Flesh and Bone Подписаться

Era confortável. Aconchegante estar em seus braços.

O trem das dez está passando novamente.

Não havia sol. O vento assobiava contra a janela da cozinha. O aroma do café recém despejado na xícara, é forte. – Meus dedos estremecem com o calor. – O líquido quente, o vento gélido. – Sinto-me vazio. Apenas carne e osso para me sustentar.

Estou sozinho, por isso não fale. Mesmo não estando aqui agora, por favor, não fale.

Fecho meus olhos, escuto o vento e as árvores numa perfeita sintonia. Abro a janela, as cortinas ricocheteavam o ar, os finos fios de cabelo formavam pequenos nós.

Sinto meus pulmões desistirem de mim. Mas mesmo assim, consigo respirar novamente.

Passos lentos e arrastados. Pergunto-me se vesti roupas o suficiente. Imagino a possibilidade de o frio conseguir tocar rudemente minha pele.

Estou preocupado que isso possa ser.

O soalho range, as juntas dos pés descalços estalam. Movimento os dedos dos pés, pretendo calçar algum sapato, no entanto não tenho vontade. A xícara está vazia, minha garganta reclama pelo calor absorvido. É confuso.

Não tenho pensamento, e não tenho tempo.

A porta é aberta, faz frio no lado de fora. Tomei o passo. Os guizos tilintaram, a grama está úmida.

Meu corpo está fraco.

Vejo a cerca de madeira longe. Minhas pernas fraquejam, a grama é fria e confortável.

Sinto meu coração desistindo de mim.

Os galhos de árvores acima de mim, suas folhas secas vezes voavam para longe, outras pousavam sobre meu corpo esparramado. O céu continua acinzentado e a chuva está prestes a cair. Ainda vazio por dentro.

Algo que minha alma necessita.

Meu coração dói, mas não há motivos para tal incômodo.

Isso é o amor, isso é o inferno.

A respiração vacila, pisco algumas vezes, cansado.

Está doce praga que me segue.

A porta é aberta novamente.

Algo que minha alma necessita.

– Eren?

Algo que minha alma necessita.

Fecho os olhos outra vez. Os passos eram calmos, seus pés também estavam descalços.

Algo que minha alma necessita.

Então você deita ao meu lado e me olha com um sorriso confuso formado nos lábios róseos e atraentes.

Algo que minha alma necessita.

Seus dedos deslizam sobre minha cabeça, realizando um cafuné delicioso.

Algo que minha alma necessita.

– O que está fazendo deitado aqui fora? – Um sussurro tão melodioso quanto o vento que assobiava ao nos atingir.

É você deitado ao meu lado.

Nossas testas encostam uma na outra, encontro o negro de seus olhos.

É você, deitado ao meu lado.

Nossas mãos se entrelaçam, posso sentir o calor do seu corpo somente por esse pequeno toque.

Eu sou mais que estes ossos, eu sinto amor, eu não sinto solidão.

– Esperando você acordar. – Não há vazios em mim. Você está aqui para me preencher. – Levi.