Leitor, queria eu lhe dizer que sou uma escritora apaixonante, capaz de lhe entregar mais de mil palavras e lhe fazer desejar entrar no meu mundo encantado para assim ser feliz, mas não sou uma escritora apaixonante, muito pelo contrário muitas vezes o que entrego é cru, nem um pouco emocionante, gosto de imaginar que faço isso de propósito para não deixar mentes sonhadoras irem além e conseguirem achar nem que seja o mínimo de encanto em sua triste realidade, sendo assim, lhe dizendo que não sou nenhum pouco intrigante ofereço-lhe minha história e cabe a você, querido leitor decidir se a essa pobre aspirante a escritora irá se prender, ciente de sua responsabilidade convido a conhecer a história do silêncio, o velho e o novo.
O velho disse algo, disse que o silêncio grita, o novo espantado com tanta contradição recusou-se escutar, o velho vendo tanta negação por parte do novo passou a conversar consigo mesmo, sempre afirmando quando podia, aos plenos pulmões que o silêncio gritava.
Ora, que velho louco, o novo pensava, sempre retrucando o que lhe era dito, como poderia sair tanta mentira dá boca do velho, como ousava ele enganar um ser tão esperto como o novo, que via, ouvia, sentia e falava com tanta clareza e desenvoltura, o silêncio não gritava, não poderia.
Esse embate ocorreu diariamente, o velho sempre gritando que o silêncio gritava, e o novo sempre se opondo a esse delírio que o velho afirmava.
Foi assim até o momento que o velho não estava mais lá para gritar, nesse momento o silêncio gritou, e como gritou.
Como o novo buscou, buscou pelo velho, buscou pelo barulho que ele fazia, buscou por tudo que lhe preenchia os ouvidos, mas tudo que encontrou foi o bendito silêncio, silêncio este que se viu tão bem camuflado no dia a dia, entre respirações, breves pausas de conversas, uma porta se fechando e até mesmo um breve sussurro de boa noite antes de adormecer, tudo isso havia desaparecido.
Uma compreensão veio, veio de maneira tão amarga, então o novo se sentiu um pouquinho mais velho, agora só, espera, só não, havia aquele companheiro invisível que lhe gritava, sim, agora ele e o silêncio se fizeram companhia e se trouxeram sabedoria.
O novo, mais velho agora, apenas sentou-se e esperou, enquanto se via na espera daquilo que nem fazia ideia do que viria, finalmente percebeu que além de não saber escutar, ele não sabia ver, sentir ou falar, e em sua longa espera, em seu envelhecimento foi aprendendo, quando se deu conta já era velho e em sua frente, olhando para si, havia um novo, sorriu para aquela criatura que tinha tanto a aprender e disse:
O silêncio grita!
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