1- Essa fanfic contém incesto, uso de religião de forma figurativa, menções ao abuso sexual/coerção, auto-mutilação e tendências suicidas, se qualquer um desses assuntos te agride de alguma forma, NÃO LEIA!
2- Nenhum dos personagens me pertencem e eu não ganho nadica com isso além de maravilhosos comentários.
Fic escrita para o Desafio de Crackships.
Tenham uma boa leitura ♡
☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆
Me sentei em frente às velas apagadas e apenas esperei que ele chegasse.
Está frio e ele sabe que eu odeio o frio, mas mesmo assim, como é de seu feitio, ele insiste em estender a espera, me deixando ali no gelado solitário da noite. Eu acredito - não, eu sei que é de propósito, pois foi ele quem fez com que eu prometesse não me atrasar, a pesada ameaça de nunca mais me olhar nos olhos ou falar comigo novamente caso não cumprisse minha palavra. É claro que, diante da ameaça, eu chegaria na hora; na verdade, cheguei até mais cedo graças a sempre presente apreensão de falhar com alguém, ele sabe disso, assim como sabe praticamente tudo sobre a minha pessoa, e usa essa fraqueza contra mim cruelmente. Mas agora, ironicamente previsível, o atrasado é o próprio.
Já estou pronto para desistir, apenas fechar os olhos na vã tentativa de dormir e fugir do frio em meu subconsciente quando a porta range atrás de mim e, como um arco esticado, meu corpo tensiona. Apenas encaro meus sapatos pretos bem polidos enquanto escuto os dele ecoarem pelo recinto e me encolho quando sua mão me toca, apertando meu ombro - não em um aperto firme ou mesmo doloroso, pois ele me toca com a segurança de que não irei me afastar.
E não irei, não mais.
Ele se curva sobre mim e beija-me o pescoço, um suspiro trêmulo sai da minha boca e vira fumaça no ar em minha frente enquanto ele se senta ao meu lado, chegando mais perto, tudo se tornando desesperador com cada segundo. Eu quero me afastar, mas ele não reconhece isso; e mesmo se reconhecesse, apenas ignoraria por não querer acreditar que tenho vontade própria e sentimentos em relação a tudo isso, em relação a todo esse…
Mas então você me beija e eu aceito.
Nos beijamos, mas evitamos carícias, evitamos algum carinho ou demonstração de qualquer coisa além da necessidade carnal. Não era necessário. Não era esse tipo de relação que tínhamos, ou que você queria, então apenas me deito e permito que fique por cima de mim sem hesitação. Somente isso, não é um ato no qual precisamos de amor.
Mas eu te amo.
Eu te amo eu te amo eu te amo eu te amo.
Tanto que quero matá-lo.
Tanto que, enquanto desabotoa meu uniforme, seus dedos longos e ágeis como sempre, eu sinto um nojo tão grande; o bastante para que eu seja obrigado a engolir o vômito que ameaça subir pela minha garganta. Mas ao mesmo tempo, sou tão dependente dessas sensações, dependente da sua pele tão quente e de suas mãos deslizando sobre meu corpo tão frio; tão dependente de ti como sou da pequena faca que guardo atrás dos livros na prateleira do meu quarto, a lâmina aguardando o retorno do seu dono. Sou dependente de suas investidas tanto quanto sou do amargo absinto que coloco em minha boca quando sozinho. É patético.
E eu me odeio ainda mais por isso.
Você me abraça, você me empurra para trás, no assento da igreja e você me machuca tanto... Mas essa dor me faz sentir tantos prazeres ao mesmo tempo. É tudo tão doentio e confuso que me vejo obrigado a fechar meus olhos enquanto sinto sua palma quente em meu rosto suado, os seus lábios exigindo os meus já inchados e sangrando graças aos seus dentes puxando até rasgar a pele. Junto com a dor, aproveito o calor que emana do seu seu corpo que aquece o meu sempre tão gelado.
Eu não sinto mais frio.
Não quando estou contigo.
"Você gosta?"
Sim.
"Quer mais?"
Sim.
Eu perco o controle cada vez que sinto-o entrando e saindo de dentro de mim. Os teus movimentos são como chicotadas, profundas e eficazes, tirando o sangue e a razão do meu ser e levando com cada um os pedaços da sanidade que tanto prezo, deixando somente a dor e o desespero necessitado nos buracos da minha mente. Então tudo fica quente, quente demais; nossos corpos estão unidos e eu não me permito deixar escapar qualquer som muito alto da minha boca - não posso permitir que algo nos denuncie, ou a freira irá escutar e ele ficará tão irritado comigo por terem descoberto o nosso (o seu) ato de grande pecado.
"Quer que eu pare, Regulus?"
Não. Não pare, não pare.
Não pare, não me tire essa dor.
Você volta a se mover, e você me abraça e esse calor tão intenso me faz te querer o mais longe possível de mim; ainda assim, eu te amo ainda mais por isso.
Tudo queima e eu sinto que estou prestes a explodir. "Perto, estou tão perto", sussurro para você, chorando com a aproximação da liberdade, o gosto tão doce que forma um peso grosseiro em minha língua.
E então os movimentos param e ele se afasta, sentando ao meu lado, escondendo o rosto em suas mãos; talvez com vergonha por suncumbir, mas não sei ao certo se posso acreditar que ele seja capaz de sentir algo próximo ao remorso. Encaro o teto, as gravuras de belos anjos parecem vivas em minha visão embaçada, mas foco especialmente em um deles, porque seus olhos ônix me encaram de volta com atenção, ou seria repulsa? Seja qual for, ele parece um anjo bem cruel. Me lembra você.
Não estou ciente dos arredores enquanto ele se arruma ao meu lado, ignorando tudo, e só percebo sua ida quando escuto seus passos em direção à porta. Típico, saindo sem nenhuma palavra, nenhum aviso. Assim como ele já sabia que eu estaria ali hoje, ele sabe que estarei novamente amanhã. Sentado no frio, sempre o esperando. Então por quê falar? Não era necessário.
As portas se fecham, sendo o único barulho que você deixa para trás. O calor se transforma em frio, me fazendo desejar o seu retorno.
Sento-me, não era seguro e nem valia a pena demorar mais tempo aqui. Respiro fundo, apreciando a ardência do contato do ar frio com o corte que ele fez em meu lábio inferior, passo a lingua sobre o machucado fresco, sentindo o inchaço quente e o gosto de ferro; eu estremeço com a sensação, então mordo o corte e o sangue enche a minha boca mais uma vez. Fecho os olhos extasiado, é o melhor que terei até voltar para a minha faca.
Me levanto quando me sinto estável e mais calmo, me ponho então a abotoar meu uniforme, ignorando o vazio que tenta se agarrar a mim, pois sei que essa sensação de impotência é tão perigosa quanto as palavras que nunca digo para você. Por isso apenas a ignoro e esqueço. Quando termino, olho para meus pés e encaro o terço que havia trazido agora estendido no chão sagrado, provavelmente tendo caído quando me deitei e não percebi, ou sequer lembrei da sua existência. Me curvo e o pego, sentindo suas contas frias e a cruz de ouro queimarem a pele da minha mão.
Chorar, chorar é errado.
Mas pecar também o era e eu já havia ultrapassado esse limite há muito tempo; pois nojento e errado era tudo o que vinha dele, mas eu o adorava como nunca poderia adorar o homem pregado na cruz no centro do altar. Essa fatalidade era o quê me matava um pouco mais a cada vez que meus olhos se abriam para outro dia.
Eu adorava o pecado porque era o quê ele representava e ele era tudo para mim.
Eu desejava que não fosse assim.
"Me perdoe..."
É o que sussurro todas as noites no frio, Sirius Black.
Por favor, nos perdoe.
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NÃO ACREDITO QUE FINALMENTE PUBLIQUEI ESSA FIC! GEZUIS! Sério eu demorei demais pra escrever a fic para esse desafio e só consegui porque algum ser divino me deu inspiração no 5 minutos do último tempo pqp DX estou me odiando, mas ao menos escrevi e contribui para essa desafio maravilhoso, cheio de fics lindas e ships super criativos (o meu é bem méh comparado a tantos outros)
Admito que só foi uma fic no fandom de HP porque to viciada em Hogwarts Mystery e não posso pensar em mais nada ultimamente, por isso me enrolei tanto ai ai, mas pelo menos saiu.
Enfim, espero que tenham gostado, sou apaixonada por blackcest, mas sempre imagino coisas darks e trágicas com a Família Black então nenhum ship meu deles será 100% alegre lol talvez eu tenha exagerado? Oh bem, é a vida.
Comentários são sempre bem vindos, see ya~♡
Спасибо за чтение!
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