Oi pessoal, aqui estou eu. Primeira fanfic de Harry Potter, obviamente primeira Draco/Rony, por isso me perdoem por qualquer erro ou se estiver muito ruim hahaha, fora da minha área de conforto total <3
Enjoy.
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Through all the emptiness
Through all the fear
You are all i see
And i wish you here
Seu olhar estava preso em algum ponto daquele salão; inexpressivo, vazio como cada palavra dita pelas pessoas ao seu redor. Sua varinha dançava entre os dedos enquanto o som daquele riso dançava em sua mente. Apesar da visão embaçada pela falta de foco, Draco sabia bem o que atraia seus olhos, recusava-se, porém, a admitir para si mesmo que o observava. Por isso a imagem que o perturbava tanto não passava de um borrão vermelho.
Sentia-se quente, cada vibração que escapava pelos lábios do ruivo traçava uma rota minuciosa para encontrar-se com o Malfoy, agarrava-se a sua pele só para desordenar seus sentimentos. O arrepio que subia por sua epiderme e envolvia cada célula de seu corpo fazia como que ele entendesse que era apenas um homem, o todo poderoso Draco Malfoy era apenas um homem, a mercê de um sentimento tão mundano que poderia destruir uma linhagem inteira.
O som que escapava pelos lábios rosados inebriava seu cérebro como o mais puro destilado, e ele sorvia cada nota daquela melodia rouca, cada pequeno neurônio enviando a mensagem para seu peito, mensageiros eficientes, seu coração pulsava como louco ao receber o recado.
You have everything
In your perfect smile
You have all i want
Just stay for a while
Ofegou, não refreou-se quando, ao notar que Rony separava-se de seu grupo e seguia pelo corredor, passou a caminhar em sua direção. Não que essa fosse sua intenção, veja bem, seus pés moveram-se sozinhos. A um tempo ele já havia percebido que, quando perto do Weasley, não possuía controle sobre o próprio corpo, tampouco sobre os próprios lábios.
-Weasley.
Chamou quando o ruivo já se preparava para pronuncia a senha de seu dormitorio. Ele não se atentou ao caminho que havia feito, não viu o olhar confuso dos amigos quando foram abandonados, não notou quando as escadas mudaram de lugar e ele quase perdeu o acesso para aquilo que tanto desejava. Por que então teria notado o nome escapando por seus lábios em um chamado tão necessitado que era digno de um amante apaixonado, e não do inimigo que era?
-O que quer Malfoy?
O tom de desprezo naquela voz, o toque de repúdio, a raiva incontida. Tudo serviu para lhe colocar de volta no lugar ao qual pertencia. Era verdade que havia o seguido até ali para aproveitar um pouco mais daquela presença. Ainda era cedo para privar-se do calor que o outro o causava. Era verdade também que tudo o que mais desejava naquele momento era responder, da forma mais simples e direta, que o que ele queria, o que mais desejava era estar como Ronald.
Mas Draco Malfoy nem sempre dizia a verdade.
Just to have you close
I will fight with you
I will hurt we both
Until you get the clue
Comprimiu os lábios ao notar que, daquela vez, não havia preparado nenhuma provocação. Seguiu-o tão desesperadamente sedento daquela voz que foi como um pedaço de metal sendo atraído por um imã, o impacto do choque o fazia tremer, não queria ofender Rony, nunca quis, não queria machucá-lo, afinal, cada faca cravada na pele do outro eram duas penetrando seu peito de forma cruel. Mas ele era um Malfoy.
- Deixei alguns pedaços de torta em minha mesa, quer embrulhar e levar pra sua família? Eu soube que seu pai está recebendo menos agora. O meu teve um aumento sabe?
Foi cansaço que ele viu nos olhos verdes do ruivo, aqueles olhos que, ao contrário dos seus, eram cheios de vida, sentimentos tão verdadeiros que eram como testemunhas de acusação contra a sua inabilidade de demonstrar o que sentia, não sabia se sua apatia era uma benção ou maldição.
Suas provocações era infantis, uma criança que implorava por atenção, fazia birra ao não ter o que queria. E Draco jamais teria o que queria, já tinham dezesseis, já o amava a quatro anos. Para sua supresa e tortura Rony havia amadurecido, já não respondia suas ofensas de forma explosiva, não lhe batia e, por mais que fosse loucura, Malfoy sentia falta até mesmo das agressões, era a única forma que podia sentir o toque do Weasley.
I'm lonely here
I'm cold and afraid
I'm a empty shell
Who just wish to fade
A senha foi dita, a porta se abriu. Mais uma vez observou o outro pelas costas, ignorando sua presença como se ele fosse um dos fantasmas do castelo, uma figura pálida que vagava pelos corredores, sem um propósito, uma casca vazia com o potencial de sentir tanto, mas a realidade de quem nada se permitia sentir. Sentiu suas costas batendo contra a parede com força e, enquanto deslizava sobre a superfície áspera ele permitiu-se experimentar o desespero que o consumia. Como sempre, sozinho no escuro, engolido por uma solidão que apenas ele conhecia.
I cant have your love
Is just hate we share
But i have my dreams
That sinks me in despair
Seu coração falhou uma, duas, três batidas. O fôlego estava preso em seu peito assim como o amor que sentia estava preso por uma barreira chamada ódio. Era um pássaro preso em uma gaiola maciça, não podia cantar, não podia voar, nem mesmo ver o sol. O que sentia era sufocado, empurrado para cada vez mais fundo em seu ser. Os Malfoy não deviam conhecer o amor.
Para ele, era um feitiço mais poderoso que a maldição cruciatus, nada doía mais, nada o subjulgava mais que o que sentia. O choro explodiu no exato momento em que os lábios se abriram buscando por ar, arfou, cada fôlego retomado era acompanhado por um soluço mudo. Havia chorado por tantas vezes que já sabia reprimir a música macabra que acompanhava suas lágrimas.
Essas queimavam, ardiam contra sua pele feito ácido.
A mão direita encontrou o tecido sobre o peito esquerdo, apertou o pano entre os dedos de tal forma que não demorou a sentir as unhas forçando sua pele. Um ato desesperado de quem tinha vontade de abrir um buraco no próprio peito e arrancar o órgão ainda pulsante de sua caixa torácica. Assim não sentiria mais, seria um Malfoy digno da linhagem pura que carregava, um puro sangue, um bruxo capaz de realizar feitos incríveis, não mais preso por um sentimento tão tolo, tão incapacitante.
Como poderia ferir a sangue ruim? Como poderia acabar com o maldito Potter? Não seria capaz de suportar a dor que isso causaria a Rony, não seria capaz de causar tal dor enquanto suas noites eram povoadas por sonhos nos quais ele podia amar, nos quais podia sorver as palavras daqueles lábios como um nectar, nos quais era tocado e envolvido por mãos que agiam como um bálsamo em sua pele.
I can't touch your freckled skin
I can’t love you so red hair
I can’t keep within
And i can't declare
Tinha vontade de tocá-lo, essa realização lhe arrancou um soluço mais profundo, mais dolorido e tão mais difícil de calar. Queria correr os dedos por entre as mechas de cabelo vermelho, queria desenhar os traços daquele rosto da mesma forma que fizera tantas vezes com o olhar, desejava contar quantas sardas enfeitavam a pele delicada e descobrir quantos tons de verde construíram aquele olhar tão brilhante.
Eram tantos os detalhes que queria conhecer que o reconhecimento deles destruiam sua capacidade de controle, soluçava incontrolavelmente, gemia, chamava por Rony, se tais chamados eram pronunciados pelos lábios ou apenas por sua mente ele já não sabia. Seu rosto era uma bagunça, as contrações e as lágrimas misturavam-se em uma dança bizarra, o nome da performance? Sofrimento.
Ah, ele queria gritar, queria explodir de tal forma que nenhuma pessoa, mágica ou não magica, ficaria sem conhecer seus sentimentos. Por isso travava em si uma batalha épica, quase como se comprimisse e escondesse seus sentimentos de forma física, podia senti-los escapando por entre seus dedos feito vapor, e ele os respirava trazendo-os novamente para dentro, para onde pertenciam.
Quão louco é isso? É só imaginar alguém tentando conter uma explosão apenas abraçando a bomba contra o próprio peito, era autodestruição.
So i try to diminish
What i wish to touch
I hurt you
Cause it hurts so much
Quantas vezes ele havia humilhado Rony? Quantas vezes havia pisado na pessoa que mais amava, em verdade, na única pessoa que amava? Só para então chorar sozinho pela dor que sentia pelo outro, através do outro. Por vezes sentia raiva, claro, o Weasley possuía amigos, esquecia-se rápido das ofensas dirigidas a ele. Ria, como quem não havia escutado. E para Draco o que restava? Ele não tinha amigos, ele não tinha pais calorosos para consolá-lo, ele não tinha ninguém.
Era invisível, um garoto tão frágil e vazio quanto uma lâmpada, com todo o potencial de ser quente, iluminar. Mas era apenas uma lâmpada queimada, pronta para se quebrar, ser jogada fora.
Sem a menor utilidade.
Tinha inveja de Hermione, como uma sangue ruim acreditava ter direito de permanecer ao lado do ruivo? Como ela ousava? Ela o tocava, fazia como que ele risse, lhe dava broncas e o ensinava, ele a abraçava.
Céus...ele a amava.
Não percebeu quando a mão abandonou o peito, não percebeu quando a varinha - a própria varinha - tocou seu queixo. Queria apenas acabar com aquilo, aquela dor, aquela sensação de estar eternamente sem ar, afundado em um rio de emoções, as quais era proibido de sentir. Ele era um Malfoy.
-Avada.
Malfoys não sentiam, não amavam.
-Keda…
-MALFOY.
A maldição morreu em seus lábios, ergueu os olhos e se deparou com o olhar severo, sempre severo, de Snape. As lágrimas morreram em seus olhos, os soluços entalaram em sua garganta, a menção de tal nome sufocou o sentimento dentro de si. Ele era um Malfoy.
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