Atenção, está história já está finalizada.
Escuro ou claro, médio ou acinzentado, preto e branco era tudo que poderia enxergar. Fosse o que fosse e como quisesse, apenas aquelas variações de cinza faziam parte de sua vida.
Outrora quisesse do fundo de sua alma saber como era o vermelho de seu cabelo ou o azul que o céu refletia, saber como era a cor do sol ou como seria o tom da grama. Ah, e como queria enxergar o verde da grama.
Nessas suas tentativas para descobrir, sempre cheirava e tocava tudo aquilo que lhe diziam ter tonalidade, tentando decifrar em sua mais terrível agonia se de fato havia diferença entre um e outro, ou se poderia sentir o amarelo da fortuna no tato e o vermelho do amor no perfume.
Contudo o preto e o branco faziam parte de sua pequena melancolia. Este demérito era parte de sua vida desde que nasceu, mesmo que poucos tivessem reparado que Todoroki Shouto tinha essa disfunção, embora quisesse isso.
Todos, incluindo seu pai, demoraram para entender que as cores não faziam parte da vida dele, nesse caso demoraram para conseguir explicar como elas eram, o que significavam e quais suas diferenças. Afinal tudo que via era preto com preto, branco com branco, cinza com cinza; nunca mudava.
E quando entrou na escola quando criança teve muitos a sua volta, devido ao nome imponente de seu pai herói número dois, algo que já lhe afetava muito em sua infância pois além de querer ter uma família normal e feliz, ainda queria enxergar como qualquer outra criança normal.
Dentre seus mais sutis desejos gostaria de poder saber a cor de suas chamas e a cor de seu gelo, queria poder contemplar o que era o tal calor interno após olhar o pôr do sol e, ah, como Todoroki queria desfrutar de coisas tão banais para outras pessoas.
Fazia parte de sua natureza curiosa e infantil querer descobrir como qualquer pessoa ao seu redor que cor tinha cada coisa a sua volta e por isso acabou assustando os demais de sua escola fundamental; ninguém estava preparado para lidar com alguém neutro e opaco como era Shouto, alguém cuja a inocência e sinceridade assustava até mesmo seus professores. Sincero e direto como o preto, e inocente como o branco.
Obviamente os apelidos também fizeram parte de sua vida, tendo essas crianças, seus colegas de classe, o apelidado de meio a meio, de bicolor, o garoto duplo. Primeiro por seus cabelos, em seguida pelas cores que enxergava — preto e branco —, e depois por seus olhos heterocromáticos.
Todoroki era sempre ambíguo, duplo e contrastante, ainda que não soubesse a diferença real das cores dos cabelos e de seus olhos, muitos menos da mancha vermelha em sua pele após os seis anos.
Queria poder enxergar como era a diferença que a cicatriz havia deixado em sua pele, qual era a verdadeira cor e forma que ela tinha, pois o cinza claro somente delimitava para si aonde tudo tinha acontecido, mas não lhe passava nenhuma característica dolorosa como seus colegas de turma sentiram ao vê-la.
Fora uma infância difícil, infância em que as pessoas somente se afastavam de si, fosse por medo de sua força física e de seu potencial heróico, outrora pela sua deficiência, qual o afastava do real e tirava sua proporcionalidade sentimental. Isso tornava Shouto cada vez mais sério e silencioso, e continuou se tornando uma bola de neve cada vez maior, pois quanto mais neutro sempre parecia, mais associado era a sua acromatopsia.
Na infância seu pai o levou a médicos e mais médicos para que estes pudessem encontrar a cura desta doença, afinal o herói número dois sempre quisera o filho perfeito, e agora tinha a prova viva de que Todoroki não era sua mais perfeita obra prima. Numa dessas ocasiões, Enji chegou a levá-lo até uma curandeira — já entregue ao profundo desespero — e esta disse "a criança terá acesso aos tons quando encontrar sua alma gêmea".
Shouto guardou as palavras com carinho em seu coração, mesmo que após um acesso de fúria de Endeavor tivessem o feito esquecer disso por algum tempo, afinal o herói número dois ficou absurdamente frustrado em saber que sua criação era imperfeita. Perfeito em poderes e tons e imperfeito para cores.
Não entendia como uma alma e um amor fariam diferença, mas admitia que talvez isso fizesse parte de uma pequena punição pela atrocidade que era seu nascimento, que era sua duplicidade.
Quando a puberdade chegou, ou ao menos era o que diziam que sua idade provinha, Shouto foi reaproximado das pessoas com facilidade, embora a essa altura já tivesse dificuldades para se relacionar com os outros, sempre se mantendo indiferente em sua habitual expressão.
E toda essa agitação em seu entorno fora por causa de sua beleza evidente. Era fato que mesmo sua personalidade ou sua herança não assustavam as garotas, só as aproximavam mais e mais. Isso fizera com que muitos garotos também ficassem ao lado para desfrutar desse seu brilho, desse seu charme único. Nada o interessava no fim, seja a pessoa que fosse, vivendo um dia amargo de cada vez.
Era icônico que o que mais chamava a atenção em si eram seus belos olhos de tons cinza e turmalina, bicolores e duplos como em tudo em sua vida. Lhe disseram por meio de cartas amorosas e declarações em público que o turmalina de seu olho esquerdo se assemelhava ao mais lindo mar do Caribe de águas cristalinas, enquanto o direito ao tom prata e tempestuoso de uma névoa em um vale com suas montanhas. Cores que despertavam sensações, oh como ele queria enxergá-las também.
Era anedótico e controverso, pois era esses mesmos olhos que o impossibilitavam de enxergar um universo de cores, eram esses mesmos olhos que o privavam de contemplar o mais rico mundo a sua volta, inclusive de saber como era o tal mar caribenho e o nevoeiro de um vale montanhoso.
(...)
Finalmente havia passado no curso de heróis por recomendação, ou seja, começaria uma vida nova longe de seus antigos colegas de classe e agora tinha prometido manter em segredo esse seu pequeno problema. Não queria que os apelidos continuassem, embora ele soubesse que isso era quase impossível se tratando de sua aparência.
Tudo pareceu dar certo de início. Mesmo que a UA tivesse sido atacada por vilões, o bicolor continuou com seu segredo intacto. Ele só não esperava que aquela tonalidade — desconhecida até então — fosse percebida por seus olhos disfuncionais.
Foi tudo muito rápido, mas Shouto tinha certeza ter visto aquele tom no cabelo do tal garoto Midoriya Izuku e seria propício admitir que já havia se interessado nele quando o vira fazer dupla com a tal garota da gravidade. Ele era inteligente e esforçado, e mesmo que sua individualidade o destruísse, ainda daria tudo de si para provar que era um bom herói.
Foi aquela pequena centelha de cor no cabelo do garoto por poucos segundos que o fizeram notar ainda mais o colega, reparando em tudo que falavam sobre ele e tudo que este fazia, até recebendo a informação de que All Might o queria por perto.
Então no dia dos jogos o desafiou, não porque realmente gostaria de provar algo, mas sim porque queria saber o que fora aquilo que seus olhos vislumbraram. Acabaram competindo e correndo, com Todoroki chegando a contar brevemente sua própria história em busca de ficar mais próximo daquele garoto e pudesse descobrir o que era aquela cor. Desejava muito vê-la novamente.
Até que o duelo ocorreu entre eles e Midoriya lhe disse palavras que tocaram seu coração profundamente. Só que fora ali, no meio daquelas palavras, que Shouto viu a cor dos olhos de Izuku pela primeira vez.
Eram tão brilhantes, e mesmo que passassem uma determinação desigual, só conseguia entender a calmaria que eles lhe transmitiam. De fato era uma cor o que estava enxergando, e já poderia assumir que esta era sua preferida.
Teve medo que aquelas duas bolas brilhantes e coloridas sumissem de sua vista quando Izuku caiu desacordado na arena, no entanto elas continuaram lá quando as aulas retornaram.
Shouto temeu novamente quando o acidente em Hosu ocorreu, sabendo por alguma coisa dentro de seu espírito que Midoriya corria perigo. Um perigo que poderia matá-lo. E estava certo em se sentir assim, em sentir que seus ossos gritavam em aviso quando se deparou com um Izuku estirado no chão, paralisado enquanto gritava para que Stain não fizesse nada com Iida.
E foi com mais este incidente que Todoroki passou a enxergar o tom do cabelo de Midoriya, sempre vívido e igual aos seus olhos brilhantes — talvez levemente mais escuros. Ele queria mais daquela cor, ele queria mais daquele garoto que era tão resplandecente.
Naquela noite no hospital enquanto Iida estava dormindo, Shouto achou que seria correto perguntar e possivelmente contar sua condição visual a Izuku em busca de respostas para suas dúvidas e de mais tempo com aquela tonalidade tão bela que este exalava.
— Então Todoroki-kun não pode ver cor nenhuma? Isso seria alguma vertente do daltonismo, ou então alguma espécie de cegueira? — era típico de Midoriya ser curioso e também bastante especulativo.
— Os médicos chamam de acromatopsia. Não existe explicação definida sobre que região se acomete, assim como não existe cura pré determinada.
— Isso é péssimo... Quer dizer que você não enxerga nada além do preto e branco? Nenhuma cor?
— Na verdade... — Shouto não sabia como dizer aquilo, e só de pensar seu coração falhava em batidas frenéticas como se rompessem suas costelas — Existe uma, bem específica, pois foi a única coisa que enxerguei diferente até agora.
— Ah, e qual seria essa coisa milagrosa que te fez enxergar alguma cor?
— Os seus cabelos e os seus olhos... — o calor subiu para a face do bicolor ao dizer aquilo, e certamente se pudesse enxergar qualquer tonalidade, teria conseguido ver a vermelhidão do rosto de Izuku e o quão envergonhado estava. No entanto ele não podia avaliar isso, e passou a dar continuidade as suas falas — Na verdade, eu gostaria saber que cor é essa que está em seus cabelos e olhos. Ela é... hnm... tão bonita.
E além de não ver o tom vermelho de Midoriya, ainda prevalecia sua total falta de tato ao conversar com alguém sobre algo tão delicado quanto isso.
— É ve-verde — Izuku até tentou responder, mas sua vergonha o fizeram tampar o rosto com as mãos enquanto seu coração agora estava igual ao de Shouto, ribombando frenético.
E ali estava o nome da cor que tanta admirava: verde. O tom da grama, das folhas das árvores, o tom do musgo e das plantas que o rodeavam. Um tom tão presente em sua vida que agora podia enxergar em Midoriya, no belo esverdeado.
Ficou tão contente com aquela informação que mal se deu conta que após a resposta curta o dito cujo tratou de sibilar que iria dormir e se enrolou embaixo dos lençóis, tentando esconder a vergonha e o rubor de Shouto.
E aquela foi a noite em que Todoroki dormiu alegre pela primeira vez em sua vida, agora com a cor verde em sua memória.
"Verde encantador
Seja o verde como for
Não importa a teoria
Pois o verde é dominador
Com a esperança de sua calmaria
Verde também é calor
Que aquece com sabedoria
Ele vence como cor
Até mesmo na acromatopsia
Verde é galanteador
Em sui generis autoria
Apenas verde de amor
Como nenhum outro seria."
(...)
Contudo após essa revelação Midoriya se afastou de si subitamente, como se tentasse evitá-lo. Teria o bicolor feito mal em contar esse segredo a ele? Teria assustado a única pessoa que proporcionava tamanha beleza? Não sabia nenhuma dessas respostas e notar aquelas cores a distância passou a fazer mal ao seu estômago sensível.
Todoroki queria tocar o verde dos cabelos de Midoriya, sentir a textura da única coisa que não era opaca em sua vida, mas este desejo se tornou cada vez mais distante com esse afastamento do esverdeado, que por vez ou outra até o cumprimentava.
E foi quando o acampamento chegou e Bakugou foi raptado que aquela cor verde sumiu, dando lugar ao cinza escuro novamente. A mistura de sentimentos negativos daquele ciúme que o afligia ao ver Izuku tão empenhado em resgatar o loiro explosivo fez buscar explicações para seus sentimentos, chegando até a se disfarçar junto a eles e ajudar no resgate para entender por que aquela cor linda tinha sumido.
Finalmente, só voltou a vê-la após o resgate, quando Izuku passou a tratá-lo como um amigo normal novamente, diferente da antiga confusão depois que saíram do hospital. Inclusive, se o bicolor parasse para analisar a situação em si, teria percebido que o esverdeado fazia questão de chamá-lo para tudo, chegando ao ponto de se tornar tão próximo de Shouto que este não saberia mais como acordar sem as batidas de Midoriya em sua porta do dormitório para acordá-lo toda manhã.
E com essa proximidade tão grande Todoroki passou a enxergar o tom da pele de Izuku, e em seguida as sardas amarelas, por vezes o tom da gravata do uniforme da UA, que descobriu com muita descrição ser do mesmo tom de seu lado esquerdo, vermelho como sangue e vermelho como o fogo.
Era fato que um Midoriya cheio de cores e possibilidades era viciante, no entanto não era apenas isso que mantinha Shouto nesse vício com o colega de classe.
Todoroki Shouto estava viciado no brilhos dos olhos, da pele, viciado na voz, no jeito animado e até mesmo nos murmúrios frenéticos que o menor tinha quando se deparava com alguma individualidade nova e a caracterizava em seu caderno.
Todoroki Shouto estava viciado em Midoriya Izuku por completo, em cada traço de personalidade e a cada tom que descobria com ele, como naquela pequena tarde em que estavam fugindo da chuva, esgueirados nas paredes da instituição longe dos dormitórios.
Estavam encharcados de uma forma que rendeu algumas gargalhadas de ambos, pois só tinham chegado nesse estado após correrem de uma Midnight furiosa por causa de Mineta, este que tinha aprontado e jogado a culpa em todos os garotos da sala.
— Eu achei que fosse morrer quando vi ela liberando aquele gás — Midoriya respirava ofegante e risonho devido a corrida, tão maduro em suas firmes palavras, quanto poderia ter se tornado depois de tantos eventos.
— Tivemos sorte de termos individualidades rápidas pra correr em terra; eu com meu gelo e você com a sua de reforço.
— Você deslizou muito melhor sobre o gelo hoje do que quando competimos nos jogos naquela vez — analisou Midoriya em seu eu mais habitual — Preciso acrescentar que se você se impulsionar com fogo enquanto desliza sobre o gelo, fica muito mais rápido e pode acabar sendo muito útil para alguma fuga ou desvio numa batalha. Se bem que só pode fazer isso com apenas um lado, então poderia acabar se virando sem querer para a direta e não conseguiria fugir do gás da Midnight direito, a menos que finalmente você tenha conseguido utilizar um lado junto ao outro, o que facilitaria bastante em todos os seus modos de batalha e de velocidade.
Shouto apenas se mantinha em silêncio vendo o quão longe os pensamentos analíticos de Midoriya poderiam chegar, e que de fato se estenderam um pouco mais do que aquilo.
— Ah, desculpe, eu me empolguei — o garoto herdeiro do One For All balançou os braços em frente ao corpo, notando o quanto tinha fugido do assunto.
— Não se preocupe, já disse que gosto de ouvir você falar — bastou essa frase para que Izuku efervescesse sua própria mente e ganhasse aquele tom avermelhado — Seu rosto... que cor é essa?
Midoriya cobriu a face com as mãos envergonhado, ainda mais porque Todoroki deu alguns passos à frente, intrigado. Ele nunca tinha visto alguém corar antes, então não compreendia o porquê da vermelhidão na face do outro.
— Q-que cor? — chegou a perguntar aflito e pensando que poderia esconder esse seu sentimento do meio ruivo, mas Midoriya era o mundo colorido de Shouto, então nada jamais passaria despercebido por seus olhos heterocromáticos.
— Em seu rosto. É parecido com o da gravata, mas... É bem claro e bonito. O que significa? — Shouto deu mais proximidade aos dois, segurando o rosto de Midoriya e retirando as mãos que cobriam a face sardenta — Deixe-me olhá-la melhor, não precisa esconder.
E como em suas mãos agora estava o rosto de Midoriya bastante corado e a proximidade tão evidente que poderia escutar o coração dele batendo rápido e forte, Shouto achou a visão mais bela que já tivera.
— Você é tão belo, Midoriya — deixou escapar as palavras, só as percebendo quando seu próprio coração passou a se mexer de forma arrítmica, e com o vermelho da face do esverdeado cobrindo as sardas de tão vibrante, percebeu finalmente se tratar de um rubor de vergonha.
— Não di-diga coisas assim, Todoroki-kun! — Izuku até colocou suas mãos em seu peito como se fosse afastá-lo, mas acabou apenas apertando seus dedos contra o tecido do uniforme úmido de Shouto — Se me disser coisas assim, eu... Eu... Eu vou acabar acreditando que, talvez...— se engasgou nas próprias palavras, tendo dificuldade para pronunciá-las.
— Talvez? — deu um pequeno empurrão para que ele prosseguisse.
— Talvez... eu devesse investir nesse... sentimento — os dedos do garotos das sardas se apertaram ainda mais contra seu uniforme, impedindo que afastassem o contato quando Shouto suavizou os dedos que estavam no rosto.
— Sentimento? — não podia negar que estava confuso, não apenas com essas palavras, mas com o fluxo sanguíneo em seu corpo e o calor que subia e descia em seu peito e estômago conforme respirava. Era verdade que Shouto também estava sentindo algo, e como seu conhecimento sobre contato humano era tão escasso como sua visão das cores, não soube defini-lo desde que conheceu Midoriya.
— Somos garotos, amigos e futuros heróis... Mas eu... não consigo parar de senti-lo desde que você me contou sobre as cores. Eu até tentei evitá-lo, mas... — Izuku soltou sua respiração presa na garganta já seca, como se estivesse tomando coragem para algo — Foi impossível. Eu... só queria ficar mais perto e perto de você. Eu só... eu gosto de você, Shouto, de um jeito romântico.
E enquanto o bicolor absorvia essa informação, Izuku fechou os olhos como se esperasse algo ruim, mesmo que ainda não tivesse soltado o uniforme do amigo.
Todoroki soltou um sorriso daqueles meios risos, alegre por entender finalmente o que estava acontecendo com ele e com sua visão das cores, mas este sim fez Midoriya soltar seus dedos do uniforme e abrir os olhos agora chorosos, se sentindo rejeitado.
— O que está fazendo? — perguntou o filho de Endeavor vendo que Midoriya estava tentando se soltar de suas mãos, com os olhos repletos de lágrimas presas que insistia em não derramar.
— Eu só quero ir embora. Você pode não sentir o mesmo, mas não tem o direito de rir disso — tentou empurrar Todoroki, mas este havia grudado suas mãos em sua face.
— Mas eu sinto o mesmo — os movimentos de fuga cessaram, fazendo com que Izuku por fim derramasse as lágrimas, em choque, ele era tão inocente e sincero — Desde que passei a ver as cores em você e quando fiquei com ciúmes por causa de Bakugou, eu senti isso, esse calor no peito.
— Sempre que lia alguma mensagem sua para mim me pegava sorrindo, e era por causa desse sentimento que eu não sabia que nome tinha. No começo achei que era típico de quando se considera alguém seu amigo, mas eu não senti o mesmo por Momo ou Iida, nem por ninguém.
— Todoroki-kun... — Midoriya sorriu discreto e choroso, ainda. Por pouco quase entendera tudo errado e por pouco não arruinara aquele sorriso tão belo que havia se formado nos lábios do meio a meio.
— Faz sentido que eu consiga ver as cores com você, porque eu gosto de você, Izuku... — Shouto agora ganhava em si o tom corado, se lembrando da proximidade em que estavam. Izuku não poupou tempo; estava carregado por um espírito impulsivo e contente por saber que era correspondido que só conseguiu agir diante de tal declaração, encostando seus lábios aos de Shouto, num toque leve e calmo.
Não durou muito, mas foi o suficiente para que a chuva, mesmo que continuasse, também desse lugar a um sol que se fundiu ao tempo nebuloso.
— E-eu... Me des-desculpe... — Izuku tentou conter a vergonha quando sua sanidade tomou conta de si novamente, porém Shouto abriu um sorriso mais largo, fazendo questão de repetir a ação de antes, agora com direito a prosseguir naquele tipo de contato.
E foi a partir dali que a tal paleta de cores que o universo proporcionava se abriu a Todoroki Shouto. Naquele mesmo dia ele pode ver a cor amarela do sol, o resquício do céu azul, e o belo arco íris que foi formado com aquela mistura de raios solares e chuva.
Violeta, azul, verde, amarelo, laranja, vermelho e rosa. Cores que jamais pensou em enxergar, se não fosse por Midoriya em sua vida cinza e opaca.
A senhora curandeira estava mais do que certa: somente quando Todoroki encontrasse sua alma gêmea ele poderia enxergar as cores, mesmo que dentre todas essas, Shouto preferisse apenas uma, essa que se tornou a sua favorita.
A cor dos olhos de Midoriya.
Olá gente, eu cá estou com uma história tão curtinha mas que tem um lugar enorme no meu coração pequeno e nego OSDIOSDO, obrigada por ter lido até aqui e espero que gostem.
PS: o poema é meu e eu adicionei algum tempo depois devido a um comentário sobre a cor KKK.
Спасибо за чтение!
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