Lágrimas que chovem em mim. Подписаться

A terna sensação do seu abraço me assombra todas as noites. O gélido escorrer de nossos corpos me tomam os pensamentos antes mesmo de qualquer possibilidade de nós encontrarmos. Escondo para que não a vejam, não por ciúmes, muito menos por ganância. Mas assim, por medo. Medo de que saibam quem eu sou, do que eu gosto, do que tenho anseio e pavor. Até mesmo porque, quem deita na minha cama, é problema somente meu.

Um suspiro se abafa nos travesseiros, faço questão para que ninguém nos ouça. Faço questão de que nem sequer associem nossas imagens. Porque, na manhã seguinte, ninguém precisa saber quem me acompanhou no tempo que passou.

Mas é quando eu menos espero, que você me abraça com mais força. Mostrando pra todo mundo que somos íntimos companheiros, que trocamos mas carícias mais pessoais, que você sabe todos os meus segredos, e que sem você a minha solidão jamais seria completa.

Mesmo que eu a tente esconder, você sempre aparece. Seja num canto, tímida, onde ninguém nos veja. Seja com um estardalhaço, chamando atenção de qualquer um que nos passe. E eu, refém dada tuas amarras, dos teu gargarejos. Já letárgico e nulo de tanto brigar, apenas a recebo de portas abertas. De peito aberto.

Porque mano que lá fora o sol brilhe, aqui dentro sempre cairão as tuas gotas. Lágrimas que chovem em mim.