive as poeiras no ar. Percebeu que estava escuro e que não era seu quarto, mas antes que pudesse se desesperar, sentiu-se ser puxado e olhou para o lado, encontrando Jongin dormindo e agarrado a si em uma cama de casal desconhecida.

Foi então que fechou os olhos e começou a realmente absorver tudo o que tinha acontecido na sua vida, desde a saída do orfanato até se tornar um vampiro. Tudo ainda era muito surreal e queria muitas respostas, mas antes mesmo que pudesse cogitar conversar com Jongin, um barulho extremamente alto soou, fazendo com que Kyungsoo se encolhesse e Jongin abrisse os olhos, já que tinha fingido dormir para deixar Kyungsoo ter um momento sozinho, se sentando em seguida.

-O que foi isso? - Kyungsoo perguntou assustado.

-Estão invadindo o clã. - o moreno respondeu sério, se colocando de pé e logo uma batida na porta do quarto foi ouvida.

-Príncipe, o Rei o chama pra assumir a frente das tropas! - a voz de Baekhyun soou, declarando a ordem do rei.

-Lorde? - Jongin questionou, começando a olhar o quarto em busca de uma forma de proteger Kyungsoo.

-Sim, Lorde. - Baekhyun confirmou.

-Já estou indo! - gritou e ouviu Baekhyun se afastar.

Jongin nunca participou de um combate como aquele, todavia, o que o desesperava era o fato de que se deixasse Kyungsoo dentro de seu quarto, julgando ser o melhor e o lugar mais seguro, se um único vampiro despistasse alguém e tentasse um combate direto com seu Soo, sabia que perderia o menor para sempre. Ninguém seria capaz de proteger Kyungsoo melhor que ele mesmo.

-Soo, vamos. Me desculpe, de verdade, por tudo estar sendo tão conturbado, mas eu não posso te deixar aqui sozinho e muito menos designar alguém a ficar com você, porque pode ser fatal. - explicou e viu o menor se sentar na beirada da cama, ainda se sentindo atordoado com tudo. - Eu vou te proteger, nunca mais vou te deixar sozinho e por isso vou te levar e pedir para que não saia do meu lado de jeito nenhum. - pediu, se abaixando para ficar na altura do menor e levando as duas mãos para o rosto mais novo, acariciando-o. - Não precisa ter medo, não vou deixar que nada de ruim aconteça a você.

-Eu confio em você, Jongin-ah. - Kyungsoo declarou baixinho e viu o sorriso surgir nos lábios alheios.

Jongin inclinou-se para frente e selou os lábios de formato de coração, teria sido apenas um selinho casto, se Kyungsoo não tivesse segurado sua nuca e pedido passagem com a língua, assinalando sua vontade de aprofundar o ósculo.

O Príncipe não negou e fez uso das duas mãos no rosto do menor, para aproximá-los mais. Se pudessem, seriam um de tanto anseio que tinham para não se desgrudarem, porém, mais um barulho alto fora ouvido e Jongin precisou lembrar que aquele não era o melhor momento, depositando um último selar nos lábios de seu ex-marido e ficando de pé. Agradecia internamente por ter vestido ambos antes de se entregar um pouco ao sono.

-Por favor, não saia do meu lado. - implorou e Kyungsoo concordou, embora temesse que algo de ruim pudesse vir a acontecer.

Ao saírem do quarto de Jongin, a atmosfera mudara e Kyungsoo soube que algo de muito ruim viria sim a acontecer. Enquanto caminhava bem rente ao corpo moreno, tendo em vista que Jongin segurava sua mão de uma forma que o deixavam bem próximos, o vampiro não-nascente não pôde deixar de observar a decoração do lugar e julgá-la parecida com o tempo medieval, só que contando com luz gerada a partir de energia elétrica e não à luz de velas. O lugar era lindo.

Assim que colocaram os pés para fora do lugar, Kyungsoo viu que a noite estava escura feito breu, mas que mesmo assim um monte de vampiros estavam dispostos em fileiras e preparados para atacar.

-ONDE ESTÁ O PRÍNCIPE?! - uma voz estrondosa, mas familiar a Kyungsoo, se propagou com tamanha autoridade.

-O rei sou eu, trate comigo diretamente. - a voz do pai de Jongin se propagou, mas todos sabiam que o problema era diretamente com o moreno.

-Não estou com interesse em bater um papo familiar com você, irmãozinho. - Lorde desdenhou.

-Pois então diga o que quer comigo. - Jongin se pronunciou e começou a passar por entre seus súditos com Kyungsoo sempre ao seu lado.

-Isso são modos de falar com seu tio, querido sobrinho? - Lorde zombou e assim que Kyungsoo viu quem era, arregalou os olhos e pensou que iria desmaiar ali mesmo. - É um prazer em revê-lo, adorável vizinho.

-O que...

-Ele se mudou para o apartamento ao lado do nosso assim que você foi embora. Ele sempre me pedia ajuda em várias coisas e até mesmo já jantou na minha casa, porque o fogão dele tinha dado problema. - Kyungsoo explicou rapidamente e Jongin sentiu o corpo inteiro tencionar.

-Deixar seu adorável parceiro para trás não foi uma ideia muito astuta. Eu poderia ter acabado com ele em um piscar de olhos, mas veja bem, apenas fui um bom vizinho. - ironizou.

-Por que fez tudo isso? - Jongin questionou com o maxilar trincado.

-Eu queria saber se você retornaria, caso retornasse, eu teria certeza de que esse humano é o seu parceiro de vida e poderia fazer uso dele pra exigir o meu de volta, todavia, você não apareceu e ele parou de chegar em casa cedo, então voltei pro meu clã e coloquei um dos meus pra vigiar o humano. Quando me relataram que tinha um vampiro cuidando dele de longe, soube que ele era o seu parceiro e decidi atacar, pena que meu vampiro era imprestável e não obteve êxito. - desdenhou, deixando claro sua insatisfação e fixou bem o olhar nas mãos de Jongin e Kyungsoo. - Eu dei uma semana pra que vocês deixassem meu parceiro vir até mim, mas ele simplesmente não veio e eu vim buscá-lo. Não quero lutar, quero apenas o meu parceiro ao meu lado!

-Seu parceiro? Mas num era uma mulher? - Joy indagou confusa.

-Jamais disse isso. - Lorde respondeu grosseiramente. - E não adianta dizerem que ele não está aqui, porque eu sinto seu cheiro. Entreguem-me ele e tudo ficará bem, caso contrário, farei questão de arrancar a jugular de seu parceiro pessoalmente, príncipe Kai. - os olhos vermelhos flamejantes fuzilaram Kyungsoo e o menor só conseguiu se aproximar mais de Jongin, temendo por sua própria vida e a de todos.

-Não ouse fazer absolutamente nada com meu companheiro ou eu quem farei as honras de arrancar sua jugular pessoalmente. Já dissemos que não estamos com seu parceiro e deixamos claro que nem mesmo sabemos quem ele é! - Jongin se alterou e todos puderam temer perante seu tom de voz, menos o rei, a rainha e Lorde.

-Estou me cansando de toda essa ladainha, farei uma contagem até 10 e quando terminar, se meu parceiro não aparecer, irei eu mesmo e todos do meu clã procurar em cada canto daqui. - avisou.

-Por que ao invés de chegarmos a um extremo, não conversamos melhor sobre como tudo aconteceu? - Kyungsoo se pronunciou. - Tudo parece um enorme mal-entendido e...

-NÃO HÁ MAL-ENTENDIDO! MEU PARCEIRO ESTÁ AQUI E EU SINTO O CHEIRO DO SANGUE DELE!

-Então como explica não sabermos nem o gênero dele? Se ele está aqui, por que ainda não gritou pedindo ajuda? Por que você não foi diretamente salvá-lo ao invés de ficar exigindo explicações? Se fosse meu marido, eu teria me preocupado em tê-lo ao meu lado primeiro e depois fazer as perguntas ou ir em busca de justiça! - Kyungsoo argumentou alterado. Nunca fora alguém de muita paciência quando percebia que estavam seguindo o caminho da teimosia e não o da lógica, por isso o incomodava tanto que o tal vampiro Lorde estivesse estendendo demais algo que poderia ser resolvido em pouco tempo.

Mas a intolerância de Kyungsoo para com pessoas teimosas e ilógicas o fez ignorar o fato de que estava discutindo com um vampiro nascente, que poderia destroçá-lo em um segundo. Somente se deu conta da gravidade dos fatos quando Lorde avançou e Jongin também. Todos estavam preparados para a confusão que se instalaria naquele momento, quando alguém os fez parar.

-EU ESTOU AQUI! - uma voz grossa e potente pôde ser ouvida e todos congelaram.

-Chanyeol?! EU SEMPRE SOUBE QUE ELE ESTAVA COM VOCÊS! - Lorde pareceu se enfurecer mais e correu em direção a Kyungsoo, completamente determinado a acabar com a vida daquele vampiro não-nascente, quando Jongin se colocou na frente e empurrou o tio.

Não fora dada nenhuma ordem em voz alta, mas assim que Jongin e Lorde se envolveram em uma briga de punhos e pernas, os vampiros súditos de Lorde avançaram em Kyungsoo, preparados para aproveitarem da falta de proteção de Jongin ao menor.

Baekhyun entrou na frente e começou a lutar com qualquer vampiro que pudesse aparecer, enquanto o Rei, a Rainha e o restante lidavam com o resto. Kyungsoo estava apavorado, queria ajudar Jongin, queria ajudar Baekhyun, queria se ajudar, mas tudo o que conseguia fazer era ficar parado e tremendo. Não sabia lutar nem quando era humano, o máximo que sabia fazer era dar um mata-leão que poderia ser fatal para um humano, mas não para um vampiro.

Viu quando Baekhyun fora empurrado por um vampiro não-nascente, que surgira de repente, ocasionando no rapaz voando até o outro lado do clã, deixando Kyungsoo indefeso. Jongin viu como tudo aconteceu rápido demais e como sua prioridade era unicamente proteger ao seu Soo, cometeu o erro de dar as costas para Lorde e tentar correr para socorrer o menor, que encarava seus olhos com um misto de desespero e despedida. Lorde se aproveitou do momento de insanidade de Jongin e conseguiu pressionar suas presas na garganta do moreno, no mesmo momento em que um vampiro derrubou Kyungsoo no chão, prestes a arrancar a cabeça do menor de seu corpo.

-KYUNGSOO! - Jongin gritou de uma forma extremamente desesperada, tão inumanamente possível, enquanto tentava se afastar das presas de Lorde, sentindo sua pele ser rasgada a cada tentativa de avançar que fazia. Sabia que aquele poderia ser seu fim, mas jamais deixaria que Kyungsoo fosse decapitado, muito menos à sua frente.

-PAREM! CHEGA! - a voz grossa soou novamente e um rapaz alto, com orelhas grandes e fofas, esbelto e de cabelos platinados, surgiu empurrando o vampiro por cima de Kyungsoo e se colocando na frente do menor, mostrando que não iria deixar que nada o acontecesse.

Todas as ações que estavam acontecendo foram interrompidas para contemplar a atitude que Chanyeol, claramente um vampiro não-nascente, estava tomando. Baekhyun ficou estático ao ver o que acontecia de longe e correu para se colocar à frente de Chanyeol, deixando claro que para atacarem o maior, teriam que passar por cima dele primeiro.

-Chanyeol? O que está acontecendo? - Lorde perguntou atordoado, soltando Jongin de suas presas. O moreno nem se deu ao trabalho de acertar algum golpe no mais velho, apenas correu até onde Kyungsoo estava sentado no chão e o tomou em seus braços, se assegurando de que o menor ainda estava vivo e perto de si.

-Eu quero pedir desculpas por tudo o que aconteceu, antes de começar a me explicar. - Chanyeol se pronunciou, completamente envergonhado pelo tamanho da confusão causada e por ter que explicá-la em alto e bom tom para todos ouvirem. - Eu sou, na verdade, eu era um rapaz norte-coreano. Eu tinha conseguido fugir do meu país e acabei me perdendo nas florestas da Coréia do Sul, onde acabei encontrando com Lorde e o mesmo me levou para seu clã, que depois fui descobrir ser um clã de vampiros e não de pessoas que viviam na floresta ou algo do tipo. Eu fiquei muito assustado e passei a pensar em uma forma de fugir, mas Lorde simplesmente tinha decretado que eu era dele e eu vivia confinado. Até que eu lembrei de um dos livros que li quando era criança, minha irmã tinha conseguido com alguém, já que não tínhamos acesso a nenhuma espécie de literatura, muito menos pra lazer, e como nesse livro dizia que vampiros não podiam pegar sol, eu julguei que aquilo poderia ser real e minha única chance de fuga. Esperei que amanhecesse e dei meu jeito de fugir. Fiquei perdido na floresta por longos dias e não encontrava mais nada para me alimentar, além de ter me afastado do rio para conseguir seguir em frente. Eu estava tão fraco, que eu desmaiei e quando acordei, me deparei com olhos vermelhos. Eu soube que era um vampiro e que tinham me encontrado, mas eu não tinha forças para fugir e muito menos senti a vontade de fazê-lo. Por alguma razão, eu quis ficar e ver o que aquele vampiro pequeno e de cabelos loiros faria. - pausou a narrativa e olhou para Baekhyun. Jongin percebeu o olhar de ambos e desta forma conseguiu deduzir todo o resto da história. - Ele me perguntou se eu estava bem e aquilo me desmontou, eu fiquei sem saber se estava sonhando ou não, então ele pediu desculpas por não ter nenhuma comida humana e perguntou se eu queria que ele me transformasse, porque pela batida fraca do meu coração e o cheiro do meu sangue estar ficando fraco, ele sabia que eu iria morrer e não aguentaria chegar até a cidade, mesmo que ele corresse comigo no colo. Eu até achei engraçada a cena dele correr comigo, já que sou bem maior que ele, mas eu estava realmente a beira da morte e por isso nem consegui rir. Eu pensei bastante se eu iria me transformar ou não, afinal, seria algo irreversível e eu não queria me tornar igual aos que me mantiveram em cativeiro, mas ao olhar para aquele vampiro pequeno e de sorriso compreensível, percebi que ele era totalmente diferente dos que eu tinha encontrado antes. Foi então que eu decidi me transformar, porque eu não tinha fugido do inferno do meu país natal para morrer semanas depois. Quando acordei, 2 dias após a mordida, ele estava do meu lado e me explicou tudo que eu precisava saber, além de me ensinar a caçar sem matar os humanos ou transformá-los. Eu estava extasiado por poder ficar ao lado daquele vampiro, então quando ele me pediu para ir até seu clã, temi que ele me levasse de volta para Lorde, mas então cheguei até aqui e vi que era um clã diferente. Fui bem acolhido e passei a viver na casa de Baekhyun, já que ele estava tendo que ficar na cidade por alguma razão. Somente quando o companheiro do Príncipe chegou, que eu entendi o que acontecia e que a culpa era minha. Eu juro que iria contar, Baekkie iria me ajudar depois que o coloquei a par de tudo, mas as coisas foram acontecendo tão rápido, que quando vi, a guerra já estava quase acontecendo. - concluiu e virou-se em direção a Kyungsoo e Jongin. - Por favor, altezas, perdoem minhas atitudes imaturas. Eu vou aceitar qualquer punição. - foi sincero.

-Chanyeol, como pôde fazer isso comigo? Eu te abriguei, eu...

-Você o colocou em cativeiro! Somente eu sei como ele estava quando o encontrei. Se não fosse por mim, Chanyeol já estaria morto e seria por sua causa. É desta forma que você iria tratar seu companheiro? - Baekhyun indagou alterado, pois detestava saber que seu Channie poderia ter morrido se não tivesse chegado a tempo.

-Eu não o coloquei em cativeiro! Eu temi que pessoas como você pudessem querer ficar com o meu...-Ele não é nada seu, Lorde, Chanyeol é meu companheiro e eu o dele, não reivindique o que não lhe pertence! - a voz de Baekhyun soou ameaçadora e aquilo foi o suficiente para fazer Lorde querer atacá-lo.

Jongin, como o Príncipe do clã e uma espécie de meio irmão de Baekhyun, se colocou à frente de Lorde e o empurrou, arremessando-o para longe.

-JÁ CHEGA! - ordenou e todos que pretendiam voltar a luta, paralisaram. - Lorde, eu irei esquecer tudo o que você fez a mim, ao meu companheiro e ao meu clã, se você sair daqui agora. Já está tudo esclarecido e você mesmo admitiu que o prendia por medo de alguém o pegá-lo, então saia do território do meu clã ou eu realmente irei lutar com você até nossa morte. Você só conseguiu encostar na minha jugular essa única vez, não haverá outra chance, porque eu arrancarei sua cabeça de seu corpo antes que você perceba. Você sabe muito bem que meu clã é amigo de muitos outros e que no nosso mundo, mexer com o companheiro de alguém é o maior crime que pode acontecer e você já mexeu com dois companheiros, primeiro o de Baekhyun e depois o meu, quase o matando. Se este acontecimento se espalhar, você vai ser massacrado. Prefere viver ou vai enfrentar o ódio dos clãs que são meus aliados? - questionou ameaçadoramente e viu o vampiro mais velho se levantar, o olhando com ódio.

-Eu vou me retirar, sobrinho, mas a partir de hoje, se alguém do seu clã ousar a pisar no meu, será aniquilado. - avisou com ira na voz e fez gesto para que os seus o seguissem.

Jongin aguentou firmemente na pose de protetor até não enxergar mais ninguém do clã inimigo, podendo dessa forma correr até Kyungsoo novamente e o tomar em seus braços. Todos que tinham companheiros ou amigos muito próximos seguiram o exemplo do Príncipe Kai e abraçaram com força quem os importava.

Foram longos momentos de alívio por tudo ter conseguido terminar razoavelmente bem, então quando os ânimos estavam mais calmos, Jongin chamou Chanyeol e Baekhyun para a sala real, pois precisavam conversar e resolver as pendências que ficaram no ar.

-Pode dormir se quiser, Soo, sei que por ser um vampiro não-nascente recém-transformado você se sente cansado quando a manhã começa a surgir. Nada de ruim irá acontecer a partir de agora e eu só vou conversar um pouco com eles. Prometo voltar pro quarto assim que tudo for encerrado. - e como uma forma de dar autenticidade a sua promessa, beijou Kyungsoo para que o menor seguisse seu conselho.

-Não estou com sono, Jongin, prefiro ir com você. Já ficamos separados por tempo demais e se for pra acabar adormecendo, quero estar ao seu lado, independe do lugar. - manifestou sua vontade e viu o sorriso do maior surgir.

-Sua vontade é uma ordem, jagi. - concordou e entrelaçou seus dedos aos do menor, indicando com o olhar para que Baekhyun e Chanyeol o seguissem.

Kyungsoo aproveitou que a tensão havia diminuído para observar ao redor. Realmente a decoração era antiga, mas muito bem cuidada. Kyungsoo não fazia ideia de quão distante deveria estar da cidade, mas imaginava que era bastante pelo simples fato de ninguém nunca ter encontrado uma cidade dentro de uma floresta.

Haviam casas, área de treinamento e um enorme casarão, onde Kyungsoo adentrou com Jongin e imaginou que aquela mansão era uma espécie de castelo. Basicamente, a geografia do lugar se assemelhava ao tempo do senhor feudal e seus vassalos, visto que a terra era imensa, havia a casa maior da vossa senhoria e as casas dos camponeses. Era encantador.

Assim que adentraram o hall da maior casa que Kyungsoo já conheceu, visto que era maior que o orfanato em que crescera, caminhou por um caminho diferente do que fizera ao sair da casa e imaginou que deveriam estar seguindo para alguma sala de reuniões.

Não se surpreendeu quando chegou em uma sala grande, com mesa grande e de vidro no centro, cadeiras, sofás e uma elegante decoração. Era como estar preso no tempo medieval coreano com algumas tecnologias do atual século.

Jongin optou por sentar-se no divã de couro preto e Kyungsoo sentou ao seu lado, sem nunca se afastarem. Kyungsoo começava a pensar que toda essa necessidade de estar sempre com Jongin provinha da tal intensidade que tanto ouvia falar que os vampiros tinham em seus sentimentos. Se Jongin seria assim com ele e não se incomodasse em ser correspondido, Kyungsoo não via problemas nessa tão famigerada intensidade.

Baekhyun e Chanyeol sentaram no outro sofá de frente para o primeiro casal e aguardaram o sermão que poderiam ouvir. Apesar de estar totalmente entregue aos carinhos de Kyungsoo, Jongin ainda permanecia com uma pose altiva de líder.

-O que eu devo fazer com vocês, hein? - a voz do Príncipe quebrou o silêncio.

-Iremos acatar o que decidir, príncipe. - Baekhyun deixou claro.

-O que aconteceu desencadeou cenas perigosas e poderia ter tido consequências maiores se Chanyeol não tivesse sido consciente de seus atos e assumido suas responsabilidades. - começou. - De certo, caso vocês tivessem mantido tudo em segredo e depois descobríssemos a verdade, a punição seria a sentença de morte por terem ocultado fatos importantes e poderíamos julgar isso como uma traição, entretanto, vocês assumiram tudo na frente de todos e impediram que uma tragédia acontecesse. Não posso aplicar punição em vocês, principalmente em Chanyeol, já que não tinham conhecimento da grandiosidade de tudo. Chanyeol ainda não conhece completamente o nosso mundo e Baekhyun nem mesmo sabia que Chanyeol era o suposto companheiro do Lorde, todos fomos vítimas de terríveis mal-entendidos, então não posso aplicar nenhuma punição a vocês. Eu gostaria, apenas, que nada parecido viesse a acontecer novamente. É necessário que eu e meus pais saibamos de tudo para encontramos maneiras de lidar com consequências se elas vierem a surgir. Ser pego de guarda-baixa é perigoso e isso custou a vida do meu companheiro, assim como poderia ter custado a vida de qualquer outro cidadão do nosso clã. Entendem o que digo? - indagou e viu ambos concordarem. - Fico satisfeito com isso.

-Não iremos receber nenhuma punição? - Chanyeol perguntou surpreso. Sabia que o clã Pulchro era mil vezes melhor que o do Lorde, mas jurava que iria receber alguma punição por toda a confusão causada, mesmo que de maneira inocente da parte de Chanyeol e Baekhyun.

-Como eu disse, fomos todos vítimas, não posso ser injusto e aplicar alguma punição por isso. - justificou mais calmo e sorriu amigável. - Quando chegou até o clã, eu ainda vivia na cidade, e quando fomos treinar juntos, Kyungsoo apareceu, então não fomos apresentados formalmente. Meu nome é Jongin, mas todos me conhecem por Príncipe Kai, já que sou o primeiro herdeiro de meus pais. Este é meu companheiro, Do Kyungsoo, e recém-transformado. – terminou a apresentação e sorriu.

-É um prazer conhecê-los. - Kyungsoo se apresentou sorridente. - Não tivemos a chance de nos conhecermos direito, mas eu sou eternamente grato por ter me salvado e me trazido até Jongin, Baekhyun. - o ex-humano agradeceu e fez uma breve reverência. Baekhyun se desesperou, porque era alguém da realeza se curvando para si.

-Não foi nada demais! Era meu dever te proteger e... Espero que eu possa desempenhar melhor o meu papel futuramente. - Baekhyun concluiu afobado e Kyungsoo sorriu doce.

-Espero não ter situações futuras pra que você precise desempenhar melhor o seu papel. - brincou e deitou a cabeça no ombro de Jongin. Começava a se sentir cansado.

-Quanto a você, Chanyeol, todas as dúvidas que tiver sobre a nova vida que irá levar de agora em diante, não hesite em perguntar para quem for. Todos estamos em família e por mais que exista uma hierarquia, procuramos não nos apegarmos muito a ela, já que só se faz necessário em momentos de impor ordens ou resolver problemas. - Jongin foi gentil e sorriu. - Estão liberados, não temos mais nada a resolver, a não ser que queriam conversar. Serei todo ouvidos.

-Não temos mais nada, na verdade, eu estou sonolento. - Chanyeol comentou e Baekhyun concordou, já que a manhã se aproximava e Chanyeol ainda era um vampiro novo assim como Kyungsoo.

-Então podem se retirar, aproveitem e descansem, todos estamos precisando. - Jongin sugeriu e viu os dois vampiros concordarem, se levantando em seguida, fazendo uma breve reverência e se retirando dali. - Enfim sós! - Jongin comemorou, mas assim que olhou para o lado, viu que Kyungsoo dormia.

Foi inevitável não soltar um risinho aliviado. Pensou que realmente perderia Kyungsoo quando viu aquele maldito vampiro se colocar sobre ele, jurou ter se deparado com a loucura ao pensar que veria Kyungsoo morrer bem na sua frente, então olhar o menor adormecido em seu ombro e com a expressão serena era a melhor visão que o moreno poderia ter.

Sabia que Kyungsoo não acordaria mais, pelo menos até chegar a madrugada, por isso tratou de pegar o pequeno no colo e levá-lo para o quarto que agora compartilhavam e passariam a compartilhar por toda a eternidade.


-x-


Fazia dois meses desde a transformação de Kyungsoo e todo o caos instalado. Kyungsoo permanecia sendo um vampiro não-nascente diferente dos demais, visto que, não sentia necessidade de beber sangue de humano nenhum e tudo o que precisava para matar a sede era beber o sangue de Jongin. Ninguém sabia explicar o significado de sua exclusividade, porque era a primeira vez que isso acontecia, então só restava a Jongin se alimentar com o dobro de frequência para que pudesse ter sempre sangue para alimentar Kyungsoo e se manter forte.

-Jongin-ah, hoje é dia de irmos caçar! - Kyungsoo adentrou o escritório do moreno e correu para sentar no colo do maior, que o recebeu de bom grado e com um sorriso contente.

-Eu sei, estou só terminando essa papelada pra gente ir. - informou e o menor se inclinou na mesa, encarando aquela quantidade de cálculo absurda.

-O que é isso? - questionou.

-A fortuna da minha família. Meus pais viveram entre os humanos durante um tempo, para que assim pudessem investir em ações e terem dinheiro para quando fosse necessário. Foi por isso que eu te deixei bastante dinheiro quando nos separamos judicialmente. - explicou e Kyungsoo ficou surpreso, porque sempre tivera aquela dúvida, mas algo sempre o desviava de perguntar.

-Por falar em separação judicial, eu quero me casar de novo! Não aceito que na minha certidão de nascimento conste que eu sou desquitado. Palavra horrorosa! - resmungou fazendo bico e Jongin riu, depositando um beijo naquele biquinho manhoso.

-Infelizmente, sua certidão de óbito vai constar que você é desquitado de um jeito ou de outro, jagi. Já te expliquei que os olhos de vampiros não-nascentes não conseguem suportar lentes de contato, elas queimam na hora. Eu só conseguia usar em meus olhos, porque eu ainda tinha a temperatura humana conservada em mim por conta do meu contato com o sol, suavizando tudo em mim. Por mais que eu conseguisse marcar nosso casamento civil para noite, você não teria como esconder seus olhos com lentes de contato e muito menos com óculos de sol, já que não são permitidos no cartório. - tentou mostrar as impossibilidades de contraírem matrimônio no mundo humano e viu como seu pequeno ficou chateado. - Desculpe por ter estragado suas certidões...

-Tudo bem, Jongin-ah! Eu posso suportar a ideia do humano Do Kyungsoo ser desquitado, desde que eu saiba que o vampiro Kyungsoo nunca vai sair do lado do Príncipe Kai. Pena que não tenho como te dar um herdeiro...

-Mesmo que você fosse mulher ou eu fosse mulher e você o homem, ter filhos no nosso mundo é muito raro. Acho que eu nunca cheguei a te explicar isso, mas temos restrições. Meus pais conseguiram me gerar, mas não conseguem gerar outro herdeiro, seja por não quererem ou por não conseguirem. A gente acredita que só é possível gerar um filho, para os nascentes, depois de se passar um século que eles já tiveram um filho. É como se o ciclo de fertilidade se renovasse de século em século, diferente dos humanos, que a fertilidade é constante. Quando se é um vampiro não-nascente e querem ter filhos, eles conseguem depois de muitas e muitas tentativas, mas os riscos da mulher morrer são grandes, porque a criança só pega os genes de vampiro, tornando-se assim um vampiro nascente mais forte do que os pais. Nossa espécie não é como a humana que necessita de reprodução, nós apenas vivemos eternamente e transformamos outros, havendo um ou dois casos de casais conseguindo terem filhos. - explicou e Kyungsoo o olhou curioso. Jongin sabia que viria uma pergunta difícil.

-Mas e se um humano se envolvesse com um vampiro? Tipo, se um não-nascente engravidasse uma humana ou um nascente engravidasse uma humana? - questionou curioso.

-A criança até pode nascer, mas a mãe vai morrer. Já aconteceu isso há anos, quando nossa espécie vivia entre os humanos. Acredito que isso que os tenha levado a nos chamar de demônios. - especulou e Kyungsoo concordou.

Jongin voltou a se concentrar nos cálculos, enquanto Kyungsoo o admirava.

O menor não se arrependia de ter se tornado um vampiro, afinal, nem mesmo tinha nada que o prendesse ao mundo humano. Era mais feliz estando ali no mundo de Jongin, onde se sentia mais em casa do que nunca. Claro que ainda tinha muito a aprender sobre os vampiros e até mesmo descobrir a razão por se alimentar unicamente do moreno e não de humanos, mas se não conseguisse essas respostas, conseguiria conviver com a incógnita sem problemas.

O importante era sempre estar com Jongin e agora teriam a eternidade. Tomado de sentimentos intensos em relação ao companheiro, começou a distribuir beijos pelo pescoço do mesmo, subindo para a orelha e depois pelo rosto, beijando onde conseguia alcançar. Foi tomado em surpresa quando Jongin levantou consigo no colo e o jogou em cima do divã creme do escritório, deitando por cima de si.

Os olhos felinos e vermelhos estavam preenchidos de luxúria, assim como os de Kyungsoo. Sorriram cúmplices e colaram os lábios, necessitados de um contato mais profundo. Dane-se fazer logística, Jongin queria aproveitar o corpo do menor sempre que tivesse a oportunidade, assim como Kyungsoo queria sempre poder beijar os lábios de Jongin e arranhar suas costas quando estivessem se tornando um.

Claro que não conseguiram terminar o que pretendiam, porque Joy bateu na porta e mandou que os dois parassem de se entregarem aos prazeres do pecado para irem caçar, já que Jongin não se alimentava fazia 3 dias. Kyungsoo gostava de todo esse cuidado de Joy com relação a ambos, porque não só tinha ganhado a eternidade ao lado de Jongin, como também ganhara uma família. Jamais se arrependeria de ter se tornado um vampiro, o companheiro do Príncipe Kai, o seu Jongin.

31 июля 2019 г. 4:01 0 Отчет Добавить Подписаться
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