Короткий рассказ
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Álvares

Era uma noite bem sombria, porém movimentada, algo bastante incomum para aquela época do ano, ainda mais numa cidade pequena como aquela. A névoa cobria as ruas e as construções de modo a impedir a visão e a lua espargia em sua plenitude uma luz singela no céu. No meio de um silêncio abismal, apenas um local era visível por conta da grande iluminação. Havia uma grande comemoração e várias figuras importantes estavam a se congregar.

Álvares -Esta festa está realmente enfadonha.

Andersen -Mas é claro, ainda não aproveitaste nada e nem tocaste na comida, ela está incrível. Por que vinheste, afinal, para encher a cara até te encontrares com o próprio dionísio?

Álvares -Talvez porque meu pai seja o anfitrião, estulto.

Andersen - Estás a fazer troça? Toma, beba então! Talvez possas ao menos fitar alguma donzela.

Álvares - Tu só queres me ver ser dispensado pateticamente, não é?

Andersen - Tu me conheces. Tu tens estado bem desanimado nesses últimos dias. Será bom para ti esquecê-la e conhecer novas pessoas.

Álvares - Mas faz tanto tempo e eu já perdi a prática: eu tinha a ilusão de que nós tínhamos compartilhado da mesma paixão. Mas, no final, eu só não compreendo.

Andersen - Oh meu deus, que comiseração! Não vais comer? Vais morrer!

Álvares- Não tens piedade, não é?

Andersen- Essa já é a quarta moça com quem tu te frustras! Achei que já estivesses acostumado… haha!

Álvares- És mesmo um babaca. Agradeço-te a preocupação.

Andersen- Realmente, é muito triste deitar-se com alguém, sonhar e ser desprezado no outro dia. É horrível e surreal, é muita dor e vontade de gritar, de correr… eu posso falar de vontades sexuais contigo se quiseres. Mas, a paixão é literalmente sofrimento, meu amigo, e amar de verdade é se doar sem querer nada em troca.

Álvares- Poxa! São bonitas tuas palavras. Andou escrevendo ultimamente, foi?

Andersen- Lógico, tens de ter sensibilidade e empatia para conquistar o amor! É disso que elas gostam.

Álvares- É fácil falar quando se é rico, belo e de olhos claros como tu.

Andersen- Exatamente!

Enquanto os dois jovens estavam na inércia da conversa, Annabella, sentada ao lado de sua amiga, estava olhando de sua mesa fixamente para Álvares.

Maria - Mulher, tu não imaginas o que me ocorrera na semana passada. Estava eu a perambular pela avenida ignácio e me deparei com um verdadeiro príncipe de cavalo branco. Ele se achegou até mim, beijou-me a mão e perguntou meu nome. Eu toda encantada, porém enrubescida aceitei um encontro com ele. Ei! Estás a me escutar, tonta?

Annabella- hã?

Maria - Estou a conversar contigo, avoada!

Annabella- Desculpa.

Maria -Tudo bem, vejo que aquele moço daquela mesa é mais interessante do que sua amiga.

Annabella- Estás carente por minha atenção? Apaixonaste por mim? Se tu quiseres, beijo-te aqui e agora.

Maria - Não tens vergonha nessa tua cara não é, depravada! Mas, de fato, aquele moçoilo louro é deveras interessante. Parece até ser um estrangeiro! Alto, feições delicadas e uma pele toda rosada. Já o rapaz ao lado, hmpf, é tão comum e sem graça, iguais aqueles que encontramos normalmente nos distritos dos plebeus. Mas então. Falando sério agora… como está teu pai? Eu soube que ainda não convalesceu de sua febre. Minha mãe estava comentando isso para mim hoje de manhã e eu fiquei preocupada contigo.

Annabella- É realmente preocupante, semana passada ele estava tão bem. Ele sempre foi muito enérgico, gostava muito de andar de cavalo, cuidar do pasto junto com os servos, algo que eu sempre achei maravilhoso por sinal: um homem que trata todos como iguais e sempre muito confiável. Dói-me o coração ver ele tão enfermo e tão cansado.

Maria- Ó mulher, amanhã eu passarei em tua casa e trarei alguns remédios e então irei te irritar bastante para você se alegrar.

Annabella- É claro que és bem vinda. Podes vir, mas que venhas só, minha casa não é nenhum cabaré.

Maria- Continuas sendo irônica sempre que podes, não é verdade, cretina! Estou realmente preocupada.

Annabella- Eu sei, estava apenas brincando contigo.

Annabella continuava a fazer troça da amiga, enquanto tomava um chá, continuamente a observar os rapazes, até que acidentalmente, por erro de cálculo, derrubou o líquido fervente em sua saia.

Annabella - ahhhh, como arde. Poxa vida, essa roupa era nova terei de me limpar.

Maria - Mas és realmente uma tonta

Annabella- não enche minha paciência, eu vou até o banheiro

Maria - Na volta poderias trazer mais vinho para mim, vida?

Annabella- Posso sim.

Maria - Obrigada meu amor! Amo-te imensamente.

A festa era uma comemoração pela inauguração do projeto ferroviário do pai de Álvares, que apesar de todos atrasos, finalmente se concluíra. Havia várias figuras importantes na cidade na ocasião, políticos, ricos e toda estirpe de influência nobiliárquica da região. Por muito tempo a comunidade da Nova Figueira vivenciou um período de decadência e vários apostavam no empreendimento, pois, com ele, o comércio floresceria novamente e a produção das viniculturas poderia ser escoada de modo mais eficiente. O pai de Álvares era um raro caso de sucesso e ascendência social, um simples mestiço, filho de um cozinheiro do duque, desde criança demonstrou talento e capacidade de um verdadeiro burguês.

Álvares - ahhh eu sou inútil, não me sinto muito bem.

Andersen- Deixa disso, estás a terminar o curso de direito, tens uma ótima familia. Só falta-te mais coragem.

Álvares- Disse o filho de estrangeiros ricaços… Tu pensas em retornar à Escândia?

Andersen- Bom, após me formar, deverei tomar a posição de meu pai na assembleia dos lordes. Eu realmente não estava muito disposto a isso, mas parece ser inevitável, afinal é meu dever perante meu país.

Álvares- nunca imaginei que foste nacionalista.

Andersen- Nem eu, haha.

Álvares- Ei!

Andersen- O que foi?

Álvares- Aquela garota está a te observar, talvez esteja toda “entusiasmada” contigo.

Andersen- Pior que ela é do meu tipo.

Álvares- Vai até ela, eu acho que vou vomitar.

Andersen- Não vomites aqui, vá para um lugar mais particular, caso contrário, vás somente envergonhar teu pai.

Álvares- Tens razão, vou ao lavabo.

Enquanto seguia o caminho até o “vomitório”, Álvares sentiu uma forte dor de cabeça e náusea profunda, desequilibrando-o. Ao cambalear-se até o destino, deitou-se no chão para descansar. Annabella, após ter se limpado e trocado de vestido, sem querer tropeçou no pobre rapaz. Completamente ébrio e com a visão desequilibrada, o rapaz deu um grito e assustou Annabella.

Álvares- Ei cuidado!

Annabella- Perdão, mas o que o senhor fazes aí?

álvares- Minhas pernas não funcionam, estou muito tonto e me bateu uma dor de cabeça. Precisava de alguma coisa fria para descansar meu corpo

Annabella- Não consigo entender o que falas.

o jovem estava tão bêbado que sua fala era incapaz de traduzir seu pensamento. Para piorar, pouco tempo depois ele começou a ejetar suas tripas.

Annabella- Nossa! Quer que eu chame ajuda? Vou pegar uns panos e uma água para o senhor.

Álvares- Obri…..ga…..do……….

Annabella- Aqui está! Deixa eu limpar-te. Toma, bebe. Já chamei a moça da limpeza.

Álvares- Tu és um doce, obrigado pela gentileza.

Annabella- Relaxa, já estou acostumada com isso. Minha amiga sempre fica nesse estado em eventos como este.

álvares- haha!

Annabella- haha!

Álvares- Qual é seu nome?

Annabella- Annabella.

Álvares- Ah, que nome bonito.

Annabella- Bom acredito que vás esquecer quando acordares amanhã.

Álvares- Não te preocupes. Uma moça tão bonita quanto a ti é difícil de esquecer.

Annabella- É mesmo? Ah! Antes que eu me esqueça, qual é o nome do senhor?

Álvares- João Álvares Pinheiro. Mas meus conhecidos só me chamam de Álvares.

Annabella- Ah sim. Entendi… João.

Álvares- Vais me matar de vergonha.

Annabella- Prazer em conhecê-lo, continua a beber água, e tenta descansar, tudo bem?

Álvares- Certo. Acho que vou me deitar aqui e….


Antes de completar a frase, o pobre coitado desmaiou.

24 августа 2022 г. 10:58 0 Отчет Добавить Подписаться
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