Este dia não era como qualquer outro, era Halloween, o único dia do ano em que todo o tipo de criaturas poderia andar entre os humanos nas suas verdadeiras formas, ou algo bem perto delas.
Naquela vila muito movimentada as pessoas estavam todas prontas para esse dia, tanto com decorações pelas casas, jardins e ruas, como pelas pessoas disfarçadas que se preparavam para ir ao doce ou travessura, e por esse momento muitas pessoas tinham também os doces devidamente organizados em casa, para quando as crianças fossem bater às suas portas.
O sol estava a começar a pôr-se, e numa mansão, que se encontrava um pouco mais afastada da vila com uma grande árvore ao seu lado, estava Todoroki Shouto, um vampiro muito conhecido e respeitado entre as espécies consideradas irreais por muitos humanos, filho de uma vampira com poderes de gelo conhecida pelo seu bom coração e de um vampiro com poderes de fogo conhecido por ser muito poderoso. Todoroki encarava a vila com uma expressão serena, estava contente por este evento anual, poderia sair sem ter de usar os seus poderes para não ser descoberto.
No entanto havia algo que o incomodava, ele sabia que outras criaturas também estavam animadas pela chegada daquela noite, dentre elas, Kaminari Denki, um híbrido de anjo e incubo, um demónio que sugava a energia das suas vítimas ao ter relações sexuais em momentos emocionalmente frágeis para as mesmas, habitualmente esses momentos seriam nos seus sonhos, no entanto no Halloween a maioria estavam mais frágeis pelo medo que sentiam pelas lendas e mitos que existiam sobre esse dia, a maioria reais, pelo que os incubos poderiam ter relações também no mundo real, Kaminari tinha herdado a aparência de um incubo no entanto era bondoso e amoroso como um anjo, tendo os seus poderes uma mistura de ambas as espécies, Kaminari era realmente peculiar.
Essa era, sem dúvida, a parte que Todoroki menos gostava, por sorte nos anos anteriores Kaminari sempre lhe dizia que não faria isso, que se fosse para ter relações com alguém que fosse com sentimento e com vontade mútua, Kaminari era realmente um incubo fora do normal, muitos dos da sua espécie chamavam-no de idiota e ignorante, dizendo que a parte de anjo que tinha herdado apodrecia a sua parte incubo, mas Todoroki amava essa parte do meio demónio, na verdade, amava tudo sobre o mesmo, desde dos cabelos loiros, passando pelos olhos expressivos e sorrisos brilhantes, também como a sua personalidade amigável e gentil, corajoso e engraçado, amava tudo, até cada pequeno defeito, no entanto nunca pensou em dizer-lhe tais palavras, eles tinham a eternidade, esperar mais uns cem anos ou um milénio não faria mal, Todoroki só precisava fazer com que Kaminari se apaixonasse por si.
Mas Todoroki não podia negar que ficaria triste se os outros demónios convencessem Kaminari a cometer tais atos, porque é que ele haveria de ir atrás de algum mortal se poderia ficar consigo? Todoroki não se importava em absoluto que Kaminari sobrevivesse absorvendo a sua energia, ela não ia acabar de qualquer das formas, e muito menos se importava em ter relações intimas com Kaminari, era na verdade um dos seus maiores desejos e vontades.
Todoroki saiu de seus pensamentos quando ouviu alguém bater à porta do seu quarto, quando deu autorização para a pessoa abrir e entrar nos seus aposentos ficou admirado e hipnotizado pela imagem à sua frente.
Kaminari estava com umas calças negras, ligeiramente justas, deixando as suas pernas ainda mais tentadoras, na parte de cima tinha uma camisa vermelha, com alguns botões abertos, expondo o seu pescoço e parte do peito, as suas asas negras estavam à vista, os seus chifres, da mesma cor, também estavam visíveis juntamente com a sua cauda fina que acabava de forma pontiaguda, a mesma balouçava de um lado para o outro levemente, Kaminari parecia animado, e aos olhos de Todoroki estava extremamente sedutor e irresistível, Todoroki teve de ser controlar ao máximo ao ver aquele pescoço tão atraente exposto para si.
– Então como vossa alteza está a sentir-se para esta noite? – Perguntou animado, sentando-se na cama de Todoroki e cruzando as pernas, olhando com expectativa para Todoroki.
Tinha de ser naquele ano, naquela data especial, Kaminari não aguentava mais, os seus instintos demoníacos estavam a ficar cada vez mais fortes, ele precisava de ter relações com alguém, mas o único ser com quem queria ter relações não avançava, vestiu-se de forma provocadora para ver se o vampiro finalmente o faria dele, teve o cuidado de deixar o pescoço, área que sabia que atraia Todoroki, mais visível e com fácil acesso, pois assim como Todoroki poderia saciar todas as vontades de Kaminari, já que não teria problema se o mesmo absorvesse a sua energia, Todoroki também poderia usar Kaminari para se alimentar do seu sangue, diziam que sangue de demónio e de anjo eram incrivelmente deliciosos, então nem se poderia imaginar a combinação de ambos, e a melhor parte, não terminava, assim sendo ambos podiam saciar-se um ao outro.
No entanto Kaminari tentava que Todoroki reparasse em si, que talvez se pudesse apaixonar por ele, apesar de ter certo receio, pois o vampiro não parecia do tipo afetivo, desde que se lembrava Todoroki nunca tinha tido nenhum parceiro, homem ou mulher, vampiro ou demónio, ou qualquer outra criatura das lendas e mitos urbanos.
– Bem, eu acho. – Respondeu ainda meio hipnotizado com a maneira como Kaminari estava vestido.
– Quero muito receber aquele chocolate delicioso que recebi no ano passado, mas já não me lembro em que casa foi. – Comentou Kaminari rindo. – Espero que este ano também seja um bom ano de doce ou travessura, ah… como queria que algum humano pedisse travessura. – Comentou, usando as suas asas para se manter a uma pequena altura da cama.
– Parece que será um bom ano. – Respondeu simplesmente Todoroki, sem encarar Kaminari, que ficou um pouco dececionado.
– E vais com essas roupas de sempre? – Perguntou vendo que Todoroki tinha a sua habitual roupa preta e botas altas, juntamente com o seu colete vermelho e negro e a sua capa, negra por fora e vermelha por dentro.
Todoroki abaixou o olhar para si próprio e depois voltou a encarar Kaminari.
– Não deveria? – Perguntou um pouco inseguro, logo vendo Kaminari rir-se e voar na sua direção.
Ao aproximar-se Kaminari afastou alguns cabelos vermelhos de Todoroki que caíam sobre os brancos, que estavam arrumados para trás.
– Estás perfeito. – Respondeu com um sorriso radiante afastando-se um pouco e voltando a ficar com os pés no chão encarando o vampiro que tentava assimilar a atitude de Kaminari para consigo, o demónio ao usar as asas para ficar mais alto que Todoroki, para assim organizar os seus cabelos, deixou o seu pescoço nu perto da boca de Todoroki, que por pensar que tinha sido inocência do demónio, nada fez, controlando-se ao máximo, sustendo até mesmo a respiração.
– Obrigado. – Agradeceu simplesmente, virando-se para a janela, não podendo ver a cara desapontada do anjo, o que mais seria preciso fazer para que Todoroki mostrasse o mínimo de interesse em si?
– Bem… ah… eu já vou indo… só vim ver se estavas pronto… o Eijirou e a Mina queriam falar sobre esta noite antes de irmos… então… até logo. – Despediu-se saindo do quarto, nem esperando por uma resposta de Todoroki, que apenas suspirou derrotado, onde estava a sua habitual coragem? No fundo, Todoroki tinha medo, medo de magoar Kaminari de alguma maneira, fazendo algo que o demónio não quisesse.
Enquanto isso, Kaminari andava lentamente pelos corredores da mansão, não sabia mais o que poderia fazer, tinha praticamente oferecido o seu pescoço e nada de Todoroki reagir, se fosse qualquer outro vampiro já o teria mordido e obrigado a algo mais, Kaminari já até tinha perdido a conta das vezes em que alguma criatura tinha tentado atacá-lo para beber o seu sangue, ou simplesmente matá-lo como um prémio pelo mesmo ser um híbrido, mas Todoroki não era um qualquer.
Distraído Kaminari nem percebeu que ia chocar contra alguém, mas por sorte essa pessoa tinha-se desviado a tempo de evitar a colisão.
– Ei demoniozinho estás distraído com o quê? – Perguntou a outra criatura num tom um pouco rude.
Kaminari olhou em direção à voz, percebendo a situação, e vendo Bakugou, um lobisomem conhecido por ser bastante agressivo e descontrolado, o mesmo estava com a sua cauda e orelhas à vista, também parecia estar pronto para aquela noite.
– Porquê essa cara? – Perguntou Bakugou com a voz mais suave ao perceber que o anjo estava para baixo.
– Que cara? – Perguntou Kaminari rindo um pouco e coçando a nuca, deixando o nervosismo evidente.
– Foi aquele dentuças maldito? – Perguntou referindo-se amigavelmente ao dono daquela mansão, que na altura do Halloween, ou noutras ocasiões especiais, acolhia diversos seres naquele local.
Kaminari corou e sabendo que não poderia negar ao seu amigo apenas assentiu levemente de seguida explicando-lhe a sua mais recente tentativa, que tinha falhado.
– Bem, obrigado por me ouvires Katsuki, vou ter com os outros, até logo. – Despediu-se Kaminari um pouco mais feliz, falar com alguém sempre o ajudava.
Bakugou olhou em direção a Kaminari, que já se encontrava relativamente longe, e suspirou, estava na altura de ajudar os seus dois amigos, e pagar o favor que lhe tinham feito no passado.
Rapidamente a noite chegou e o doce ou travessura tinha-se iniciado, pela vila viam-se as diversas pessoas, a maioria com algum disfarce, a andar de um lado para o outro, dentre elas a maioria eram crianças, muito animadas por receberem doces.
Todoroki ainda encarava tudo da mansão, mas agora do telhado da mesma, tinha sido complicado voltar a ficar sem vontade de morder Kaminari, ou pelo menos suprimir essa vontade, pelo que precisou afastar-se um pouco e beber algum sangue que tinha em stock na mansão para voltar ao seu normal.
– Ele já deve ser ido com os outros lá para baixo, talvez também já esteja na hora de ir. – Murmurou Todoroki ao observar novamente a vila e referindo-se a Kaminari.
– É, ele já foi mesmo para a vila. – Respondeu uma voz um pouco irritada, que Todoroki rapidamente reconheceu por ser Bakugou, que ao ser encarado por Todoroki continuou a falar. – E neste momento deve estar muito ocupado, ou a procurar uma vítima… ou a fazer-se cargo dela. – Disse Bakugou com uma voz provocadora, e deu um sorriso vitorioso quando os olhos de Todoroki se arregalaram em surpresa.
– O que queres dizer com isso Katsuki? Sabes muito bem que o Denki não gosta de fazer esse tipo de coisas. – Respondeu levemente irritado e incomodado pela acusação de que Kaminari estaria realmente a fazer o mesmo que todos os outros íncubos.
– É verdade, ele queria esperar para ver se um certo vampiro por quem ele tinha interesse reagia, mas como não aconteceu, ele foi na conversa do Eijirou e da Mina e foi escolher umas vítimas, ouvi até dizer que fizeram uma aposta para ver se ele conseguia pelo menos dez esta noite, vamos lá ver se ele consegue… Bem, pelo tempo que esteve a suprimir a sua parte demoníaca acho que será algo fácil para ele. – Explicou Bakugou encarando Todoroki, que estava apreensivo, mas mesmo assim o mesmo não se movia, então Bakugou decidiu voltar a falar. – Talvez ele passe a gostar desse tipo de vida, quem sabe não voltara a este local pois já tem com o que se entreter.
E com essas palavras Bakugou viu Todoroki saltar do telhado para o chão e começar a correr, não poderia usar os seus poderes por estar a ir para um local com humanos, mas mesmo assim corria rápido.
Bakugou então saltou para a grande árvore ao lado da mansão e subiu mais um pouco, admirando Todoroki a correr algum tempo, quando o mesmo desapareceu do seu campo de visão Bakugou não conteve um sorriso de lado ao imaginar a evolução que o relacionamento de ambos iria ter a partir daquele momento, a sua cauda abanava levemente, demonstrando como estava orgulhoso e feliz pelo que tinha feito.
– Então o teu plano deu certo? – Perguntou uma voz rouca, Bakugou reconheceria aquela voz em qualquer lugar, era Dabi, um vampiro, bastante conhecido e sedutor, e irmão de Todoroki.
– Não sei do que falas. – Respondeu Bakugou encostando-se ao tronco e virando-se para encarar a lua cheia.
– Que eu saiba esse híbrido não tem intenção alguma de fazer vítimas, e os outros dois não iriam insistir nisso porque o respeitam. – Comentou Dabi ainda do outro lado da árvore.
Como Bakugou se mantinha em silêncio Dabi prosseguiu, pois sabia que estava certo no que dizia.
– Sabias que o meu irmão não iria fazer nada aquele incubo, por mais que o quisesse do seu lado, por mais que o quisesse fazê-lo seu, ele não iria fazer isso sem que o demónio lhe dissesse que era isso que queria, chegava a ser irritante vê-lo suspirar todos os dias ao pensar nesse ser. – Respondeu Dabi aproximando-se de Bakugou, ficando ao seu lado.
– Eu só estou a devolver um favor. – Murmurou Bakugou um pouco envergonhado.
Dabi nesse momento moveu-se rapidamente prendendo Bakugou com os braços, obrigando-o a ficar entre ele e o tronco.
– Por eles te terem ajudado quando estavas à beira da morte e graças a isso teres podido conhecer-me? – Perguntou sedutoramente aproximando a boca dos lábios de Bakugou, sem os tocar ainda.
Bakugou ficou corado com a voz de Dabi tão perto de si, e não respondeu, sabendo que Dabi tinha razão, Todoroki e Kaminari tinham-no encontrado quando o mesmo tinha sido atacado por caçadores há alguns séculos atrás, salvando-o e possibilitando-o de encontrar um lar, uma família e um amor.
Ao perceber que Bakugou não lhe iria responder Dabi começou a passear as suas mãos pelo corpo do lobisomem, começando a beijá-lo com vontade, descendo rapidamente os beijos para o pescoço do lobisomem que soltou um uivo baixo.
– Estamos numa árvore, que raio de lugar para isso! – Comentou Bakugou um pouco ofegante, percebendo onde é que as carícias ousadas os iriam levar.
– Lugares diferentes nunca te impediram antes, especialmente em dias de lua cheia, que é quando ficas mais… selvagem. – Comentou mordendo levemente o pescoço de Katsuki que se arrepiou com o toque. – Mas se quiseres, depois daqui podemos ir para o meu quarto, tenho uns brinquedos novos, que tu irás adorar experimentar loirinho. – Sussurrou roucamente perto da orelha de Bakugou, que se arrepiou por completo, ficando corado, lançando um olhar carregado de desejo e lúxuria para o vampiro que lhe sorria sensualmente.
– Que seja. – Murmurou antes de roubar os lábios do vampiro que sorriu entre o beijo.
Enquanto isso Kaminari caminhava pela cidade seguindo algumas crianças, estava a pensar qual seria a casa com os seus doces favoritos, precisaria de um saco grande para os levar consigo, mas para além dos doces Kaminari procurava alguém, mais precisamente um vampiro que o enfeitiçava com o olhar, mas não o encontrava em lado nenhum.
– Denki! – O anjo sentiu o seu corpo reagir àquela voz, era Todoroki, e logo tratou de virar-se e viu que o vampiro corria na sua direção.
– Passasse alguma coisa? – Perguntou um pouco preocupado.
– Fica comigo! – Pediu e Kaminari sentiu as suas bochechas ficarem quentes. – Não precisas de ir atrás de nenhum mortal, nem de alguma outra criatura, eu sou o que precisas, então fica comigo. – Pediu novamente Todoroki aproximando-se de Kaminari.
– Do que é que estas a falar? Sabes muito bem que eu não sou um incubo normal, então porque deveria ir atrás de vitimas? – Perguntou um pouco confuso.
Todoroki aí arregalou os olhos percebendo o que Bakugou tinha feito, tinha simplesmente lhe mostrado que até para seres como eles o tempo acabava, pois se Kaminari realmente seguisse o que os outros incubos queriam, eles provavelmente não se voltariam a ver, e Todoroki percebeu que não queria isso, então mesmo que fosse rejeitado ele iria dizer o que sentia.
Todoroki aproximou-se calmamente de Kaminari, e segurou o seu rosto com delicadeza, vendo o híbrido arregalar os olhos e corar.
– Sê o meu parceiro, dá-me o teu sangue, deixa-me morder-te, quero que sejas meu por completo… pela eternidade. – Murmurou apaixonadamente e Kaminari só conseguiu sorrir, o que ele mais queria, e aguardou por anos, estava finalmente a acontecer.
– É o que eu mais quero Shouto. – Comentou Kaminari abraçando o vampiro que ficou surpreso com aquela reação. – Parecia que não querias nenhum parceiro, mas eu só te queria a ti. – Comentou contra o peito de Todoroki que rapidamente se separou do demónio e roubou um beijo doce e selvagem para si.
O beijo já estava a ficar descontrolado, ambos os lados estavam com os seus desejos e instintos ativos ao máximo, eles queriam ser um do outro, ter um ao outro por completo, no entanto estavam no meio da multidão não poderiam fazer mais que aquilo ali.
Então Kaminari puxou Todoroki com ele para uma parte mais afastada e deserta, Kaminari abriu a mão e uma luz negra rodeou-os, Todoroki rapidamente percebeu que agora, rodeados pela luz negra, poderiam fazer o que tanto queriam que não iriam estar visíveis para nenhum ser, quer humano ou qualquer outra criatura.
Voltaram a beijar-se e começaram a tirar as vestimentas que atrapalhavam o objetivo de ambos, agora com os dois sem nada nas partes superiores dos seus corpos, estavam cada vez mais descontrolados e com desejos.
Todoroki aproximou a boca do pescoço de Kaminari e beijou o local, ficando embriagado com o cheiro único e característico do híbrido.
– Morde-me… quero… ser teu Shouto. – Murmurou Kaminari entre suspiros e Todoroki não pensou duas vezes, mordendo o local com vontade.
A sensação de ter a sua carne perfurada pelos dentes afiados de Todoroki doía, mas era muito prazeroso, fazendo até que Kaminari soltasse um gemido, e percebeu naquele momento ser masoquista, que desejava ter todo o seu corpo marcado por Todoroki.
Kaminari sorriu e apertou mais o corpo do vampiro contra o seu, que quando parou de morder passou a língua pelo sangue que escorria.
– Tens aí a tua travessura. – Murmurou Todoroki aproximando os lábios dos de Kaminari.
– E espero que não seja a única da noite. – E Kaminari roubou um beijo de Todoroki que logo tratou de aproximar mais os corpos de ambos, intensificando o contacto, para finalmente fazer o que mais queria, ter o seu demónio para si e ser completamente dele.
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