kalinebogard Kaline Bogard

Shino não gosta de baladas. Ele prefere ficar em casa, no melhor de uma rotina calma e confortável. Mas quando um amigo pede para que seja sua companhia de segurança em um encontro às escuras, ele não pode negar! E assim Shino se vê envolvido na noite mais insana de sua vida.



Фанфикшн Аниме/Манга 13+.

#shino #kiba #naruto #yaoi #sobrenatural #fluffy #Humor #fns #bugdomileniofns
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... a Crazy Night

I gotta feelin'

That tonight's gonna be a good night

Jump off that sofa

Let's get get off


Aburame Shino não era um homem de hábitos noturnos. Longe disso. Para ele, uma rotina perfeita envolvia chegar em casa depois do trabalho, tomar um longo banho, preparar um chá quentinho e ler alguma coisa até a hora do jantar, depois do qual se permitia assistir televisão ou resolver palavras cruzadas no tablet.

Mas naquela noite a rotina fugiu ao de sempre.

Podia não ser baladeiro, mas era um excelente amigo.

Por isso quando Uchiha Sasuke pediu que fosse com ele à uma boate, aceitou. O rapaz vinha trocando mensagens com um desconhecido nas redes sociais. Aquela seria a primeira vez que se encontrariam. O lugar escolhido era uma boate recém-inaugurada, que enchia de clientes todas as noites. Um território seguro, todavia não algo que Shino escolhesse para um primeiro encontro. Por que não um shopping ou uma cafeteria?

Enfim…

Vestiu-se com o costumeiro casaco longo e os óculos de sol, que lhe deram um ar fashion não planejado e encontrou-se com Sasuke no lugar combinado nos arredores. Dali rumaram para a boate e Shino quase desanimou com o tamanho da fila. Felizmente Sasuke tinha tudo sobre controle e o nome na lista VIP. Com isso puderam passar na frente dos outros e ter acesso a “Beauty Nights”.

O interior era incrível, não podia negar.

O hall de entrada espaçoso estava decorado com bom gosto e sofisticação, prata e branco eram tons dominantes. Muitas pessoas desfilavam por ali, em trajes típicos da moda noturna.

— Vamos para o bar — Sasuke chamou.

Shino concordou. O outro rapaz já conhecia a boate, sabia para qual lado seguir.

O bar se resumia a um espaço menor, tomado por pequenas mesas redondas. Ao fundo, um grande balcão de vidro com design futurista onde três bartenders faziam malabarismos com garrafas para atender aos clientes que aguardavam bebidas.

Encontraram uma mesa disponível, ou assim deu-se a entender, pois o casal que a ocupava levantou-se liberando as cadeiras. Ambos foram rápidos e sentaram-se logo. Sasuke fez um sinal para um barman que desfilava com uma bandeja.

— O que quer beber?

— Um Gim Tônica — não tinha intenção nenhuma de se embriagar. Estava ali só como companhia de segurança.

Quando o funcionário se aproximou, Sasuke pediu o drink de Shino e uma cerveja para si. Em pouco tempo estavam bebendo e observando ao redor. A música ambiente era vibrante e ecoava em bom tom, mas nada que atrapalhasse as conversas. Algumas pessoas iam de um lado para o outro, dançando de leve ou cantarolando baixinho. Havia vários grupinhos em pé aqui e ali, todas as mesas já foram ocupadas.

Shino e Sasuke não conversavam, mas era algo da personalidade deles. Aquela não era uma amizade efusiva ou marcada por bate-papos calorosos. E a força do vínculo estava justamente em saberem dessa característica e ficarem confortáveis na presença um do outro mesmo em longos silêncios.

Bebericaram mais uma dose das bebidas, antes que um “sorriso ambulante” se aproximasse. Shino já tinha visto aquele rapaz nas fotos das redes sociais, era inconfundível: sorriso imenso e cabelos loiros bagunçados. O crush de Sasuke: Uzumaki Naruto.

— Qualquer coisa estou no celular — falou discreto e levantou-se, liberando o lugar.

Sasuke acenou com a cabeça, grato pelo gesto de amizade.

Dali Shino seguiu até o bar, rodeou alguns minutos até que alguém levantasse de uma das banquetas estilo giratório e ele pudesse se sentar. Pediu uma rodada de sake quente para bebericar enquanto esperava o desenrolar daquela noite: ou Sasuke lhe mandaria um sinal, interrompendo o encontro ou tudo daria certo, ele sentiria confiança para continuar com o tal Naruto e Shino poderia voltar para casa.

Pelo espelho atrás do balcão conseguiu espiar o amigo. Apesar da distância via Naruto dar gargalhadas e gesticular enquanto falava. Sasuke não parecia incomodado ou entediado. Aquele olhar que dominava as íris negras era de puro interesse.

É. Noite de sorte grande para aquele Uchiha.

Menos mal. Eram bons amigos. Shino queria que ele encontrasse um companheiro decente, já que procurava alguém.


Fill up my cup

Mazal tov

That tonight's gonna be

a good night


Começou a sentir vontade de ir ao banheiro e ficou desanimado. Esses lugares sempre tinham filas imensas! Mas enrolar demais era pior.

Virou o último gole de sake e foi procurar os sanitários. Precisou voltar ao hall de entrada, que parecia ter enchido mais no decorrer daquela quase uma hora em que estava ali. Notou as características e discretas setas indicando a direção de um corredor e seguiu para lá, deparando-se com o final em bifurcação. À direita o espaço feminino, à esquerda o sanitário masculino.

Não havia fila.

Empurrou a porta de vai-e-vem e observou o interior todo revestido de pisos e azulejos branco e cinza. Estava bem limpo, não podia negar. Limpo até demais, já que o chão estava coberto por um pouco de água. Bem, parecia água…

Evitou os reservados e foi direto para os mictórios. Não demorou muito se aliviando.

Então caminhou até a bancada com várias pias dispostas em fileiras, dedicou um segundo para se observar no espelho antes de abrir uma das torneiras e levar o primeiro susto da noite. A peça estava mal encaixada, espirrou um jato de água que morou a frente da roupa de Shino, o espelho e até mesmo o chão!

Estava explicado o porquê da água no piso.

Rapidamente fechou a torneira, cortando fluxo de água. Balançou as mãos que pingavam e analisou o estrago nas roupas. O casaco estava respingado, mas a peça era grossa e não chegou a alcançar seu corpo. Só os óculos e as mãos estavam molhados. Nada que o papel-toalha do suporte preso à parede não resolvesse. Suspirou.

Puxou duas folhas e começou a passa pelo tecido do casaco.

Por estar de frente ao espelho seus olhos captaram a cauda de peixe escapando pelo vão embaixo da porta do reservado, antes de sumir ligeira. Sentiu-se constrangido por dar o flagra íntimo sem querer. Não era como se estivesse espiando e…

E…

E…

Cauda de peixe?!

Paralisou-se, abismado pela ilusão que pensou ter visto. Nunca consumiu drogas na vida. Teria alguém batizado a Gim Tonica ou o sake que ingeriu mais cedo? Que alucinação era aquela: peixes gigantes no banheiro de uma boate?!!

Ainda naquele estado de estupor, com os olhos fixos no espelho, viu a porta se abrir em uma gretinha minúscula e um olho espiar por esse espacinho quase ínfimo. Assim que o dono do misterioso e peculiar olho notou Shino ali parado, a porta fechou-se com uma batida.

Okay. Aquele era o banheiro, certo? Não a toca do coelho em Wonderland…

— Está tudo bem aí? — Shino perguntou virando-se para o reservado, dando as costas para o espelho.

— Está sim! — a resposta veio muito alta e rápida demais — Eu estou muito ótimo. Minhas duas pernas também, sabe? Estão muito corretas no lugar. Bem encaixadas. Obrigado.

Shino quase riu.

Compreendeu tudo na mesma hora.

Era uma espécie de pegadinha, claro. A água esguichada, a cauda de peixe, a conversa esquisita…

Tal linha de pensamentos foi interrompida quando um novo vão se abriu e se fechou tão logo constatou Shino ainda estar ali.

— Não se preocupe! Estou tudo inteiro! Obrigado! — a voz se fez ouvir de novo, com um tom um tanto urgente.

Shino girou os olhos, impaciente. Era sempre reservado e calmo, observador nato às vezes sendo tratado como idiota apenas por preferir uma postura mais cordata. Isso não significava que gostava de ser feito de bobo! Principalmente se suas suspeitas se confirmassem: a voz parecia pertencer a um adolescente que sequer deveria estar ali!

Irritado, deu alguns passos cuidadosos para não escorregar na água e parou pertinho da porta do único reservado que estava fechado. Nesse momento dois homens entraram no banheiro conversando. Foram até os mictórios pisando na água, pouco se importando com o risco e se aliviaram, sem interromper o papo ou ligar para Shino. Menos de dois minutos depois saiam sem lavar as mãos, para desagrado do rapaz. Como havia pessoas péssimas nesse mundo!

Quando tudo silenciou, Shino concentrou-se na porta fechada outra vez. Aguardou com a paciência de um predador. O tempo foi passando lento, até que o vãozinho curioso se abriu, mas antes que quem quer que estivesse ali dentro pudesse fechar, Aburame Shino empurrou a folha de madeira com força, surpreendendo o desconhecido.

A surpresa ficou óbvia na face de pele amorenada. Os olhos de íris peculiar se arregalaram, selvagens e assustados. A palidez da tez se acentuou, destacando triângulos vermelhos desenhados nas bochechas. A boca se abriu em um protesto mudo, exibindo uma fileira de dentes branquinhos em que as presas afiadas eram o que mais chamava atenção.

Parecia ter por volta de dezessete, dezoito anos, sentado no vaso sanitário, meio segurando uma longa cauda recoberta por escamas em um magnífico degrade de verde. A posição meio torta era tão incômoda que dava pena de se ver.

Apesar disso, Shino quase riu. Que droga de noite era aquela?!

Ali estava ele no banheiro semi-inundado de uma boate, na madrugada de sexta-feira, no meio de uma pegadinha feita por algum engraçadinho sem noção.

Exceto que não tinha como ser brincadeira. Aquele cheiro de maresia que o alcançou assim que abriu a porta, o encaixe perfeito na junção entre a parte humana e a suposta parte animal, todo o contexto que se descortinava bem diante de seus olhos…

Aquele parecia ser um autêntico homem-peixe. Ou melhor...

Seria sua conclusão fruto de pura insanidade?

Parecia uma autentica sereia.

Quanta loucura.


That tonight's gonna be

a good good night

25 апреля 2019 г. 11:46 0 Отчет Добавить Подписаться
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