Foi tirado de seus pensamentos ao ouvir a porta atrás de si abrir. Estava no terraço, sentado atrás da grade de proteção com os pés pendurados. Kaminari havia chegado, trazendo junto consigo duas canecas de chocolate quente. A noite estava fria, ele não precisava vir até ali, e passar frio junto consigo, mas sempre que lhe dizia isso, ele rebatia dizendo que, não seria um bom namorado se não passasse frio junto. Amava a sua lógica, mesmo que infantil, era adorável.
Ele sentou-se ao seu lado, logo lhe entregando a caneca, avisando estar bem quente, podia sentir o amor daquelas palavras, a preocupação em não querer que se queimasse com o líquido. Assentiu para ele, mostrando que havia entendido, e então passou a soprar a xícara, talvez em uma tentativa inútil de esfriar um pouco o conteúdo, mas só consegue quem tenta, não é mesmo? Trocaram poucas palavras, elas não se faziam necessárias, a companhia do outro era o suficiente. Shinsou se sentia bem junto de Kaminari, e Kaminari se sentia bem junto de Shinsou. Era simples. E qualquer um via isso.
Desviou sua atenção para o loiro ao seu lado, que tinha o olhar fixo em seu celular, pelo que ele havia dito antes, Bakugou e Kirishima estavam em pé de guerra, e a qualquer momento poderiam terminar, e isso, preocupava demais o mais baixo, pois ambos eram seus melhores amigos, e vê-los assim era quase uma tortura. Abaixou o celular dele, fazendo sua atenção ser desviada para si, ele logo sorriu ao perceber que era observado. Ah esse sorriso, como o ama, poderia ficar horas vendo ele. Ele entrelaçou suas mãos, e olhou para a frente, apreciando a vista, que era muito bonita, os poucos prédios não impediam uma boa vista do horizonte, e era perfeito para ver o nascer do sol, e do outro lado, o pôr do sol era um espetáculo também. A mão dele estava quente, o que causava um leve choque térmico, porque por mais que tentasse, suas mãos sempre foram frias.
Depois de alguns minutos, bebeu o chocolate que seu namorado havia preparado, e foi pego de surpresa quando sentiu sua língua formigando. "Droga" pesou, "Essa impaciência vai me matar ainda". Fez uma cara feia, e seu namorado logo percebeu.
— Queimou a língua? — Ele perguntou. Assentiu, vendo ele rir de sua cara — Eu avisei que estava quente, meu bem — Amava esses apelidos, sentia-se bem os ouvindo.
Esse fora o maior diálogo que tiveram até então.
Mais alguns minutos se passaram, agora o chocolate estava menos quente, era possível tomá-lo sem se preocupar.
Em pouco tempo o sol iria nascer, meia hora talvez, o dia já dava indícios que estava chegando. Não gostava do período diurno, a noite lhe parecia mais aconchegante. Mas por motivos claros, o mundo acordava as 6, e ia dormir às 22, então não podia se dar ao luxo de trocar o dia pela noite, mesmo que quisesse.
Aproveitou os últimos momentos de noite que restavam, e voltou a olhar para as estrelas. Pensando em cada uma como uma pessoas que amava, que por mais longe que ela estivesse, ainda brilharia dentro de si, e por mais que ela fosse embora por completo, ainda lembraria daquele brilho.
— O que você está fazendo? — Kaminari pediu, percebendo que Shinsou olhava muito para o céu, e parecia pensativo.
— Nomeado as estrelas com o nome daqueles que amo — Ele sorriu com sua frase. Olhando para o céu, vendo a imensidão de estrelas que existam.
— Eu tenho uma estrela? — Foi sua vez de sorrir. Não sabe o que responder exatamente, sabe que ele seria a estrela mais importante para si. Pensou um pouco, e o olhou.
— Você é o sol.
"Você é o sol", foi o que disse, no exato momento em que raios de sol despontavam no horizonte, indicando que o dia estava começando, que agora o mundo acordava.
Ele olhava amável para si, como se aquilo fosse a melhor coisa que já ouvira.
Levantou-se, logo teriam que sair para ir para a faculdade. Ficaram de frente para o outro, ele sorrindo abertamente, e si com um sorriso de canto.
— Bom dia, meu amor — Ele falou, lhe dando um selinho, colocando os braços ao redor de seu pescoço, e então colocou as mãos em sua cintura.
— Bom dia, meu sol — Lhe respondeu, devolvendo o selinho.
Talvez, a partir de agora, apreciaria mais o dia, e o sol.
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