lulisomnes Lulis Omnes

O que um pedido inusitado pode causar? Quais as consequências a realização desse pedido pode trazer? Afinal, por que Helga quer isso? Por que Salazar e não Godric? O que Godric fará quando descobrir? Ele fará alguma coisa? E onde Rowena entra nessa história toda? As perguntas surgiram, mas e as respostas? Talvez, tudo possa se resolver com uma dose de Veritaserum.


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Capítulo 1

- Salazar! – falei entrando no seu quarto, contrariando todas as regras do bom senso e da alta sociedade, mas... quem se importa com a alta sociedade de madrugada?

- O que faz acordada a essa hora? - poderia dizer o mesmo para ele, mas não era hora de perder a coragem.

- Preciso de um favor seu! – pedi firme

- E precisa ser agora?

- Ahmm... - não tinha pensado nisso - Não aceito um não como resposta - continuei seguindo meu roteiro

- Certo, Helga! Eu ajudo você!

- Não vai perguntar o que é?

- Seus pedidos são sensatos e sempre voltados pro meu talento em poções, então, não. Apenas, espere até amanhã.

Ele voltou a se concentrar em seus vários frascos, me ignorando. Era a hora de contar o que queria sem perder o juízo ou a coragem.

- Quero que me ensine a masturbar um homem! - falei em meu tom normal, mas que pareceu alto demais para o silêncio do Castelo.

Alguns frascos caíram sobre a mesa, derramando alguns ingredientes, parece que eu o havia surpreendido. Salazar estava nervoso com a situação, mas já havia sido capaz de se manter inexpressivo, visivelmente parecia ter uma conversa sobre a próxima aula de poções.

- Acho que não entendi o seu pedido, com certeza a hora de sono perdida me fez compreender mal a situação. O que você realmente quer Helga? – ele parou me observando

- Quero que me ensine a masturbar um homem!

Salazar já não poderia dizer que não entendeu, já que o respondi com as mesmas palavras de antes, ele se sentou virado para mim me analisando de cima a baixo. Naquele momento agradeci a Merlin por ainda estar vestida formalmente.

- Por que eu faria isso?

- Porque eu pedi... - respondi corando, ele estava levando minha pouca coragem para longe. "Talvez porque eu goste de alguém que não me ama?" Queria ter gritado pra ele

- Bom, nesse caso, peça a Gryffindor.

- Não! - falei um pouco mais alto e ele arqueou uma sobrancelha pra mim - Ele é muito egocêntrico, não seria capaz de me ensinar de forma correta.

- Por que quer aprender algo assim? – “Para surpreender o cara que eu gosto e assim talvez ele me note" era o que eu queria responder.

- Eu não sei

- Se não sabe o porquê não ha motivos para nada disso.

- Sinto que já passou da hora de eu ter alguma experiência. Veja Rowena, já está até grávida

- Grávida de alguém que nem ela sabe quem é. Uma atitude muito impensada para uma bruxa e estigma dela

- Não seja cruel com ela. - ele bufou e mudou o assunto

- Por que, Helga? Diga-me a verdade e posso pensar em te ajudar.

Como diria a ele a verdade? Não poderia. Então como não mentir?

- Eu quero fazer algo que eu nunca faria por medo e sempre quis

- Isso ainda é uma mentira, Helga! E vou descobrir o real motivo para que leve você a me fazer esse insano pedido.

Tremi dos pés a cabeça, Salazar não poderia descobrir o porquê, talvez eu tenha pedido a pessoa errada, ou talvez tudo tenha sido um erro.

- Sin...

- Nem ouse se desculpar! Pode estar mentindo quando ao porque, mas não mentiu quanto ao desejo. E vou te ajudar!

- Obrigada! - agradeci e sai correndo do cômodo

Na manhã seguinte Salazar agiu como se nada houvesse acontecido, enquanto eu estava uma pilha de nervos, mas nada aconteceu, na verdade ele se manteve assim durante um mês, então, simplesmente desisti da ideia. Não conseguiria pedir novamente, nem pedir a outra pessoa, só confiava plenamente na descrição dele.

Aquele era mais um dia exaustivo de aula, o trabalho com mandrágoras sempre exigia demais de mim, a maioria dos alunos de Rowena não tinham habilidade em herbologia, e precisavam de ajuda constantemente para que não se ferissem ou pior, machucassem minhas mandrágoras. A estufa estava uma bagunça sem fim, havia terra em todos os lugares, vasos quebrados, e muitas outras coisas a arrumar, aquilo era um sinal claro de que eu não sairia dali antes da meia noite. Por sorte, havíamos conseguido convencer Rowena, de que enquanto não tivéssemos mais professores, não seria viável sentarmos todos durante o jantar com os alunos, como ela era a mais organizada, acabava participando da maioria das refeições com os alunos, sabíamos que Salazar também conseguiria, se quisesse, mas também sabíamos que ele não gostava muito de socializar com ninguém.

Quando olhei novamente ao relógio, já havia terminado de recolher todos os objetos quebrados, não havia mais nada que pudesse me ferir, a hora marcada mostrava que todos os alunos já estavam recolhidos em seu salão comunal prestes a dormir, e diferente do que previra não sairia dali a meia noite, mas eu podia culpar a pequena meia hora que parei para fazer um lanche, embora soubesse que não era o real motivo para a demora, a realidade é que os alunos haviam feito um estrago realmente grande dessa vez.

Levantei do chão do meu breve descanso, e percebi que estava ainda mais suja do que antes, meu vestido já não tinha seu tom original de bege, agora era um manchado de marrom em todos os lugares que havia sido sujado com a terra, laranja do barro, e vermelho dos jarros, fora os muitos rasgos, me vendo assim era totalmente compreensível porque Rowena era sempre a escolhida por todos os homens. Tornei a minha mesa, era hora de começar a separar e guardar os livros antes que sujassem mais.

- Achei que iria me procurar novamente para tomar o que me pediu. – a voz de Salazar soou grave e baixa, mas foi alta o bastante para me fazer tremer, seu corpo estava a centímetros do meu e eu nem mesmo havia percebido ele chegar

- Ahnn...- tentei compor alguma coisa para responder, mas o choque do momento ainda não havia acabado

As luzes do lugar foram diminuindo, mas dando uma breve olhada para os lados, vi que Salazar havia escurecido as janelas, assim, ninguém do lado de fora poderia nos ver, mas a claridade da estufa ainda era a mesma. Meu coração estava pulsando a mil, no silêncio que estávamos seria incrível se ele dissesse que não o ouvia. Pelas normas correta de conduta já deveria ter virado para ele, mas não havia me movido ainda, é claro, se eu fosse levar essas normas em conta de verdade, não deveria ter feito muitas coisas, como: entrar no quarto de um homem de madrugada, pedir que me ensinasse... (não consegui concluir o pensamente, com ele tão próximo a mim). Ficar de costas a alguém era uma das menos piores regras que eu estava descumprindo.

- Estive pensando sobre o seu pedido, e percebi que ele não fazia sentido algum. – aquela era a hora de concordar com ele, e dizer que tudo foi um erro, que estava bêbada, mas não, fiquei em silêncio – Se acha que pode fazer um pedido como esse a um homem é porque de fato há muitas outras coisas que não sabe. E me questionei o que realmente precisava aprender.

Salazar pôs suas mãos em minha cintura e me virou para si com certa rapidez, olhei para cima vendo seu rosto pela primeira vez desde que entrara ali, e nenhuma informação poderia ser obtida dali, suas emoções estavam guardadas como sempre. Prendi-me em seus olhos tentando arrancar alguma informação ou que ele deixasse escapar e eu pudesse ver, mas encarar aqueles olhos cinzentos foi o meu erro.

Percebi o que iria fazer apenas quando estava a um segundo de distância de mim, seus lábios tocarem os meus de forma suave, se dirigiram para a minha bochecha direita, novamente aos meus lábios e depois a bochecha esquerda, a postura fria de Salazar nunca me fariam imaginar que seus lábios seriam capazes de deixar tamanho rastro de calor sobre a minha pele. Quando se pôs a fazer isso pela segunda vez, já não podia mais olhá-lo, havia fechado os meus olhos para apreciar o momento.

Começou a passar sua língua por entre meus lábios pedindo passagem, e eu como a tola que era permiti, grande erro o meu, seus lábios tomaram os meus com calma, muita calma aliás, tanta calma quanto se esperaria de Salazar, mas eu não tinha essa calma, comecei a copiar os seus movimentos labiais e tentei passar minha língua para a sua boca, mas fui reprimida com um breve afastar, mas logo tornou a me beijar, sua língua possuiu a minha boca com muita calma, ele a retirou e esperou que reproduzisse os movimentos, sem dúvidas era um ótimo professor, mas não era o que eu queria.

- Você é uma boa aluna, Helga! – sussurrou rente ao meu ouvido, e mordeu o lóbulo da minha orelha, me arrepiando inteira – Aposto que consegue aprender mais hoje!

Antes que pudesse pensar em responder seus lábios estavam de volta a minha boca, a possuindo com muito mais força e urgência, sua língua explorava a minha boca com movimentos diferentes e me esforçava para acompanhá-lo, mas se tornava cada vez mais difícil acompanhá-lo. Aproximou mais o seu corpo do meu, tudo o que nos separava era a distância que nossas roupas impunham.

- Não pense Helga! Não há certo ou errado, apenas faça o que deseja! – ele disse em minha boca, e eu como uma tola, acreditei.

Salazar tomou novamente a minha boca com mais vigor, me fazendo gemer contra si, agradecia a Merlin por ter conseguido respirar quando ele falou comigo, pois fôlego era algo que me fazia falta agora, mas não estava nenhum pouco entusiasmada com a ideia de parar. Explorei sua boca com minha língua o máximo que pude, me perdendo em seu gosto agridoce, tão único, tão ele. Suas mãos foram ao meu cabelo, desfazendo o restante do que um dia foi um penteado elaborado para mim pelo menos, não chegava nem aos pés de um penteado de Rowena. A falta de ar o assolou tanto quanto a mim, pois ele se afastou e levou suas mãos de volta para a minha cintura.

Quando se aproximou de mim não beijou de primeira, não, fez algo pior, mordeu de leve meu lábio inferior, repuxando-o, se seu objetivo era me deixar parecendo uma tola ele sem dúvidas conseguiu, pois tudo o que consegui fazer fora gemer em resposta, e isso o incentivou a me beijar de forma mais bruta, nossas bocas se chocavam com uma necessidade absurda, parecia que não nos beijávamos a anos. Minhas mãos não respondiam a minha consciência e sim ao meu desejo, pois estavam emaranhadas no cabelo de Salazar puxando-o ainda mais pra mim, mas parecia que eu não era a única inebriada de prazer, Salazar me colocou sentada sobre a minha mesa fazendo vários livros cariem. Ele se afastou com raiva, e abri os olhos em pânico, pensando se o barulho poderia ter atraído alguém, mas ninguém estava ali e ninguém conseguiria ver nada com o feitiço que Salazar lançara antes.

- Silêncio – Salazar bradou o feitiço, e quando olhei em seus olhos, vi algo que nunca havia visto ali, luxúria.

Ele tornou a me beijar antes mesmo que eu fechasse os olhos, suas mãos vagaram da minha cintura para as minhas pernas, separando-as para que ele estivesse no meio delas, não deveria, mas adorei isso. Sua língua passou por meus lábios, molhando-os, em seguida ele me mordeu novamente, e eu gemi de prazer. Minhas mãos já não se continham em seu cabelo, e já estavam em seus ombros, acho que incentivado pelas novas carícias, ele beijou-me novamente com mais ardor quanto era possível, minhas mãos iam, passeando por seu abdômen por sobre sua roupa, assim como a sua mão direita, a esquerda dedicava-se a puxar meu cabelo para trás dando mais acesso a ele, que levou seus lábios ao meu pescoço, e depositou um belo chupão, que com certeza deixaria uma marca, mas que agora só me fez gemer e querer mais, sua língua passou pela marca amenizando o ardor.

Meu coração palpitava a uma velocidade que não considerava possível até hoje, seus lábios tomaram os meus novamente, e não paramos até que o fôlego fosse perdido, por sorte, foi no mesmo instante em que tudo parecia que iria sair ainda mais do controle, suas mãos estavam no limite exato abaixo dos meus seios e as minhas no seu quadril. E aquela foi a primeira vez que eu vi. Era um sorriso, um sincero sorriso no rosto tão sério e fechado de Salazar, ele era realmente bonito. Tirei minhas mãos de seu corpo e coloquei sobre as minhas pernas, mas as dele não se moveram, somente os seus dedos faziam movimentos circulares mostrando que a qualquer momento poderia ultrapassar o limite do aceitável, e isso fazia a minha sanidade ir para o espaço.

Salazar me deu um beijo rápido, mordendo meu lábio inferior ao se afastar, deixando em mim o desejo por um mais longo, intenso e profundo. Ele me ajudou a descer da minha própria mesa, me deixando firme por suas mãos estarem apoiadas em minha cintura, mas minha pernas estavam moles demais para que eu pudesse ficar de pé sozinha.

- Você foi incrível, Hufflepuff! – ele sussurrou em meu ouvido e me deixou

Como uma adolescente tola, não fui capaz de me manter de pé e sentei ao chão, na verdade fora quase um tombo, mas ainda consegui manter um pouco do que restava da minha dignidade me arrastando lentamente ao chão e não caindo de uma única vez. Salazar se afastara, indo em direção a saída da estufa, e quando estava prestes a sair, sem nem ao menos virar para trás, se dirigiu a mim novamente.

- Foi como eu previ Helga! Ainda há muitas coisas que você não conhece. Acertei na primeira aula, nunca havia sido beijada de verdade, não por um homem de verdade, talvez algum garotinho por aí, há algum tempo, mas um beijo mesmo foi o primeiro. A função de um beijo não é deixá-la satisfeita, é deixá-la querendo mais. Foi uma boa primeira aula, espere pela próxima. E ainda vou descobrir o real motivo disso tudo.

E assim saiu, não esperou uma resposta, nem se virou para ver minha reação. Hoje eu com certeza não seria capaz de dormir. Salazar me dera muito em que pensar, e querer reviver de novo. Com certeza esse beijo me fez querer muitos mais.

Talvez eu estivesse errada, talvez apenas ainda estivesse nutrindo uma fantasia adolescente de algo muito antigo, talvez por ele ter sido o meu primeiro e único beijo, ainda que numa situação que só beneficiava a ele, e ele nem mesmo sabia meu nome. Talvez eu não estivesse tão apaixonada assim por Godric. 

28 февраля 2018 г. 0:36 0 Отчет Добавить Подписаться
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