kimsakis Kim Sakis

Em um campo florido pode-se achar mais do que flores. Talvez encontre o amor perdido nas inúmeras pétalas de rosas brancas.


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#taekook #vkook #hanahaki-byou #Soul-Mate
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Pétalas de rosa


Trabalho no jardim de um palácio junto de minha mãe e alguns irmãos. Cuido das roseiras do príncipe com todo carinho. Sei que ele ama essas rosas até mais do que a ele próprio, pois todas as manhãs abre a janela que dá para o roseiral e sorri vendo as inúmeras fileiras brancas que elas formam.

Jeongguk é um jovem, assim como eu, que faz o que mais ama. Ele passa seus dias estudando a natureza e pintando as diversas cores que ela lhe apresenta em telas com tinta e carvão. Ver seu sorriso assim que termina mais uma obra é inebriante.

Seus olhos reluzem com a luz do sol deixando-os mais negros do que já são. Suas pupilas dilatam diante das imagens que reproduz e quase posso ouvir seu coração acelerar.

Ele realmente ama a natureza tanto quanto eu.

Conheci o príncipe Jeongguk assim que fomos designados a ajudar com as plantas do palácio. Cresci tratando da terra, mexendo em mudas e fazendo minha parte na proliferação de vida entre as flores. Eu podia ser jovem, mas já entendia como fazer as plantas florescerem e encantar as pessoas.

Jeongguk ainda andava agarrado a barra da saia de sua mãe, a rainha, quando o vi pela primeira vez. Parecia um frágil animalzinho que mal consegue parar em pé sem ter a ajuda daquela que lhe deu a luz. Éramos realmente muito mais jovens do que somos agora e já amávamos a mesma coisa.

Quando o príncipe aprendeu a falar, sua primeira palavra foi “rosa”. Ele tinha ouvido sua mãe pedir inúmeras vezes para que seu esposo lhe trouxesse a flor quando saia em viagem e assim o menino aprendeu a pronunciar o nome dela. A flor foi espalhada por todo o pátio do palácio na esperança de que fosse a preferida dele.

E foi.

Um dia Jeongguk estava correndo entre as roseiras e caiu arranhando a perna em um espinho que estava sem aparas. Eu fui imediatamente até lá para ajudá-lo, mas parece que não cheguei a tempo, as amas já tinham providenciado panos para limpar a ferida e um grande curativo foi colocado no local.

Senti uma grande culpa pelo fato dele ter sofrido com o machucado e passei a noite cuidando para que nenhuma outra flor tivesse espinhos tão grandes. Minha tarefa era deixar tudo lindamente cuidado e sem riscos para o príncipe.

A medida que íamos crescendo eu e meus irmãos éramos elogiados por todos que ali viviam por causa da beleza do roseiral. A prevalência era de rosas brancas, mas também tínhamos amarelas, rosas e vermelhas. Eu amava todas igualmente e parecia que Jeongguk também.

Em uma manhã, quando o sol ainda não tinha nascido, eu fui ao roseiral para verificar se havia insetos ali, as pragas estavam devastando outras plantações vizinhas e eu não poderia deixar que chegassem ali. Então eu o vi.

Jeongguk caminhava entre as flores passando a ponta de seus dedos nos botões e sentindo a textura de algumas pétalas caídas ao chão. Respirava fundo buscando o perfume que elas exalavam até achar uma que desabrochava ficando com uma aparência frágil e linda.

Ele dobrou seu corpo e sentiu o aroma doce que ela deixava no ar. Vi seus olhos se fecharem, os lábios formarem um sorriso e senti meu peito aquecer. Parecia que o sol me atingia deixando meu corpo quente e arrepiado. Eu estava atrás de um grande arbusto com inúmeras rosas brancas e pude sentir que foi ali que me apaixonei pelo príncipe.

Ele abriu os olhos e tocou a flor com tamanha delicadeza que até a mais pura alma sentiria inveja daquela flor. Tentei me levantar e ir até lá o cumprimentar, mas o medo de ser visto por ele me impediu. Sou apenas o rapaz que cuida das flores do palácio, jamais seria visto de outra forma.

Jeongguk pegou algumas pétalas que estavam no chão e saiu sentindo sua maciez entrando no palácio de volta.

O tempo passava e eu sempre que podia ia até o pátio onde ficavam as rosas, muitas vezes antes do amanhecer, só para vê-lo admirar suas roseiras. Algumas vezes ele passava a manhã entre elas admirando suas cores, formas e tamanhos. Pude ouvi-lo conversar com elas algumas poucas vezes, normalmente quando estava com duvidas em questão de sentimentos.

Nós já estávamos na idade de nos apaixonar então vi o príncipe sair com alguém pela primeira vez.

Um jovem príncipe de outro condado tinha vindo conhecer nosso futuro monarca e eles ficaram grandes amigos. Eu já sentia uma forte paixão por ele, mas como sempre soube que não teria como me declarar só observei-o conhecendo outras pessoas.

O garoto era um pouco mais velho que Jeongguk, parecia que tinham vários interesses em comum e quando sorria iluminava o lugar com seu lindo rosto. Eu sentia que minhas chances de um dia poder declarar meus sentimentos ao príncipe se esvaiam a cada dia.

Eles estavam sempre juntos. Saiam para cavalgar, sentavam a noite conversando sobre o universo, iam a festas e até de modelo o garoto passou a servir para o príncipe pintar.

As flores nunca deixaram de fazer parte das obras dele até que esse outro príncipe apareceu. Sentia que a dedicação que minha família tinha para com as rosas do palácio já não importava mais. Elas estavam em segundo plano na vida do príncipe e eu em nenhum.

Um dia os príncipes foram ao roseiral pegar algumas mudas e pude vê-los entre risos. Pareciam mais ligados, próximos, digamos que íntimos demais. Um simples toque das mãos dos dois ao pegar o mesmo botão de rosa me fez deixar cair uma lágrima.

Eu estava ali, como sempre atrás de algum arbusto, podando e cortando os espinhos para que Jeongguk não se machucasse ao tocá-las e pude ver que eles se olharam diferente. Meu coração pulou uma batida e senti um gosto amargo em minha boca.

Eles tocaram não só as mãos, mas os lábios também. Não quis acreditar quando o garoto se aproximou de Jeongguk e acariciou seu rosto. Senti o chão se abrir e quase fui sugado pela terra que parecia não me segurar ali. Engasguei com algo e sai rápido indo para minha casa.

Nos dias que se seguiram, mal consegui voltar ao trabalho. Cada vez que chegava no roseiral e via a janela de Jeongguk fechada, sentia que a tristeza iria tomar conta de meu corpo. Ele não aparecia mais, não caminhava entre as flores nem pintava mais suas telas em meio a nós. Parecia que a importância das rosas tinha sumido de vez.

Foi ai que comecei a sentir meu corpo reagir de forma estranha a tudo isso. A falta de Jeongguk passou a me afetar muito. O sentimento que nutri por ele tantos anos e que nunca seria correspondido foi me deixando doente.

Quando estava no roseiral, podando as flores, senti um engasgo que me fez tossir. De minha boca saiu uma pétala de rosa branca.

Não entendi como aquilo foi parar lá, eu só tocava nas rosas com as mãos e nunca as levava a boca antes de sair dali. Não tinha nenhum de meus irmãos para mostrar a pétala então só a larguei no chão e voltei ao trabalho.

Nos dias seguintes, sempre que eu pensava em Jeongguk isso se repetia. A cada momento de tristeza por saber que ele não estava ali, eu tossia e uma pétala saia. Toda vez que eu sentia falta de vê-lo caminhando entre nós e sorrir para alguma flor, outra pétala deixava minha boca.

Aquilo já estava me deixando preocupado então fui conversar com minha mãe. Não sabia ao certo como começar então pensei em dizer sobre meus sentimentos.

Disse a ela que tinha me apaixonado por um jovem que morava no palácio, ele era especial e gostava das mesmas coisas que eu.

Quando ele sorria o dia parecia mais iluminado e eu sorria também. Cada vez que ele se aproximava podia sentir seu cheiro se misturar ao das rosas e isso era muito bom. Sentia vontade de ir até ele e me apresentar, mas achava que ele jamais me veria com os mesmo olhos que eu o via.

Minha mãe que escutava tudo muito atenta, disse que eu estava severamente apaixonado. Me aconselhou a declarar meus sentimentos e tentar viver esse amor. Eu neguei, disse que essa pessoa jamais se envolveria com alguém como eu e que não fazíamos parte do mesmo mundo. Ouvia sua voz sussurrar em meu ouvido que se não fosse atrás do meu amado poderia morrer de amor.

Então cai em desespero confessando que meu amor não era correspondido, meu amado tinha outra pessoa em seu coração. Eu estava ficando doente com algum mal estranho que me afligia. Sempre que eu pensava nele, pétalas de rosa branca saiam de minha boca sem que eu pudesse impedir.

Minha mãe se calou por alguns segundos me perguntando logo em seguida.

− Você está apaixonado pelo príncipe, Taehyung?

Eu não tive como negar. Ouvi seu choro baixo como se um assovio passasse em meus ouvidos e ela me disse.

− Meu filho querido você está sofrendo da doença do amor não correspondido. Hanahaki Byou é uma doença onde a pessoa que ama sem ser amado expelirá pétalas da flor que o ser amado mais gosta até que este amor seja correspondido.

Tremi ao ouvi-la dizer aquilo. Jeongguk não sabe da minha existência então como poderia vir a me amar. Perguntei se não teria outra forma de fazer isso parar.

− Existe sim Taehyung. Você pode procurar um médico enquanto ainda está no primeiro estágio da doença e pedir que ele tire tudo isso de você, mas terá que pagar um preço para se livrar desse mal. Suas lembranças da pessoa que amou irão ser retiradas juntamente com as pétalas e espinhos que virão a se formar.

Eu não queria esquecer Jeongguk, só não queria morrer sem poder lhe dizer o quanto o amava. Tentei pensar em outra alternativa sem que precisasse sofrer por esse amor, mas não existia. Me mostrar a ele era impossível, ele jamais me aceitaria e eu sofreria em dobre se fosse rejeitado.

Comecei a sentir um nó se formar em meu peito e cuspi mais pétalas só que banhadas em sangue. Aquilo me assustou mais ainda.

− A quanto tempo você ama esse rapaz? – minha mãe perguntou preocupada. Respondi que desde sempre pelo que me lembro – Sua doença está evoluindo rápido, se por acaso você não conseguir fazer com que ele sinta o mesmo, morrerá em dias.

Deixei meu corpo cair de joelhos na terra sentindo meu peito doer. A sensação de que deixaria de existir muito em breve se confirmou.

Como isso podia estar acontecendo comigo? Logo eu que nunca pensei em me apaixonar. Questionei minha mãe que era muito sábia.

− Casos de Hanahaki acontecem quando almas gêmeas não se reconhecem. No seu caso você ainda não se apresentou ao outro, apresentou? – neguei – Então se você não for atrás dele nada poderá ser feito para lhe ajudar.

Como eu poderia ir atrás do príncipe. Eu? Não posso, não tem como. Minha mãe tentava me fazer entender que almas gêmeas nem sempre ficam juntas, mesmo sendo destinada uma a outra. Às vezes a vida nos prega uma peça e faz com que seu predestinado não o reconheça. No meu caso achei que por sermos de mundos diferentes ele não me aceitaria. Ela disse que era bobagem, isso é irrelevante quando se trata de amor.

Sai dali e fui para frente da janela onde o príncipe ficava antes. Ela ainda estava fechada acabando com minha esperança de vê-lo mais uma vez. A cada passo que eu dava e pensava em seu rosto, mais pétalas saiam da minha boca. O gosto amargo delas misturado ao sangue que vinha junto sujando minhas mãos, só me fazia querer vê-lo o mais rápido possível.

Cheguei a pensar que se eu tivesse coragem de me apresentar, talvez mostrando que sou uma boa pessoa ele tivesse interesse em me conhecer melhor. Fiquei ali parado até que a noite enfim chegou e fui para casa.

Quando o dia começava a amanhecer, senti meu corpo todo doer. O ar entrava com dificuldade em meus pulmões que pareciam estar estraçalhando. Fui até o roseiral na tentativa de ver Jeongguk. Ao chegar uma ponta daquela esperança reapareceu. Vi sua janela aberta com ele debruçado nela.

Parecia que olhava para o horizonte como fazia antigamente. O sol nascendo, seus cabelos negros sendo iluminados pelos primeiros raios e o sorriso que fazia os olhos fecharem absorvendo o calor que dava para começar a sentir.

Pensei em acenar o cumprimentando, mas ele nem sequer sabia quem eu era, precisava me apresentar primeiro.

Fui caminhando entre os arbustos, em meio às rosas brancas, e parei quase debaixo de onde ele estava. Respirei fundo fechando meus olhos para tomar coragem quando escuto sua voz.

− Ei, você, estranho. O que faz em meio as minhas rosas?

Senti um calafrio percorrer meu corpo. Ele tinha me visto afinal. Fiquei nervoso sem saber o que dizer então sai de trás de uma roseira pronto a me apresentar. Dei mais passos em sua direção e ouvi alguém atrás de mim.

O outro garoto estava ali, abaixado, pegando as pétalas que estavam no chão. Jeongguk acenou rindo e saiu da janela. Senti meu peito doer novamente e voltei a me esconder antes que me vissem.

Voltei para casa e antes de chegar, passei a sentir minha garganta arder como se estivesse com algo cravado nela. Tentei apressar o passo, mas fui impedido por uma súbita falta de ar.

Minha garganta estava fechada por alguma coisa que impedia o ar de chegar aos meus pulmões doloridos. Sentei debaixo de uma roseira puxando o máximo de ar que conseguia até que expeli uma rosa amarela.

Puxei o botão que saia pela minha boca sentindo os espinhos do caule machucando meu esôfago até que tudo saiu. Pingos avermelhados do liquido grosso que veio junto sujaram minha blusa manchando logo em seguida. Não conseguia acreditar que minha doença realmente estava evoluindo tão rápido a ponto de me fazer cuspir uma rosa inteira.

Chorei pensando que precisava encontrar uma forma de me fazer ser visto por Jeongguk. Não queria recorrer à cirurgia nenhuma. Prefiro morrer de amor a esquecer quem ele representa para mim. Levantei deixando a flor ali mesmo e segui rumo a minha casa.

Passaram-se dias e meu estado só piorava. De casa podia ouvir a voz dos outros que pareciam um casal bastante apaixonado. Tossia expelindo cada vez mais flores. As rosas agora estavam inteiras, ora botões outras já abertas e grandes. Seus espinhos rasgavam meu corpo por dentro até que numa manhã eu senti que não resistiria mais.

Levantei com dificuldade da minha pequena cama e sai pela porta indo em direção do pátio onde ficavam as roseiras. Queria vê-las mais uma vez, sentir seu perfume que se assemelhava ao do príncipe e quem sabe ter a sorte de ver Jeongguk pela última vez.

Caminhei me esgueirando, apoiando meu corpo as rosas que ficavam manchadas com pequenas gotas do meu sangue em seus espinhos e cheguei perto do palácio. Sentei ali me encostando em um arbusto de rosas vermelhas, meus pés doíam pois os espinhos que tinha espalhado pelo meu corpo já podiam ser vistos debaixo de minha pele.

O sol batia em meus braços e pernas aquecendo meu corpo gélido. Cada vez que inspirava sentia o ar entrar e meu corpo arder. Quando expirava junto vinham as pétalas de diversas cores das rosas que Jeongguk tanto amou um dia. A tosse seca que antes trazia as flores agora estava carregada de tantas delas que mal conseguia me deixar parar de expeli-las.

Olhei para a janela dele com dificuldade por causa do sol que batia nos vidros e desisti de tentar vê-lo. Sabia que iria morrer sem poder dizer ao amor da minha vida que morreria feliz se ele pelo menos soubesse que eu o amei.

Senti meu peito doer forte como nunca antes. A dor irradiava pelas costas e chegava ao meu coração que estava bem debilitado pela fraqueza. Levei uma das mãos ao peito e a outra a boca quando senti o ar me faltar.

Me ajoelhei deixando minha cabeça pender para frente e vi o inicio de mais uma flor sair pela minha boca. Tentei puxá-la mas junto dela vinham mais. Meu corpo tremeu e em um ultimo suspiro deixei sair um buque de rosas coloridas.

Com as mãos sujas pelo sangue que elas tinham pude ver que as cores que formavam as rosas eram em tonalidades diversas como se fosse um arco Iris. Pude ver os tons de vermelho e azul que formavam um tom novo. a rosa que estava mais destacada em meio as coloridas era de um tom púrpura que me deixou encantado.

Se não estivesse morrendo por causa delas, seria de uma variedade linda para plantar.

Voltei a sentar segurando o buque e respirei fundo voltando a me engasgar. Elas não paravam de sair de minha boca e trancar minha respiração então recostei minha cabeça sentindo as forças me abandonarem.

Jeongguk que passeava entre as rosas naquela manhã ainda não tinha me visto. Ele caminhava calmamente como sempre fizera antes de começar sua pintura. Admirava as novas flores que ainda estavam em botão e agradecia as que já estavam despetalando por terem perfumado seu jardim. Quando eu tossi a ultima rosa e senti o ultimo raio de sol aquecer meu corpo, vi o vulto dele se aproximar.

Não tinha mais forças para chamá-lo então só marquei o chão com uma frase e deixei um botão de rosa no meio. Meus braços foram caindo lentamente, meus olhos fechando e meu peito parando de doer. Eu estava morrendo de amor.

Jeongguk se aproximou da roseira e ouviu um gemido baixo, não sabia de onde vinha afinal estava sozinho ali. Passou a olhar em volta até que viu uma sombra perto da maior roseira dali. Foi curioso até ela saber do que se tratava e viu um alguém caído no chão.

Ao se abaixar para ver de quem se tratava viu uma figura que jamais imaginou existir. O jovem era bonito, chamou sua atenção.

Seus cabelos eram claros como suas rosas brancas, a pele era de um tom levemente dourado como se tivesse sido pintada. As orelhas, que saiam pelos finos cabelos, eram de um formato pontiagudo. Tinha uma aparência até angelical e parecia estar adormecido. O príncipe não sabia se deveria chamá-lo.

Ficou encantado olhando para a imagem do outro até que suspirou. Ele era a mais bela criatura que Jeongguk tinha visto e naquele momento o príncipe se apaixonou.

As pequeninas árvores lotadas de rosas sacudiram quando uma suave brisa passou e Jeongguk escutou como se fosse um sussurrou em seus ouvidos.

− Beije-o antes que seja tarde.

Olhou para os lados não vendo ninguém senão as rosas ainda sacudindo com aquilo e voltou a olhar para o ser a sua frente. Não conseguia identificar o que ou quem ele era. Não parecia ser humano nem pertencer a esse mundo. Se aproximou um pouco mais para tentar ver melhor o rosto do outro e ouviu novamente o vento soprar.

− Este é Kim Taehyung, um elfo que está morrendo e precisa da sua ajuda. Ele se apaixonou por você assim que o viu e cuidou de suas rosas sempre procurando deixá-las bonitas para lhe agradar. Se você sente algo, beije-o agora e salve sua vida.

Jeongguk arregalou os olhos e virou o corpo do jovem deitando-o de barriga para cima. A voz que falava em seus ouvidos disse que ele era um elfo. - Mas esses seres não existem – ele pensou – como vou beijar alguém que nunca vi mesmo que sinta uma vontade incontrolável de fazer isso?

Passou a observar como este elfo estava vestido e viu que ele tinha manchas de sangue em sua roupa. A sua volta alguns buques de rosas em tons variados também manchadas com o liquido. O que seria aquilo tudo, por que estaria morrendo assim? Novamente ouviu a voz no vento.

− Ele sofre da doença do amor não correspondido. Passou a vida cuidando e amando você sem achar que merecia ser visto e amado também. Somente o amor recíproco pode lhe salvar agora.

O príncipe respirou fundo, colocou seus braços por debaixo do corpo do elfo e o ergueu até ficar com seu rosto próximo do dele. Olhava admirado com a beleza dele mesmo naquele estado e sem pensar mais o beijou.

Seus lábios eram macios, suaves, doces. O cheiro que vinha dele era o mesmo das rosas amarelas, perfume de mel. Deixou seus dedos se aprofundarem nos cabelos finos e lisos e o beijou com carinho.

Sentiu a pouca respiração que restava no pulmão do elfo sair. Sua boca tremeu e Jeongguk se afastou voltando a olhá-lo. Taehyung abriu os olhos e viu o príncipe ali, ajoelhado a sua frente. Chegou a imaginar que estava sonhando então ergueu sua mão e o tocou.

Era realmente Jeongguk. Estava segurando seu corpo moribundo em seus últimos segundos de vida. Sorriu para ele e disse baixinho, quase sem ser escutado.

− Eu te amo, obrigado por estar aqui comigo.

O príncipe sentiu a mão do elfo escorregar de seu rosto e uma lágrima rolou de seus olhos quando está caiu na terra. Seus olhos foram fechando até que o ultimo sopro saiu de sua boca. O elfo estava morto em seus braços. Podia sentir uma estranha sensação de perda que não conseguia explicar.

Doía por dentro ver aquele que ele nunca conheceu deitado em seus braços já sem vida. Poderia alguém se apaixonar tão intensamente assim a primeira vista? Ele não sabia dizer só sentia que tinha perdido alguém muito especial para si.

Escorregou as pernas sentando no chão e abraçou o corpo inerte do elfo, chorando incessantemente. Dentro e alguns minutos, uma luminosidade foi tomando conta do corpo do elfo que se desfez como se fosse poeira.

A mãe natureza estava levando seu filho querido de volta para casa.

Jeongguk ficou ali sem saber o que fazer, sem entender direito o que tinha acontecido. Olhava para as roseiras até que viu mais ao lado algo escrito no chão. Foi até ali, afastou as rosas ensanguentadas que estavam amontoadas e viu um tipo de mensagem.

Riscado na terra estava a frase “I Purple You” e uma rosa púrpura. Jeongguk a pegou nas mãos cheirando logo em seguida. Era uma nova espécie, seu perfume exalava forte e marcante. Olhou novamente para o chão e sentiu uma forte vontade de tossir. Assim que o fez percebeu uma pétala sair de sua boca.

Tirou a mesma vendo se tratar de uma pétala púrpura como a rosa que segurava. Não entendeu como aquilo aconteceu e levantou do chão sem deixá-la cair. Levou a rosa para casa e a colocou em um vaso com água em seu quarto.

Passou a sentir uma tristeza que não sabia de onde vinha. Os dias não eram mais interessantes como antes, pintar as rosas já não lhe dava prazer. Em uma noite quando olhava para a rosa que abria seu botão lentamente, adormeceu e sonhou que estava em um campo florido com rosas brancas e púrpuras.

As mesmas pareciam dançar com o vento que as sacudia e então ele viu o elfo dançando com elas. Queria correr e falar com ele, quem sabe descobrir por que ele nunca apareceu para si e declarou seu amor. Não conseguiu. Só o que fez foi cair ajoelhado tossindo muito e cuspindo pétalas de rosa.

Nesse momento acordou sentando imediatamente na cama enquanto tossia sem parar e expelia as inúmeras pétalas que saiam de sua boca. Sentiu o gosto amargo delas e ouviu mais uma vez o vento sussurrar.

− Você está sofrendo da mesma doença do elfo, o amor verdadeiro impedido pela distância da separação também causa a morte. Almas gêmeas quando se encontram e finalmente descobrem esse amor tendem a sofrer do mesmo mal quando afastadas. Você e Kim Taehyung estavam destinados um ao outro, mas não foi nessa vida que ficaram juntos. Você morrerá se não procurar a cura. – Jeongguk mal conseguia respirar, pois o processo estava acelerado. Perguntou entre as pétalas o que aconteceria se morresse e recebeu a resposta - nesse caso, encontrará sua metade e poderão enfim ficar juntos.

A brisa passou e o príncipe deitou novamente na cama, fitando o teto. Nunca tinha amado alguém, nem mesmo o amigo que um dia achou estar apaixonado. Sentiu algo inexplicável quando viu o elfo caído em seu jardim e soube finalmente o que era o amor, quando tocou seus lábios.

Sorriu voltando a tossir e decidiu que se essa era a forma deles se encontrarem, então, morreria de amor em meio as pétalas de rosa púrpura.

3 августа 2018 г. 3:31 0 Отчет Добавить Подписаться
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Kim Sakis Army com orgulho, Taehyung Stan por amor, TaeKooka de coração♡

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