softie_soo Softie Soo

Perto do Olimpo vive o filho da Deusa Antheia, Kyungsoo. Um jovem amoroso e extremamente tímido que, um dia, enquanto apanhava flores do chão, encontra num lago enorme e brilhante um jovem moreno e sensual completamente nu a banhar-se naquelas águas refrescantes. E mal lhe colocou os olhos em cima, apaixonou-se por ele...


Фанфикшн Группы / Singers Всех возростов.

#yaoi #exo #kaisoo #sookai #OakBlossom #Olimpo
Короткий рассказ
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Capitulo Único - Oak Blossom

A vida perto do Olimpo não era complicada. Aliás, todos os dias eram bem passados, havia poucas confusões. Toda a gente – ou quase – se respeitava, a paz dominava, ao contrário do mundo humano. Tanto os Deuses mais poderes como os menos, as Ninfas, os Titãs, os Ciclopes – entre outros - eram todos tratados com respeito. Havia uma hierarquia sim, mas isso não faria com que uns  menosprezassem os outros. Todos eram importantes.  

Kyungsoo gostava de viver ali, gostava de ser filho da deusa das flores. O seu pai tinha sido um mortal, que morreu pouco tempo depois após o seu nascimento por isso nunca chegou a conhecê-lo, mas a sua mãe sempre falou bem dele e sempre apontava que diversas características boas que Kyungsoo tinha lhe tinham sido dadas pelo seu pai. Por ter um pai humano, Soo tinha um certo conhecimento sobre como era a vida do outro lado e até tinha um ou dois livros que falavam sobre isso. 

Adorava a sua casa, não era feita de um tipo de pedra resistente qualquer, era feita só com troncos e ramos de árvores poderosos e flores de todo o tipo, maioritariamente de tipos que não existiam no mundo humano, muito brilhantes e de proporções gigantescas, com diversos efeitos e detalhes, mas, curiosamente, o que atraía mais Kyungsoo eram as flores mais comuns – no mundo mortal - e simples. 

 

O jovem adolescente levantou-se cedo de manhã. Mesmo que não quisesse, os beija flor que moravam em sua casa, não o deixavam dormir até muito tarde, tinha de obedecer àquela rotina, além disso, a sua mãe, deusa Antheia, necessitava de flores novas para poder fazer os seus doces, as suas pinturas, as suas criações de grande valor. Kyungsoo, como um bom filho, todos os dias passeava pelo campo à procura de flores de todos os tipos. Parte delas eram para a mãe, a outra parte era para os seus arranjos. Saiu à mãe nesse aspeto, sempre gostou de fazer arranjos de flores bonitos e de dar às pessoas, quer dizer, à sua mãe, aos seus professores e a Afrodite, que era como uma avó para ele ou como uma tia, por vezes não sabia o que lhe chamar já que a mesma tinha cuidado da sua mãe quando mais nova – pois nunca se soube quem eram os seus pais – apesar de terem quase que a mesma idade. 

Apesar de simpático, tipo poucos amigos, quer dizer...não tinha praticamente. De vez em quando, quando visitava Afrodite com a sua mãe trocava uma palavra ou outra com o seu filho, Chanyeol, e também o costumava cumprimentar na escola, mas de resto não entrava em contacto com mais ninguém. A sua timidez impedia-o de fazer amigos. O pior, parecia que ninguém estava interessado em ser amigo dele também. 

 

Normalmente passeava por caminhos já conhecidos, mas, desta vez, decidiu aventurar-se pelos bosques. Era alguém aventureiro sim, mas nem sempre. Aquela zona inspirava segurança apesar do pouco movimento, por isso, na perspetiva de Soo não havia quaisquer problemas em andar por lá, mesmo que fosse um pouco – muito – afastado da sua casa.  

Estava tudo silencioso, o jovem apanhava os diversos tipos de flores que via – rosas, tulipas, orquídeas, alfazema, dentes de leão, cravos etc – evitava ao máximo as mais exóticas, essas eram muito comuns lá e não eram tão boas para o confeção de doces. 

De repente, à medida que foi avançando pelo caminho desconhecido, começou a ouvir algum movimento. Vozes, todas elas femininas e alegres ecoavam naquele sitio, o som de água também foi sendo ouvido cada vez mais alto e Kyungsoo apercebeu-se que estava perto de um lago ou de um riacho. 

Andou com mais calma e quietude para que ninguém notasse a sua presença, estava com medo da reação que as pessoas pudessem ter. Toda a gente era simpática, mas ele não era conhecido por ali, então podiam se sobressaltar um pouco com a sua presença. 

Ao observar o lago mais de perto – escondido no meio de arbustos e árvores - notou que eram Ninfas que ocupavam aquele espaço. Estavam a tomar banho, a conviver, a divertirem-se umas com as outras, a cantarem e a ajudarem-se com o cabelo. Não eram só Ninfas ligadas à água, às nascentes, aos riachos, fontes e rios que estavam lá, eram Ninfas de todo o tipo, como se fosse uma reunião. E apesar da quantidade de Ninfas que estava lá, o lago estava parcialmente vazio, era de uma grande longitude mas de muito pouca profundidade, já que havia algumas que pareciam formigas aos seus olhos e estavam cobertas de água que chegava perto do tronco.  

Kyungsoo nunca tinha visto tantas Ninfas reunidas e ficou a admira-las por algum tempo principalmente porque as Ninfas da água começavam a fazer coisas maravilhosas com a mesma, como um espetáculo.  

A sua admiração foi interrompida quando alguém lhe chamou à atenção. No meio de todas aquelas mulheres estava um homem, um rapaz, que não aparentava ser muito mais velho que Kyungsoo.   

Era moreno, com um aspeto bem exótico e atraente, diferente de todas as Ninfas que estavam lá, que eram muito brancas e de aspeto angelical, puro, e estava completamente nu. Parecia estar confortável no meio delas e elas pareciam até felizes com a presença dele - óbvio, elas adoram companhia, principalmente de homens.  

Muitas falavam com ele e tentavam-no seduzir aos olhos de Kyungsoo, tocando-o delicadamente no braço ou puxando-o para a beira delas, talvez por ele ser muito atraente. Após o desconhecido ter mergulhado novamente naquelas águas frescas, apercebe-se da intensidade de um olhar na sua direção e desvia o rosto dando de caras com Kyungsoo. 

Assustado com o olhar repentino, o jovem envergonhado corre rapidamente para qualquer direção com medo de ser questionado pelo rapaz ou por alguma Ninfa. Após correr alguns minutos – e sem saber como – depara-se com a sua casa. Nem se lembrava do caminho de volta, por sorte conseguiu chegar numa primeira tentativa. 

 

"Chegaste muito cedo querido" Antheia foi de encontro ao seu filho e notou o nervosismo dele até pela mudança repentina de estado das flores que estavam em sua casa "Estás envergonhado? Aconteceu alguma coisa?" 

"M-Mãe, eu vi algo que não devia!!" Kyungsoo, completamente aflito, correu para os braços da sua mãe que lhe deu um sorriso leve. 

"Conta-me tudo querido" sentaram-se por debaixo da árvore de cerejeira no jardim da casa – era a maior árvore de cerejeira que alguma vez existiu e a mais antiga também, mas ao contrário do mundo humano, esta estava sempre florida. Geralmente iam para lá quando Kyungsoo se sentia mal ou algo do género. 

"E-Eu vi um rapaz no meio de muitas Ninfas...." 

"E o que tinha esse rapaz Soo?" 

"E-Ele...ele estava nu mãe!" disse desesperado "eu sinto que não devia tê-lo observado...é o seu espaço pessoal..." Antheia riu "Mamaaaa!! Não ria!!!" 

"E o que aconteceu a seguir?" 

"Ele viu-me...e eu fugi..." suspirou "sinto-me mal mãe...será que ele ficou chateado comigo?" 

"Tu preocupaste muito Soo, ele não ficou chateado, tenho a certeza" sorriu docemente enquanto acariciava os cabelos do seu filho "esse rapaz deve ser filho de alguma Ninfa..." 

"Achas??" A mulher assentiu "Mãe, estive a pensar...se calhar devia fazer um arranjo de flores para ele como pedido de desculpas não é?" 

"Eu acho que é uma ótima ideia!" Antheia estava empolgada, pela primeira vez o seu filho alinhava em fazer um arranjo para alguém que não fosse ela, nem Afrodite, nem os seus professores, pela primeira vez fazia para um futuro amigo, ou pelo menos era isso que a deusa esperava que acontecesse, que Kyungsoo arranjasse finalmente um amigo. 

 

Estaria a mentir se dissesse que nunca tinha tentado arranjar um amigo para o seu querido e único filho. Mas Kyungsoo queixou-se diversas vezes e protestou pois não queria que a mãe fizesse isso, queria um dia arranjar coragem e falar com alguém, queria conseguir um amigo por si e não com a ajuda dela até porque achava isso um pouco vergonhoso – mas esse detalhe ele já não referia – e esse dia finalmente parecia ter chegado. Talvez o que despertou interesse e coragem no jovem foi o aspeto exótico do rapaz, ele queria saber de onde ele vinha, queria perguntar-lhe tudo sobre ele, queria aproximar-se dele. 

Kyungsoo, durante os poucos segundos que olhou para ele, sentiu-se automaticamente atraído, como um íman, e a imagem do rapaz a tomar banho e a mergulhar naquelas águas, a sacudir o cabelo e a sorrir para as ninfas fazia o seu corpo tremer por dentro. 

O dia ainda mal tinha começado, com as flores que Kyungsoo apanhou, Antheia começaria a fazer doces, quem sabe não teria visitas de tarde.


❀❀ 

 

Demorou algum tempo para acabar o arranjo. Kyungsoo escolheu as flores com todo o cuidado e esperava que o seu futuro amigo – rezava para que assim fosse – soubesse o significado de cada flor. Afinal, essa era a melhor parte do arranjo, se a pessoa souber do significado é muito mais bonito e precioso. Jacintos roxos, camélias brancas e rosas amarelas foram as flores que Kyungsoo escolheu. Flores que não eram comuns lá e, logicamente, eram mais valiosas para ele, mas não se incomodava em dá-las ao rapaz misterioso e visualmente atraente. Podia demorar muito tempo a encontrá-las novamente, mas o que importa é que ao menos iria fazer algo útil com elas naquele momento, não era desperdício, e só isso é que importava para ele. 

Antes de sair de casa comeu qualquer coisa – uma saladinha de camarão e flores, mais por obrigação da sua mãe protetora e preocupada – e seguiu caminho. O problema era...ele não se lembrava do mesmo. Sabia que tinha entrado por entre os bosques, mas a partir daí já era mais complicado, havia diversos caminhos e Kyungsoo já não sabia por onde tinha andado, até porque na altura olhava para o chão e não para a frente. 

Não queria demorar muito tempo, a cesta com flores pesava um bocado e o perfume que inalava delas era um pouco forte – mas agradável - e o jovem não queria chamar à atenção dos pássaros, nem de abelhas nem de quaisquer outros seres com olfato sensível e curiosos. Uma vez, um dos seus arranjos já chegou a ser estragado por um pássaro de uma espécie que Kyungsoo nem teve tempo de descobrir já que o mesmo, encantado com o cheiro, pousou rapidamente nas flores e começou a picá-las e a rebolar nelas. Para outra pessoa qualquer seria engraçado, mas não para Kyungsoo, que tinha demorado muito tempo a preparar tudo. No mundo humano aquelas flores não têm um cheiro forte, mas por ali eram assim. Talvez essa fosse a única diferença. 

Demorou mais tempo a chegar ao local. Desta vez não estava ninguém no lago, nem mesmo o rapaz exótico. Confortável, começou a andar e a observar direito aquilo que não pode observar umas horas atrás. O local era muito mais bonito do que lembrava, tinha árvores incríveis, enormes, de diversos tipos, todas espalhadas pela floresta, algumas tinham uma forma em que era permitido a Kyungsoo se sentar num dos ramos grossos que estava quase a tocar no chão. Sentou-se lá e observou mais um pouco, desta vez o lago. A água era tão limpa e transparente que dava para ver tudo por debaixo dela. Kyungsoo conseguia ver as diversas espécies de peixes a nadar de um lado para o outro e as pedras que haviam debaixo de água também, conseguia ver estrelas marinhas de tamanhos diferentes, umas até maiores que a sua mão e estava relativamente longe do lago.  

Ao virar a cara para trás de si, repara numa árvore gigantesca muito bonita. Era um carvalho, mas ligeiramente diferente. A única diferença entre aquele e um carvalho normal era os brilhantes de diversas cores que estavam espalhados por lá, não eram flores, eram só mesmo brilhantes que pareciam flutuar no ar perto da árvore. 

Kyungsoo foi andando até lá e quanto mais perto do carvalho ficava, em mais detalhes reparava. A árvore tinha uma única flor, só uma, e era muito vistosa. Não era uma flor de carvalho, algo que Kyungsoo estranhou. Quando estava prestes a tocar na flor, e provavelmente arrancá-la para coleção, ouviu uma voz. 

"Não a arranques" era a voz de um rapaz, uma voz grossa e todo o corpo de Kyungsoo tremeu, e ele ficou com medo, parecia um ladrão que tinha sido apanhado no ato do crime. 

O jovem virou rapidamente o rosto para ver quem era, e quase que desmaiava ali no meio.  

"D-Desculpe!!" O rapaz riu enquanto se aproximava, Soo continuava de cabeça baixa. 

"Não tens de te desculpar. Essa flor é especial..." 

"Especial?" O rapaz assentiu 

"Essa é a flor mãe, se a arrancares, as outras nunca mais nasceram.." Disse sorridente enquanto acariciava as pétalas da flor "quando as outras nascerem, podes tirar qualquer uma, menos esta, se não o efeito é o mesmo.." Kyungsoo estava maravilhado com o que tinha acabado de ouvir. 

"Oh...eu sou filho da Deusa das Flores mas nunca ouvi falar desta, sinto-me inculto..." O rapaz riu 

"Então...o meu admirador é filho de Anthenia?" Kyungsoo corou, como assim admirador?? 

"A-Admirador? E-Eu não sou nada disso!!" As flores que estavam à volta deles começaram a mudar o seu estado, Kyungsoo estava envergonhado. 

"Certo...e o que fazes aqui? Nunca te tinha visto antes..." O rapaz já se tinha apercebido da cesta mas preferiu ver o outro envergonhado e a tentar falar, era uma visão muito interessante e adorável. 

"E-Eu....é....é para ti...p-porque...eu sinto-me mal por te ter visto..uhm...n-nu...." Trincava o lábio de ansiedade. 

"Obrigado, mas não precisas de te desculpar por isso, eu não me incomodei" disse enquanto pegava na cesta e apreciava tanto o perfume como a beleza das flores "gostei da escolha...admiração? Porquê? "questionou quando olhou para as camélias brancas. 

"Ah...é que...uhm...eu achei-te bem diferente das outras ninfas, tu tens uma aparência mais...exótica...e admiro um pouco isso em ti, nunca tinha visto e é muito bonito..." Era impossível não notar no sorriso grande e sexy que o outro direcionava a Kyungsoo. 

"É querido da tua parte, obrigado. Esta cor de pele e este aspeto é tudo graças à minha mãe" 

"O que é que a tua mãe é?" Perguntou curioso 

"Uma ninfa. Dríade para ser mais especifico, este carvalho é nosso, é aqui que ela vive, está sobre a sua proteção" 

"Oh, a tua mãe faz parte da árvore não é?" O rapaz assentiu 

"Mas se ela quiser pode sair e andar com as duas pernas, neste momento ela não está aqui, mas está perto, não se pode distanciar muito." 

"Tu também consegues fazer parte da árvore?" 

"Não...eu não sou dríade apesar de parte do meu sangue ser" 

"Oh...e a outra parte?" 

"Deus, o meu pai era o Esculápio, foi morto por Zeus" Neste momento já estavam sentados debaixo da árvore a apreciar a brisa fresca que vinha até eles.  

"Lamento...." Kyungsoo disse desanimado 

"Não precisas, ele merecia mesmo....foi um castigo, uma punição, antes que acontecesse algo de mal aqui" suspirou e o sorriso que antes não estava presente, apareceu "Estamos a falar, mas eu não sei o teu nome. 

"Oh...desculpa! Esqueci-me de me apresentar!!" Kyungsoo bateu na sua própria testa e o rapaz riu-se com aquele ato fofo "Chamo-me Kyungsoo e como já disse sou o filho de Antheia, prazer" 

"Tanta formalidade!"  riu "O meu nome é Jongin, mas podes chamar-me de Kai, pelo menos é assim que as outras ninfas me chamam" 

"E porquê Kai?" de alguma forma sabia bem pronunciar aquele nome. 

"Acho que é por parecer mais fixe" riram-se juntos "já agora, sim...podemos ser amigos" Kyungsoo não percebeu a afirmação - apesar de ter ficado feliz com a mesma - então Kai continuou "digo isto devido às flores que me deste...as rosas amarelas" 

"Ah!! Ainda bem!!" disse animado e tímido "então agora somos amigos...hmm..." A sensação era muito boa, o seu primeiro amigo... 

"Parece que sim" concordou enquanto olhava detalhadamente para Kyungsoo. Tinha feições muito bonitas, os lábios grossos e os olhos grandes e pretos chamavam à sua atenção. Sem duvida alguma muito fofo. 

Surgiu um silêncio constrangedor. Parecia que não havia mais nada para falar e Kyungsoo começava a ficar nervoso. A brisa que pairava entre as árvores não era suficiente para o acalmar e o pequeno não conseguia parar de se mexer. O outro não parecia incomodado, estava quieto, olhava em frente com um pequeno sorriso, o que só fazia com que Kyungsoo entrasse mais em pânico. "O que fazer??" 

Mais tempo foi passando e Kyungsoo quase que tinha um ataque ali no meio. "É o meu primeiro amigo e já estou a arruinar tudo! Sou uma pessoa tão secante!!!"  

"Estás a pensar em quê?" Jongin acabou com o silêncio "estás a fazer umas caras engraçadas" Soo engasgou na própria saliva. Para além de ser seca ainda estava a mostrar o seu lado estranho, fantástico! 

"A-Ah...em nada...uhm..." O pequeno pensou ao máximo e algo para dizer até que surgiu uma ideia "queres ir a minha casa?" 

"Agora?" Perguntou Kai. 

"S-Se não quiseres...não há problema..." 

"Eu quero, vamos!" Levantou-se e pegou delicadamente na mão de Kyungsoo para o ajudar a se levantar "aqui não estamos a fazer muita coisa, e já que viste a minha casa gostava de poder ver a tua também, nunca estive muito para além daqui" Kyungsoo assentiu ligeiramente corado pelo ato do seu novo amigo e seguiram caminho juntos. 

 

 

❀❀ 

 

"Chegamos! É aqui mesmo!!" Kyungsoo apontou animado para a sua casa. Pela primeira vez levava alguém lá. 

"É muito bonita! Nunca vi tanta flor junta" riu-se "É colorida e parece ser muito confortável e fofa" o mais novo assentiu feliz "que cheiro é este? Cheira muito bem!!" 

Vinha da casa um cheiro nem forte, nem fraco, parecia uma mistura de várias flores de diferentes tipos e formas que juntas e misturadas criavam o aroma mais delicioso e agradável de todos. Kyungsoo sabia bem de onde vinha. A sua mãe estava a fazer doces, provavelmente já esperava visitas em sua casa. 

"É a minha mãe que está a fazer um bolo, de certeza absoluta!" Afirmou animado "gostas de bolo Kai?" 

"Nunca comi bolo Soo..." O apelido fez Kyungsoo ter um mini ataque...ok...estava tudo bem...tinham-se conhecido à meia hora e já estavam na fase dos apelidos...é bom... 

"Como assim? Anda, vem logo, vais ter de comer bolo!!" Sem dar conta – ou quem sabe a fazer de propósito – Kyungsoo agarrou na mão de Jongin e puxou-o para dentro de casa.  

Ao entrarem em casa, o aroma ficou mais forte, mas não enjoativo, era bom de se sentir na mesma. Quando chegaram à cozinha, a Deusa Antheia cumprimentou-os com um sorriso cativante e doce. Era a primeira vez que Kai a via tão de perto, aliás, na realidade, ele quase nunca via nenhum Deus, sempre viveu só e apenas no meio das Ninfas. O seu pai era o único Deus com quem tinha trocado muitas conversas e mimos, precisamente por ser o seu pai. Era raro os Deuses passarem pela sua zona, e quando passavam eram Deuses de uma hierarquia mais baixa, para procurar quem cortou um carvalho, ou seja, acabou com a vida de uma Ninfa e infringiu uma lei, para ser castigado por Zeus. O moreno tentava não entrar em contacto quando eles, raramente, apareciam por ali, porque o seu pai também foi morto por Zeus, mas por outra razão. Jongin não ia à escola do Olimpo, o seu pai era quem lhe ensinava tudo o que ele precisava de saber.  

A Deusa Antheia era de uma beleza inimaginável e Jongin descobriu naquele momento de onde é que a beleza de Soo tinha aparecido. Ele saiu à mãe, sem sombra de duvida, o sorriso e o olhar eram iguais. Sorriu um pouco – muito – tímido para a mesma. Aquele dia ia ficar para a história. 

"Kyungsoo! Querido!!" Abraçou o filho com carinho e só isso fez o coração de Jongin aquecer mais um pouco com a visão "E trouxeste o teu amigo!" Afirmou enquanto espreitava para a nova face durante o abraço "como te chamas?" 

"Jongin...." Disse baixinho. Não era normal a personalidade de Kai ser assim, tímida, mas isso era porque ele sempre andou rodeado de quem o conhecia desde que era um simples e pequeno bebe. Naquele momento estava a conhecer pessoas novas, e não alguém qualquer, e sim uma Deusa! 

"Mas podes chamá-lo de Kai! É uma alcunha!"  

"Estou a ver" riu de leve "muito prazer Kai! Espero que gostes de estar aqui e que gostes do meu filho também!" Aproximou-se do ouvido do moreno "és o único amigo dele!" 

"MÃE!!! O QUE É QUE ESTÁS A DIZER????" Kyungsoo gritou desesperado e afastou Antheia da beira de Jongin que só conseguia rir naquele momento.  

"Nada demais! Bem...vou buscar o bolo!" Disse animada "sentem-se na mesa! Mas antes lavem as mãos!" Os jovens assentiram e foram lavar as mãos num mini riacho de enfeitar que Kyungsoo tinha em casa. 

" A minha mãe disse alguma coisa de mal?" Perguntou Kyungsoo receoso 

"Não! Não te preocupes com isso" disse Jongin e um sorriso doce nos lábios "anda, vamos comer!" 

 

Quando chegaram à mesa, a comida já estava lá e Antheia estava sentada numa das cadeiras à espera dos rapazes. Jongin sentou-se ainda tímido a observar toda a comida. Haviam vários bolos pequeninos e aparentemente deliciosos mas o que lhe chamou mais à atenção foi o bolo grande que estava no centro da mesa. Precisamente por parecer um jardim muito colorido. Antheia e Kyungsoo começaram a cortar o bolo em fatias e a colocarem nos seus pratos brancos enfeitados com desenhos de flores também. 

"Não sejas tímido Kai, tira à vontade!" Afirmou Kyungsoo como forma se o encorajar a comer.  

O moreno assentiu e decidiu tirar primeiro um dos bolos médios. Não era colorido como os outros, tinha uma cor acastanhada mas não deixava de ser um bom aspeto. Com uma colher, partiu um bocado e experimentou cuidadosamente.  

"Isto é muito bom!!" Quase que gritou de espanto "sabe muito bem! Sabe a noz!!" Antheia riu 

"Chama-se Ataif de Nozes! É um doce árabe" Kai assentiu curioso enquanto se deliciava com aquele doce "acho engraçado teres escolhido esse primeiro" 

"Porquê?" Perguntou já com muito doce na boca, o que fez com que Kyungsoo ri-se alto e lhe batesse no braço 

"Porque esse é um doce que a minha mãe faz só para ocasiões especiais! E esta é uma ocasião especial!" 

"É?" Perguntou confuso. Especial? Porque haveria de ser especial? 

"Claro! É a primeira vez que o meu filho traz alguém aqui a casa! Eu estou muito feliz por estares aqui e fazeres companhia ao meu filho!"  

"M-Muito obrigado..."  

Kai não esperava ser recebido daquela forma só por ser o primeiro amigo de Kyungsoo. Mas pensando bem, ele deve se sentir sozinho não? É um adolescente e não tem ninguém para falar sem ser a mãe. Kai também não tinha amigos...quer dizer....sempre socializou com as ninfas, mas amigos rapazes nunca teve, era a sua primeira vez também, e, por vezes, também gostava de ter alguém próximo com quem conversar sem ser a sua mãe. No fundo, entendia a felicidade de Antheia. Ninguém ia gostar de ter um filho solitário, ainda por cima quando esse mesmo filho é tão bom rapaz, simpático, atencioso, animado, fofo, adorável, lindo...enfim...Sentia-se lisonjeado por ser o primeiro e esperava que aquela amizade durasse.  

"Também leva laranja?" Perguntou Jongin 

"Ah sim! Leva uma calda de laranja, por isso é que tem esse aspeto molhado" sorriu de leve "queres provar este bolo também? É muito bom, eu costumo fazer várias vezes! Principalmente nesta época de primavera. "Kai assentiu enquanto engolia o ultimo pedaço daquela pequena panqueca de nozes. "Espero que gostes!" Afirmou já depois de ter colocado a fatia de bolo no prato vazio de Jongin. 

Com a mesma colher, Kai cortou um bocado do bolo gelatinoso e levou à boca, saboreando logo de seguida todas aquelas flores coloridas que enfeitavam a gelatina. 

"É a primeira vez que como flores comestiveis! Até que são boas!!" Kyungsoo sorriu 

"Este é um dos meus bolos favoritos! E sou eu que apanho essas flores sabias Kai?" 

"A sério? Uau..." O moreno exótico parecia hipnotizado por aquele bolo, era realmente delicioso "mas...porque é que tens de apanhar flores se tens muitas aqui? A senhora não é a Deusa das flores? Não pode criar ou algo assim?" A senhora riu  encantada com a pergunta de Jongin. 

"Eu posso fazer com que nasçam flores sim Kai, mas não gosto de as criar só para me alimentar...normalmente eu só o faço quando vejo campos vazios e tristes, sem cor, sem alegria..." Jongin assentiu "As flores do lar são do lar, não as vou usar como alimento também, por isso peço ao meu filho que tanta ama flores para as colher aos poucos por aí." Satisfeito com a respostas, o moreno volta a comer o bolo em silêncio. 

"Kai fala mais de ti!" Sugeriu Kyungsoo "quantos anos tens Kai?" 

"Eu tenho 260 anos! E tu?" 

"Tenho 240...e eu na esperança de que seria o mais velho..." Disse de braços cruzados e a fazer beicinho  

"És filho de uma Dríade não és Kai?" Desta vez foi Athenia a perguntar e o mais velho assentiu "consigo perceber isso pelo teu aspeto, és muito bonito Kai" 

"Obrigado..." 

"E o teu pai?" 

"Esculápio..." 

"Oh! Eu sei bem quem é, eu conhecia-o muito...ele era detentor de grande conhecimento, mas Zeus achou que esse mesmo conhecimento era um perigo para nós...lamento que ele tenha falecido." 

"Não precisa de lamentar" Kyungsoo ouvia confuso a conversa 

"Como assim mãe?" 

"Preferes ser tu a contar Kai?" O mais velho abanou a cabeça dizendo que não. Não era confortável para ele falar sobre o assunto "Então eu contarei" suspirou já triste "Esculápio era o Deus da cura e da cirurgia. Era um homem sábio, muito inteligente e era ele quem curava toda a gente no Olimpo, e ensinava também os dons da cura. Presumo que te tenha ensinado a ti também Kai, antes de falecer, apesar de tu proprio já teres esses dons por seres filho de uma Dríade" o moreno assentiu e a Deusa continuou "mas às vezes Kyungsoo, o saber é inimigo, principalmente aqui no Olimpo. Talvez, se Esculápio vivesse na Terra e fosse humano, seria visto como um rei, como um mágico, feiticeiro, ou até mesmo como Deus, as pessoas iriam venerá-lo e procurá-lo deseperadamente por ajuda. Mas aqui no Olimpo, não funciona assim. Esculápio, um dia, descobriu o poder de trazer os mortos à vida" Kyungsoo abriu a boca de espanto "sabes o quão perigoso isso pode ser? Não se deve alterar o destino...e se esse poder caisse nas mãos erradas, muitas infelicidades seriam vistas por aqui. O Olimpo tornar-se-ia num caos, não haveria paz...Por isso, Zeus viu-se obrigado a matá-lo com um raio. Esculápio teve de ser punido, pois não queria deixar aquele conhecimento de lado, não queria esquecê-lo, queria ajudar as pessoas. O problema, era que aquele poder não seria só para ajudar. As coisas não funcionam só dessa forma, até mesmo aqui existem pessoas maléficas, filho. Zeus não queria que Esculápio ficasse cego de poder, ele salvou-o da perdição e do caos e, eventualmente, salvou também Olimpo das garras das trevas. 

Kyungsoo não sabia o que dizer, aquela história tinha lhe chocado demasiado, e ele sabia que qualquer palavra dita à sorte ou sem pensar poderia magoar o seu recente amigo. Sabia que Kai compreendia a morte do seu pai, ele próprio tinha dito quando se conheceram que ele merecia a morte, mas também sabia que era um assunto delicado, porque Esculápio não deixava de ser pai dele e Kai não deixava de ter amor pelo seu pai.  

"Nao precisas de ficar tenso Soo, não há problema" disse Jongin enquanto fazia festinhas nas costas do mais novo "eu sinto saudades do meu pai, mas sei que ele merecia isto...eu próprio tinha medo que ele deixasse de ser bom. Ao menos morreu ainda com coração e com o amor da população do Olimpo por ele, ao menos isso..." Athenia sorriu docemente para o jovem que se encontrava à sua frente. Ele já era bem maduro para a idade. 

"Bem...acho que já chega de assuntos tristes não é?" Os dois jovens assentiram "tu vais à escola Kai?" 

"Não...foi o meu pai que me ensinou tudo, é por isso que não coneço muita gente também!" Riu "só as ninfas, a senhora, e o Soo!" 

"Oh, então o meu filho também é o teu primeiro amigo?" Jongin assentiu "que bom! Estou muito feliz!!" 

"Mãe! Podemos ir passear?" 

"Claro! Vão lá, mas tenham cuidado sim?" 

"Não se preocupe! Qualquer coisa eu uso o eu poder!" Kai afirmou confiante 

"Não sei se isso me deixa despreocupada, preferia que não fosse necessário usá-lo" riu "mas é assim que se cresce mesmo, vão lá rápido, divirtam-se!" Ordenou com um sorriso no rosto. Aqueles dois não seriam só amigos, Athenia acreditava nisso, e a própria ideia agradava-lhe.  

 

 

❀❀ 

 

"Kai! Ajuda-me!!" Pediu com um beicinho. O mais velho sorriu agarrou na mão do menor com delicadeza e ajudou-o a subir o pequeno monte "para onde vamos?" 

"Tens de esperar! É surpresa!!" 

"Oh... mas eu quero muito sabeeeer!" Kyungsoo tinha quase a mesma idade que Jongin, mas parecia bem mais novo devido ao ser comportamento infantil. Não no sentido negativo, mas sim no sentido positivo, porque sempre que o mais novo fazia beicinho ou agia de forma fofa, Jongin tina vontade de apertar as suas bochechinhas e de o abraçar. Aquilo não era comum, então o proprio estranhava essa mesma vontade. 

"Estamos quase Soo" sorriu "agarra-me com forma sim? Estamos quase no topo" 

"Tenho medooo" só voltava saltar para cima do mais velho, Kyungsoo quase que parecia um koala, ele tinha medo das alturas, mas só por estar agarrado no mais velho o seu coração acalmava. 

"Eu estou aqui, não tenhas medo!" Riu "vais chegar seguro a casa haha" 

"Não te rias!!" Bateu de leve nas costas do moreno e começou a resmungar, mas logo foi interrompido. 

"Chegamos!!" Kyungsoo, mal se sentiu seguro, saiu da beira do mais velho, mas sem largar a sua mão - era confortável estar daquela forma com ele e sentia-se seguro assim – ,e observou todo o local. Estavam quase no topo de um monte – que não era dos maiores – mas aquele lugar era bem diferente dos habituais. Havia várias flores também, mas o que mais chamou à atenção do Kyungsoo, foi o pequeno riacho de água limpida que por ali passava. A maioria das árvores que enfeitavam aquele sitio tinham formas engraçadas que serviam de cadeiras, ou camas, ou baloiços. O vento era uma das melhores partes, como estavam num sitio muito alto, sentia-se muito vento, mas as árvores faziam de escudo tornando o local na mesma quentinho. "Gostas?" 

"Eu amei!!" Gritou animado enquanto abraçava o mais velho "este lugar é lindo! Como é que descobriste?" 

"Eu venho para aqui desde pequeno...o meu pai costumava ensinar-me aqui mesmo. Agora venho sempre que quero relaxar e ficar sozinho, é o meu espaço privado, digamos assim" sorriu "pouquissima gente conhece isto, então podemos estar aqui à vontade!" 

"O-Obrigado..." 

"Porquê?" 

"Por me amostrar isto...sinto-me especial..." 

"Tu és!" Kyungsoo arregalou os olhos "és o meu amigo especial! Agora este espaço é nosso!" O mais novo sorriu timido 

"Tu também és especial para mim" a conversa estava a ficar estranha aos olhos de Kyungsoo, então o mesmo foi se sentar numa das árvores e mudou de assunto "é muito calmo e bonito aqui...e estas árvores são confortáveis também..." 

"É...." Jongin concordou e sentou-se ao lado do seu amigo "Soo..." 

"Uhm?" 
"Queres ir para a água?" Perguntou com um sorriso grande no rosto. Jongin adorava a água. 

"A-Agora?" 

"Sim!! Vamos! Não quero ficar parado" o mais novo assentiu e dirigiu-se até à ponta do riacho. 

Jongin não teve problemas em tirar a roupa, estava bem confortável em ficar nu em publico, mas não Kyungsoo. O mais novo tentava desviar ao máximo o olhar do corpo masculino e moreno do Kai, mas parecia ser um pouco impossivel. O mais velho apercebeu-se do incomodo de Kyungsoo e tapou o seu orgão sexual com a roupa interior. 

"Desculpa, esqueci-me que ficavas incomodado..." 

"N-Não! T-Tudo bem, sério..." Riu nervoso  

"Tu não vais tirar também?" Virou-se de frente para o mais novo – que quase morreu de ataque cardiaco, porque se o homem de lado já era arte, imaginem de frente! 

"A-Ah...e-eu..." Olhou para baixo com as bochechas coradas. 

"Não precisas de ter vergonha, Soo. Só sou eu aqui e não vou julgar nada, é só um corpo." O mais novo assentiu e começou a tirar a camisola. Para fazer com que ele se sentisse mais confortavel, Kai virou-lhe costas e foi refrescar-se. Sabia que se olhasse para Kyungsoo ele nunca mais tiraria a roupa. 

"J-Já tirei..." O mais novo proclamou e Jongin virou-se de frente para ele. Porque é que ele tem vergonha? O corpo é bonito, pensou o mais velho.  

"Anda, vem para aqui, está muito bom!" Sugeriu o moreno enquanto sorria. "queres ajuda a descer?" O mais novo assentiu e Jongin foi até ele. 

"Dá-me a tua mão, vê onde metes o pé" mais uma vez deram as mãos. Aquele ato para eles já era normal, mas aquilo que sentiam por dentro era estranho, no entanto não deixava de ser bom ao mesmo tempo. 

Kyungsoo desceu com todo o cuidado sem largar a mão grande do Kai e mal pôs os pés na água o seu corpo todo tremeu. 

"Aqui tens pé, por isso não te preocupes, anda à vontade e molha-te à vontade" sorriu "mas cuidado com algumas pedras" o mais novo assentiu novamente e começou a andar calmamente molhando-se aos poucos enquanto Jongin nadava um pouco mais longe. 

Aos poucos, Kyungsoo foi perdendo a vergonha do seu corpo e foi nadando mais confortável até perto de Kai, que no momento fazia bolhinhas na água com a boca. Mal viu o mais novo a aproximar-se, parou o que estava a fazer e sorriu. 

"Vamos fazer uma mini corrida?" Sugeriu animado. 

"Mas não nos vamos magoar com as pedras?" 

"Ao fundo não tem, vamos para lá" o pequeno assentiu "vamos a nadar, começa agora, ok?"  

"Certo!!"  

Contaram até três e começaram a nadar com o máximo de velocidade que podiam e sem irem um contra o outro – pois o espaço não era muito. Naquele momento era obvio prever que era Kai quem ia ganhar, Kyungsoo não estava muito habituado a nadar e era bem mais lento que o mais velho que nadava de uma forma sedutora. Quando chegou ao final, o mais velho ainda teve de esperar por Kyungsoo, que quando chegou ficou amuado. 

"Não é justo!! Tu nadas bem melhor que eu!" Jongin aproximou-se 

"Já devias saber" riu e apertou a bochecha do mais novo "fofo" Kyungsoo olhou para os pés timido e não desviava o olhar de lá, mesmo após Kai se afastar dele e começar a nadar para longe.  

Para além de o ter de ver quase nu, ainda tinha de ouvir aquele tipo de elogios que faziam o seu coração despertar. Mas ignorando tudo isso, era bom poder estar na companhia de alguém. Kyungsoo sentia-se feiz naquele momento, sentia que podia contar-lhe tudo sobre ele, podia desabafar com ele nos momentos tristes e ser estranho à frente dele porque não seria julgado. Ter um alguém em quem se apoiar era bom, e após 240 anos Kyungsoo sentiu que finalmente encontrou esse alguém especial, essa companhia, esse amigo. 

Foi andando pela água enquanto pensava no quão bom o seu dia estava a ser não deixando de observar as costas do mais velho que no momento estava em pé e de costas para si. Mexia no cabelo como se estivesse a pousar para alguém - e talvez estivesse – e o mais novo não tirava os olhos dele, hipnotizado, até que tropeçou numa das pedras e caiu deixando escapar um grito de dor que eventualmente chamou a atenção de Kai. 

"Soo? Estás bem?" Aproximou-se o mais rápido que pôde do mais novo, que no momento tentava-se equilibrar de pé. Pegou-o ao colo com cuidado e sem a permissão do mesmo e sentou-o numa das árvores que faziam de banco, a que estava mais próxima do riacho. "Eu disse para teres cuidado com as pedras!" 

"Desculpa Kai..." O mais velho suspirou 

"Não tens de pedir desculpa Soo..." sorriu "deixa ver a ferida" o mais novo levantou o pé para Jonhin poder observar a gravidade do ferimento "só foi um arranhão...deixa-me tratar disso" 

"Como vais fazer?" 

"Com os meus dons..." disse calmamente "deixa-me pegar no teu pé" o mais novo levantou o pé direito e Jongin, com cuidado, pega no mesmo com a mão esquerda e passa a outra delicadamente na ferida, fazendo uma pequena massagem que durou pouco mais de dez segundos. Kyungsoo deixou logo de sentir qualquer dor. 

"Magia!!!" Gritou animado "eu já não sinto dor nenhuma, o meu pé está como antes!" Jongin riu ao ver a reação do seu amigo. 

"Para a próxima vez não te vou curar, tens de aprender a ter mais cuidado" o mais novo fez beicinho mas não deixava de estar feliz e de saltar de um lado para o outro "vamos voltar para a água, e desta vez não vais sair da minha beira. 

Kyungsoo aproximou-se de Kai e deu-lhe a mão, sabia que só assim estaria mais seguro, ao lado do mais velho. Dirigiram-se novamente para a água, ambos os corpos pediam novamente por aquele refresco e mal entraram a primeira coisa que fizeram foi respirar aliviados e sorrir feitos tolos. Kyungsoo descobriu que amava a água tanto quanto Jongin. Decidiram andar até à zona sem pedras, era sempre mais seguro, mas não largavam as mãos por nada, sentiam-se bem daquela forma. 

"Kai..." 

"Uhm" 

"Estou muito feliz por seres meu amigo!" disse ao abraçar-lhe "tenho muita sorte em ter um amigo que consegue curar feridas!" 

"És muito interesseiro! Só gostas de mim por causa disso" fingiu estar chateado só para brincar um pouco com a inocência do mais novo. 

"Não não! Não é só por isso!!" Apertou mais de força o abraço "eu não sou interesseiro!" 

"Estou a brincar Soo" riu de leve "mas sabes uma coisa? Eu só sou teu amigo por causa dos bolos que a tua mãe faz!"  

"Não digas isso!!!" O mais novo já estava perto das lágrimas quando Kai começa a rir e o abraça de frente com força. 

"É claro que estou a brincar seu tonto!" Fez-lhe festinhas na cabeça "tu és muito sensivel..." 

"És mau!" Atirou água para a cara do mais velho. 

"Tu não fizeste isso..." Atirou também água para a cara do mais novo, quando já estavam afastados do abraço quente, e pouquissimos segundos depois começou uma guerra dentro de água, com gritos, risadas, abraços e alegria que duraram uma tarde inteira...  

O que acontecia e que ambos não se apercebiam, era que os laços emocionais que estavam a criar juntos tornavam-ve mais fortes minuto a minuto... 

 

❀❀ 

 

Meses depois... 

 

Kyungsoo saiu da escola animado. Mais uma vez, como sempre, ia-se encontrar com Kai para estudar, o seu melhor amigo de toda a vida. Aqueles encontros eram quase como rituais para os dois jovens que já não conseguiam estar um dia sem a companhia um do outro. Athenia passava a vida a avisar que Kyungsoo que um dia o mesmo se casaria com Jongin. Sempre que o moreno ia a casa, a Deusa tratava sempre de o mimar com doces e elogios, amava poder tê-lo como genro, mas Kyungsoo tentava sempre negar os pensamentos da sua mãe, apesar de por dentro a ideia também lhe agradar. Sentia-se mal por ver e falar com Jongin com outro tipo de intenções...mas a culpa não era dele, pois não? Ele não tinha culpa do mais velho ser muito atraente tanto fisicamente como interiormente. Não tinha culpa do mais velho lhe ter roubado o coração logo com o primeiro olhar e a primeira troca de palavras, pois não? 

Era com estes pensamentos que Kyungsoo andava até à casa de Jongin. Mal chegou lá e viu o mais velho de costas e de pé, correu até ao mesmo e abraçou-o por trás, assuntando-o por um momento. 

"Cheguei!!!" Disse animado  

"Ainda bem que chegaste, já estava com saudades tuas" virou-se de frente e beijou levemente a testa do mais novo que corou com o ato. 

Naqueles meses que passaram a relação entre ambos melhorou de uma forma estrondosa. Quem os visse achava que ambos estavam a namorar, um recem casal completamente apaixonado. Era normal darem beijinhos um ao outro, abraçarem-se, dizerem coisas fofas e elogiarem-se, mas "só como amigos", claro. Houve a 2º fase de alcunhas quando Kyungsoo decidiu começar a chamar o Kai de Nini, pois achava que combinava com a fofura escondida do mais velho e queria ter uma alcunha que só ele usasse para lhe chamar. 

"Também estive cheio de saudades tuas Nini!" Disse não se largando do abraço "onde está a tua mãe?" 

"Ela saiu, para nos deixar em sossego, e a ela também, não ia conseguir descansar contigo aqui" riu de leve e apertou as bocechas do Kyungsoo "bem...que tal começar-mos esse estudo ahn?" O mais novo assentiu. 

Sentaram-se ao lado do carvalho grande e belo e Kyungsoo entregou os livros ao mais velho que logo começou a desfolhalos.  

"O que é que tens de estudar Soo?" 

"História...." disse desanimado "odeio história!!!" Jongin riu 

"Vamos lá ver...o quê espeficicamente?" O mais novo encostou a cabeça no peito do mais velho para puder ver as páginas do livro. 

"Aquiles...." 

"Mas isso é fácil Soo!" 

"Mas eu odeio historia! Não quero estudar!!!" Fechou o livro e abraçou Jongin com força "o meu teste é só para a semana....vamos fazer outra coisa Nini..." 

"Mesmo assim tens de estudar..." 

"Não! Por favooooor" Jongin assentiu aceitando a derrota. De qualquer forma ele também preferia ficar agarrado ao mais novo. Era confortável sentir as mãozinhas mais pequenas que as suas a rodearem o seu corpo ou a fazer miminhos no cabelo "é por isto que eu te adoro Nini!" 

"Mas amanhã é para estudar-mos!"  

"Ok!! Prometo! 

"É uma promessa!" O mais novo assentiu novamente e Jongin correspondeu ao seu abraço. Permaneceram assim durante algum tempo, apenas a apreciar o carinho que ambos tinham um pelo outro, a apreciar os miminhos que faziam no cabelo um do outro e os oucos beijos que davam na testa um do outro, ou na mão. 

"Nini..." 

"Diz pequeno.." 

"À uns dias atrás, o professor Junmyeon mandou-nos escrever um texto sobre um amigo nosso ou sobre alguém que admiramos muito.." 

"E sobre quem é que tu escreveste Soo?" 

"Sobre ti, claro!" Respondeu animado. Jongin fez cara de surpreso, pensava que seria a mão dele "que cara é essa? Pensava que ias ficar feliz...." 

"N-Não! Eu estou feliz Soo, eu fico muito feliz que me tenhas escolhido a mim...só não esperava...só isso..." 

"Porquê? Eu acho que era obvio, tu és o meu melhor amigo, és muito especial para mim e eu admiro-te muito" 

"Obrigado Soo..." 

"Não tens de agradecer! Mal eu receba o texto corrigido, entrego-te para leres!" Sorriu "eu quero muito que tu leias!" 

"E eu estou ansioso para ler" disse beijando de leve a testa de Kyungsoo, que ronronou com o ato. Kyungsoo adorava receber mimos mais do que ninguém. 

E após aquela conversa, mais nada foi dito durante o resto do dia, pelo menos com palavras, porque com gestos muita coisa foi declarada. 

 

 

Quando Kyungsoo chegou a casa após um novo dia de aulas, a sua mãe não estava lá. Mas a comida encontrava-se em cima da mesa com um recado escrito. 

"Fui passear com a Afrodite mas não me esqueci do teu apetite! Beijinhos, mãe" 

Era a primeira vez que não almoçava com a sua mãe, mas não havia problema. Ele comeria tudo sozinho e depois encontrar-se-ia com Jongin em casa dele. O dia prometia muita coisa, Kyungsoo não sabia como Jongin iria reagir ao texto que escreveu sobre ele. O mais novo não era o melhor a transmitir sentimentos, principalmente pela escrita, além disso, ele não era dos melhores da turma naquela arte. Mas Kai sabia bem disso e não o julgaria.  

Pousou todas as coisas e começou a comer a salada de flores que a mãe lhe preparou juntamente com flor de abobrinha frita recheada com ricota e manjericão, uma das suas comidas favoritas. 

Não demorou muito a terminar de comer, devido não só ao sabor divinal da comida mas também à ansiedade que lhe tomava o coração. Ele queria demasiado encontrar-se com o mais velho, olhar para ele, sorrir para ele, abraça-lo, falar com ele... 

Após uma curta caminhada acompanhado da sua mochila, onde guardava o texto, chegou ao carvalho onde Jongin vivia com a sua mãe, mas mal se aproximou, não o viu lá, apenas encontrou a Dríade. 

"Boa tarde! O Kai não está?" Nini era algo que só e apenas Kyungsoo lhe chamava e mais ninguém sabia daquela alcunha sem ser os dois. 

"Chegaste mais cedo que o normal querido! Ele está no monte de sempre, a relaxar e à espera da hora para vir ter contigo" disse calmamente com um sorriso tenro no rosto. 

"Eu hoje sai mais cedo da escola!" Riu de leve "sendo assim vou ter com ele, acho que não vou aguentar se esperar!" 

"Tem cuidado na viajem Kyungsoo!"  

"Não se preocupe!"  

A viajem até ao monte era grande mas o mais novo já estava habituado a ir até lá, até mesmo já tinha encontrado diversos atalhos que lhe permitiam chegar mais rápido ao destino. Era um pouco cansativo ter de subir aquilo tudo sozinho, sempre esteve habituado a ter Kai ao seu lado para lhe dar a mão ou para lhe pegar ao colo quando o mesmo estivesse já sem forças nas pernas. Era uma sensação diferente – de longe pior que a sensação de ter Kai consigo – e o medo dominava-o quando estava sozinho. Havia caminhos obrigatorios de passar e perigosos, em que Kyungsoo corria o risco de escorregar, cair e magoar-se a sério...e o pior é que não tinha Kai a seu lado no momento para o ajudar ou curar, o que só tornava tudo mais assustador. O tempo passava muito lentamente quando ele estava sozinho, por isso tentava cantar ou pensar noutras coisas como forma de o esquecer.  

E foi quando estava estava prestes a chegar ao destino que se assustou com um passaro enorme que passou bem rápido atrás dele, fazendo com que o mesmo desse um pequeno grito e desiquilibra-se, escorrando na terra. Infelizmente, no local onde estava, se caisse não tinha qualquer salvação. Cairia bem no fundo do monte, a uns bons metros de distância de onde estava. Aquele não era o caminho normal que Kai e Kyungsoo usavam. Era um dos piores caminhos que podiam ser usados, e o mais velho já tinha avisado várias vezes o pequeno para não o usar sem ele. As palavras que Kai lhe transmitia de aviso foram passando na sua mente no momento em que escorregou e que não parecia ter salvação. Mas depois lembrou-se que mesmo sem ele estar ao seu lado, Jongin o ouve, ouve quando ele está em perigo, mesmo que estejam longe um do outro, o mais velho sente quando o mais novo está mal e vice versa, os laços entre os dois são fortes, e ele sempre foi o seu salvador e nunca deixará de ser. E foi com esse pensamento de esperança que sentiu uma mão a agarrá-lo com força, uma mão que não o deixava morrer. 

"N-Nini..." Disse já a derramar uma boa quantidade de lágrimas "desculpa Nini!!" 

"Agarra-me com força Soo! Eu vou te puxar está bem?" O mais novo assentiu cheio de medo, com o corpo a tremer. Ele confiava no seu amigo, mas aquela sensação era horrivel, principalmente quando olhava para baixo – coisa que não devia fazer.  

Kai, com o máximo de força, puxou o corpo pequeno de Kyungsoo com uma das mãos, conseguindo depois acesso ao outro braço do pequeno, que lhe permitiu dividir a força pelos seus dois braços e trazer facilmente o mais novo para cima do monte agarrando a sua cintura. 

"Olha só o trabalho que tu me dás Soo..." Falou já ofegante "o que serias tu sem mim..." 

"Eu não seria nada Nini!" Kyungsoo levantou-se fraco e abraçou o corpo do mais velho que ainda se encontrava deitado na relva "eu nunca mais venho por aqui sozinho Nini, eu prometo, eu prometo!!" 

"Já passou Soo...." Fez festinhas no cabelo de Kyungsoo tentando o acalmar "eu odeio quando me fazes preocupar assim contigo...eu avisei-te pequeno..." 

"E-Eu sei....d-desculpa..." 

"Não te desculpes...já prometes-te que não vais voltar a fazê-lo, para mim isso basta. Para mim também basta que estejas bem..." O mais novo assentiu enquanto limpava as lágrimas. 

"Tenho uma coisa para ti Nini! Eu hoje sai mais cedo das aulas, por isso é que estou aqui..." 

"E o que é?" Perguntou já quando se dirigiam para perto do riacho. 

"O texto!!" Revelou animado e com o sorriso no rosto, daqueles que faziam com que a sua boca forma-se um coração, aquele sorriso que Jongin tanto gostava de ver e apreciar. 

Kyungsoo retirou o texto da sua mochila e entregou-o a Jongin que desdobrou a folha e começou a ler para si mesmo: 

 

Não foi dificil pensar num amigo ou em alguém que eu admiro muito, pois essa pessoa está sempre na minha mente. 

Sei que muitos alunos irão falar dos seus pais, e por mais que eu admire a minha mãe, não é sobre ela que irei escrever, mas sim do meu melhor amigo, Jongin ou Kai como ele prefere que o chamem. 

Ele é o meu primeiro e único amigo atualmente, eu não podia ter encontrado melhor. A primeira vez que nos vimos foi muito engraçada, lembro-me como se tivesse sido ontem ou até mesmo hoje de manhã, mas ainda tenho vergonha de falar sobre isso mesmo após meses de amizade. 

Eu admiro-o por diversas razões. Apesar de termos perto da mesma idade, infelizmente eu sou o mais novo, ele é alguém muito maduro em termos de mentalidade. Com ele, eu aprendo diversas lições de vida que não aprendo com mais ninguém. Ele dá-me conselhos muito sábios como se já tivesse vivido mais de mil anos, e a sua filosofia vai para além da nossa imaginação, ele é um ser fantástico, dos melhores e poucos que já conheci. 

Eu senti orgulho e respeito quando ele se mostrou compreensivel perante a morte do seu pai. Algo que nos devia afetar muito psicologicamente e deixar-nos revoltados, tornou-o ainda mais sábio e entendedor do mundo, das leis, do perigo. 

Ele não anda na escola, mas é muito inteligente e confesso que é ele quem me ajuda a estudar e a compreender melhor a matéria que não percebi na aula. Sempre me dá os exemplos mais engraçados de forma a eu entender melhor as coisas. Eu animo-me só de pensar que no final das aulas, vou poder estar com ele e aprender algo novo. 

Adoro quando nos aventuramos pelo Olimpo e exploramos diversos sitios, encontramos lugares desabitados, perfeitos para serem os nossos esconderijos secretos. Antes eu fazia isso sozinho, era um pouco solitário e triste, não me aventurava por sitios que me davam medo. Mas agora, agora que tenho a sua companhia não o quero mais largar. Explorar com ele é sempre divertido e acima de tudo seguro. Eu sinto-me seguro à beira dele, porque sei que se me magoar ele está lá para me socorrer, ele irá me curar. É bom ter um amigo com esse dom. 

O Kai é alguém muito especial para mim. Desde que falei com ele pela primeira vez, senti que podia acompanhar-me durante toda a minha vida. Ele consegue compreender-me mais do que ninguém, ele está sempre ao meu lado, principalmente quando preciso de ajuda. Sei que ele vai estar sempre lá.  

Encontrarmo-nos passou a ser sagrado. Eu sinto-me dependente dele. Nunca pensei arranjar um amigo que me fizesse sentir desta maneira, achava que nunca arranjaria alguém assim, que ficaria sozinho, mas não, o Kai apareceu e mudou esse meu pensamento solitário. Deu cor à minha vida, que já deveria ser colorida por si própria, mas que não era. 

Eu tenho muito respeito por ele, e admiro-o por isso mesmo, por ele ser o primeiro, e, por mim, seria o ultimo, porque não quero mais ninguém na minha vida como ele. 

Só o quero a ele, ao meu querido e especial amigo, no qual penso 24 horas por dia.  

Só e apenas o Kai. 

 

 

Mal acabou de ler, apenas dois sons eram ouvidos. O do choro baixo de Jongin, que não se conteve ao ler o texto que Kyungsoo tinha escrito, e o som do seu coração, que não se conseguia controlar e batia tão fortemente que chegava a doer no peito.  

Kai queria abraçá-lo, queria abraçar o seu amigo – ou o seu amor – queria mostrar-lhe que também o olhava daquela forma, que se sentia assim por ele também. 

Kyungsoo parecia precoupado enquanto olhava para o mais velho. Ele não queria que o mesmo chocasse, ele queria vê-lo a sorrir, por isso é que lhe quis amostrar o texto, para mais uma vez poder se deslumbrar com o belo sorriso que o mais velho tinha. 

"Nini...." O pequeno assustou-se quando o moreno largou o papel no chão do nada e o abraçou com força. Nunca o tinha abraçado daquela forma e podia sentir o batimento cardíaco do outro, tal como o outro podia sentir o dele. Ganhou coragem e levou a mão até aos cabelos macios de Kai, que chorava compulsivamente no seu ombro "não chores Nini...eu...eu queria-te ver a sorrir!" Se ouvisse aquele som durante mais tempo, começaria a chorar também e ele não queria isso, não queria que o mais velho o visse a chorar. 

"O-Obrigado S-Soo...."disse enquanto chorava "e-eu amo-te m-muito sabes? T-Tu também és e-especial para mim...m-muito..." 

"Eu sei Nini..." Disse enquanto fazia festinhas das costas do maior para o acalmar. Nunca o tinha visto assim, nunca o tinha visto a chorar e agradeceu por não estar a ver a sua face naquele momento. 

"Soo...eu também tenho uma coisa para ti" revelou já mais calmo e sem tantas lágrimas a serem derramadas. Limpou os olhos com cuidado e levou a sua mão direito ao bolso das calças, retirando de lá uma pequena caixa de cor cinzenta brilhante. 

"O-O que é isso Nini?" 

"Eu estava a pensar em dar-te amanhã..." Disse com calma "Faz 8 meses que nos conhecemos e eu gosto de celebrar estas coisas, tu sabes" Kyungsoo assentiu curioso e já emocionado "Nos outros meses não te dei nada demais, no entanto eu amanhã queria-te dar algo bem especial. Mas já que partilhaste esse texto comigo hoje, eu ofereço-te isto mais cedo..." Entregou a pequena caixa ao seu Soo, que pegou nela com todo o cuidado. 

Mal Kyungsoo abriu a caixa não podia acreditar e um sorriso surgiu no seu rosto, antes nervoso. Pegou no pequeno colar que já se encontrava para poder ver mais de perto as duas pedrinhas que o decoravam, uma verde e uma rosa. 

"Eu falei com a tua mãe, ela disse-me que a Aventurina é uma pedra que vos simboliza..eu achei bonito dar-te um colar com ela..." disse alegre "eu também tenho um igual" revelou retirando o colar que se encontrava por baixo da camisola, escondido dos olhos de Kyungsoo. 

"E-E a pedra rosa?" Perguntou, tentando controlar as suas emoções e evitando olhar nos olhos do mais velho. 

"Bem...eu estive a fazer umas pesquisas...eu descobri o que significa quando essas duas pedras estão juntas...a Aventurina com o Quartzo rosa..." Confessou tímido enquanto trincava o lábio inferior. 

"E o que singnifica?" Kai olhou durante algum tempo para Kyungsoo, que já o encarava quase a chorar. 

"Empatia e amor..." Disse corado "a-a Aventurina...é para a cura mental e física, é uma pedra muito positiva sabes? Eu não gosto de te ver pessimista nem com medo de alguma coisa...e-então..." Disse da forma mais rápida que pode, devido ao nervosismo e ansiedade pelo qual o seu coração passava. 

"Coloca o colar em mim Nini...." O mais velho assentiu ainda corado...os pensamentos de Kyungsoo ainda eram um mistério para si. Kai aproximou-se do baixinho e virou-o de costas. Tirou o colar das mãos do mais novo com cuidado e prendeu-o de leve ao pescoço do mesmo. "Obrigado..." Kai assentiu "Nini..." 

"Uhm.." O mais novo aproximou-se do mesmo e abraçou devagar. Encostou a sua cabeça ao peito largo do mais alto e com a mão esquerda tocou no colar que o mesmo usava. Aquele contacto fez o mas velho tremer, e abraçar o corpo de Kyungsoo com os dois braços "cheiras bem...nunca te disse isto foi não?" 

"Não..." 

"Cheiras a manga" riu de leve "podia ficar a sentir este aroma o resto do dia "confessou envergonhado 

"Eu também gosto do teu cheiro..." Revelou também inspirando o perfume que vinha do pescoço do maior "é tão bom..Nini..." 

"Soo...." Ambos já respiravam de uma forma descontrolada. Eram tantas as coisas que queriam confessar naquele momento. Eram tantos os sentimentos que queriam gritar um ao outro. Kai ganhou coragem, e elevou a face do Kyungsoo que estava completamente embaraçado e encolhido no seu abraço. Os olhos semi fechados e a boca meia aberta eram uma tentação para o mais velho que para se controlar começar a fazer festinhas numa das bochechas do mais novo "eu quero-te tanto Soo..." 

"E-Eu..eu também te quero..." E aquilo foi o suficiente para a distância entre os dois ser cortada por Jongin. Era o primeiro beijo de ambos, um pequeno e leve beijo repleto do amor e do carinho que ambos nutriam um pelo outro. Tudo aquilo que queriam dizer estava ali, naquela movimentação lenta de lábios e troca de mimos, ou no cabelo de Kai ou nas costas e no quadril de Kyungsoo. Foi um beijo longo que não perdeu a sua tranquilidade em momento algum. Eles só queriam apreciar a maciez do outro, sentir a carne suave a fazer pressão cada uma do seu lado, queriam sentir o seu perfume misturado e com um aroma agradável, queriam sentir as suas respirações rápidas uma contra a outra, como se fossem uma só, e de facto, naquele momento, eles eram um só... 

24 декабря 2018 г. 18:45 0 Отчет Добавить Подписаться
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