alicealamo Alice Alamo

Era uma rotina simples, hábitos simples que não mudavam, uma rotina que se baseava em não perder mais minha felicidade devido aos atos daquela criatura branca, desvendá-lo, evitar sua indiferença... Isso antes, pois agora vejo que nada disso era verdade.


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#DeathNote #Mello/Near #Mello #Near #Yaoi
Короткий рассказ
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Capítulo Único



Todo dia eu acordava e mirava o teto sem pensar em nada. Eu só analisava a cor branca tentando entender sua complexidade. Nunca consegui compreender como uma cor tão morta, fria, podia ser a união das outras.

Às vezes eu nem me levantava, esperava uma hora ou duas a fim de achar uma resposta. Comia uma ou duas barras de chocolate durante esse processo, só duas mesmo, pois a incógnita do branco conseguia me viciar mais do que o meu doce predileto.

Quando percebia que a resposta não iria se mostrar a mim, eu levantava mal humorado, bufava jogando um travesseiro no preguiçoso do Matt e ia tomar um banho quente.

Eu perdia mais de meia hora no banho, os primeiros quinze minutos eu gastava só apreciando o calor, deixando os meus músculos relaxarem, a minha mente se acalmar... No fim dos quinze minutos eu suspirava, começando de fato a me banhar.

O calor sempre me acalmou, o vapor parecia entrar em sincronia com o meu corpo e eu esquecia do maldito branco com que estava entretido.

Saía feliz, se assim posso dizer, do banho, retirava uma roupa qualquer do armário e me vestia com uma pressa sem sentido.

Matt ainda dormia, ele nunca acordava antes que eu saísse e ele só acordava porque eu fazia questão de retirar-lhe a coberta e ligar o rádio do quarto no volume máximo.

– Mello! - ele gritava, mas eu nunca dava atenção.

Caminhava para o refeitório, assobiando às vezes.

Das cinco cozinheiras que serviam o café da manhã, apenas uma gostava de mim, então não me importava em furar a fila ou socar algumas crianças chatas no meio do caminho.

– Bom dia, Mello, está bem humorado hoje? - ela sempre perguntava isso. - Aqui está, chocolate quente e bolo de chocolate com cauda quente.

– Não tem cauda de chocolate? - eu perguntava enquanto ela terminava de ajeitar o café na minha bandeja.

– Ainda vai ficar doente com tanto chocolate. - ela ria enquanto me entregava a bandeja.

As mesas do refeitório sempre estavam cheias, porém, nesse orfanato, eu tinha lá minhas regalias. Caminhava, ou marchava, até a minha mesa que ficava ao canto, praticamente vazia. Os pirralhos me olhavam assustados e se levantavam sem eu ter que falar muita coisa.

Era sempre assim.

O chocolate... Ele me fazia um bem sem igual, bebê-lo ou comê-lo, era como se eu injetasse, além de combustível aos meus neurônios, calmante em minhas células, todas elas.

E assim, eu terminava o meu café feliz.

Eu, não me lembro o motivo, mas eu sempre, ao sair do refeitório, ia para o segundo andar.

Eu caminhava e infelizmente via uma única porta aberta... E eu entrava.

Encontrava sempre a mesma pessoa sentada diante de uma construção de dados, cartas ou lego.

Sozinho, quieto, sem expressão, ignorando meu olhar para si. Isso sempre me irritava.

– Ei fantasma! - eu chamava para tentar atrair sua atenção.

Ele nem ao menos levantava o olhar...

Eu sentia como se toda a felicidade que eu havia acumulado nesse meio tempo estivesse sendo gasta só para tentar tirar um pingo de emoção daquela criatura.

Eu sempre andava a ele, tentando fazer com que ele me olhasse devido a proximidade. E eu sempre conseguia, essa parte pelo menos.

A primeira meta eu sempre conseguia facilmente, os olhos negros me miravam com uma indiferença que arrancava de mim mais um pouco de felicidade.

Todo dia eu gritava, destruía as construções para que ele sentisse, assim como eu, sua felicidade ruir, porém ele não se importava. Portanto, eu tinha, eu precisava ir além, ele obrigava-me a sempre segurá-lo pela gola daquele mesmo maldito pijama branco e provocar-lhe dor.

Contudo, eu nunca conseguia nada além de uma careta de dor... Nada que mostrasse uma emoção em si.

Matt sempre passava naquela hora no corredor, o cheiro do cigarro ficava evidente e anunciava-o. Era nessa hora que eu soltava Near no chão brutalmente, sorrindo sarcástico e falso... Eu não tinha motivos para sorrir, mas precisava fazê-lo, deixando evidente que não fora eu que havia perdido, não naquele dia, não era mais um dia de derrota, não minha, não de novo.

Mas não era isso o que tirava a minha felicidade... Não... Mas sim eu não entender Near, eu não entender aquele borrão preto de seus olhos, borrão que nublava e escondia aquela criatura branca...

Agora, além da incógnita do branco eu tinha a incógnita do preto... Isso sim me irritava, pois mostrava que eu só não entendia a figura, as ações daquela figura albina, como também era cego o bastante para não conseguir ler o preto de seus olhos...

Era isso que matava minha felicidade, que me revoltava, que me fazia importuná-lo! Pois sim! Eu só seria feliz, só deixaria de perder minha alegria quando eu o desvendasse...

E isso ocorria todo dia! Todo santo dia eu me esforçava com esse propósito. Era o meu cotidiano, meu dia-a-dia, minha rotina!

Era uma rotina simples, hábitos simples que não mudavam, uma rotina que se baseava em não perder mais minha felicidade devido aos atos daquela criatura branca, desvendá-lo, evitar sua indiferença...

Isso antes, pois agora vejo que nada disso era verdade. Nenhum dos meus atos, nenhum dos meus conceitos, nada, absolutamente nada. Porque o que antes eu não percebia era que, além de Near ser a minha maior fonte de felicidade, eu me irritava, não por ele me ignorar, mas sim por ter ele não ser feliz.

Eu me irritava em não o ver sorrir, em sentir-me inútil a ponto de não conseguir tirar-lhe uma risada, um sorriso... É... Embora antes eu não soubesse, parece que a minha vida toda foi em função de Near, até mesmo a minha rotina rodava em torno dele, em fazê-lo feliz...

Uma meta que eu ainda atingirei.

25 февраля 2018 г. 1:17 0 Отчет Добавить Подписаться
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Об авторе

Alice Alamo 24 anos, escritora de tudo aquilo em que puder me arriscar <3

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