unwordly Ana T.

O quão perdidamente pode se apaixonar por aquilo que acabou de conhecer? Breno e Alice se encontram numa típica sexta-feira brasileira, e decidem que aquela noite, diferente de todas as outras, um pereceria ao outro. "-Já sentiu seu coração bater tanto que parece que vai saltar do peito?"


Романтика Молодой взрослый романс 13+.

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Querida Alice

...

Muito obrigada por estar lendo, meu querido!

A história é curtinha e se passa intercalando cartas, com acontecimentos (em itálico para facilitar). Por favor, comentem e interajam comigo, foi um grande esforço para conseguir escrever essa história!

Desculpem-me por eventuais erros, e espero que gostem!

Lembrando: acontecimentos em itálico, a carta é normal.

...

— Já sentiu seu coração bater tanto que parece que vai saltar do peito?
Ele franze as sobrancelhas, enquanto observa a garota loira brincando com o copo e o olhando intensamente.
— Acho que já?
— Eu não. Nunca amei, nunca me senti numa corda bamba de paixão, nunca fiz loucuras. Nunca realmente me arrependi, sem de verdade me arrepender, porque tudo valeu pena. Nunca fui amada, adorada. Nem sequer ofeguei.
Batendo o copo no balcão, o que a assusta minimamente, mas tenta não deixar transparecer, ela pensa se convidar o garoto para sentar ao seu lado foi uma boa ideia.
— Então me deixe tirar seu folego. — A confusão da mulher se tornou tão visível que completa. — Me deixe adorar você. Só por essa noite. Eu sou seu, você é minha. Total sinceridade e liberdade. Sem julgamentos, sem consequências. Depois nunca mais nos vemos.
— Não sei, quem sabe você é um sequestrador?
A tentativa de fazer humor é falha, nem isso quebra o fervor da situação. Principalmente quando ele oferece a mão, já de pé, num olhar claro de “O que tem a perder?”
Ela aceita, escolhendo uma coisa inesquecível, mas os dois ainda não sabem disso.

«
Querida Alice,
Nos conhecemos da maneira mais boba do mundo, é verdade, mas nossos momentos juntos não foram nada bobos, e agradeço por isso. Contei minha história, chorei em seus braços e mesmo assim me acolheu. Brincamos e brindamos a noite, assim como (olha só se você não acertou) boas crianças. Crianças bêbadas, mas crianças.
«

— Somos crianças ainda?
Estavam deitados na praça, olhando o céu e ouvindo uma galera se drogando por perto. Considerando a pergunta, ri baixo, causando um tremor interior na menina, ela gostava do som. Levantando a sobrancelha e a olhando com uma interrogação.
— Esquece do que acabamos de fazer, garoto? Somos crianças? O que sabemos é o suficiente para nos considerarmos adultos? Tipo, 23 anos, acabamos de sair do ninho.
— Fale por você. Ai!
Um gritinho incomodado é ouvido dele, por causa do tapa que veio da mais velha. “Tô falando sério, Pedro.”

«
O quanto sorrimos naquela noite? Meu Deus! Estou até com dor no maxilar (isso aqui é maxilar?). Seria legal se tivesse chovido, aí dançaríamos na chuva. Mas você ia ficar resfriada, né? Então melhor não, com sua imunidade baixa ainda. Tá vendo? Aprendi isso sobre você. Também aprendi que, assim como eu, você está tão desesperada (ou estava) por amor que aceita qualquer coisa, como uma ex louca ou uma melhor amiga com síndrome de superior.
«

— Quem é Aline?
A menina solta, após ficar bons momentos quieta com o cenho franzido.
— Minha ex, por quê?
Ela o olha incrédula.
— Meu Deus, Breno, “por quê”? Você me chamou de Aline, mas que absurdo! Chamar seu amor de uma noite pelo nome da sua ex.
Apesar de um pouco bêbada, seu tom beirava a indignação.
Ele a puxa pelos seus braços cruzados e deixa beijinhos por todo o seu rosto emburrado, a achando extremante fofa com ciúmes, e Breno explica toda a história do relacionamento, que Alice ouve atenta.
[...]
— Vou te chamar de Pedro, seu ridículo!
O garoto gargalha e aperta as bochechas dela, se divertindo com a confusão bêbada que a mulher bem resolvida de antes virou.
— Ei, olha aqui, eu não te conhecia.
Sua tentativa de consolo é falha, mas ainda se divertia com a situação.
— Onde já se viu! A-L-I-C-E. Bem diferente do nome da sua ex gostosa. Que tipo de pessoa horrível pode se chamar Aline? Ainda não sei como ficou com ela, menina nojenta.
Gargalhando, “Pedro” se abaixa na altura dela, falando com todas as letras, o mais carinhosamente possível, que ciúme não era necessário. Essa noite, ele era todo dela.
Não só por essa noite, mas eles ainda não sabiam disso.

«
Você é a mulher mais linda que já vi na minha vida, sabia? Seu sorriso, sua maneira de andar, sua dança desengonçada. Tudo isso me encantou de uma maneira que nem consigo descrever. Meus olhos se enchiam a cada vez que se dirigia a mim. Agradeço com todo o meu coração, porque me permitiu ama-la, e assim me amou. Se tornou parte de mim naquela noite, Lici. Uma parte que nunca poderia se desfazer.
«

A loira pega as mãos dele e as beija, olhando no fundo de seus olhos.
— Eu só danço quando me sinto livre. Obrigada de verdade.
Ele puxa as próprias mãos, juntando os dois corpos num abraço daqueles que você se sente em casa, como se a pessoa fosse seu lar, mostrando toda a emoção do momento e toda a gratidão compartilhada.

«
Falei de você para a minha mãe, sabia? Liguei para saber como estavam em casa e ela quis saber se eu estava feliz. E eu disse que sim, e contei porquê. A dona Paula gostou mais de você do que da Aline (sei que adorou isso), me chamou de bobo, da mesma maneira que você nos chamou de rasos. E depois de contar todos os perigos que teriam, ela sorriu e disse que gostaria de poder te conhecer, mas entende como isso funciona.
Não posso deixar de agradecer. Agradeceria por toda a vida. De que me adianta saber usar as palavras se não consigo escrever tudo o que sinto agora? O quanto dói te deixar ir?
Entre tristeza e amor, para sempre uma parte de você,
Breno
«

E então acabaram, ofegantes e satisfeitos, se aconchegaram um no outro na cama da menina.
— Nós somos rasos? Por desejar tanto ser amado assim que aceitamos carinho de um estranho?
Ele estranha a pergunta e a segura mais forte, como se estivesse com medo de ela fugir por achar aquilo loucura.
— Rasos? Não. Acho impossível alguém ser raso. Alguém raso é uma pessoa conformada demais para procurar as próprias camadas. Todos temos medos e receios.
Fazendo círculos na barriga nua dele, vira sua cabeça na direção da voz.
— Acha mesmo que existem conformados? Não pode existir uma pessoa sem cicatrizes?
— É impossível alguém não se ferir.
O tom de voz do garoto era sofrido, contando uma história de dor. Alice também percebeu isso, tanto que se sentou na cama e olhou nos olhos do homem que agora mais parecia um menino assustado.
— Me conte suas feridas, Breno. Eu estou aqui agora.
Quando percebeu a hesitação do mesmo, pegou sua mão dizendo “sem julgamentos, lembra?”
E então ele contou. Contou que a única coisa que sempre quis em sua vida foi ser olhado com amor, principalmente, de seu pai imaturo que nunca o aceitou, de sua mãe que sempre defendia o monstro de quem engravidou ou até da avó, que só fazia chorar enquanto assistia às humilhações que o pequeno Breno sofria.
Disse também que apanhou na cara até sumir por dois dias, para a casa de um amigo. Lá ele viu que nem todos eram afundados na merda, que naquela mesma semana foi chamado de “drogadinho de bosta” por uma garota por quem era apaixonado e percebeu ser isso mesmo. Tinha 15 anos, não estava pronto para as decisões tomadas. A cada dia lutou para não ser mais um “drogado” e saiu de casa.
Chorou quando falou de seu medo, de todo o ódio de Victor (seu “pai”) ter sido passado para sua mãe e sua avó (seus bens mais preciosos), sabia que elas aceitariam isso e não o deixariam ajudar.
Assim, ela o abraçou apertado até acabar a história, e secou suas lagrimas, o beijou e fez piadas bobas para distrai-lo. Fez tudo o que alguém que ama faz, e sentiu seu coração se aquecer pelo pobre garoto.
— Você não é um “drogadinho”, Breno. Nos conhecemos há horas e já sei que luta mais que muitos terão que lutar a vida inteira. Por essa noite, você é meu e não vou aceitar que se ache menos do que é.
Ele soluça enquanto sorri e a beija, já percebendo que o forte da garota não são as palavras, mas sim gestos. Do jeitinho dela, estava dizendo que tudo ia ficar bem e ela estava ali.
— Obrigado.
Um silêncio confortável se instaurou, enquanto ela acariciava seus cabelos, num gesto natural.
— E quanto às suas camadas? Quem é você, Alice?
Em uma pergunta silenciosa dizia “como acabou com isso?”, enquanto dedilhava a cicatriz em forma de X na cintura dela, que suspira.
— Se não quiser contar, não precisa.
Ele a olha e sorri, tentando passar a paz que estava sentindo por ter desengasgado e chorado no colo de alguém.
— Tudo bem, é só que não sou a melhor com palavras, sabe?
“Minha mãe nunca esteve ali. Não a culpo, mas era difícil assistir ela ir a baladas enquanto meu emocional afundava. Não vou negar, tive tudo o que queria na mão, menos o carinho. Não sei em que momento da minha vida passei de ‘gatinha’ dos meus avós, para aquela que quando nasceu estragou a vida da Andreia. Ela tinha 16 e, até hoje, não sabe quem é meu pai. Parei de sonhar que ele vai aparecer e me salvar quando um namorado dela me surrou no quarto porque eu derrubei meu copo de coca nas roupas dele. Aqueles sim, eram drogadinhos, aqueles sim. Teve uma vez, acho que foi a que mais me marcou.”
Ela funga, limpa o nariz com as costas da mão e ignora as lágrimas que desciam, sendo abraçada de forma mais apertada.
“Tive crises de ansiedade depois disso, demorou para deixar alguém chegar perto de mim, tive medo de apanhar, eu me encolhia, sabe? Um dia, tive uma crise, não me lembro porque, acho que minha mente apagou, deitei em posição fetal e só chorei até desidratar. Meus avós fingiam que não ouviam, não os culpo, foram criados para isso, e minha mãe estava numa festa. Só queria me matar e então marquei um alvo para o que quer que fosse dar um fim naquilo”
A garota chorosa põe a mão em sua marca e logo seus dedos são retirados do lugar e Breno deposita um beijo no lugar, o que causa mais lágrimas da mesma.
— Acho que pagaram para me ter longe.
Ele a abraça pela cintura e a deixa chorar tudo o que tinha para pôr para fora. Até a mesma levantar, lavar o rosto e sorrir, talvez aliviada, talvez feliz, dizendo “vamos?”.
Se senta na ponta da cama, perguntando “onde?”.
— Andar, ver a noite, beber, não sei. Você não achou que a noite acabaria em sexo, né?

14 мая 2021 г. 12:42 1 Отчет Добавить Подписаться
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NíngYì Mèng NíngYì Mèng
Todos possuem feridas, uns mais que outros, mas nenhum deve ser diminuído. Alice tem o que falta em Breno e Breno possui o que falta em Alice. Só com essa belíssima carta produzida por ele e diálogos, é perceptível o quanto esse amor é intenso. Que coisa linda que criou, autor(a).
~

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