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Por mais comum que Park Chanyeol fosse, havia um pequeno detalhe que o diferenciava dos outros adolescentes do ensino médio: ele tinha visões sobre o futuro de tempos em tempos. E foi uma dessas visões que virou seu dia a dia de cabeça para baixo quando ele se viu obrigado a implorar a Byun Baekhyun, o presidente do grêmio, para mudar o tema do baile de fim de ano. Tudo para que ele conseguisse finalmente se declarar para sua suposta alma gêmea e garoto dos sonhos: Kim Jongin. E tudo parecia correr bem até Chanyeol descobrir que nem sempre as visões eram bem interpretadas por ele.


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Sorte do dia: Azar

Seria numa madrugada comum no meio de outubro que Park Chanyeol teria o mais importante sonho de toda a sua adolescência. Mas como ele ainda não sabia disso, tudo parecia estar tranquilo.

 

Aquele dia começou perfeitamente normal, tão normal que parecia ser uma versão barata dos dias anteriores em que Chanyeol levantava da cama, tropeçava na meia suja a caminho do banheiro, se lavava todo, escovava os dentes e voltava para o quarto onde tropeçava de novo na meia fedida, se vestia, catava o sapato surrado e escorregava na mesma meia encardida outra vez, correndo para os lados procurando a mochila, voltava e pegava a meia do chão para colocar no pé e calçava os sapatos. As manhãs geralmente começavam assim e aquela não foi nada diferente.

A única coisa de diferente que notou foi quando chegou à escola e se deparou com vários cartazes anunciando o baile temático de fim de ano, em que os alunos sugeriram uma série de temas que foram selecionados para que apenas três entrassem em uma enquete.

Contos de fada? Quem foi que sugeriu essa merda? — Sehun berrou quase esfregando o panfletinho na fuça de cada um ali na rodinha, mas todos pareciam ser contra a ideia de terem que se fantasiar como personagens de algum conto de fadas xexelento.

— Droga, não aceitaram a minha sugestão! — Jongdae amassou o panfleto jogando a bolinha no cesto de lixo quase que inclinado a fazer birra e chutar todo mundo, mas não podia, claro que não, ele era bem crescido demais para fazer isso.

— O que tu sugeriu? — Chanyeol perguntou se inclinando para ver as opções no panfleto.

Carros.

Carros, tipo, Carros da Pixar? — Yifan perguntou todo bonitão com uma cara incrédula de ‘mano, usaste droga?’ enquanto Sehun segurava uma gargalhada escandalosa pronto para soltar a qualquer momento uma de suas piadas de tiozão.

— Claro que não, tu quis dizer Transformers, né? — Chanyeol quase bateu no Yifan por estar julgando o amigo logo de cara, mas nenhum deles sabia ser sorrateiro o suficiente.

— Não, manos, carros, tipo, carros! — Jongdae respondeu com uma força de vontade que o jovem não demonstrava no período de provas. — Tipo, cada um traz um carrinho, ou mais, sem regras, e fazemos competições de corrida com pistas da Hot Wheels.

— Tá me tirando! — Yifan aproveitou a proximidade e deu um pedala-robinho na cabeça do pobre Jongdae, que se desanimou todo com sua ideia maravilhosa de um baile perfeito. Tudo bem que ainda não eram adultos, homens feitos, mas a maioria dos garotos de dezessete anos não passava o tempo apostando corridas com carrinho da Hot Wheels, eles passavam seu tempo com outro tipo de Hot.

— Eu gostei da sua ideia, Dae. — Yixing acabou falando meio aleatoriamente já que estava ouvindo só metade da conversa enquanto apreciava algum batidão eletrônico de um lado do fone de ouvido, mas só aquilo foi o suficiente para que o amigo sorrisse um pouquinho. Pelo menos antes de outro seboso abrir a matraca.

— Amém ao grêmio por não terem escolhido essa vergonha. — Sehun falou se permitindo rir e gritar muito, Jongdae murchou um pouquinho, mas como punição colocou o pé na frente do garoto para ele cair e tacar a fuça no chão. Foi dito e feito, Sehun só não rolou corredor abaixo porque estavam numa subida.

A dinâmica daquele grupo era algo engraçado, tinha horas que parecia que todo mundo ali estava querendo se matar e outras horas que todos estavam se abraçando e se cheirando — com alguns protestos e poréns porque a maioria ali não gostava tanto assim de um asseio — e todos os cinco levavam aquela amizade como se fosse a coisa mais fácil do mundo, mesmo que às vezes pudesse soar complicado por todos serem de extremos diferentes.

Já começava com Wu Yifan que tinha pose de líder e as pernas da altura de traves de futebol, nunca corria atrás de ninguém e tinha um olhar meio sensual que poderia fazer qualquer ser vivo morrer de amores por ele — e no fim, você descobriria que o grandalhão só estava no maior tédio e não tinha intenção nenhuma de flertar sério. O cabelo era tingido de loiro e ele quase nunca era visto despenteado. Era um tantinho cético e teimoso, mas a galera no grupo sabia lidar bem com aquele tipo.

Tinha também Oh Sehun, o dono das piadas mais chatas de tiozão que se podia imaginar, o cara já chegava animado para almoços de Natal, sempre perguntando sobre pavê, e só não perguntava pelos namoradinhos de ninguém porque era sempre perguntado primeiro. E aqui nem era um problema, porque flertar também era uma capacidade surreal que o menino Oh possuía. Certamente tinha feito um cursinho sobre como ser o tio chato do rolê e ainda assim conseguir beijar tantas bocas por aí. O triste da parada é que o garoto era filho único e nunca teria sobrinhos, um talento que quase seria desperdiçado se ele não compensasse tudo com os amigos.

O menino Kim Jongdae era uma figura, a criatura era fissurada por carros e tinha uma coleção desde que era pequenininho. Sempre aparecia com aquelas ideias nada a ver que todo mundo zoava, e tinha o pavio bem curto podendo mandar todo mundo ir à merda em dois tempos, o garoto não era para brincadeiras, não! Mesmo assim a galera gostava pra caramba dele, até porque Jongdae tinha uma história de ser muito x9 sem querer, a língua do menino não tinha freio que a segurasse e qualquer informação dada era um perigo só, principalmente se o rapazinho estivesse puto da vida.

Para rolar um contraste naquele bando de arruaceiros, tinha ali também Zhang Yixing, que vivia ferrando fones de ouvido porque esquecia que estava usando e tomava banho com eles. Ou os deixava cair na privada. Ou pisava por pensar ser algum bicho rastejante aleatório. Yixing podia parecer meio desligado, mas era só apelido mesmo, o fulaninho ficava quieto no canto, mas sabia os segredos de Deus e o mundo. E para completar, era o único do grupinho que tinha cacife o suficiente para estar dentro do grêmio estudantil.

Já Park Chanyeol era aquela cota comum que tem dentro de todo grupinho. Era meio normal demais para os padrões dos moleques. Alto, barulhento, na mão sempre um copo de café e uma maçã verde, o cabelo sempre apontando para todas as direções, mas certamente muito bem hidratado e, claro, as orelhas de abano um tanto charmosas, aquilo ninguém podia negar. Ele não era exatamente como uma Tumblr Girl, mas definitivamente era confiante o suficiente para se achar autêntico como uma. Park Chanyeol era um tanto paranoico também, apesar disso, tinha uma autoestima bem perigosa e um humor duvidoso — isso porque ele ria demais das piadas de Sehun. Apesar de parecer meio bonitão às vezes, era um perigo dar aquela altura para alguém tão desastrado. Cada passo era uma possibilidade diferente de cair no chão. E, falando em perigo, o sujeito já até tinha sido eleito como as orelhas mais bonitas da escola inteirinha! Desde o ocorrido, Chanyeol não descia do pedestal.

Mesmo parecendo comum demais, Chanyeol não era bem só o que a galera conseguia ver. Quase ninguém sabia — ou acreditava, dependendo do ponto de vista — mas o menino tinha uns “sonhos” bem parecidos com visões. De início ele nem dava tanta bola, mas com o passar do tempo coisas interessantes foram surgindo e assim que os amigos ficaram sabendo da notícia aquele detalhe virou motivo de festa. Os garotos se empolgavam juntos, bolando teorias para o que viria a seguir e em qual contexto viria, isso os divertia tanto que nem passava pela cabeça deles que aquele dom poderia ser bizarro demais para um adolescente comum.

A maior questão era que, para a galera do grupinho, pouco importava se Chanyeol tinha visões ou se Jongdae ficava bravo por qualquer coisa, nem mesmo que Yifan fosse um tantinho cético e teimoso demais, ou que Sehun fosse um tiozão pegador em plenos dezessete anos e Yixing responsável demais para andar com eles — e, às vezes, um pouco tirano — o que importava mesmo é que eles sempre poderiam meter o louco juntos.

Pelo menos quando não estavam às vistas do presidente do grêmio estudantil.

A única certeza com a qual todos ali podiam concordar era que Byun Baekhyun odiava Chanyeol com todas as forças e não fazia questão nenhuma de esconder isso. Mesmo que o Byun fosse extremamente educado e carismático com todos os alunos, era fácil notar um leve, digamos assim, ódio vindo dele quando o assunto vinha a ser o menino Park.

E só para firmar a certeza de que o ódio era verdade foi aquele dia mesmo de outubro quando Chanyeol estava ocupado demais falando sobre seus segredinhos — nem tão secretos assim — que um acidente imperdoável aconteceu.

— Mais um panfleto desse baile ridículo. Eu acho que vou cometer um crime! — Sehun falou de boca cheia mordendo um sanduíche cheio de mortadela.

— Mas não era você quem tava torcendo pro tema Inferno e Paraíso ganhar? — Yifan falou, dando um soco no ombro daquele seboso que só riu, quase engasgando com a comida.

— E estou! Mas ainda quero cometer um crime.

— Eu gostaria muito de cometer um crime contra você agora, meu chapa. — Jongdae suspirou olhando para Sehun como quem quer muito dar uns sopapos em alguém, com força. Parece que zombar do tema sugerido pelo amiguinho não foi lá a melhor performance de Oh Sehun.

— Sabe o que eu quero? — Chanyeol falou com os olhos longe, a galera toda prestou atenção nele porque pensavam que seria algo de extrema importância. — Chamar o Jongin para ir ao baile comigo, mas ele é muito lindo, puta que pariu!

Como era de praxe sempre que entravam naquele assunto, os quatro retornaram para a sua conversa habitual e até Yixing, que estava ouvindo uma música que tinha acabado de baixar antes de pausá-la, voltou a colocar os fones nos ouvidos.

— Galera, prestem atenção aqui, por favor, eu vou definitivamente conseguir dessa vez! — O menino protestou batendo a mão na mesinha do refeitório chamando atenção de algumas pessoas que passavam, o grupo não estava no quesito mais popular da escola, mas viviam bem sem estar na realeza do lugar. Até porque os cinco ali tinham o próprio reino.

— Para de se iludir, meu chegado! — Yifan falou com aquela mesma cara de ‘irmão, tás bem?’ e pousou a mão no ombro do pobre Chanyeol, que estava cansado de ser desacreditado daquela forma pelos seus melhores amigos.

— Chanyeol, pensa só, tu é a fim desse moleque desde o ensino fundamental, meu colega, não vai rolar não! Só aceita. — Sehun aproveitou que estava bem do lado do amigo para afagar suas costas como se Chanyeol tivesse caído no berreiro. Não que ele não quisesse, mas não faria uma cena para escola toda.

— Claro que vai rolar, Sehun, eu só preciso de um pouco de força de vontade pra chamar! — Assegurou e se sentiu um pouquinho inseguro quando olhou para Yixing esperando uma ajuda moral, mas o amigo só sorriu como se pedisse desculpas. — Pô, Yixing!

— Desculpa, Chanyeol, mas você tá nessa viagem já faz tempo. — Ele comentou tirando os fones de vez, não tinha como apreciar sua arte perto daqueles barulhentos. — Enche a gente de esperança e depois caga no bilau.

— O termo é caga no pau, Xing. — Jongdae teve que explicar, e já tinha uma galera que olhava esquisito para a mesa deles.

— Eu nunca fiz isso, que absurdo! — Chanyeol falou se sentindo atacado, mas sabia que já tinha feito sim.

Os garotos eram muito bem lembrados todos os dias desde os primórdios que Chanyeol nutria uma queda, quase um penhasco, por Kim Jongin, e o rapaz não parecia se tocar porque, além de estudar numa sala diferente, era todo metido com os populares. Mas o diferencial do Kim era que ele não era nem um pouquinho metido, Chanyeol sabia que o bonitinho sempre saía por aí com uma carinha de sono mega fofa que o fazia querer apertá-lo de todas as formas.

Infelizmente os diálogos com ele nunca passaram de:

— Oi, Jongin.

— Oi, Chanyeol, você está bem? Tá tremendo...

Jongin, meu nome é Chanyeol.

— É, eu sei. Você tem certeza de que está bem?

— Eu vou no banheiro agora.

— É? Hm... boa sorte, então.

E nunca mais do que isso. Chanyeol ficava até um pouquinho ofendido quando seus amigos falavam que, bastava o bonitinho Kim chegar perto que ele perdia a voz. Aquilo não chegava nem perto de ser verdade na sua opinião, não tinha fundamento nenhum, e era obviamente invenção da cabeça de seus amigos.

— A questão é, Chanyeol, se tu conseguir chamar o Jongin, o que é meio improvável, — Yifan começou com toda uma postura séria — o que vai fazer caso ele, hm, não sei, recuse?

Chanyeol piscou um momentinho e olhou para seu porta-sanduíches que estava vazio. Olhou para o amigo de novo e não entendeu qual o motivo daquela pergunta.

— E por que ele recusaria? — Perguntou todo inocente, se admirando com as expressões dos seus colegas, era impossível que eles achassem que o Kim não lhe daria uma chance!

— Sempre tem uma chance de ele não te querer, tu sabe disso. — Yixing completou antes que Sehun falasse alguma merda, porque ele estava com vontade de falar uma.

— E por que ele não iria me querer? — Ele soltou uma risadinha sem perceber a gravidade da situação.

— A pergunta é, como você está tão confiante se nunca nem falou direito com o cara? — Jongdae foi aquele que conseguiu pôr as dúvidas de todo mundo em palavras, então Chanyeol conseguiu entender que seus amigos estavam zombando dele, não o achavam capaz de conquistar o pitelzinho, e isso era ultraje.

— Porque eu sou um gatão, ora pois, Jongin sabe reconhecer pessoas bonitas. Aliás, eu fui eleito como tendo as orelhas mãos charmosas, saca só. — Ele disse mexendo nas orelhas que pareciam saltas para fora do corpo, agradecendo muito por manter uma higiene ali limpando sempre que achava necessário, afinal ele era muito charmoso, sim. Só seus amigos não viam isso.

— Tá, eu tava falando que o baile seria muito incrível se fosse com o tema dos deuses... — Sehun retomou o assunto porque ninguém aguentava quando Chanyeol resolvia se exibir, naquele grupo o único narcisista que tinha licença era Yifan, que se achava todo sem nem perceber. O Park havia chegado depois e não podia sentar na janela assim sem mais nem menos.

— Que porra, ninguém me escuta mais! — Se revoltou todo, mas os amigos não foram nem um pouco solidários, conversando sobre qual tema seria o melhor, ignorando o de Conto de fadas apesar de Yixing achar legal que todos eles escolhessem uma princesa e se vestissem numa versão genderbend.

— Nem amarrado eu me visto de princesa! — Sehun falou todo nojento. — Se bem que eu ficaria ainda mais bonito de vestido.

— Tão bonito que meus olhos sangram só de imaginar. — Chanyeol falou no puro atrevimento quando sentiu a pancada chegar na sua cara, mas Sehun não revidou com murros e sim com palavras. E palavras ditas em alto e bom som!

— Deveriam sangrar depois de ficar secando o Kim Jongin sem nem piscar, isso sim! — Devolveu e Chanyeol em toda a sua fúria, magoado pelo amigo ter mexido com sua paquerinha da vida, e também meio com vergonha por ele ter falado um pouquinho alto demais, num movimento só jogou todo o café que restava em seu copinho na direção da cara de pau do amigo que, com agilidade, recuou um pouco, mas ainda foi atingido na orelha.

Numa hora dessas a galera do refeitório toda se virou para olhar que palhaçada era aquela, e não puderam se admirar mais com o que viram, até mesmo Chanyeol sentiu as tripas darem um nó.

O café que tinha jogado para atingir o paspalho do Oh Sehun havia atingido em cheio o presidente do grêmio estudantil, Byun Baekhyun, aquele que era bem conhecido por não gostar nem de estar no mesmo ambiente que Park Chanyeol.

E que agora estava banhado pelo café gelado do moçoilo que tremia sentindo que seu fim estava próximo. E meio que estava sim.

 

4 декабря 2018 г. 21:48 0 Отчет Добавить Подписаться
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