fernandailusao Fernanda Ester

Como um poderoso mago ajuda um solitário príncipe a virar rei.


Фентези эпический Всех возростов. © imagem do Pixabay: https://pixabay.com/pt/photos/noite-lua-allg%c3%a4u-montanhas-alpes-4702174/

#32816 #fantasia #fantasy #rei #dragão #mago #magia #realeza #épico
Короткий рассказ
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O Mago e o Príncipe

Ele chegou numa noite dessas chuvosas. Eu o vi entre os clarões de raios. Uma figura que eu já conhecia de muito tempo, um alguém que eu sempre temi. Ele, diferente de todos os outros detentos, não se debateu entre os braços dos guardas e apenas andou poucos passos à frente, como se já soubesse de seu inevitável destino; uma cela velha de uma prisão também velha. O jovem entrou em sua cela com classe e não olhou, nem gritou, nem pediu por misericórdia dos guardas, sabia ele; era inútil. Tudo o que pude ver pelos clarões dos trovões, era seu sorriso ardiloso no canto dos lábios. Sabia eu, que aquele ser não era tão humano quanto o restante de nós. O que me assustava era o fato de até ele estar aqui, preso ao meu lado. Ele me encontrou, mesmo após tantos anos escondido aqui. Eu o temia de muitos anos, e agradeci aos Deuses por vir parar nessa prisão, ao menos estaria longe dele. Mas parece que os Deuses brincam com aqueles que se desesperam. Sua cela ao lado da minha, é a menor de todas, e o buraco da parede mal dá para se chamar de janela. Ele se sentou no canto, e de lá começou a rir sozinho e assim ficou por pouco mais de dois dias. Meu mais novo colega esperou dias até abrir os lábios para sussurrar alguma coisa após tomar seu único gole d’agua do copo também imundo. Ele não é lá muito humano.


— Você precisa sair daqui — ele sussurrou não se importando com quem pudesse ouvir, mas sua voz acendeu uma faísca em meu peito

— É impossível. — eu disse com a voz fraca
— Você não entendeu, Landolf. — o ser se lembrou do meu nome — Não é um simples desejo meu, é uma condição. Chegou o momento que aguardei por toda a minha vida.

— O que você está fazendo aqui, Arkin? — minha voz treme de medo, ele me encontrou.

— Não vê? — ele esboçou uma expressão em seu rosto quase sempre maldoso — Finalmente consegui te encontrar.

— Não dá para escapar desse lugar, essas paredes são a provas de nossas magias. Não percebeu que todos aqui são outros magos capturados? — lamentei.

— Você não me engana, Landolf. — ele gargalhou para toda a prisão nos ouvir — Nenhum mago fora da lei que se preze deixaria ser capturado. Você se escondeu de mim e levou junto algo meu, e vai morrer aqui se não me ajudar, todos vocês vão. E eu não morrerei aqui por respeitar minha natureza.

— Sua natureza, meu príncipe? — meus pulmões não permitiram uma forte risada como a dele — Se transformar num ser mortal e assustador? Essa é sua natureza?

— Vejo que o tempo lhe fez mal, mago. — ele suspirou — Se passou mais de quinze invernos de seu sumiço. É um milagre te ver vivo.

— Eu não conto mais o tempo. — digo — Onde estão seus poderes, príncipe Arkin? Como você deixou ser preso?

— Os guardas da rainha são ridículos. — ele respondeu com um riso

— Yanna? Ela está viva ainda? — me assustei — Ela deve ter mais de cem anos! Como você ousa enfrentar sua prima outra vez, Arkin?

— Você morrerá aqui, não entendeu? Todos estão morrendo. Aos montes! Os detentos que pisam aqui para passarem vinte dias, passam vinte anos. Os famintos aguardam meses por uma pequena caixa de alimentos, as crianças não podem brincar em segurança pelas nossas ruas. Yanna está transformando esse lugar num inferno. Ela pretende trazer nossos ancestrais de volta a vida. A vida Landolf! Ela tem um mago daqueles de necromancia com ela, cara! Isso é terrivelmente assustador, você já imaginou meu pai morto há mais de trinta anos de volta? Falando bom dia? É um insulto! — o príncipe debate com o peito estufado — Eu preciso mudar isso, e preciso de sua ajuda, Landolf. Eu já perdi todos a minha volta. Eu perdi meu único irmão semana passada. Lucius se foi e você é minha última esperança.

— Eu sinto muito Arkin. — levei a mão ao peito, Lucius era alguém bom. Alguém melhor que Arkin — Como aconteceu?

— Yanna! — ele sacudiu as grades da cela — Ela o capturou e o assassinou sem nenhuma piedade! Eu preciso honrar a memória dele.

— Você tentou tirar a sua prima do poder antes e sempre falhou, desista. E Yanna sempre gostou de assuntos pós vida, ressurreição é algo do interesse da rainha há muitos anos.

— Ela não pode fazer isso, Landolf! — ele respondeu ríspido — Meus pai, minhas tias e meu falecido irmão serão o que? Fantoches apodrecidos na mão de minha prima gananciosa?

— Olhe Arkin, isso está fora de meu alcance. Eu estou aqui há muitos anos. Aceite seu destino, não há como escapar daqui. — me encolho ao fundo da cela úmida após uma forte passagem de vento.

— Você ainda está com meu colar, ladrãozinho? — ele sorri.

— Estou. — disse — Estou aqui por roubar aquela porcaria de você.

— Ótimo, ele é parte de nosso caminho. — o príncipe arruma seus cabelos para trás e se ajoelha — Se você tentar fugir eu não lhe darei outra chance.


Eu sabia do que Arkin era capaz, eu o conheço desde a infância. Mas o jovem que observou nossa conversa assustado, não entendia o porquê do príncipe se ajoelhar e começar a segurar um agudo grito de dor. Arkin socou o chão com sua dor e ódio não passageiros, e deu um grito qual todos os guardas já temiam. Seus cabelos se alongaram, e das suas mãos se formaram patas com unhas tão afiadas que lembravam lanças reais. Sua calda passou entre as grades da cela, e sua cabeça comprida com sua larga mandíbula anunciaram a chegada do nosso resgate. Um resgate bem temido por mim, que vim parar nessa prisão apenas para fugir desse infeliz. Arkin se tornou pequeno para sua cela e fez seu portão em pedaços. Um forte e esbelto dragão dourado se fez presente entre os corredores minúsculos da prisão imunda, então o príncipe deu três passos para trás e voou em direção a pequena janela de sua antiga cela e a destruiu em pedaços, se libertando da mínima morada.


— Pelos Deuses! — o jovem mago desmaiou na cela da frente.


Não era novidade para ninguém que o príncipe mais velho do falecido rei alcança os céus há vários anos sempre que deseja, então a maioria dos detentos se alegrou com o feito, mas, uma parte lamentou, e eu não fiz diferente. Arkin após circular a construção da prisão, ganhou distância e voltou destruindo todas as paredes que nos prendiam e pela primeira vez em quinze invernos, eu senti o vento fresco da noite. A cidade estava menos iluminada, o céu estava repleto de estrelas, mas os vilarejos estavam devastados, as construções caídas e tudo ao seu redor lembravam uma cidade abandonada. O príncipe que carregava sempre o ódio e o desespero com seus fiéis aliados, não cessou sua destruição assim. A prisão está repleta de ladrões, mercenários, assassinos e tudo o que o mundo tem de ruim, mas se todos eles fossem inimigos de Yanna Doragon, a prima de Arkin, para ele estava tudo bem. Todos os meus vizinhos de cela se atiraram contra o abismo, e logo se salvaram com suas poderosas magias. Ru assisti todo o presidio correndo enquanto os guardas choravam assustados pelo príncipe criador de tanto medo. Arkin pairou com suas asas na minha frente, o animal de cor dourada iluminava a noite como uma vela acesa. Arkin me estendeu uma de suas patas, e com muita relutância, aceitei a ajuda interesseira do príncipe. Eu nunca tinha visto o chão de tão longe, as flechas passavam por nós em alta velocidade, mas, eram incapazes de nos tocarem, pois Arkin era mais rápido que o vento. As cornetas da cidadela soaram, os portões se fecharam, e a população se escondeu. A presença de Arkin não era querida por ninguém, nunca foi. O príncipe voou sobre os portões fechados, sob flechas e lanças arremessadas, a cena não foi bonita para mim, que estava preso entre suas afiadas unhas. Ele voou até a praia de nosso reino e me soltou próximo ao chão e se desfez de sua forma ainda nos céus, caindo logo após.


— Você se enfiou na velha prisão apenas para me trazer de volta? — pergunto.

— Eu não tenho mais ninguém. — ele respondeu recuperando ar.

— Arkin, seu colar. — me ajoelhei perante ao príncipe cansado e levei minhas mãos ao alto, e trouxe o seu colar abençoado o retirando de minha morada há meio mar daqui utilizando magia, ah, como é bom usar um poder após tantos anos.

— Você continua bom. — Arkin pegou o colar de minhas mãos.

— Eu sou procurado em todos os cantos do mundo, é melhor eu ir pegando estrada. — me ergui e observei Arkin admirando o colar como um ente querido há muito tempo não visto.

— Você tirou isso de mim, Landolf. — Arkin diz sorrindo — Se não fosse por ti, minha prima teria o encontrado e agora eu estaria perdido. Vamos, temos que tirar Yanna do meu trono. É melhor do que passar mais quinze anos na cadeia, não é mago? — ele pressiona a voz e coloca seu colar sob seus ombros. Uma fraca luz o abraça, era seu escudo. Com isso nada o atingiria, nem mesmo os criadores do mundo e de tudo o que habita nele — Vamos?


Ele novamente se fez em sua forma de um dragão de mais de trinta metros e me estendeu a pata outra vez. Como o príncipe pediu, eu fiz. E Arkin voou na altura das nuvens. O antigo castelo de Yanna que do chão arranhava os céus, agora diante das nuvens ele parece pequeno, ou não tão assustador. Arkin tem um milagre junto a si, ele alcança o céu. O príncipe então invadiu o grandioso castelo repleto de guardas com sua fúria, e destruiu metade de uma torre inteira, e eu, coloquei fogo com minhas próprias mãos, as mesmas mãos que um dia juraram proteger essa nação com minha própria magia, mas, com Arkin eu destruí metade de um castelo. O fogo ficou tão alto quanto a própria construção, e Arkin que voava entre as chamas, gritava de alegria com seu alto rugido. Então o príncipe avançou contra um vitral no alto de uma torre um pouco distanciada e estilhaçou o vidro enfeitado em milhares de pequenos pedaços.


— É ele... — a rainha se levantou de seu trono assustada — Pelos Deuses, Arkin!

— Landolf! — uma mulher de verde se aproxima com a fúria visível as olhos, então me solto de Arkin para o chão e a encaro — Porque eu não me espanto? Você ao lado de Arkin é bem previsível. — ela ri — Você quem ateou fogo em todo esse lugar! Sabe quantas pessoas morreram?

— Eu vim ajudá-lo. — me defendi, eu a conhecia.

— Passou quantos anos na prisão por roubar o amuleto dele? — ela estendeu a mão com uma forte luz azul — E aqui está você!

— Eu tirei o amuleto dele pois sei do que ele é capaz. — uma luz azul e gélida veio em minha direção e consigo me defender com um escudo conjurado por pouco.

— E agora você o devolveu? — Hanna estende a mão esquerda e conjura um cajado médio e lança três flechas encantadas contra mim.

— Eu não ganhei nada por tirar o mundo dele, então o devolvi. — me livro da armadilha mágica da poderosa sacerdotisa e encanto a mente dela com um feitiço, fazendo com ela desmaie rapidamente.


A briga entre Yanna e Arkin não estava nada bela, e ele como sempre levava a pior. A rainha investia com sua espada na direção do próprio primo o acertando na região da bochecha. Arkin em sua forma humana, investe na prima uma espada encantada em puro gelo e falha a cada ataque. Entre o habilidoso duelo familiar, avisto a sombra homem surgindo de trás do príncipe com uma chama na mão, e no segundo em que Arkin seria atingido por aquelas terríveis chamas, faço um escudo ao seu lado, e atraio a mente daquele ser para minha direção. Ele veio cambaleando e bem ciente que havia sido pego numa armadilha de mentes. Ele é o necromante?


— Você... — ele sacode a cabeça — Você é um dos nossos? Landolf, o mago das ilusões?

— Eu era... — disse com lamento — E tudo o que recebi foi o exilio.

— Entenda Landolf... — o homem tenta se livrar de minha magia — Arkin não pode herdar o trono, e trazer de volta a vida dos entes queridos do passado é a única solução que temos! Arkin destruirá tudo, ele é o fim para todas as coisas!


Eu sabia disso, sempre soube.


O mago atirou contra mim uma grandiosa chama, deixando um rastro imenso pelo chão, como se fossem cobras de fogo. Ele era como eu, mas quinze anos são quinze anos e eu nunca os terei de volta, ah minha juventude perdida. Com um deslize para o lado e um segundo de vantagem, encantei a mente do mago a voltando contra sua rainha, que agora estava em desvantagem alarmante.


— Desista Yanna! — gritei — Seus magos são meus!

— Como? — ela puxa Arkin pelos cabelos e investe de maneira falha sob sua garganta.

— Não foi difícil. — deixo que Hanna se erga ainda sob efeito de meus poderes — Você deveria ter gente melhor ao seu lado. — os dois agora de olhos bem abertos se voltam contra sua rainha com ar enlouquecido.

— O melhor esteve preso por um tempo, eu vejo. — ela ri e num piscar de olhos arremessa uma lança bem no peito do príncipe, que perde a firmeza dos joelhos e caí sobre eles — Primo, oh primo! — Yanna gargalha ao ver o príncipe cuspindo sangue e gastando suas forças para retirar a lança de si. Arkin com um forte grito retira a arma por completo de seu interior e se ergue se apoiando pelas paredes quase escorregando em sua própria poça de sangue sob seus pés.

— Eu... — ele sorri com os lábios ensanguentados — Eu tenho o melhor mago comigo. — e tira de debaixo da camisa, seu colar brilhando com uma forte luz — Ele me forjou um item digno dos Deuses. O que seus magos lhe deram, rainha? Seus antepassados ainda não caminham junto a ti, porque então não se junta a eles?

— Você recuperou seu colar que o torna imortal? — a rainha se irrita — Porque só você pode provar da imortalidade? Porque nossos antepassados não? Porque eu não, Arkin?! — Yanna soca a parede com o punho fechado.


O príncipe que assume a forma de dragão a hora que sempre deseja, arremessou sua espada na própria prima a congelando por completo em poucos segundos.


— Você fez falta, Landolf. — ele sorriu orgulhoso de seu feito.

— Você enfim é rei. Que os Deuses iluminem nossos caminhos, meu amigo.

21 октября 2021 г. 18:52 1 Отчет Добавить Подписаться
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Об авторе

Fernanda Ester Olá, me chamo Fernanda! Tentando ser escritora! Adoro fazer novas amizades, então se quiser pode me chamar! Amo aventuras de tema medieval e épico, quanto mais dragões, espadas, capas, melhor! - Eu costumava ser aventureira, então levei uma flechada no joelho.

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Lucas Lira Lucas Lira
É impressionante como em pocas linhas, sua história consegue nos passar um musto de emoções. Confesso que estou boquiaberto com tamanho talento. O principe e o mago é aquele tipo de história que você começa a ler com muita empolgação, e termina um tanto triste, por querer ver mais daquele universso. Meus simceros parabens
~