2minpjct 2Min Pjct

Decididos a realizar a melhor festa de Halloween de todos os tempos, quatro amigos criam uma lista de passos infalíveis para se ter o melhor Dia das Bruxas do mundo. No entanto, quando as coisas começam a dar errado, uma brincadeira assustadora abre novas portas para novas descobertas e a noite de Halloween ganha um sentido a mais no dicionário de ambos os rapazes.


Фанфикшн Группы / Singers 13+.

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Do amor ao medo, e do medo ao amor

Escrito por: @joohluv


Notas iniciais: Olá! Como vocês estão? Espero que tão feliz quanto eu!

Participar de um projeto como escritora sempre foi o meu sonho, e ter a oportunidade de aprender aqui no 2minproject, junto de tanta gente talentosa, me faz acreditar um pouquinho mais no meu potencial dentro desta área (eu era designer e embarquei nessa de writter a pouquíssimo tempo).

Tive muitas dificuldades para dar vida as minhas ideias, porque sou boa em imaginar e péssima em demonstrar, mas tive a ajuda de todas a ADM's e sou eternamente grata pela paciência que tiveram comigo e pelo apoio que me deram. Nunca havia passado de 2.000 palavras e ter alcançado o marco de 4.000 me deixaram extremamente contente e motivada a procurar pela melhoria constante.

Grata a @tmessi/ThalieMessi pelo rostinho da Fanfic, eu amei <3; e a @taquiomorfria/@taquiomorfria tanto pela betagem quanto pelos conselhos. Vocês são demais!

Espero que gostem da história, dei o meu melhor nela. Boa leitura e bom debut pra mim hahaha! ;D


~~



— Havia, numa cidade antiga, localizada no interior de uma capital, uma criança magricela, pequena, descabelada e que aparentava ter por volta dos doze anos de idade. Ela, todas as noites, sentava-se sobre um caixote de madeira ao final da estrada principal, um saco de esmolas na mão e um pedaço de pão mofado ao lado dos pés. Um dia, um grupo de alunos deu uma festa de Halloween na faculdade conhecida como o esteio da região, uma danceteria carregada de sorrisos e bagunça. Foi uma festa esmagadora, extraordinária e que deixou o pessoal animado. A festança aconteceu até altas horas da madrugada, quando uma turma de veteranos decidiu que estava no momento de voltar para a casa.

No caminho de volta, passaram em frente à estrada nebulosa e avistaram a pequena, o frio do alvorecer instalando-se sobre o sentimento de insegurança de ambos os rapazes

Na presença de um silêncio agonizante e reflexões tácitas, os jovens acharam estranho o paradeiro da garotinha e logo entristeceram, aproximando-se da miúda com cautela.

— Você não sente medo de ficar sentada sozinha nesse lugar escuro a essas horas, amiguinha? — questionou o mais velho, os fios de cabelo num tom vermelho escuro.

A criança volveu a cabeça na direção deles, os olhos negros como o anoitecer de lua nova, e então respondeu:

— Eu tinha, quando estava viva.

Jimin ergueu as mãos em frente ao peito, o rosto se contraiu em uma careta engraçada e um ruído incomum escapou-lhe os lábios. Os dentes de vampiro pularam para fora, manchados em ketchup e encaixados de maneira sinuosa. Sua capa, roxa com pequenos diamantes coloridos, pendia para o lado esquerdo e cobria-lhe metade das pernas.

Os rapazes sentados à sua volta suspiraram, então ele recolheu os braços e relaxou os ombros. Era Dia das Bruxas, popularmente conhecido como o Halloween, e ele decidiu, junto com os amigos, comemorar de maneira singela.

Para ele, o Dia das Bruxas não era apenas uma data comemorativa em que as pessoas se fantasiavam como monstros e saíam à rua para pedir doces, e também ia muito além daquilo que aprendera nas aulas de artes, onde a professora Sun Hee explicava que os celtas enxergavam o Halloween como uma forma de saber o que era céu ou inferno, e que costumavam acreditar que o mundo dos mortos era perfeito e não existia sofrimento.

Para Jimin, o Halloween era uma data especial, onde podia ser quem quisesse e agir da maneira como sempre sonhou ao assistir filmes de terror. No Halloween, ele podia ser uma múmia, um guerreiro e até mesmo um vampiro.

Os amigos e ele estudavam em um colégio para garotos localizado no centro de Busan, um nome afamado e grandioso. Encontraram uma variedade de professores determinados e estressados, mas, diferente daquilo que os anúncios expunham na televisão, as festas beneficentes e as datas comemorativas eram quase que irrelevantes e passavam batido.

Entediados pelo excesso de trabalhos e regras, decidiram que naquele ano fariam diferente e celebrariam tudo o que lhes fosse de direito, mesmo que isso viesse a lhes custar algumas dores de cabeça no futuro.

E foi daí, da ideia de seguir feriados e curtir datas importantes, que eles enfeitaram o quarto de Kim Namjoon com abóboras medonhas, velas e morcegos de papel sulfite pintados de preto.

Baldes de ferro rodeavam os garotos, cada um deles com os mais variados doces, e, no corpo cada indivíduo, uma fantasia distinta.

Aquela seria a noite mais magnífica do ano, no entanto, diferente do que haviam planejado na lista de "melhores ideias para se comemorar o Halloween", contar histórias de terror não estava sendo divertido e eles sentiam que o tédio se fazia cada vez mais presente e incitante ao fiasco.

O Dia das Bruxas deveria ser algo assustador, onde qualquer mísero barulho fosse capaz de fazê-los grudar-se um nos outros, enquanto de olhos fechados roíam as unhas num desespero frenético.

Taehyung, o mais novo do grupo, com seus quinze anos de puro entusiasmo, foi o primeiro a se manifestar, insatisfeito com o tempo que estavam perdendo:

— Nossas histórias não estão com nada, não me causaram sequer desconforto! — Kim Taehyung, o aluno número um de ciências que se tornou amigo do grupo em um inusitado acidente com carrinhos de sorvete, expressou seu descontentamento ao franzir o cenho e enrolar a manga da sua camiseta com temática pirata. — Achei que vocês, esquisitos do jeito que são, teriam coisas mais interessantes para contar.

Namjoon, o mais velho dos rapazes, com dezoito anos, incomodou-se com o comentário do companheiro. Que se lembrasse, fora o único contra aquela ideia desde o começo; primeiro porque queriam usar seu quarto, e segundo porque achava a maior besteira do mundo fantasiar-se como criaturas que sequer existiam. Mas agora, no entanto, minutos após ter cessado as reclamações sobre a bagunça que teria de arrumar sozinho quando tudo acabasse, ele também havia se animado com o andamento da farra.

Jogou o cabelo castanho para o lado, crispou os lábios fartos e respirou fundo antes de soltar a primeira alfinetada:

— Sim, isso não ‘tá funcionando de jeito nenhum. Quem é que teve essa ideia de jerico? Pelo amor de Deus, gente, a única coisa assustadora nessa festa é a fantasia de fada do Yoongi.

Yoongi o encarou, a sobrancelha arqueada.

— Ei! O que eu tenho a ver com a falta de noção de vocês? Não é culpa minha se os bonitões não conseguem fazer sequer uma lista que preste, acho que a escola ‘tá mexendo com os neurônios de vocês!

Park Jimin, o dono da proposta, olhava silente para a pequena discussão que se situava entre os colegas. A fantasia de Yoongi, para ser sincero, parecia-lhe a mais encantadora imagem do que seu hyung significava. Yoongi era dono de lindas madeixas roxas, de uma personalidade doce e pensamentos racionais demais para um jovem com somente dezessete anos de idade.

Já Park, diferente dele, agia com irracionalidade na maioria das vezes e errava mais do que acertava. Com seus cabelos negros e 1,62 de altura, aos dezesseis anos, ele se metia em confusões que nunca conseguia sair sozinho; fossem elas enraivecendo pessoas desconhecidas ou bolando planos que em nenhuma circunstância teria coragem de dar continuidade.

Durante todos os anos de sua vida, onde aprendera lições em cima de lições, percebeu que algumas eram deveras importantes e resolveu absorvê-las não só com o cérebro, mas também com o coração.

A felicidade era sim algo a ser buscado diariamente, utilizando os recursos possuídos para trilhar o caminho até aquilo que se acreditava ser o porto seguro da vida, mas, em muitas das vezes, ela estava escondida em meio às coisas simples, em momentos do cotidiano que ninguém parecia notar.

Para Jimin, a felicidade estava nos momentos divertidos que passava com os amigos, nas ideias malucas que vez ou outra surgiam em sua cabeça e até mesmo na excitação que sentia ao fazer tudo o que tinha vontade sem se preocupar se continuaria isso amanhã ou depois ou simplesmente deixaria para lá.

Jimin era assim: cheio de mistérios e inundado de amor.

Olhando pelo rosto de cada amigo em meio àquela roda de velas e doces, ele sugeriu que lessem a lista mais uma vez, agora sem se importarem com a ordem e atentando-se apenas ao nível de divertimento.

Os rapazes se juntaram para reler as opções e refutaram um grande número de brincadeiras, até que Namjoon e Taehyung bateram o olho no item 10, entreolharam-se cúmplices e tiveram a mesma ideia.

— Vocês querem mesmo que a gente tente conversar com espíritos malignos? — questionou Yoongi, ajeitando-se novamente em seu lugar inicial.

Jimin, que, assim como o mais velho, havia perdido no pedra, papel e tesoura, entrelaçava incessantemente os dedos indicadores, prendendo-os um no outro na mesma intensidade em que parecia se forçar a puxar o ar enquanto perdia a respiração.

Como alguém medroso como ele, que jurava ser descrente do mundo espiritual, provaria que tinha tanta coragem quanto dizia ter? Não assumiria em voz alta, mas quando desligava as luzes do quarto para dormir, corria o mais rápido que podia para cobrir os pés e fugir das garras do demônio.

— Você se importa com isso, Mini? — perguntou Taehyung, encarando o nervosismo do amigo.

Jimin olhou para ele, depois para Yoongi, e sentiu o coração disparar. Precisava ser corajoso pelo menos daquela vez.

— Não. Por mim tudo bem. Não acredito em espíritos. — Ele sorriu diante de toda a falsa coragem dita, e Yoongi abaixou os ombros, completamente derrotado.

— Ótimo! — continuou o Kim, com um sorriso travesso nos lábios. — A brincadeira consiste em vocês usarem uma folha de papel, uma vela e proferir as palavras mágicas que enviaremos por mensagem, não é tão complicado!

— E o que exatamente acontece quando seguirmos esse processo aí? — indagou Yoongi.

Namjoon, que até agora observava o medo no olhar do amigo, chamou a atenção dos colegas e começou a explicar detalhadamente como a brincadeira funcionava e para que servia:

— Primeiro, vocês vão escrever em uma folha de papel amassado algo que desejam muito, mas não conseguem conquistar. Seguindo disso, vão colocar uma vela sobre o papel e recitar as frases que enviaremos para o celular de cada um, lembrando que serão frases distintas, porém é obrigatório que vocês leiam ao mesmo tempo. No final, se tudo der certo, ambos irão conversar com uma entidade que esteja disposta a lhes ajudar a realizar seus desejos.

Naquele momento, pela primeira vez em toda a sua vida, Jimin soube o significado da palavra gelar. Ao longo dos anos, baseando-se nos conselhos do pai, Park se moldou em um tipo ideal de homem, segundo Park Kwan, que não tinha medo de nada e era forte o suficiente para proteger aqueles que amava. No entanto, embora parecesse corajoso e não temer nada por fora, Jimin tinha seus medos e seus momentos de fraqueza, os quais sempre passava sozinho, alarmado e com o coração na boca.

No final, quando os momentos de terror cessavam e a calmaria da paz se instalava lentamente em seu peito, ele respirava fundo, sorria e atuava no personagem que criaram para si.

Agora, porém, a situação era diferente e ele não tinha para onde correr, ainda que as pernas formigassem num instinto de defesa, como se lhe dissessem para sair em disparada daquele quarto, deixando para trás todas as promessas que fez aos amigos e a Yoongi.

O medo o consumia aos poucos, o sorriso forçado nos lábios disfarçava a angústia que se situava em seu interior, como se aquele pequeno risco elevado o fizesse, de alguma maneira, sentir-se calmo em relação ao momento apavorante que passaria em poucos minutos.

Em outra ocasião, com outras pessoas, teria negado de primeira e argumentado de diferentes maneiras sobre o quanto aquela ideia parecia ridícula e infantil, mas ali, na frente de Yoongi, sentindo as costumeiras borboletas passearem pelo seu estômago, ele queria ir. Queria ser corajoso de verdade, queria proteger o mais velho e mostrá-lo que estava tudo bem e que ele não precisava sentir medo… só que Jimin estava com medo. Muito medo. Talvez com mais medo que Yoongi, que, encolhido em seu lugar, encarava as próprias mãos cobertas por uma luva lilás e brilhosa.

— Estão prontos? — questionou Taehyung, tirando ambos os garotos de seus conflitos internos.

Jimin encarou os dois pestinhas e em seguida o Min, que parecia esperar uma resposta negativa partir de outra pessoa. Seu peito doeu e ele apertou as mãos em um punho, disposto a ser para Yoongi o que ninguém nunca havia sido para ele: um pilar.

— Estou pronto. Vamos, Guinho?

Hesitante, Yoongi levantou-se aos poucos, incerto sobre o que estava fazendo, se estava raciocinando direito ou agindo como uma criança inconsequente.

No fundo, Jimin queria pegá-lo pela mão, guiá-lo a passos desesperados para fora do dormitório de Namjoon e observar as estrelas com ele, contar histórias de romance e cantarolar as mais belas canções indies que conhecia. Porém, diferente do que queria, Jimin balançou a cabeça na direção da sala em que teriam que ficar presos, com o papel e vela em mãos.

Enquanto caminhavam pelo curto espaço das camas até a porta de entrada do banheiro, um misto de emoções tomava conta dos quatro amigos. Dois deles estavam felizes, animados e com o peito explodindo em euforia, enquanto os outros dois tinham um bolo se formando na garganta na mesma medida em que a mente parecia queimar com tantas possibilidades reais.

Tinha o fato de que talvez fossem violentados por alguma alma penada furiosa, e até mesmo a agonia de permanecerem sozinhos e presos no mesmo lugar, uma vez que há pouco mais de cinco meses os garotos começaram a nutrir um sentimento puro e gracioso um pelo o outro, diferente das emoções que sustentavam pelos demais colegas.

Taehyung passou o braço por volta do ombro de ambos e sorriu, empolgado com a fascinante ideia de se aventurar de forma tão perigosa e carregada de adrenalina. Ele queria ir no lugar dos companheiros e, se pudesse, junto com eles, mas levava a sério quaisquer desafio que se propusesse a fazer e, como havia ganho no pedra, papel e tesoura, teria que se contentar em sentir o corpo arrepiando-se em êxtase apenas pelo lado de fora, com os ouvidos atentos e os dedos formigando.

— Enviaremos a mensagem assim que possível, então se atentem aos celulares — declarou Namjoon, enquanto empurrava cuidadosamente os amigos para dentro do banheiro. — Espero que se divirtam.

A porta se fechou e o silêncio que dominou o ambiente parecia cortar a perna de ambos os rapazes, que pareciam perdidos demais dentro dos próprios corpos para perceberem a armadilha em que estavam presos.

O banheiro era médio, com ladrilhos pretos e tinha um tamanho consideravelmente bom para o banheiro de um dormitório escolar. Na pia, algumas toalhas de rosto permaneciam dobradas uma por cima da outra e cosméticos para tratamento de pele estavam enfileirados. A organização de Namjoon não só chamou a atenção, como também fez Jimin sentir-se um desmiolado.

Ouviram, pelo lado de dentro, quando a porta foi trancada e só restaram eles e a quietação excruciante.

Jimin olhou para Yoongi, inexpressivo, colocou a vela acesa sobre a folha de papel e depois sorriu para ele, reconfortante.

— Vai ficar tudo bem, essas coisas não existem. Quando tudo acabar, você vai ver o quão boba e sem sentido essa brincadeira é.

Yoongi concordou, ainda que no fundo não estivesse totalmente certo das palavras ouvidas. Acreditava em todas aquelas "besteiras" espirituais que Jimin dizia não existir e morria de medo de se encontrar com alguma. O que faria se uma criatura vingativa possuísse seu corpo e o incitasse a cometer as mais terríveis barbaridades? Talvez evaporasse com qualquer mísero resquício de vida ou até mesmo deixasse que todos os segredos podres que mantinha em seu coração saíssem de maneira simples e calma, como se metade deles não significasse nada.

Não tinha psicológico para lidar com coisas obscuras e sobrenaturais, muito menos força para mandá-las embora caso elas gostassem de usufruir da sua desestrutura emocional. Yoongi gostava das lendas sobre fadas e unicórnios, sempre carregadas de beleza e paixão pela vida.

— As idiotices daqueles dois sempre sobram pra gente — proferiu Jimin, uma falsa irritação em seu rosto. — Mas vai ficar tudo bem, nós vamos recitar as palavras, não vai acontecer nada de ruim e então sairemos daqui, completamente ilesos.

Yoongi assentiu e assustou-se quando o celular vibrou em seus dedos finos, a barra de notificação indicando que Taehyung havia lhe enviado as palavras que precisaria ler. “O que será que todo esse conjunto de letras bagunçadas significa?” pensou. Talvez fosse algo realmente sério e bem elaborado ou apenas uma baboseira sem sentido que inventaram apenas para assustá-los.

Jimin, ao bater os olhos na mensagem de Namjoon, sentiu o coração palpitar e as mãos suarem frio. Aquele conselho ao final, aquelas palavras sábias, pareciam tão assustadoras quanto estar trancado dentro daquele banheiro frio.

Ele não tinha coragem de encarar a situação com bons olhos, mesmo que dissesse em voz alta que estava tudo bem. Não estava preparado para lidar com aquele tipo de situação, embora sorrisse a cada segundo para o outro, numa tentativa claramente falha de acalmá-lo e fazê-lo suportar o pouco tempo que teriam de estar ali.

Dois toques apressados foram ecoados através da madeira esbranquiçada da porta e, ainda relutantes, os garotos começaram a ler em voz alta as frases transcritas em suas mensagens de texto. O peito de ambos batia descompassadamente, em uma expectativa desconhecida, feroz e completamente divergente.

As palavras, diferentes, emboladas e em completa dissonância preenchiam o ambiente e era como se eles estivessem à beira de um penhasco, prestes a escorregar, sem escapatória, e o chão fosse o único abraço amigo em que pudessem ser acolhidos.

Diante da pequena sensação de agonia, o primeiro estalo surgiu, seguido de um segundo barulho assustador e ambos pararam sua leitura, entreolhando-se com tremor.

— Você escutou isso, hyung?

Yoongi assentiu: — Sim… Será que está funcionando?

Jimin deu de ombros e olhou para o celular novamente, até que um barulho de suspiro chegou até o local e seus olhos esbugalharam-se.

— Eu quero sair daqui, Jimin-ah… — Yoongi choramingou, olhando fixamente para o mais novo. — Essa brincadeira me pareceu toda torta desde o princípio, você não deveria ter aceitado.

Os lábios do moreno se abriram numa tentativa errônea de se explicar, mas uma voz rouca, grossa e enfraquecida, começou a prosear coisas aleatórias. Os fios de seu braço pularam para cima, e ele olhou para Yoongi encolhido em frente ao espelho.

O que deveria fazer em uma situação como aquela? Como um homem que não tinha medo de nada tomaria as rédeas do problema? Enfrentaria tudo de cabeça erguida, com bravura, ou, simplesmente esperaria o tempo passar enquanto ignorava o fato de talvez estar rodeado de espíritos?

Parecia patético, a única chance que teve em muito tempo de estar perto do garoto que gostava enquanto permanecessem sozinhos foi em uma situação completamente desesperadora, onde o coração de ambos parecia se despedaçar a cada batida fora do ritmo.

Jimin pensou em gritar e chorar de forma que as lágrimas tirassem a dor de ter um bolo de sentimentos entalados na garganta, mas assim que viu Yoongi encolhido no canto da porta, enquanto escondia o rosto em meio às pernas e chorava baixinho, sentiu que tinha ideais mais importantes do que cuidar da própria angústia.

Jimin deixou o celular no chão e aninhou o outro em seus braços, acolhendo-o em um abraço que carregava tantas inseguranças e sentimentos, acariciando-lhe os fios, pouco se importando com o desalinhamento que causava nas asas da fantasia de fada que Yoongi usava.

Sua barriga, fria e inundada de borboletas, fazia-o se esquecer minimamente do medo que se apossava de si. E, inebriado pelo sentimento momentâneo de paz, onde as trevas pareciam não existir e a luz era o amor, ele deixou escapar, com poucas palavras e uma tranquilidade tão doce quanto o cair das estrelas sobre a escuridão da noite, que estava totalmente entregue:

— Sabe, hyung, eu gosto de você.

Subitamente, o pavor deu lugar ao receio. Quantas vezes tivera a oportunidade de se declarar, mas a perdera por medo de ser julgado pelos olhos felinos que tanto amava ou escutar palavras rudes saírem da boca que tanto sonhava em ter junto a sua? Incontáveis tipos de apreensão preenchiam sua mente quando pensava em declarar-se para Yoongi, mas ali, vendo que as palavras saíram tão rapidamente de dentro do seu peito e o peso nas costas pareceu cessar, Jimin sentiu-se mais aliviado do que nunca. Estava livre das grades que prendiam seu amor, só restava agora lutar contra o que quer que Yoongi sentisse em relação a seus sentimentos.

Passeou as mãos pelos braços desnudos do mais velho, que tremia como um pinscher molhado em uma noite fria, e sentiu-se arrepiar quando este passou as mãos por suas costas e o trouxe para mais perto. Era um abraço quente, onde o coração de Jimin parecia rasgar-lhe o peito para escapar do corpo e as gotas de suor desejarem inundar seu inexpressivo e paralisado rosto.

— Eu também… — Yoongi sussurrou, a cabeça escondida entre o peito de Park.

Jimin ficou calado, mergulhado e aprisionado em seus próprios palpites, quando sentiu o tecido da sua fantasia ser agarrado com força e viu Yoongi levantar o olhar até si.

— Eu também gosto de você. Gosto muito.

O ar pareceu faltar nos pulmões do mais novo, e ele pôde jurar que sentiu o coração tremer diante das palavras que ouviu. Sempre acreditou que o amor funcionava de forma contrária ao que desejamos e conformou-se com o tempo que Yoongi nunca o amaria do mesmo jeito que ele o amava, mas havia acabado de ouvir que estava errado e aquilo lhe causava arrepios.

Seus olhos, tão perdidos quanto a coragem anteriormente sentida, passearam pelos ladrilhos na parede enquanto buscava um assunto diferente para cortar o clima estranho, no entanto, teve seu rosto delicadamente virado em direção a seu hyung, que o encarava com seriedade.

Nos olhos escurecidos daquele que lhe segurava gentilmente, pôde ver um brilho sincero, e um arrepio percorreu sua espinha quando se deu conta de que ele tinha as pupilas dilatadas.

— Park Jimin, eu gosto de você. Gosto mesmo, de verdade, sem brincadeira nenhuma.

— D-desde quando? — Odiou-se por ter sido a única coisa que conseguiu responder.

Yoongi cobriu os lábios para esconder o sorriso sapeca que insistia em aparecer e olhou o outro com carinho.

— Desde o acidente com os bolinhos de chuva. — Riu com a expressão descrente de Park. — Você é um desastre cozinhando, mas tem uma energia tão boa e positiva que eu não consigo resistir. Tenho vontade de te abraçar hoje como se o mundo fosse acabar amanhã.

Naquele momento, era difícil conseguir focar em um só acontecimento e o peito juvenil de Jimin encobria-se se sentimentos variados; a felicidade predominava seus lábios fartos e bem desenhados.

Saber que era correspondido depois de tanto tempo forçando-se a segurar a forte amizade que tinha por entre os dedos era como flutuar nas nuvens e sentir, pela primeira vez, o que era estar com o espírito leve. Ali, perdido nos braços de seu hyung enquanto sentia uma imensa vontade de beijá-lo, Jimin esqueceu-se de onde estava e o que estava acontecendo.

Os barulhos por trás da porta continuavam, mas admirar um ao outro enquanto o universo parecia minúsculo dentro daquela bolha imersa de carinho, parecia dez vezes mais seguro do que se envolver com espíritos.

Divagando entre seus medos e vontades, Jimin levou as mãos até o rosto de Yoongi e o viu fechar os olhos. Acariciou a pele pálida com o polegar e suspirou quando o outro começou a se aproximar, próximo o suficiente para que sentisse a respiração quente misturar-se com a sua.

Era o marco da sua felicidade: beijar o garoto que amava enquanto podia confiar que era amado de volta, na mesma intensidade e com a mesma verdade que transmitia. No entanto, suas doces expectativas despencaram quando a porta foi aberta e seus dois amigos, Taehyung e Namjoon, soltaram um grito surpreso ao verem os dois tão próximos e desligados do mundo real.

Não se afastaram de imediato, demoraram para perceber a real situação e quando a ficha finalmente caiu, ambos não sabiam onde se enfiar com as piadas de mal gosto dos colegas. Namjoon dizia já saber e até apoiar e Taehyung provocava relatando que nunca imaginou um casal tão diferente e estranho junto, mas que se sentia feliz pelos dois.

Naquela noite de Halloween, onde as histórias de terror não causaram medo e um desesperador desafio no banheiro se tornou o topo de um romance adolescente, os quatro amigos perceberam que tudo tinha uma essência e que no Dia das Bruxas muita coisa era possível.

Como, por exemplo, uma fada se apaixonar por um vampiro e ambos dividirem um só coração.


~~


Notas finais: E aí? O que acharam? O Halloween é visto de maneiras diferentes em várias crenças e lugares, achei super interessante essa visão dos celtas sobre ele, e vocês?

Até a próxima ;D


27 октября 2021 г. 20:43 0 Отчет Добавить Подписаться
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