Eu estava sozinha... Sozinha em meio a uma escuridão sem fim. Nunca temi a escuridão... O que eu temia era o que se escondia nela. As criaturas que, no passado, não compreendia e não conseguia distinguir as que me fariam bem e as que queriam o mal, então simplesmente fugia. Por ver coisas que ninguém mais era capaz, se tornou comum as pessoas me darem as costas e comentarem maldosamente sobre minha "insanidade"... De certa forma, estavam certos já que me sentia fora de mim cada vez mais! Perdi a fé... Se o mundo me dava às costas, eu poderia dar as costas a ele também, certo? Eu pensei em abandonar este mundo tantas vezes... Quem diria que as palavras que me dariam certa “esperança” seriam: "Se você não se importa com o que acontecer com você, porque não se entrega para alguém que precise?"
Se alguém me comprasse, se alguém pudesse dar algum sentido a minha vida... Quis tanto acreditar nessa esperança retorcida que aceitei virar um "objeto valioso", digna de ser comprada em um leilão obscuro. E num passe de mágica, recebi um lar... Literalmente devo muito a magia, a qual passei a estudar com tanto afinco como uma aprendiz exemplar. No inicio, realmente não me importava com o que aconteceria comigo ou com o que ele queria de mim, nem mesmo me incomodava com suas meias palavras. Mas isso foi mudando com a convivência... Passei a ter medo de ser abandonada, passei a me preocupar quando se ausentava, passei a me sentir solitária sem sua presença. Queria saber mais e mais sobre ele, embora não parecesse muito disposto a revelar a verdade. O que eu poderia fazer para retribuir o que ele fazia por mim?
“Chise, ame o mundo. O mundo em que você viveu pode não ter sido seu aliado, mas também não era seu inimigo. Sua chave já está na fechadura de prata... Só falta você abrir a porta.” Não conseguia me esquecer destas palavras, entrei em um mundo totalmente novo desde que o conheci e este era muito mais adequado e receptivo a mim. Passei a amar o mundo... O mundo que ele me apresentou. E, mesmo com todas as adversidades e problemas que enfrentamos desde que passamos a viver juntos, em nenhum momento pensei em deixá-lo. Não me importava se não era um humano ou se tinha um lado obscuro que se forçava a conter... Não poderia mais desviar meu olhar de suas costas largas.
— Chise?
— Oh... Elias... — tentei esconder a folha de papel onde estava escrevendo meus pensamentos. Andavam transbordando constantemente e sentia que precisava colocá-los para fora de algum jeito — O jantar já está pronto?
— Ainda não, apenas vim ver como você estava. — ele se aproximou até ficar atrás de mim e parecia curioso — O que estava fazendo?
— Tentando criar um feitiço... Mas ainda não está bom, lhe mostrarei quando estiver mais confiante.
— Oh, certo. Você tem se esforçado muito, é uma excelente aprendiz.
Pude sentir sua mão enluvada sobre minha cabeça, dando um suave afago enquanto ergui um pouco o rosto para lhe encarar e retribuir o carinho com um pequeno sorriso. Realmente sou muito egoísta... Para alguém que já havia perdido a esperança, agora me agarro a ele e ao que me ofereceu com tanta força que, se um dia o perder, acho que irei quebrar para sempre. Ruth diz que preciso parar de ser teimosa e aceitar meus sentimentos, mas... Penso que uma pessoa egoísta como eu não tem direito de usar a palavra “amor” tão facilmente. Irei esperar mais um pouco... Saber mais dele... Me fortalecer mais... E quem sabe possa receber o direito e a honra de ser aquela que irá amá-lo... Alguém adequada para ser a noiva deste mago.
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