miyosin Anne (miyosin)

Ele era espontâneo, meio irracional, extremamente otimista, muito criativo e incrivelmente burro. Jeon JungKook insistia para que eu falasse, sem se tocar que sempre estive na companhia do silêncio. YOONKOOK | friendship


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#yoonkook #friendship #lgbt #fluffy #comédia
Короткий рассказ
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Único; percepção


Lembro-me de acordar com a claridade incomodando, pois batia exatamente em meu rosto; em tantos outros lugares para ela se infiltrar no meu quarto. Abri meus olhos e vi o sol forte lá fora, certamente próximo ao horário que meus pais almoçariam, e sem esperar que ninguém me desse um “bom dia”, já comecei amaldiçoando o mesmo, desejando que voltasse algumas horas para que eu pudesse voltar a dormir. Ou que passasse logo o tempo, o que fosse mais possível.


Sem alternativas, sabendo que logo minha mãe estaria no meu quarto puxando minhas cobertas, levantei-me e preguiçosamente fui tomar um banho e começar meu dia. Um péssimo dia aliás.


Eu não era exatamente ranzinza, mas havia coisas precisas que deixavam-me irritado, como ser acordado sem razão alguma — e isso se aplica ao sol ousando invadir a janela do meu quarto —, a pasta de dente não estar devidamente fechada, roupas amassadas, perfumes absurdamente fortes e doces, café doce também, música alta, adesivos e cola em si — aquilo gruda na minha mão mais que chiclete —, ah, chiclete também me irrita. E outras, confesso que a lista é bastante extensa.


Mas, diferente da maioria, eu sabia dar valor a pequenas coisas, como o sorriso das pessoas, as flores que cresciam independentes, o pôr-do-sol, a chuva, piadas ruins, filmes clichês e, o que sinceramente mais gosto, é a troca de olhares. Eu dou um extremo valor para aquelas pessoas que te olham enquanto falam com você, te olham quando você está falando, e verdadeiramente prestam atenção no outro quando este também o dá atenção.


Quando encontrei com meus pais, estavam agitados como normalmente em mais um dia na rotina de adulto deles; como os próprios gostavam de dizer. Apenas assenti em cumprimento e aceitei um prato com comida já servida enquanto minha mãe dava bronca pelo horário que eu estava a acordar. Sinceramente, a única coisa que se passava na minha cabeça é que eu estava certo ao supor que ambos só estavam em casa por ser o horário de almoço; meus pais davam valor a esses momentos em família, assim como eu, apesar de nesse instante estar mega desinteressado no que meus pais estão a dizer.


Entendo eles, isso é fato. Finalizei meus estudos com maestria, tive notas máximas e reconhecimento na faculdade de engenharia mecânica, e então me aprisionei em meu próprio quarto sem dar qualquer sinal de que tomaria — finalmente — um rumo na vida.


O problema é que eu estava desinteressado com tudo. Algo em mim faltava e nada que já estudei ou nos livros que eu tinha parecia me satisfazer. Por meses procurei novas áreas achando que apesar do meu ótimo empenho na carreira anteriormente escolhida, eu precisava de algo novo. Mas não parecia ser profissional, pois nada adiantava. Tentei até mesmo fazer um curso de pintura e, sinceramente, faltou pouco para eu não jogar aquele pincel no rosto da professora que vivia a dizer que meus traços eram muito “grosseiros” para quem estava tentando pintar uma flor.


Tentei, com muito custo, explicar aos meus pais que me faltava motivação de prosseguir com tudo, mas eles apenas entenderam a parte de que o prodígio do filho de repente havia se tornado um vagabundo.


Meus pais ainda me agraciaram com mais alguns minutos de bronca antes de saírem para voltar a trabalhar, deixando o claro aviso de que eu deveria ao menos organizar a casa.


Assim que terminei de almoçar, então, lavei a louça e deixei a pia perfeitamente seca como minha mãe insistia em dizer que deveria ficar. Fim. Senti minhas energias se esgotarem e tirei a conclusão que a casa nem estava tão suja assim para justo naquele dia eu ter que limpar.


Ficar no quarto já não era mais opção, inclusive. Entediado e desanimado do jeito que estava, só me restou sair e dar uma volta pelo bairro.


Eu não tinha qualquer plano assim que pisei para fora de casa, porém, poucos metros depois, me pareceu uma ideia excelente ir na loja de conveniência comprar algum refrigerante. E assim o fiz, caminhando logo em seguida para a pequena praça por perto, onde me sentei em um dos bancos de madeira debaixo da sombra da árvore e aproveitei o momento.


Não tinha nada que ser muito aproveitado, na verdade, se eu fechasse os olhos podia dizer com exatidão sobre cada pedaço daquele parque de tanto que simplesmente estive ali; vagabundiando.


— Ei, você! — exclamou. Levantei um olhar entediado para a figura sorridente que sentou-se do meu lado sem nem mesmo um pedido de licença. — Você sempre está aqui, não fica entediado não?


Acho que meu semblante deixou claro minha resposta, pois três segundos depois naquele silêncio, o garoto pareceu entender e ficou todo vermelho.


— Eu trabalho ali — apontou para uma quitanda. Super interessante, pensei — e sempre te vejo meio abandonado por aqui — disse. E eu até pensei em retrucar. — ‘Tô de folga agora e também ‘tô mega entediado então você não quer, tipo, fazer alguma coisa?


Quase não entendi seu questionamento de tão rápido que o mesmo se pronunciou. Minha atitude mais lógica foi me esparramar mais no banco e fechar os olhos, enquanto tomava o restante do meu refrigerante.


Aquele garoto deveria ter alguns parafusos soltos na cabeça para ser tão alegre e espontâneo com um desconhecido qualquer.


— Qual é! — reclamou. Nem me dei o trabalho de ver a carinha emburrada que ele provavelmente estaria fazendo. — Estamos precisando curtir um pouco o dia. Olha esse tempo ótimo!


Quente. O sol bem na sua cara e o vento raro pouco gélido; é, um tempo ótimo mesmo.


Meus pais certamente reclamariam do quão irônico estou sendo com alguém tão — aparentemente — bondoso.


— Vem.


Eu não poderia me expressar com palavras o quão indignado fiquei ao ser puxado e levado para fora da praça. Seja quem quer que fosse aquele garoto, era extremamente audacioso e com certeza levaria uma surra, se não estivesse correndo tão rápido — e me puxando ainda — para alguma direção qualquer. Mal tive tempo de raciocinar quando estive de frente para o lugar mais velho daquela cidade: o fliperama.


— Estamos precisando nos divertir e como você não me parece o cara que gosta de sol — deu de ombros, sem realmente concluir sua frase.


Pelo menos era observador esse protótipo de homem e sorriso de coelho.


— Meu nome é Jeon JungKook — sorriu para mim —, a propósito — e riu.


Voltei para casa sem nem mesmo olhar para trás. Pelo bem da vida dele, o tal Jeon não me seguiu e nem voltou a insistir naquela interação estranha. Pelo menos não naquele dia.


Pensei que tudo voltaria aos conformes depois que no dia seguinte e os outros que se seguiram, o Jeon não veio mais me importunar. Entretanto, já ouvi dizer que felicidade de pobre dura pouco, descobri que o Jeon tem sua folga uma vez por semana e nem sempre no mesmo dia, o que resultou em dias aleatórios o moreno gigante vindo me importunar, sempre com a mesma desculpa: estamos entediados e podemos fazer algo juntos.


Ao menos, ele era determinado e eu realmente admirava pessoas assim, então não conseguia o odiar num todo.


Quando finalmente me rendi em uma de suas investidas e fomos para o fliperama, nunca vi o garoto tão elétrico. E parecendo um coelho, pois não andava até os jogos, ficava pulando para lá e pra cá mesmo.


— Você é melhor que eu! — falou abismado ao ver que ganhei no jogo de corrida mais uma vez. Ele sempre pedia revanche e sempre perdia, até me senti orgulhoso confesso.


Dei de ombros. Ele sorriu grandemente para mim.


Passei a gostar de passar um tempo com o Jeon JungKook. Ele era espontâneo, meio irracional e extremamente otimista, e muito criativo; tinha sempre uma ideia do que poderíamos fazer para passar o tempo, de ir ao fliperama à brincar de bolhas de sabão com umas crianças na rua.


Percebi que conforme os dias passavam eu também me senti mais disposto, num sentido geral, e até mesmo cheguei a fazer meu currículo, imprimir uma porção, e entregar para uns conhecidos para que pudesse começar de verdade a trabalhar. Algo naquele tempo que eu tinha com JungKook me fez perceber que o melhor da vida era, justamente, viver. Por mais brega que isso pareça para alguns.


— Assim você me chateia — resmungou. — Estamos quase num relacionamento sério e você não me diz nem mesmo seu nome.


Apesar de tudo, Jeon JungKook era completamente desprovido de algum intelecto.


Ele adorava dizer coisas como “estarmos num relacionamento sério” para me provocar na intenção de que eu reclamasse, mas o máximo que já fiz foi bater nele, e isso porque ele era incapaz de perceber as coisas mais óbvias.


— Fala comigo! — choramingou. — Eu te pago um sorvete!


Estávamos na praça. Desta vez eu estava deitado no gramado e ele deitou-se ao meu lado, colocando sua cabeça na minha coxa direita. No começo, apenas ficamos quietos, JungKook até mesmo pareceu dormir enquanto eu observava os carros passando há alguns metros de distância, até que o silêncio entre nós pareceu o incomodar, mesmo que eu estivesse particularmente acostumado com esse fator; o silêncio.


— Você fala comigo se eu te beijar?


Acabei dando um tapa na sua cabeça sem nem mesmo medir a força.


— Ah! Desculpa! — choramingou de novo, para então bufar e me encarar fazendo um beicinho. — Ao menos me diz seu nome, por favor.


Revirei os olhos e peguei meu celular, digitando. Ele pareceu ficar ofendido por alguns segundos, mas não disse nada até que eu concluísse minha ação.


— Min Yoongi?! — leu em voz alta o que escrevi assim que mostrei a tela para ele. — Nossa, era tão difícil assim apenas dizer?


Revirei os olhos mais uma vez e dei a informação que ele ainda não havia sacado.


— Eu não acredito! — exclamou assustado. A ficha finalmente havia caído e eu teria soltado uma gargalhada alta se pudesse. — Você — balbuciou —, todo esse tempo!


Apenas assenti com a cabeça.


Porém, diferente do que pensei que aconteceria assim que JungKook entendesse, ele não se afastou. Na verdade, de alguma forma, isso nos uniu mais e ele resolveu bancar o guardião para comigo até que o expulsei da minha casa uma vez e ele finalmente se aquietou e parou de agir tão protetoramente. Eu não era um bebê.


E não importava o quanto o tempo passasse, eu sempre iria me lembrar do dia que o contei e ele, todo atrapalhado, gritou:


— Por quê não me contou antes que era mudo?

28 января 2019 г. 13:40 0 Отчет Добавить Подписаться
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Anne (miyosin) FICWRITER // "Escrevo para me encontrar, pois quando um homem não encontra a si mesmo, não encontra nada". // JM!Bottom <33 KookMin Forever

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