14 de Junho, 2014
— Porra! — A voz de Baekhyun ecoou por todo o apartamento, a camisa encharcada graças à maldita torneira com defeito; ele podia sentir as mãos queimando por causa da água fria enquanto tentava impedir que jorrasse ainda mais.
E pensar que ele havia acordado de bom humor naquela manhã.
— Eu disse que devíamos comprar uma torneira nova, mas não... — Ele murmurou, tentando pegar um dos panos de prato na bancada ao seu lado. — Ele gosta de continuar consertando e consertando. — Pegando agressivamente o pano de prato, ele lutou mais uma vez para amarrá-lo na alça da torneira, de onde a água estava saindo. Depois que ele terminou, sua camisa estava ainda mais molhada do que antes e, como um bônus, sua franja também pingava água. — Aquele merdinha.
Na verdade, ele nunca avisou aquilo diretamente para seu colega de quarto e ele nunca poderia, honestamente. Por causa da condição de Chanyeol, Baekhyun nunca pôde encontrá-lo fisicamente e, como Sehun disse, ele também era muito tímido para enviar uma mensagem a ele. Então, como amigo em comum, Sehun é seu mensageiro e Baekhyun tem certeza de que ele nunca disse a Chanyeol sobre seu desejo de comprar uma nova torneira. Então, tecnicamente, não é culpa de Chanyeol, mas de Sehun.
— Chanyeol! A torneira está quebrada novamente e desta vez é uma emergência. — Baekhyun gritou, para que o outro pudesse ouvir de dentro de seu quarto, enquanto ele saía da cozinha e caminhava em direção ao seu próprio para trocar de camisa. A pequena improvisação que ele fez com o pano de prato não parecia estável e a torneira parecia prestes a explodir, mas Baekhyun estava cansado demais para se importar.
Seus quartos ficavam na frente um do outro e, quando ele cruzou o corredor, havia apenas silêncio vindo de dentro do quarto de Chanyeol. Ele nunca respondia diretamente. Talvez Baekhyun estivesse tendo um dia ruim e, por esse motivo, o silêncio de Chanyeol o irritou como nunca.
Fechando a porta atrás de si, ele sentiu como se finalmente pudesse soltar todo seu cansaço em apenas um suspiro.
Quando Sehun o ofereceu para ser colega de quarto de um cara com fobia social, no ano anterior, Baekhyun imediatamente concordou; afinal, como poderia negar? Era barato, um pouco mais perto do hotel onde ele trabalhava e ele nunca teria que se encontrar com seu colega de quarto. Quer dizer, quem rejeitaria tal oferta? E foi incrível nos primeiros meses, a rotina era praticamente perfeita: Baekhyun sempre saía de manhã cedo para suas aulas então Chanyeol levantava, limpava o apartamento e preparava o almoço, saía para as aulas ou se trancava em seu quarto e Baekhyun estaria de volta ao meio-dia. Ele almoçava, lavava a louça e fazia seus trabalhos, e, após Baekhyun sair para o trabalho, Chanyeol saía de seu quarto ou voltava da faculdade. Ele limpava e arrumava um pouco mais e depois preparava o jantar. Quando Baekhyun voltava, às onze da noite, Chanyeol já estava dormindo.
Essa rotina funciona maravilhosamente bem para eles e, quando Baekhyun tinha um dia de folga, passava suas tardes na biblioteca da universidade. Já que o apartamento pertencia a Chanyeol e ele nunca saía de seu quarto quando seu colega estava lá, ele não gostava sentir que estava limitando os movimentos do outro. Mas, ultimamente, ele percebeu que essa rotina não funcionaria para sempre, pois a falta de comunicação entre eles estava começando a afetar sua convivência.
Sehun não era uma máquina, então não era difícil ele esquecer de repassar suas mensagens. Já perdeu a conta de quantas vezes nas últimas semanas o mais novo se esqueceu de repassar a lista de compras de Chanyeol para que ele pudesse comprar o que precisava para a próxima semana. Sem mencionar o problema da torneira. Contudo, Baekhyun não culpava o colega por isso, muito menos colocava culpa em sua condição por todos esses problemas de comunicação. Ainda assim, ele pensava que deveria haver uma maneira melhor de superar esses obstáculos, mesmo que nenhum dos dois fosse dar ouvidos a suas súplicas
Ele não gostava de ficar pensando sobre esse assunto, sempre lhe dava dor de cabeça.
Jogando sua camisa molhada em um canto aleatório do quarto, ele estava prestes a abrir as portas de guarda-roupa quando uma notificação em seu telefone chamou sua atenção.
Sehun
Yeol pediu que você deixasse o apt para que ele pudesse consertá-lo
13h23
Eu
Por que?? Eu posso apenas ficar no meu quarto
13h25
Sehun
Fora.
13h25
E com isso, Baekhyun chegou ao seu limite.
Ele ia falar com Chanyeol, e eles iriam conversar. Precisavam dar um jeito naquela situação e se não fosse o Byun a dar o primeiro passo, eles não iriam a lugar algum.
— Vou esperar lá fora, Chanyeol. Quando terminar, basta bater na porta. — Ele disse assim que saiu do quarto. Ele não conseguiu esconder o aborrecimento em sua voz.
Com passos fortes, ele marchou em direção à porta, abriu e fechou-a novamente. Rapidamente, pulou atrás do sofá e ficou imóvel.
"Deus, o que diabos estou fazendo?"
Ele imediatamente se arrependeu da ideia, não deveria fazer isso com seu pobre colega de quarto; Chanyeol certamente teria um ataque de pânico se o visse lá e Baekhyun não seria capaz de ajudá-lo. Sehun ficaria furioso ou, pior ainda, iria chutá-lo para fora do apartamento e nunca mais falaria com ele por deixar seu amigo traumatizado pelo resto da vida. O pensamento de ter que enfrentar um Oh Sehun furioso lhe causava arrepios e foi só então que ele percebeu não ter vestido uma camiseta.
Não só traumatizaria seu colega como seria taxado de pervertido também.
Assim que ele estava prestes a se levantar para realmente sair do apartamento, ele ouviu a porta de Chanyeol se abrindo e voltou a ficar imóvel.
"Merda, merda, merda, merda, merda..."
Baekhyun odiava o quão impulsivo ele era às vezes. Se ele parasse para pensar sobre isso, provavelmente existiam muitas outras maneiras de falar com seu colega de quarto que não envolvesse traumatizar o cara ainda mais.
Ele ouviu os passos de Chanyeol vindo do corredor e indo direto para a cozinha, então algo foi colocado no chão e não demorou muito para que ele começasse a ouvir os ruídos metálicos das ferramentas. Ele precisava se esconder em outro lugar sem ser notado por ele, porque, no momento em que ele fosse até a porta para bater, ele o veria lá.
“Por que eu sou tão estúpido? Existem maneiras melhores de lidar com pessoas neurodivergentes, Baekhyun.”
Se ele conseguisse levantar-se silenciosamente de trás do sofá e, furtivamente, atravessar a sala de estar para o corredor, ele poderia se esconder no banheiro de visitas, já que a porta fica sempre aberta. Era a sua melhor chance, e ele acreditava que não demoraria muito até Chanyeol terminar de consertar a torneira. Ele era muito habilidoso.
Enquanto pensava em suas opções, ele começou a prestar atenção em Chanyeol. Ele cantarolava uma música desconhecida para Baekhyun, e o mesmo sentiu arrepios por todo o corpo. Que porra era essa voz? Baekhyun não era especialista em música ou canto, mas ele era um admirador de cantores habilidosos.
E Chanyeol, definitivamente, era um.
O outro nem estava cantando de verdade, apenas cantarolando alguma melodia aleatória, mas Baekhyun estava em transe. Foi tão reconfortante que, quando percebeu, já estava olhando para ele por cima do sofá.
Ele não podia dizer que não ficou surpreso.
Por diversos motivos, ele nunca soube como era a aparência de Chanyeol, ele não tinha contas nas redes sociais e Sehun se recusou a mostrar a ele qualquer foto dele, então Baekhyun só podia contar com sua própria imaginação.
Mas ele definitivamente não esperava isso.
O homem parado na cozinha era alto — ainda mais alto que Sehun, quem Baekhyun considerava a pessoa mais alta que ele conhecia. Seu cabelo era um punhado de mechas bagunçadas e podia ver suas orelhas despontando por entre os cachos. Chanyeol estava vestindo uma camisa cinza escura e uma calça de moletom preta, mas havia algo que não conseguia parar de cobiçar.
As costas dele.
Seus ombros eram largos e tudo que Baekhyun conseguia pensar era em como seu rosto se encaixaria perfeitamente entre as suas omoplatas.
Estava tão frustrado que poderia socar Sehun por esconder seu amigo dele. Pessoas altas eram o seu tipo. Sua bunda bissexual não resistia às chances de enfiar o rosto no peito de uma garota ou um cara alto. Senhor, agora ele precisava saber se Chanyeol era um "homem de peitões".
Seu colega de quarto parecia estar com as mãos ocupadas enquanto consertava a torneira e podia imaginar que elas também eram grandes como todo o seu corpo era. Deus, será que ele poderia cobrir todo o rosto de Baekhyun com elas? Ele precisava saber!
"Pare de ficar babando por ele, Baekhyun, ele provavelmente fugirá no momento em que vir você."
Ele respirou fundo, tentando acalmar seus hormônios. Ele ainda precisava sair dali antes que tudo piorasse.
Mas assim que ele estava prestes a se mover, Chanyeol suspirou alto, fazendo-o congelar no lugar. Parecia que ele tinha terminado de consertar a torneira. Baekhyun observou com cautela enquanto ele abaixava suas ferramentas e enxugava a água de seu rosto com a gola de sua camisa e quando finalmente teve um vislumbre de seu perfil sentiu seu estômago afundar.
"Eu estou condenado."
Chanyeol era fofo. Muito fofo.
Seu rosto não era simétrico como o de Sehun, seu nariz era um pouco grande, seus olhos eram muito arregalados e seus lábios muito carnudos. Deus, tudo era grande naquele homem? Suas bochechas eram tão apertáveis que Baekhyun não conseguia parar de olhar para ele.
E, por esse motivo, levou tempo para ele perceber que Chanyeol, agora, estava olhando para ele, seus olhos ainda mais arregalados, como se estivessem prestes a cair de seu rosto. Isso também fez os olhos de Baekhyun se arregalarem ao notá-lo olhando para ele. Ele percebeu que o peito de Chanyeol começou a se mover rapidamente, em um padrão irregular, os olhos começando a lacrimejar.
— Oi... — Isso foi tudo que saiu da boca de Baekhyun.
Chanyeol se moveu tão rápido que ele quase não viu quando se agachou, escondendo-se sob o balcão. Era incrível como alguém tão grande quanto ele conseguia se mover tão rápido.
"Eu estraguei tudo."
Agora Baekhyun era quem estava começando a entrar em pânico. Ele fez muita merda, não havia como ele ser perdoado por isso, ele quebrou a confiança de Chanyeol — e, possivelmente, a de Sehun, se ele viesse a saber sobre isso. Baekhyun certamente seria expulso do apartamento, perderia seu melhor amigo e seu possível futuro namorado.
— Sinto muito, Chanyeol... Deus, eu sou realmente estúpido. — gaguejou, finalmente saindo de trás sofá. — Eu vou embora, ok? — Ele já estava caminhando em direção à porta da sala, sabendo que Chanyeol só iria se acalmar quando ele saísse.
— Por favor, não saia. — Assustou-se não somente com o tom de voz grave que saía do rapaz como também com o pedido dele.
Baekhyun ficou parado, sem saber ao certo o que deveria fazer. Ele não podia consolar o outro por motivos óbvios, assim como não podia ir embora por causa do pedido do outro. Ficar parado também não ajudaria, ele estava em um impasse.
Após alguns minutos ouvindo a respiração pesada de Chanyeol, Baekhyun decidiu tentar fazer algo.
— Você quer que eu ligue para o Sehun? — perguntou bem baixinho para não assustá-lo, mas sua pergunta ficou sem resposta.
“Eu não posso simplesmente ficar aqui.”
Lentamente, ele entrou na cozinha, tentando fazer seus passos os mais leves possível, e aproximou-se de Chanyeol, sentando no chão ao lado dele, mas a uma distância segura para não piorar a situação.
— Sabe... — Ele começou. Falar era sua melhor arma, talvez se ele começasse a divagar sozinho ele pudesse o distrair do que quer que estivesse passando por sua cabeça. Pelo menos, foi o que ele pensou. — Você é muito mais alto do que eu esperava. Quer dizer, eu nunca pensei que Sehun faria amizade com alguém mais alto do que seu próprio ego. — Ele riu sozinho, mas por algum motivo seu comentário fez Chanyeol tremer ainda mais. Baekhyun suspirou, derrotado.
— Me desculpe, Chanyeol, eu não deveria ter enganado você, foi errado da minha parte e me sinto uma pessoa horrível por dar gatilho na sua ansiedade. — Ele passou a mão pelo rosto, desejando que alguém lhe desse um soco naquele momento. — Eu realmente precisava falar com você, mas deveria ter pensado em uma maneira melhor de fazer isso. — Um grunhido soou do fundo de sua garganta. — Vou dizer de qualquer maneira, já que você provavelmente vai me expulsar e Sehun vai me odiar para sempre. — Ele apoiou a cabeça na parede atrás dele e olhou para o teto. — Só acho que deveríamos tentar encontrar uma maneira melhor de nos comunicarmos. Sehun não é perfeito e acho que sua falta de comunicação está começando a afetar nossa convivência. Quero dizer, no fim de semana passado ele se esqueceu de me dizer que precisávamos de mais do seu cereal favorito, e agora? O que você está comendo no café da manhã? Isso é inaceitável para mim. — Ele quase rosnou com isso, disfarçando em seguida com um pigarro. — Eu realmente queria fazer amizade com você para que pudéssemos tornar tudo mais fácil, mas isso não é fácil para você e não queria forçá-lo, como acabei de fazer agora. Acho que se pudéssemos trocar mensagens, já seria o suficiente. Você não acha? — Ele se virou para olhá-lo, apenas para perceber que Chanyeol já o fitava.
O mais alto foi rápido em esconder o rosto novamente e Baekhyun pôde sentir um sorriso surgindo em seu rosto. Embora isso parecesse uma coisa boa, a respiração dele ainda estava irregular e seu corpo tremia.
— Parece que falar só está piorando as coisas, né? — Ele levantou. — Desculpe, vou pegar um copo d'água com açúcar para te ajudar a se acalmar, ok?
Baekhyun caminhou em direção à pia e encheu um copo com água da torneira — a torneira que, desta vez, não esguichou água nele.
— Sabe, você é muito diferente do que eu esperava. E isso é um alívio, honestamente. — Ele continuou falando sem perceber enquanto pegava o açúcar em uma das gavetas. — Já que Sehun nunca me deixou ver uma foto sua, achei que você seria estranho, não sei por quê. Mas você é muito diferente disso. Você é realmente muito bonito, eu diria. Pelo menos, para meus padrões. — Ele imediatamente se arrependeu de ter dito isso, uma risada envergonhada se desenhando em seus lábios. — Deus, por que eu não posso simplesmente calar a boca? — murmurou para si, misturando o açúcar com a água dentro do copo.
— Me desculpe, mas não acredito em você. — A resposta de Chanyeol o surpreendeu. — Por favor, não olhe para mim. — Ele completou antes que Baekhyun pudesse se virar.
Ele manteve sua atenção no copo d'água à sua frente, sentindo-se um pouco feliz por conseguir uma reação do outro.
— Mas você deveria. Eu nunca minto sobre isso. — Desta vez, Chanyeol não respondeu. — Me desculpe por ser impulsivo. Está tudo bem se você estiver bravo, mas podemos pelo menos conversar antes de você me expulsar?
— Eu não vou te expulsar. — Chanyeol mais uma vez o surpreendeu com uma resposta. — Na verdade, pensei que seria você quem ia querer ir embora.
Baekhyun ficou tão surpreso com aquela declaração que quase se virou para encará-lo com raiva, mas manteve a compostura.
— Por quê? Por que eu iria querer sair? — Foi uma pergunta sincera vinda dele, que mais uma vez não obteve resposta.
— Estou voltando para o meu quarto. — Ouviu ele levantar-se e começar a sair da cozinha.
— Espere, pelo menos leve o copo d'água com você. Eu prometo que o ajudará a se sentir melhor. — Baekhyun agarrou o copo e estendeu o braço para o lado.
Ele esperou e alguns segundos depois o mesmo foi tirado de sua mão. Ao ouvir os passos de Chanyeol deixando a cozinha, ele virou a cabeça, mais uma vez olhando para suas costas.
— Chanyeol. — chamou novamente. O maior virou-se para encará-lo e ficou petrificado por alguns segundos quando percebeu que o Byun já fitava-o. — Não diga a Sehun sobre isso, por favor. — Sorriu para ele, observando enquanto o rosto do outro ficava todo vermelho antes que corresse de volta para seu quarto.
Baekhyun riu sozinho, gostando da sensação das borboletas voando em seu estômago.
Seu dia começou amargo e azedou rapidamente, mas lá estava Chanyeol para tornar tudo agridoce.
Ele precisava ver Chanyeol mais vezes.
Tanto quanto ele podia.
Afinal, ele não conseguiu checar se ele tinha peitões ou não.
26 de Novembro, 2016
— Porra, caralho, cu, buceta! — Baekhyun estava fodido.
Com as duas mãos sobre a cabeça, seus olhos estavam grudados na grande mancha escura do terno novo de Chanyeol na tábua de passar. Ela parecia zombar dele.
"Ha, ha, nem consegue passar uma camisa idiota, otário."
Ele e Chanyeol haviam feito uma reserva particular em um restaurante italiano muito bom para comemorar seu primeiro aniversário como um casal e o aniversário de Chanyeol no dia seguinte. Ideia dele, é claro. O maior havia sugerido que eles ficassem em casa e tivessem um bom jantar caseiro, mas Baekhyun recusou, sem pensar duas vezes. Ele não deixaria o namorado cozinhar em seu aniversário.
Era seu dever fazer tudo por ele naquele dia especial e não o contrário.
Tudo o que queria era ser um bom namorado e, ainda assim, ele falhava miseravelmente toda vez que tentava. Primeiro foi a intoxicação alimentar que ele causou a Chanyeol depois de tentar preparar o jantar no dia dos namorados, o que o fez nunca mais colocar os pés na cozinha. E agora isso.
Baekhyun sequer merecia namorar alguém como Chanyeol?
Desde que começaram a namorar, Chanyeol era perfeito para ele. Ele cozinhava para ele, fazia companhia nas maratonas de qualquer novo drama pelo qual Baekhyun ficasse obcecado, ficavam abraçadinhos sempre que ele quisesse e, sem mencionar, consertava tudo do antigo apartamento quando necessário. E o que lhe dava em troca? Intoxicação alimentar e um terno estragado.
Chanyeol nunca pediu nada em troca, mas Baekhyun se sentia inútil. Ele não podia fazer nada no apartamento sem dar ainda mais trabalho para seu namorado.
Amava Chanyeol — por Deus, ele o amava pra caralho. Às vezes, era tanto amor que ele não sabia o que fazer — aprendeu a ser paciente com ele, conheceu todas as suas pequenas peculiaridades e hábitos. Aprendeu a aceitar e amar todas as partes de Chanyeol, mesmo as que o irritavam. Ele morreria, literalmente, por ele. Mesmo assim, sabia que havia pessoas melhores para Chanyeol lá fora.
Ele era o melhor parceiro que ele já teve e o pensamento de perdê-lo, por qualquer motivo, o assustava muito.
Sabia que Chanyeol não iria terminar com ele apenas por causa de um terno queimado, mas ele arruinou a noite que era para ser especial. Agora seu namorado precisava de um terno novo, mas seria quase impossível convencê-lo a ir à loja novamente, o que consequentemente o deixava sem roupas adequadas para ir ao restaurante.
Baekhyun podia sentir seus olhos queimando, mas ele teve que resistir à vontade de chorar; Chanyeol estaria de volta da casa de Sehun a qualquer momento e ele sempre ficava inquieto quando o mais baixo chorava. E, assim, seria mais uma vez em que causaria problemas para ele.
Respirando fundo, ele se afastou da tábua de passar e da horrível marca de queimado. Baekhyun caminhou em direção à cozinha para pegar um copo d'água e, quem sabe, um pedaço do cheesecake que ele comprou para o namorado na noite passada, como forma de consolo. Enquanto enchia o copo, ele ouviu a porta da frente abrindo e as vozes ruidosas de Sehun e Chanyeol ecoando dentro do apartamento. Engolindo a água de uma vez, — que, por algum motivo, tinha um gosto amargo — ele se afastou da pia e voltou para a sala.
Os dois estavam ocupados se despedindo, então não notaram Baekhyun parado ali. Ele aproveitou a oportunidade para deixar o copo no balcão e voltar para seu quarto, ele realmente não queria encarar o maior naquele momento. Fechando a porta silenciosamente, tirou suas pantufas e mergulhou na cama, rapidamente fazendo um casulo em torno de si com as cobertas.
As lágrimas começaram a rolar quase que imediatamente, mas ele se recusou a chorar propriamente.
Ele pôde ouvir quando Sehun finalmente saiu e a porta da frente se fechou, então seu namorado começou a andar pelo apartamento. Primeiro, foi para a cozinha e pareceu ficar lá por um tempo. E, como Baekhyun temia, ele foi para a sala de estar.
— Baekhyun? — Sua voz causou arrepios na sua espinha; ele não soava zangado nem nada. Ao invés disso, sua voz estava cheia de preocupação.
Escondeu-se ainda mais dentro de seu casulo, ouvindo os passos de Chanyeol agora se aproximando da porta de seu quarto e parando mais uma vez.
— Baekhyun, você está aí? — Ele bateu na porta. — Está tudo bem?
— Sim. — Sua voz soou muito mais triste do que pretendia. — Está tudo bem, não se preocupe. Estou apenas descansando um pouco.
Ele ficou quieto por alguns segundos.
— Posso entrar? — A pergunta que temia ouvir vindo dele foi feita e ele desistiu. Afinal, como poderia negar?
— Pode. — Sua voz era baixa, mas Chanyeol foi capaz de ouvir perfeitamente, e abriu a porta imediatamente após isso.
Baekhyun estava de costas para ele, então ele não viu a expressão preocupada que seu namorado carregava. A porta se fechou silenciosamente enquanto contornava a cama para que pudesse encarar seu namorado, que estava enterrado nas cobertas, quase completamente escondido. Agachando-se ao lado da cama, as sobrancelhas de Chanyeol se franziu ainda mais quando ele viu o rosto de Baekhyun molhado de lágrimas. Ele tinha os olhos fechados com força, como se estivesse tentando se esconder dele. Sabia que tinha algo a ver com seu terno queimado na sala de estar, mas perguntou mesmo assim.
— O que aconteceu, Baek? — Ele descansou os braços sobre o colchão e o namorado pareceu respirar fundo antes de responder.
— Eu sou um péssimo namorado. — Sua voz saiu em um soluço e Chanyeol soltou um longo suspiro. Era aquela conversa de novo.
— Por que você é um péssimo namorado, Baek? — Por mais que esse comportamento o incomodasse, ele não queria magoá-lo ainda mais com um tom irritado, então sua pergunta saiu com genuína curiosidade.
— Eu queimei seu terno e não foi de propósito. — Desta vez ele abriu os olhos e Chanyeol viu o quanto Baekhyun estava se sentindo magoado por causa daquele pequeno incidente. — Eu só queria ser um bom namorado e passar seu terno, então estaria tudo pronto para amanhã, mas, em vez disso, acabei estragando tudo. Agora você não tem mais roupa para ir ao restaurante.
Isso não incomodava Chanyeol. Na verdade, ele estava bastante aliviado. Ele realmente não gostava da ideia de ir a um restaurante, mas concordou assim que viu o quão ansioso o outro estava com a ideia de ir lá — mas, claro, ele não diria isso em voz alta para não magoá-lo ainda mais.
— Se você acha que o seu plano está arruinado, então podemos continuar com a minha ideia do jantar caseiro. — Ele rapidamente balançou a cabeça, negando a ideia.
— Eu já te disse, nada de cozinhar no seu aniversário. — A repetição daquela frase o fez passar a mão pelos cabelos, exasperado. Baekhyun era teimoso demais às vezes.
— Que dia é amanhã, Baekhyun? — Ele soava mais sério agora.
— Seu aniversário. — Baekhyun também estava sério, mas Chanyeol podia ouvir um pouco de hesitação em sua voz.
— E o que mais? — Ele ergueu a sobrancelha.
— Nosso aniversário de um ano. — Sua voz soou um pouco mais baixa.
— Exatamente, Baek, nosso aniversário. — enfatizou. — Isso não significa que você é o único obrigado a dar alguma coisa. Deixe-me lhe dar algo também, eu quero cozinhar para nós amanhã.
— E o que eu faço? — Os olhos de Baekhyun começaram a lacrimejar novamente e ele não entendeu o porquê.
— Você come e me conta sobre o seu dia, como faz em todos os outros dias. Isso já é o suficiente para mim. — Sua resposta não pareceu agradar Baekhyun, no entanto.
— Então, eu continuo sendo inútil? — Esse comentário o pegou desprevenido e, antes que pudesse reagir, Baekhyun se virou, novamente ficando de costas.
— Do que você está falando, Baekhyun? — Chanyeol estava genuinamente confuso e um pouco ofendido.
— Estou falando sobre como sempre me sinto um fardo para você. — Agora ele estava chorando de verdade. — Você é sempre aquele que faz as coisas para mim. Você cozinha para mim, você conserta tudo para mim no apartamento e é sempre você quem faz todas as tarefas. Enquanto eu sou aquele que quebra as coisas e sempre fico no seu caminho quando tento ajudar. Eu não consigo fazer nada direito, porra. E quando finalmente tenho a oportunidade de retribuir, levar você a um lugar legal e fazer algo romântico para nós, encontro um jeito de estragar tudo.
Chanyeol podia sentir seu coração se partir ao ouvir Baekhyun soar tão quebrado, mas ao mesmo tempo estava com raiva, o que era muito incomum para si. Ele estava com raiva por, inconscientemente, fazer Baekhyun pensar em si mesmo dessa maneira.
Sem dizer mais nada, levantou-se e, sem realmente pensar muito sobre aquilo, subiu na cama e sentou-se em cima de Baek, que ficou um pouco surpreso com o gesto repentino. O mais alto o virou à força para que ficassem de frente um para o outro.
— Para começar, não quero ouvir você dizer isso de novo. — Ele colocou ambas as mãos em cada lado do rosto de Baekhyun, que sentiu como se ele estivesse olhando para sua alma. — Você não é inútil, Baek, não há papéis em nosso relacionamento e você sabe disso. Eu quero que você me ouça e ouça bem. — Com a mão direita, ele segurou o rosto de Baekhyun, não o deixando desviar o olhar. — Você não é um fardo para mim, Baek. Tudo o que faço não é porque me sinto obrigado, mas porque quero. Não me importo em consertar as coisas, não me importo em fazer tarefas e, o mais importante, eu gosto de cozinhar para você. Honestamente, é minha segunda parte favorita na minha rotina. Ver você comer alegremente algo que eu fiz é o ponto alto do meu dia. — Acariciou suavemente a bochecha dele com o polegar. — Sem mencionar o quanto você fez por mim nos últimos anos. Você mudou tantos aspectos da minha vida para melhor que nunca poderei agradecer o suficiente. Então, não diga que você é inútil, você faz muito mais do que imagina, ok?
— Ok. — Baekhyun sussurrou, meio sem reação diante das palavras do outro. Seus olhos ainda brilhavam com algumas lágrimas, mas ele não chorava mais, apesar da vontade.
— Então, vamos nos contentar com o jantar caseiro amanhã. Encontrei uma nova receita de lasanha que quero experimentar. — O menor apenas concordou com um aceno de cabeça, ainda encarando-o com os olhos arregalados. — Você quer dizer algo?
— Você está sentado no meu pau. — Seu comentário não foi o que Chanyeol esperava e por mais que ele quisesse se esconder do constrangimento, ele juntou coragem e sorriu para Baekhyun.
— E? — O rosto do Byun assumiu um tom vermelho-tomate, o que só fez o sorriso do outro aumentar de tamanho.
— Você consegue cobrir o meu rosto com a sua mão? — A pergunta esquisita foi o limite e Chanyeol encerrou aquela conversa. Ele pairou sobre o rosto de Baekhyun e deixou um beijo em sua testa antes de se levantar.
— Vem, comprei uns donuts para nós. — E com isso, ele saiu do quarto, sentindo o coração bater mais forte do que nunca.
Baekhyun foi deixado sozinho com seus pensamentos, seu amor incondicional por Chanyeol e uma recém-adquirida ereção.
14 de Junho, 2020
— Qual é uma boa maneira de dizer ao meu chefe que quero bater na cabeça dele com uma cadeira? — A voz de Wendy fez Baekhyun erguer uma sobrancelha.
— Eu sou seu chefe. — Sua declaração apenas a fez sorrir.
— Ótimo, agora você sabe. — Ele revirou os olhos e apenas se afastou do computador, pegando sua bolsa no sofá. — Como você se atreve a nos deixar em uma semana tão agitada? Você sabe quantos check-ins temos que fazer hoje?
— Sim, e confio no seu trabalho o suficiente para deixar tudo para você. Eu sei que você é muito capaz de cuidar de tudo sozinha. — Ele afagou a cabeça dela enquanto caminhava em direção à porta.
— Mas eu não quero cuidar de tudo sozinha! — Ela o seguiu fora de seu escritório.
— Você sempre pode pedir ajuda para Kyungsoo. — Ele dispensou a mulher, tentando sair daquele lugar o mais rápido possível. Ele tinha coisas muito mais importantes com que lidar naquela tarde.
— Você não viu a bagunça que está a governança? Ele vai me matar se eu ao menos pensar em pedir alguma coisa para ele. — Ela insistiu, fazendo Baekhyun bufar de aborrecimento e parar no meio do caminho.
— É só por hoje, ok? Tenho coisas muito importantes para resolver e não posso deixar para outro dia. — Ele se virou para encará-la. A loira estava com os braços cruzados sobre o peito.
— Você disse exatamente a mesma coisa semana passada. — Baekhyun apenas balançou sua mão na frente do rosto, dispensando a declaração dela.
— Semana passada não saiu conforme o planejado, mas hoje vai. Confie em mim. — Ele deu outro tapinha no ombro dela. — Boa sorte e até amanhã.
E com isso, ele estava fora do prédio.
Atravessando o beco que dava acesso à entrada dos funcionários, foi direto para o estacionamento onde deixava o carro todos os dias.
Honestamente, ele estava exausto. Ele se sentia mal por deixar Wendy sozinha na recepção, mas também ficou meio aliviado. Como ele disse, nada saiu de acordo com seus planos na semana anterior, e ter que lidar com tudo no hotel enquanto ainda pensava nisso o deixava exausto.
Deus, quem diria que planejar um pedido de casamento seria complicado para caralho?
Por que o atendente da floricultura errou no pedido? Por que demorava tanto para terminar um anel de noivado personalizado? Tipo, ele tinha pedido tudo um mês antes, não havia desculpa para demorar tanto. Tudo isso estava atrasando o pedido em si e isso apenas aumentava o nervosismo de Baekhyun. Pelo menos o restaurante onde ele pediu a comida especial confirmou que tudo estava pronto para o dia seguinte.
Saindo do estacionamento com seu carro, ele colocou o endereço da floricultura em seu GPS e seguiu suas instruções. Ele precisava ver por si mesmo se, desta vez, eles não errariam em seu pedido novamente. Ele odiava dirigir, só fazia isso para ir para o trabalho e para voltar para casa, por isso não sabia como ir adequadamente a outros lugares da cidade sem a ajuda de seu GPS.
Felizmente, a loja não era muito longe do hotel. Ele estacionou o carro perto da entrada e saiu. A loja era bem fofa por fora, mas Baekhyun já estava desapontado com o serviço, então não se impressionou muito.
O cheiro de flores que permeava o ambiente era muito agradável, isso ele admitia.
Wendy
Kyungsoo! Vou denunciar Baekhyun ao RH e desta vez estou falando sério!
18h13
Kyungsoo
O que aconteceu desta vez?
Seja rápida, estou ocupado.
18h15
Wendy
Ele saiu de novo! A recepção está um inferno hoje e ele simplesmente decidiu ir embora!
18h15
Kyungsoo
Ele saiu? Quando?
18h16
Wendy
Cerca de 2 horas atrás, você acredita?!
18h16
Kyungsoo
Por que você não me contou antes??
18h17
Wendy
Porque eu estava ocupada! As coisas só se acalmaram aqui agora.
18h17
Aliás, o hóspede do quarto 1298 reclamou que seu quarto ainda não foi limpo.
18h18
Kyungsoo??
18h20
~º~
Kyungsoo
Sinal vermelho, Romeu, ele saiu mais cedo hoje.
Ele pode chegar aí a qualquer momento.
18h19
Eu
Obrigado, Kyungsoo.
18h20
Feito.
Ele finalmente terminou.
Milagrosamente, tudo correu bem naquela tarde. As flores finalmente eram do tipo certo e estavam programadas para chegar na hora certa, o anel finalmente estava pronto e descansava pesadamente em seu bolso, lembrando-o a todo instante que, agora, tudo dependia dele para dar certo.
Deus, ele nunca havia se sentido tão nervoso antes, nem mesmo quando tiveram a primeira vez juntos. Na verdade, era a primeira vez de Chanyeol, mas Baekhyun estava ainda mais nervoso do que ele, então parecia que era a dele também.
Mais do que estar nervoso por medo de estragar tudo, como sempre fazia, ele estava realmente com medo de que ele dissesse não.
Ele sabia que Chanyeol o amava — ele nunca deixava de lembrá-lo daquilo todos os dias nos últimos cinco anos eles estavam juntos — mas ele não sabia se Chanyeol concordaria com algo tão sério quanto um casamento. Eles nunca conversaram realmente sobre isso, era um assunto que nunca surgiu entre eles, mas Baekhyun já havia se decidido, tinha certeza de que queria ficar com o outro pelo resto de sua vida. Apenas esperava que ele quisesse o mesmo.
Era melhor que não ficasse pensando muito sobre isso ou não seria capaz de comer naquela noite por causa de seu estômago inquieto — e isso faria Chanyeol suspeitar que algo estava errado, porque ele era extremamente observador das suas menores ações e se preocupava com os menores detalhes. Ele deveria apenas se concentrar em onde esconderia o anel de Chanyeol até o dia seguinte, porque o mais alto conhecia aquele apartamento como a palma de sua mão e notaria imediatamente se algo fosse colocado no lugar errado ou adicionado ao local.
Esperava que pudesse ter alguma ideia durante a viagem de elevador.
Estacionando o carro na vaga deles, atravessou o estacionamento e entrou no elevador enquanto sentia seu nervosismo dobrar de tamanho.
“As pessoas costumam guardar coisas em cofres, mas não temos um. Colocá-lo embaixo do colchão também não funcionaria e Chanyeol lava minhas roupas, então meu guarda-roupa também não é uma boa ideia.”
A porta do elevador se abriu no primeiro andar e uma senhora entrou.
— Oh, boa noite, Sr. Byun. — Ela o cumprimentou educadamente.
— Boa noite, Sra. Kim. — Ele sorriu para ela, observando-a apertar o botão do sétimo andar. — Vai visitar o Sr. Kwang tão tarde da noite?
— Não exagere, são apenas 19h. — Ele riu do aborrecimento dela. — Eu tenho idade suficiente para ir aonde eu quiser.
Ele ergueu as mãos, deixando de lado o assunto; não queria que ela batesse nele com a bolsa como na vez em que ele deu a entender que ela e o Sr. Kwang estavam se pegando. E, por mais que gostasse de provocar a doce velhinha, ele não estava com humor para aquilo naquele momento.
— O que está te incomodando, meu filho? — Seu tom doce o fez olhar para ela novamente.
— Não é nada de mais. — Ele encolheu os ombros. — Eu só estava curioso, onde você acha que seria um lugar seguro para esconder um segredo?
— Como um objeto? — Ele acenou com a cabeça para isso. — Provavelmente dentro do meu sutiã. — Isso o fez rir alto.
— Eu não acho que posso esconder algo dentro da minha cueca. — Ele apoiou o ombro na parede do elevador.
— Oh, eu aposto que você poderia, provavelmente há muito espaço lá. — Agora era ela quem estava rindo.
A porta do elevador abriu no quinto andar — o andar dele — e Baekhyun saiu, tentando fingir que não fora insultado por uma senhora idosa.
"Vou apenas colocá-lo dentro da minha caixa de brinquedos, Chanyeol tem vergonha de olhar lá."
Ele tirou as chaves de dentro de sua mochila e destrancou a porta e, imediatamente, percebeu que algo estava errado. Não apenas o capacho estava posicionado de forma estranha, mas estava escuro dentro do apartamento.
— Chanyeol? — gritou pelo namorado ao entrar no apartamento, mas não houve resposta.
Ele deixou a porta aberta atrás de si para que pudesse ver para onde estava indo. Imediatamente, caminhou em direção às janelas para abrir as cortinas, e só então percebeu que as cortinas pareciam estar coladas com fita adesiva.
— Por que diabos ele fez isso? — Ele lutou para abri-las e logo desistiu, havia muitas fitas. — É melhor ele não ter estragado minhas cortinas.
Pelo menos, agora que havia alguma luz do sol do pôr do sol espreitando através delas, ele podia ver um pouco melhor agora. Ele fechou a porta e continuou procurando pelo namorado.
— Chanyeol, você está em casa? — Ele perguntou, indo para a cozinha. — Por que você passou fita nas minhas cortinas? Isso foi mesmo necessário? — Não havia ninguém lá e, felizmente, a louça tinha sido lavada.
Ele voltou para a sala de estar e caminhou até seu antigo quarto, onde agora era o escritório de Chanyeol, mas não havia ninguém lá e as cortinas também estavam presas.
— Você quer estragar todas as cortinas, Chanyeol? Esse é o seu objetivo? — Baekhyun estava começando a ficar irritado com tudo aquilo.
Ele saiu do escritório e se virou em direção ao quarto deles — onde costumava ser o quarto de Chanyeol — ele podia ver um brilho fraco vindo das frestas da porta.
"O que diabos ele está fazendo aí?"
Sua mão foi direto para a maçaneta e, assim que a abriu, ficou completamente atordoado.
A primeira coisa que notou foi a quantidade de balões espalhados por todo o lugar: balões vermelhos, pretos e prateados no chão e no teto. A cama deles estava bem arrumada e havia corações de papel perfeitamente cortados espalhados por toda parte e seu merlot favorito repousava dentro de uma cesta com flores. E foi então que ele finalmente percebeu de onde vinha aquela luz e teve vontade de chorar.
Na parede acima da cama, havia luzes de Natal dispostas para formar uma frase muito específica.
— Você quer se casar comigo? — A voz atrás dele o assustou e assim que ele se virou, Chanyeol estava ali de joelhos e com um lindo anel em sua mão. Ele estava até usando o terno que queimou há quatro anos e Baekhyun quis dar um soco nele por isso.
Ele se virou para olhar o arranjo de Chanyeol e de volta para ele, as lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Isso não é justo. — Ele disse com a voz embargada e, enquanto Chanyeol o encarava confuso, ele colocou a mão dentro do bolso, tirando a caixinha onde o anel que ele havia encomendado estava guardado. Ele abriu e agora era hora de Chanyeol o encarar, surpreso. — Já estava com tudo pronto para amanhã, como você conseguiu passar de mim?
Ele estava muito surpreso com aquilo, mas não pôde deixar de rir do tom triste de seu namorado.
— Acho que fui mais rápido que você. — Levantou-se, parando em frente a um Baekhyun choroso. — Mas isso é uma coisa boa, certo? Isso significa que estamos na mesma página. — Podia sentir seus olhos começando a lacrimejar também.
— Graças a Deus, estamos. — Baekhyun simplesmente descansou sua testa no peito de Chanyeol, sendo imediatamente abraçado por ele. — Eu estava com tanto medo de que você fosse me rejeitar, porque nós nunca realmente conversamos sobre isso, então eu nunca soube o que você pensava sobre isso. — A esse ponto, ele não conseguia mais conter os soluços. — Eu te amo para caralho, e o que mais quero é passar o resto da minha vida com você. — O corpo do maior tremeu todinho.
— Eu nunca iria rejeitar você, amor. — Sua voz saiu embargada. — Você é minha casa, Baekhyun, meu abrigo. Não há nada para mim se você não estiver comigo. — Ele beijou o topo de sua cabeça, fazendo com que ele chorasse ainda mais. — Eu também te amo, Baek, muito.
Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, chorando e se afundando na presença um do outro. Até Chanyeol ouvir o estômago do outro roncar alto, o que lhe arrancou uma risada abafada.
— Então, meu futuro marido quer dividir o merlot? Eu fiz uma torta de maçã com caramelo para nós. — A pergunta do mais alto fez o aperto do Byun ficar mais forte.
— Odeio que você me conheça tão bem, futuro marido. — Ambos riram com isso. — Ainda posso propor a você amanhã? Tive muitos problemas para encomendar as flores. — Chanyeol riu timidamente.
— Claro, mas você já sabe minha resposta. — Eles se afastaram e Chanyeol foi até a cama pegar o vinho.
— Espero que você não tenha arruinado minhas cortinas. — Essa foi a última coisa que disse antes de sair do quarto.
Chanyeol parou por um momento, pensando em toda a fita adesiva que ele usou nas cortinas. De jeito nenhum elas sairiam intactas.
— Porra. — Ele murmurou, seguindo seu noivo para fora do quarto.
Ele esperava que Baekhyun não ficasse tão irritado com ele.
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