erincarmel Erin C

Século XIX na Inglaterra, Sasuke volta para ajudar seu irmão a administrar a fortuna dos Uchiha, mas se depara com seu paraíso e inferno na terra.


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#yaoi #boyxboy #angst #romance #sad #itanaru #sasuke #itachi #naruto #gaara #mikoto
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Notas: Helloo olha só quem apareceu milênios depois, eu juro que Harém vai sair, mas está complicado fazer certas cenas. Enfim, aqui nós temos um angst leve, mas ainda angst. Já aviso que NÃO tem traição (não trabalho com isso). Sofram felizes, eu amei muito esse plot .Não betado*
Essa fic é todinha da Emily e a culpa é todinha dela também com suas péssimas influências musicais.


Inglaterra, século XIX

Eu nunca pedi por muito em minha vida, de fato ela sempre foi muito tranquila para uma pessoa como eu. E embora carregasse o fardo do nome Uchiha sob meus ombros, tudo era muito simples e muito fácil. Os estudos diários em casa, nos quais todos os meus primos também participavam dirigidos pelos maiores tutores que o dinheiro poderia pagar, eram fáceis. A Eton College, na qual todos os Uchiha deveriam estudar, também foi fácil. Até mesmo quando cumpri meus deveres para com a Rainha e seu exército, consegue adivinhar como foi simples?

Obviamente, na mesma linha, esperava que voltar para a casa e contribuir com a administração de nossas terras também seria fácil. Contudo, eu cometi o pior ato que um Uchiha poderia realizar, eu me enganei.

Meu erro foi achar que a vida era tão simples quanto havia se mostrado até então. E tudo se complicou quando em vez do usual olhar negro vivendo na mansão Uchiha, eu vi um azul tão vívido quanto o próprio céu que por vezes se recusava a se fazer presente em nosso país.

Se minha situação já não era boa, tudo apenas piorou quando o dono dos olhos azuis sorriu para mim. A partir daquele instante meu mundo virou de cabeça para baixo, tudo porque eu buscava todos os dias por outro sorriso como aquele. Criava oportunidades de esbarrar com o loiro baixinho pelos corredores, salas de recreação ou, para minha vergonha, na casa de banho.

– Sasuke – Itachi me chamou. – Está cada dia mais distraído, o que pode ser mais interessante do que os papéis a sua frente? – Me questionou com claro sarcasmo.

Eu encarei aquelas orbes tão negras quanto as minhas e soube que ele identificava o que eu sentia, confusão. Tentei disfarçar rindo com grande atraso de sua pergunta, mas nenhuma resposta veio em mente, além da verdadeira.

Em seu marido...

Fiquei tenso, não poderia dividir meus sentimentos com Itachi, não mais. Apenas neguei com a cabeça e abaixei a cabeça. Minha atenção deveria voltar aos papéis, não em Naruto, nele não. A frustração se instalou pelo escritório que dividíamos e temendo que ele fosse notar precisei agir.

– Preciso visitar imediatamente essas terras – gesticulei as contas em minhas mãos já em pé e pronto para sair.

– Algo de errado? – Itachi mostrou genuína preocupação em seu olhar, estava claro que ele não perguntava sobre as contas.

– Visitas de rotina são importantes, – nem eu sabia de onde surgiu minha resposta – principalmente as mais afastadas. Só quero que saibam que mais um Uchiha voltou para casa – terminei com um sorriso confiante e sabia que tinha acertado nas palavras quando ele concordou com a cabeça.

– Poderia conceder um favor a seu irmão? Estou com tanto trabalho aqui que não poderei cumprir uma promessa – ele se mostrou cansado pela primeira vez desde que eu voltara, o suspiro final foi o que me ganhou e prontamente disse que faria.

Ah não ser que...

– Ótimo! – E todo o seu cansaço desapareceu dando lugar a um sorriso.

Não, não, não! Eu deveria ter previsto o que viria a seguir.

– Leve Naruto com você, ele precisa de novas perspectivas para suas telas – gesticulava as mãos enquanto falava até apontar para a janela. – Algo sobre desenhar o verdadeiro homem do campo – ele apenas ria mais e mais sem imaginar que comprometia o próprio matrimônio. – Espere na carruagem, vou chama-lo.


[...]


E eu esperei, não que tivesse contado, mas Naruto apareceu apenas 18 minutos depois da carruagem ter chegado. Com ele, uma criada o ajudava a carregar seus pertences: cavaletes, telas, tintas, pincéis, luvas e outros tantos objetos que eu não consegui identificar. Não quando eu conseguia apenas observar o enorme sorriso que se aproximava rapidamente de mim.

– Queira me perdoar pelo atraso – a voz que soava como música aos meus ouvidos se fez presente, ofegante, mas não menos encantadora.

– Não foi nada, – eu sorria como nunca – acabei de chegar.

– Não minta para mim – cerrou seus olhos em uma tentativa de parecer bravo. – Enquanto procurávamos por meu melhor conjunto de pincéis eu o observava pela janela.

Aquilo me pegou desprevenido e talvez, só talvez, eu tenha corado. Por Deus, eu estava a todo instante arrumando a roupa e mudando de posições para quando nos encontrássemos. Haviam sido os 18 minutos mais agoniantes de toda minha vida.

– Sinto muito – disse em genuíno arrependimento, eu me sentia horrível. Não devia cortejar meu cunhado.

Naruto apenas sorriu, como sempre, e puxou meu braço para entrar na carruagem.

A viagem não era longa e pareceu mais breve ainda quando a devorei para gravar todos os momentos em minha mente. Sentamos um de frente para o outro, o que ajudou na minha árdua tarefa de decorar seus detalhes com meus olhos. Desde a mandíbula quadrada e marcada, até o nariz pequeno e empinado. Sem contar nos cabelos dourados que não paravam de forma alguma devido ao vento, mas longe de mim emitir qualquer reclamação sobre. Vez ou outra os olhos azuis encontravam com os meus e me recompensavam com um sorriso. Ao passo que todo o meu corpo se arrepiava com a descarga elétrica que o percorria.

Ah, eu poderia viver ali para sempre. Poderia continuar existindo apenas para proporcionar situações em que aquele sorriso continuasse a aparecer. Mesmo que não fosse para mim, não, Naruto estava animado com suas obras e feliz porque não atrapalhava o trabalho de Itachi enquanto eu o acompanhasse. Logo, os sorrisos não eram para mim.

Doía, e eu considerei um absurdo doer quando ainda estou em sua frente, mas mesmo ali tão perto, estamos tão distantes. Tantas coisas surgindo sem pedir licença nublando meus pensamentos, o meu atraso para voltar a viver em sociedade e as lembranças de mamãe me chamando com urgência a participar dos bailes de temporadas. Pensamentos de um possível futuro também tomavam conta. Os tão temíveis “e se...”.

E se eu tivesse acatado as ordens de Mikoto, participado dos bailes, flertado nele e bebido as limonadas horríveis, estaríamos juntos? Teria me escolhido para te conhecer e, talvez, pedido sua mão?

Então, Naruto me olhou preocupado e só assim percebi que eu mesmo já não sorria mais.

– Está se sentindo bem? – ele se aproximou tocando meu joelho enquanto observava minha reação.

– Está sim – forcei um sorriso para o tranquilizar.

Voltei minha visão para a pequena janela, estávamos próximos da primeira família arrendatária e eu não conseguia mais encarar aquele que me observava agora. Não quando eu sabia que sua preocupação era similar a de Itachi, como de um irmão porque agora éramos uma família.

Mais uma vez, eu compliquei um pouco as coisas. Eu não era Itachi, nunca poderia ser o suficiente, nunca o alcançaria. Logo, me sentia insuficiente e prendia meu ‘eu’. Criei a máscara que fez todos me reconhecerem como Sasuke Uchiha e foi assim ao longo de duas primaveras completas.


[...]


– Talvez se você sorrir mais, alguém se aproxime – a voz encantadora me tirando da tranquilidade de minha mente, e o que eu fazia? Sim, eu sorria, só para ele. – Isso, é muito melhor assim. Está os afastando por medo.

– Você teria medo? – Outro erro impulsivo meu, fazer uma pergunta típica de flerte em um local destinado a mesma finalidade; um baile de temporada.

– Muito – respondeu alguns segundos depois e eu me assustei, segui seu olhar que encontrou com o de Itachi e vi que nunca tive chance alguma. – Itachi me deixou intimidado com sua presença e postura em um baile muito similar a este.

– Um baile constrangedor com sua cabeça como prêmio? – debochei da situação como se não me importasse, mas era terrível ter sua própria mãe como anfitriã oferecendo a mão de seu filho.

– Sim e não – Naruto riu, ele sempre compreendia meu humor. – Antes que me pergunte, foi tudo culpa de Itachi.

– Precisa me explicar melhor – voltei toda minha atenção para ele e tentei não me distrair com suas bochechas coradas, ou com o terno branco que lhe caía tão bem ou com os cabelos dourados um pouco mais longos que a dois anos atrás.

– Sim, porque eu fui forçado a comparecer ao grande baile dos Uchiha – disse ácido com sarcasmo e eu só podia sorrir. – E também porque seu irmão me intimidou sem entender o que eu fazia aqui.

– Ele odiava muito os Namikaze – eu disse simplista para acrescentar algo óbvio.

– Não por muito tempo – ele sorriu. – Agora, ele diz para todos que foi a melhor coisa que Sra. Uchiha poderia ter feito, por isso o ‘não’.

– Essa é sua justificativa por ter ajudado nos preparos do baile? – O acusei em tom leve de brincadeira, mais uma vez ele sorriu ao entender que era uma piada.

– Eu apenas preciso ser o genro mais perfeito dentre os Uchiha e, só por isso, acato tudo que a Sra. Uchiha pede – outro sorriso se formou em seu rosto, tão brilhante quanto o primeiro que eu recebi quando nos conhecemos.

Permaneci ao lado de Naruto por algum tempo, Itachi continuava trabalhando por nós dois naquele dia – trocava palavras com um possível sócio em algum tipo de investimento no fundo do salão – e eu não o deixaria ali sozinho. Em seus olhos, Naruto trocava olhares discreto com seu marido e outras vezes observava as pessoas dançando pelo enorme salão. Mesmo sabendo que ele queria participar, eu não deveria o chamar – era errado um homem solteiro tirar outro casado para dançar.

Então, eu só podia o distrair e fingir interesse nos possíveis pretendentes que ele insistia em querer me apresentar. A metade da limonada se encontrava em nosso corpo, portanto, se não dançávamos; bebíamos. Contudo, nada alcoólico. Mikoto proibira qualquer tipo de bebida alcoólica na mansão Uchiha. Todos a compreendíamos, pois Fugaku se perdeu em jogos e bebidas. Um caso abafado de olhares curiosos, mas tão doloroso para ela que chegou a acreditar na própria mentira.

Papai havia morrido de câncer.

Assim como eu, Itachi se sacrificou por ela. Casou imediatamente e para a felicidade de todos, eles se amavam incondicionalmente. As responsabilidades ficaram todas em si, já que eu me recusava a voltar e encarar a morte de meu pai. Então, quando me foi pedido para voltar para casa e assumir o que era meu dever, eu fugi para o exército.

Se eu soubesse que existiria um Naruto aqui, com toda a certeza, teria voltado até mesmo antes do pedido. Longe de mim não amar meu pai, só não erámos tão próximos como eu e Itachi.

Entre um sorriso e outro, eu finalmente percebo quem trouxe a luz durante o luto para aquela casa. Compreendo que Naruto foi fundamental para a recuperação de mamãe e de seus grandes bailes casamenteiros.

Então, eu volto a sorrir com genuína felicidade e me aproximo perigosamente dele. O qual se mantém no lugar me devolvendo o sorriso e tudo que eu quero é ele. Todos os meus movimentos e ações são por causa dele. Os sentimentos que nunca julguei sentir algum dia por outra pessoa, as sensações que nenhuma outra pessoa causou antes e o único que conseguiu abrir meu coração. Antes de Naruto, era tudo tão frio e solitário. Porém, mesmo com ele tão perto, ainda sou o mesmo Uchiha sozinho.

Por culpa dele.

Eu conheci meu paraíso, mas ainda vivia no inferno. As portas douradas se recusavam a abrir para mim e eu continuava como um pecador.

Não percebi quando Itachi apareceu, mas notei quando levou a mão até a cintura de Naruto o fazendo sorrir ainda mais. Sorriso nunca dirigido a mim. Mantive os olhos neles e não os tirei por nenhum segundo. Me imaginei no lugar Itachi, tentei sentir como seria tocar Naruto ou girar seu corpo no compasso correto da música. Não, eu teria que errar os movimentos para ele sorrir de novo, talvez gargalhar.

Como eu queria ser dele. Só que eu não era e nunca seria.

– Sabe que isso não é saudável – ácido como sempre, só poderia ser Gaara.

– Não preciso ouvir isso de você – respondi com toda a fúria que era aceitável em público.

– Sabe também que não pode fugir de mim por muito tempo – e eu sabia que não.

– Sempre há um jeito – o olhei com nojo e deixei o salão.


[...]


Quando eu aprendi a andar, também aprendi que o piano de calda fazia mais barulho que aquele destinado a nossos estudos na sala de música. Então, sempre que possível – a noite – eu invadia o salão de festas para dedilhar barulhos quaisquer apenas para ver Itachi entrar correndo com um pijama, digno de arruinar sua reputação, para me fazer cessar qualquer som.

Com o passar dos anos eu dominei todas as peças que possuíamos em partituras e, atualmente, sentado em frente ao piano menor nenhuma delas veio em minha mente. Parecia deprimente demais buscar partituras para relembrar das notas e ainda mais usar esse artifício para acalmar meu coração. Então, eu apenas fiquei ali observando cada tecla e até levei a mão direita a primeira Dó maior e quase ouvia minha mãe reclamando de minha postura errada.

Uma a uma as lembranças voltavam, uma a uma as emoções de cada e uma a uma as lágrimas caíam no piano. Eu não aguentava mais guardar todos aqueles sentimentos, mas não havia nada que poderia fazer. Não iria destruir a felicidade de todos.

Levei mais alguns minutos para cessar o choro, era assim que ele ocorria, quando eu estava totalmente sozinho. Aquilo passou de paraíso a corrosão e eu chorava pela morte lenta que eu sofria pouco a pouco. Ninguém conhecia minha dor, ninguém poderia a conhecer e eu nunca deixaria que ela estragasse qualquer outra vida além da minha. Por isso, eu manteria as portas fechadas e meus sentimentos por detrás delas.



13 января 2019 г. 2:53 2 Отчет Добавить Подписаться
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Об авторе

Erin C Comecei a escrever por conta dos sentimentos ruins que tenho em mim, mas aos poucos comecei a escrever sobre os bons também. Então tem muito drama aqui, ele vem com facilidade. Mas tenho um pé no fluffy com umas pimentas 🌚 Porque a vida é puramente uma peça de teatro bem trágica 💜

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ld luana da
amei tudo que li aqui!Escrita divina maravilhosa a fanfic one maravilhosa
ma manu abacate
Eu estava procrastinando muito pra ler essa fanfic por saber que não teria um final feliz, mas estou muito arrependida. O sentimento é forte demais, poucos conseguem expressar emoções de um jeito tão bom (principalmente na escrita). Simplesmente muito bom, parabéns!
~