Vamos ficar juntos no fim da vida? Foi a proposta feita e, posteriormente, o acordo firmado entre os dois, ainda quando tinham vinte e poucos anos.
Após, seguiram vidas separadas, mantendo um contato mínimo, mas com a segurança de que um esperaria pelo outro no fim. Ela foi ganhar o mundo e colocar a planta dos pés em diferentes solos e temperaturas. Ele criou raízes, que nutriram sua vida e facilitaram o alcance da solidez que sempre buscou. Trinta anos depois chegou o momento certo do acordo ser colocado em prática.
Por mais que houvesse uma grande experiência de vida e a cumplicidade desenvolvida pela amizade entre os dois, a relação cedeu devido aos medos. A vontade de ter a alegria de fazer algo pela primeira vez na vida um do outro, ou de serem equivalentes com o sentimento que estavam lado a lado.
Se comparavam com a reprise de um filme velho. Como se fossem bons, mas já sem graça, sem o impacto de um lançamento aguardado. Lauro colocava o coração em palavras, mas não encontrava o brilho nos olhos dela. Vanessa contava sobre memórias e vivências que ele não teve, e recebia um sorriso por educação. Eram uma certeza e se tornaram uma dúvida. O amor se tornou confusão. Sempre foram o remédio para tudo, mas erraram na dose e se tornaram nocivos.
Optaram pela separação, mas depois de poucos dias a saudade se fez presente. Quando um pensou em escrever foi surpreendido pela chegada da carta do outro. E assim cativaram sorrisos, até o fim, e a distância fez todas as coisas bobas perderem o sentido.
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