Короткий рассказ
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Se for por culpa do seu sorriso, tudo fica bem

O mundo que eu conhecia antes de Jeon Jungkook talvez fosse considerado um pouco sem graça. No entanto, ele era calmo e quando o Jeon chegou, ele trouxe o caos. Apesar disso parecer algo ruim, não era. A palavra caos nunca era associada a nada bom. Bagunças não costumam ser bem vistas por ninguém. Só que a bagunça que aquele homem de sorriso doce causou em minha vida pacata, era igualmente açucarada.


Normalmente em uma noite como essa — com o céu já tão escuro e ofuscado pela poluição luminosa da cidade — eu estaria com a cara afundada nos livros. O vestibular já estava chegando e eu precisava me concentrar mais do que nunca. Ao menos até às 23h, que era a minha hora de dormir todas as noites. Eu havia sido criado desse jeito e, na realidade, eu não achava que era rígido ou qualquer coisa do tipo. Gostava do zelo dos meus pais e gostava de mostrar um boletim perfeito todo semestre.


Nunca fui uma criança extrovertida e foi assim que cresci. Desde pequeno eu gostava dos estudos, principalmente ciências, era a minha matéria favorita e eu despendia bastante tempo lendo livros e mais livros sobre. A maioria dos garotos da minha idade estavam jogando na rua, enquanto eu passeava com meu livro de botânica para catalogar plantas. Logo mais todos os garotos da minha idade estavam descobrindo sua sexualidade, beijando e aprendendo sobre os corpos dos outros. Sobre corpos, tudo o que eu sabia era anatomia, biologia e o meu próprio que mudava e ganhava novas necessidades. Eu já havia lido muito sobre puberdade e como isso nos muda, mas eu achava uma perda de tempo ser tão focado em masturbação quanto os garotos da minha sala.


Claramente eu não tinha muito amigos. Foi assim no fundamental, no ensino médio e era assim na preparatória e fora dela. Era. Porque Jungkook apareceu e, diferente da maioria — que não me enxergava se não fosse para soltar alguma gracinha — ele me enxergou e com aquele sorriso que conseguia mesclar malícia e doçura, revirou tudo.


Na realidade, as coisas foram meio bagunçadas até mesmo no começo. Eu o conheci por acaso, só porque professores amam passar trabalhos em grupo, provavelmente para ter menos o que ler e corrigir. Eu adorava fazer minhas pesquisas sozinho e escrever do jeito que eu queria, porém, naquele dia, não tive escolha. A professora teve a brilhante ideia de fazer um sorteio e meu nome caiu justo com o de Kim Namjoon. Céus, ele era — ou melhor, ainda é — o cara menos inteligente da turma. Pior que isso, um tremendo encrenqueiro que vivia fumando escondido, tinha piercings na orelha e cabelo colorido! O total oposto de mim.


Aí, vamos fazer o trabalho juntos, nerd. — ele me encarou com um sorriso largo e eu pude ver o chiclete que ele mascava já esbranquiçado.


Forcei um sorriso, mas na realidade, apostava tudo que minha expressão de desagrado ainda era bem óbvia. Namjoon se aproximou de mim logo na saída e disse que não teria tempo aquele dia. Assim foi em todos os outros dias e eu pensei: "Ótimo, posso fazer tudo sozinho, só preciso colocar o nome dele.", erro meu. A professora Wang não era tão preguiçosa quanto eu pensava, por passar trabalho em grupo. Alguns dias depois da entrega do trabalho ela chamou nós dois e disse que estava óbvio que eu havia feito tudo só e que se não fizéssemos juntos, ambos iam tirar zero. Qualquer um pensaria: "QUÊ?!" e foi isso mesmo que eu gritei. Aquela exclamação não ficou dentro de mim, saltou pra fora com toda a minha indignação. Resultado: Ela passou um sermão imenso sobre como Namjoon devia parar de se escorar nos outros e como eu devia aprender que ninguém é uma ilha. Eu só queria revirar os olhos e sair dali bufando, mas seria desrespeitoso e eu jamais faria isso, então, abaixei meus ombros e ouvi quietinho, afirmando cada palavra.


Que droga, nerd. Você estragou tudo. — Namjoon ainda teve a pachorra de me dizer isso assim que ficamos sozinhos.


Como a culpa podia ser minha? Eu tinha feito a minha parte e por ele não fazer a dele que tudo tinha ficado daquele jeito. E para piorar tudo, ela não tinha devolvido o trabalho antigo, todas as duas partes teriam que ser refeitas. Eu estava extremamente arrependido por ter apagado o documento do meu computador e por minha mania de esvaziar a lixeira. Embora nada disso fosse adiantar, já que ela queria nossas ideias mescladas. Olhando pra Namjoon, com aquela cara de idiota, eu só pensei: "Que merda sairia dali?". De qualquer forma ele me disse para ir a casa dele imediatamente e me arrastou. De repente ele tinha tempo livre e não importava se eu tinha ou não, o que deixava bem claro que antes ele só estava fugindo para não me ajudar.


Em poucos minutos eu cheguei no edifício de Namjoon. Estranhei que ele pegou a correspondência na entrada, dentro da caixa que dizia: "Kim-Jeon". Enquanto subíamos os degraus — o prédio não tinha mais que seis andares e ele morava no primeiro — o Kim analisava os remetentes. Assim que entramos na sua porta, ele as jogou sobre a mesa de centro e gritou:


Jungkook-ah, peguei a correspondência! São todas pra você! — ele me encarou e abaixou o tom. — Vem.


Em poucos passos Namjoon me levou para o seu quarto e apontou para o computador.


Vamos fazer isso logo. — mas apesar de dizer "logo", por causa dos longos minutos que eu passei tentando lhe explicar tudo, já estava escurecendo, quando estávamos terminando.


Eu já estava digitando uma mensagem para minha mãe, para explicar meu atraso em casa. Eu nunca chegava tarde, sempre ia direto para casa ou passava pela biblioteca, mas antes de escurecer, já estava saindo. Foi bem nesse momento que a porta se escancarou e me deu o maior susto. Eu quase saltei da cadeira e meu celular escapou poucos centímetros das minhas mãos, o apertei com força e encarei o invasor que dizia:


Namjoonie, vou pedir pizza pro jantar.


Os olhos negros do homem pararam em mim e uma expressão de estranhamento dominou seu rosto.


Porra, Namjoonie, porque você não avisa que tem visita?


Não é visita, estamos fazendo trabalho.


O homem alto, todo vestido de preto e de cabelos castanhos, ondulados e amarrados, voltou a me encarar, ignorando Namjoon:


Aposto que esse idiota não te ofereceu nada. Quer beber algo?


Não precisa, obrigado. Já estamos terminando.


Fica pra jantar, eu vou pedir pizza. Do que você gosta?


Não precisa, é sério. — respondi tímido.


Além do fato d'eu me sentir um pouco envergonhado em comer com estranhos, eu só queria terminar logo aquilo e voltar para casa, nada que fosse me prender mais tempo seria um bom negócio. O homem deu de ombros e nos deixou sozinhos. Bastou mais dez minutos para minha dupla e eu terminarmos de vez aquele relatório. Não haveria erro, estava bastante medíocre e era a prova real de que tinha dedo do Namjoon no meio. Eu só tinha que ir pra casa, ainda poderia estudar mais quinze minutos depois de jantar atrasado e dormir no meu horário de sempre. Eu juro que essa era a minha maior preocupação, enquanto eu guardava o pen drive na bolsa pra ir embora.


Saí do quarto junto com Namjoon, que foi direto para cozinha pegar pizza, e quando passei pela porta de saída ouvi um grito:


Ei, Yoongi!


Me virei assim que ouvi meu nome na voz daquele cara que eu achava ser o tal Jungkook das correspondências.


O-o que? — perguntei tímido.


Espera um pouco. Não sai daí.


Fiquei quieto, sem nem saber o motivo. Eu era irritantemente obediente e na realidade parte de mim ainda é, mas em situações um pouco específicas... Enfim, não demorou muito para ele voltar, agora vestindo uma jaqueta de couro preta e com dois capacetes nas mãos.


Vamos. — foi só isso que ele disse e minhas pernas automaticamente o obedeceram.


O segui para onde ia. Descemos o mesmo lance de escadas de quando cheguei, mas ele me encaminhou para um outro lado e logo notei que estávamos na garagem do prédio. Paramos na frente de uma moto preta, muito bem cuidada, e ele empurrou um dos capacetes contra o meu peito. O encarei atônito e com seu sorriso doce ele começou a me explicar que estava tarde demais para eu ir pra casa sozinho.


E-eu não vou subir nisso. — eu tinha pavor a motos e se meus pais sonhassem que eu tinha montado em uma, enfartariam. Chegar em casa tão tarde, tendo esquecido de avisar, já seria suficiente.


Não seja medroso, eu vou devagar. Não é bom pegar ônibus a essa hora, você não parece do tipo que sabe entrar numa briga.


O olhei em dúvida e o fiz prometer que iria mesmo devagar, antes de colocar o capacete e lhe dizer meu endereço. "Claro", seu sorriso fácil não me pareceu convincente, ainda assim eu montei na moto, atrás dele, porque eu achava que não tinha outra alternativa.


Estende os seus braços. — ele me pediu e assim que o fiz, ele agarrou meus pulsos e os lacrou em volta de sua cintura. — Segura firme, senão você cai. — e agora eu sabia que Jungkook estava brincando com o meu medo.


Eu me lembro que apertei seu corpo tão forte quanto apertava meus olhos. Ele não estava indo devagar, mas eu não sabia dizer se aquilo era rápido, logo percebi que qualquer velocidade me assustaria. Em poucos minutos ele parou e tirou seu capacete, eu podia escutá-lo rir, provavelmente porque mesmo parados eu ainda estava colado nas suas costas, com o rosto afundado ali, abraçado a ele.


É aqui? — verificou se tinha ido ao endereço certo.


Ergui o rosto e abri um olho, averiguando os arredores.


S-sim. — suspirei e, nossa, foi quando eu me senti tão aliviado que eu finalmente percebi diversas coisas, dentre elas o cheiro másculo daquele corpo. — Desculpe. — o soltei de repente e realmente quase caí da moto parada.


Calma. — ele me segurou e daquela vez eu fiquei realmente envergonhado do seu riso. — Desce devagar.


O obedeci e saí da sua moto cuidadosamente. Parei diante dele e passei os dedos por minha nuca, em um sinal óbvio de nervosismo.


Obrigado.


Tudo bem. Era o mínimo que eu podia fazer. Deve ser um saco fazer trabalho com o Namjoon. Aposto que você foi obrigado. — confirmei com meu olhar. — Aquele garoto não tem jeito. Ele só quer saber de jogar e arrumar encrenca por aí. Na verdade lembra um pouco de mim quando tinha a idade dele. — falou como se fosse realmente velho, mas Jungkook não passava dos vinte e um.


Claro que naquele tempo eu não sabia disso, nem sabia que Namjoon e ele eram irmãos, mas só porque seus pais tinham se casado há quase uma década atrás. Jungkook, que era filho único, acabou se tornando um irmão super protetor e o Kim o admirava. A única coisa entre os dois que parecia estranha para irmãos eram os sobrenomes diferentes, de resto eles realmente pareciam ter o mesmo sangue. O que Jungkook não percebia era que, apesar dele reclamar do jeito desleixado do Namjoon, muito provavelmente o caçula só estava seguindo as influências do irmão mais velho que tanto admirava.


Fiquei calado o observando falar do irmão, eu estava começando a achar seu sorriso bonito demais. Mas era impossível negar que não era apenas o sorriso, seu rosto com certeza fazia muita gente cair de amores, sem falar que ele tinha um bom corpo. Eu tinha acabado de senti-lo no meu e podia confirmar. Meu cérebro começou a me levar para caminhos perigosos e as palavras de Jungkook pareciam desabar no chão sem chegar a mim. Eu estava divagando fortemente sobre ele.


Eu já vou indo. Tchau, Yoongi.


Err... Tchau.


Ele colocou o capacete e sumiu velozmente, me fazendo pensar que aquilo era sexy. Oh, meu Deus, meu corpo estava tremendo quando entrei dentro de casa e meu coração batia rápido demais. Aquele homem de aparência tão rebelde e selvagem era mesmo atraente, eu estava achando isso. Não que fosse uma surpresa ou que eu nunca tive achado um homem atraente antes. Longe disso, eu realmente só sentia tesão por homens, mas não do tipo dele.


Sempre que eu sonhava com um namorado era algo mais parecido com um professor universitário, inteligente, alto, charmoso e bem vestido. Não um cara de cabelos compridos e rebeldes, com suas unhas pintadas, cheio de piercings na orelha, jeans rasgados, jaqueta de couro e moto.


Finalmente você chegou, estava preocupada. — minha mãe me encarava na porta. — Eu sei que você se distrai na biblioteca, Yoongi, mas custa mandar uma mensagem?


Desculpe. — eu estava tão desesperado mentalmente que eu nem disse que não estava na biblioteca, só encerrei o assunto e corri pro banho.


Eu pensei que só devia seguir meus planos de sempre. Jantar, estudar e ir dormir, mas nada mais seria como sempre, porque Jeon Jungkook entrou em cena até em meus sonhos e deixou todo o meu corpo quente. Ele era só o irmão mais velho de um colega de classe que eu conheci por acaso, mas de repente eu estava batendo uma pra ele e procurando os vestígios do seu cheiro em meu uniforme.


Depois disso tudo eu realmente passei a pensar demais nele e meu gosto por homens mudou completamente. Não que eu me atraísse por caras como Jungkook, eu simplesmente via Jungkook neles. Tudo me fazia lembrar ele e isso estava se tornando um incômodo porque até quando eu estava lendo algo, tinha que voltar todo o parágrafo e ler mais três vezes, porque de repente eu estava fantasiando um novo encontro com ele. Isso que era o foda, eu sabia onde encontrá-lo, mas não tinha motivo algum para fazê-lo.


Então a oportunidade veio e eu a agarrei sem hesitar. Alguns dias depois da entrega do trabalho, Namjoon e eu recebemos uma nota mediana. Era minha primeira vez tirando um 9.0 e apesar disso estar me matando, o garoto estava extremamente orgulhoso, dizendo que nunca tinha tirado mais do que 6.0. Segundo ele, "6.0 é utopia". Dei de ombros, ombros esses que, inclusive, esse colega estava agarrando todo intimo.


Eu não tinha jeito para pedir pra ele sair e nem de me afastar. Lidar com pessoas não era meu forte. Mal sabia eu que aquela sua alegria seria minha sorte.


Temos que comemorar, nerd! — parecia impossível para ele dizer meu nome.


Eu não fazia ideia de que ir comemorar, para Namjoon, significava ir a sua casa jogar vídeo game. Um dilema me dilacerou por dentro. Era a minha oportunidade de ver o Jungkook de novo, mas valia a pena desperdiçar uma tarde inteira de estudos só pra ver ele? Nem ia passar disso mesmo...


Vamos pro meu quarto. — eu avisei: Jungkook era um completo caos, ele revirou minha vida inteira. Estava tão perto do vestibular e ainda assim eu estava na casa de alguém com o pretexto de jogar vídeo game, só pra dar uma olhadinha no seu rosto de novo.


Licença. — entrei e me sentei junto com ele perto do console. Quando segurei o controle, me perguntei se eu sabia como jogar. — Não vai avisar a ninguém que tem visita? — eu estava dando o meu melhor, afinal, já havia ido!


Tem razão, da outra vez o Jungkook se irritou comigo. — repuxou o lábio e saiu do quarto.


Esperei poucos minutos até Namjoon chegar com latas de refrigerantes gelados e dizer que Jungkook tinha dado a gente. Eu peguei e disse que ele era legal, pronto para especular sobre a relação dos dois. Foi quando Namjoon me contou tudo sobre a família deles, ao mesmo tempo em que me dava uma surra no jogo.


Você é muito fraco.


Desculpe, não sou muito de jogar. Acho melhor só assistir.


Ele não discordou e em algum momento Namjoon nem devia mais lembrar que eu estava ali. Me aproveitando disso, saí do quarto sorrateiramente para tentar a sorte de esbarrar com o real motivo da minha visita. Por sorte ele estava na sala. Jungkook estava largado no sofá com fones de ouvidos e os olhos fechados. Seus pequenos lábios se moviam, dizendo cada palavra de modo mudo. Meu coração disparou e de novo eu senti um calor avassalador. Me aproximei devagar e fiquei encarando seu rosto. Notei que ele tinha uma pinta pequena abaixo do lábio e que seus dentes eram um pouco grandes e bonitos. Seu pescoço era grosso e o pomo-de-Adão subia e descia com sua cantoria silênciosa. Encarei seu peito largo, marcado pela camisa escura e, puta merda, tinha uma protuberância em sua calça capaz de alimentar inúmeros pensamentos sujos. Inclusive, imagina qual seria o volume se ele estivesse excitado?


De repente ele abriu seus olhos e sorriu. Meu rosto ardeu e eu odiava o tom da minha pele que ia me entregar tão facilmente. Provavelmente ele sabia que eu estava encarando seu pau... Mas se fosse o caso, ele fingiu não perceber e, enquanto puxava seus fones, sentou-se com suas pernas bem abertas, fazendo o convite:


Quer sentar? — engasguei e me sentindo um idiota, sentei do seu lado, ignorando as coxas grossas, que pareciam mais sexy no jeans surrado.


Desculpe, é que eu não sou bom nos jogos e fugi um pouco.


Aposto que ele nem notou. — confirmei.


Eu não fazia ideia do que estava fazendo, sentado ali todo retraído. Minhas pernas estavam fechadas e eu segurava meus joelhos. O que eu estava esperando que acontecesse indo lá? Jungkook não ia me beijar e eu nem sabia conversar direito, para ao menos tentar ter seu interesse.


Eu tenho que te agradecer, Yoongi. Namjoon estava todo orgulhoso pela nota.


Não foi nada. — respondi baixo.


Aposto que está acostumado a tirar notas boas.


Eu quis dizer que sim, que 9.0 pra mim era uma nota medíocre, mas optei por ficar quieto.


Você é tão quietinho. — ouvi sua risada e criei coragem para encarar seu rosto, só para ver sua boca se esticar e seus olhos redondos se tornarem linhas. — Aposto que você é um bom garoto, que nunca fez nada errado.


E porque eu deveria?


Só porque é divertido às vezes. — Jeon Jungkook realmente era uma má influência e nem percebia.


Eu deveria estar estudando agora e vim jogar. — tentei.


Isso só mostra o quão bonzinho você é.


Qual o problema em ser... Bonzinho?


Só não é muito divertido. Tipo, você já fez algo que realmente quis?


Eu sei que não é muito comum, mas eu realmente gosto de estudar. Eu tenho sonhos e objetivos.


Eu acredito nisso, sabe, eu também gosto de estudar. — me surpreendeu. — Meu boletim sempre foi impecável e eu vou muito bem na faculdade. Só que eu também sei me divertir. Dá pra lidar com os dois.


Abri minha boca e logo a fechei, eu não podia argumentar contra aquilo. Eu não sabia mesmo conciliar as duas coisas e eu sempre só estudava, nem amigos eu fazia.


Namjoon me disse que você se isola, porque só fica com a cara metida nos livros o dia todo.


Porque ele falou de mim?


Eu fiquei curioso. — me animou. — Afinal, você veio a nossa casa. — e logo em seguida puxou meu tapete. Era só isso, um estranho em sua casa... Provavelmente só estava falando comigo por educação.


Parei de encará-lo e fitei minhas mãos, com uma expressão triste. Queria que ele não a notasse, porque eu sabia como meu rosto parecia bobo quando eu agia assim. Eu não conseguia impedir o beicinho e minhas bochechas ficavam um pouco infladas, era como se eu fosse um pirralho chorão e não um adulto de dezenove anos.


Não precisa me dar um sermão. — resmunguei.


Ei, não é um sermão. Não quis ser intrometido, desculpe. Só quis dizer pra tentar outras coisas, a vida passa meio rápido. O que mais você quer fazer além de estudar? Só estou dizendo que deveria se arriscar um pouco... — ele falava, enquanto juntava seus cabelos com os dedos e prendia com um elástico.


Fazer algo que eu realmente queria? Naquele momento eu queria dar meu primeiro beijo e eu não sei o que deu em mim. Talvez fosse o modo como ele me enchia o saco com aquele papo de coragem ou o jeito como ele estava tão distraído e atraente, que eu não conseguia me segurar. De todo jeito, eu não pensei muito. Eu não pensei nada além do quanto eu queria aquilo e do quanto Jungkook ficaria chocado se eu o fizesse.


Me inclinei na sua direção e grudei meus lábios nos seus, fazendo ele se calar finalmente. Eu queria ser o tipo de garoto atrevido que soltava alguma provocação, que diria: "E se o que eu quiser for isso?", porém eu não era. Eu só tremi, percebendo a loucura que tinha acabado de me permitir fazer e me afastei dele com os olhos esbugalhados.


Nem coragem de pedir desculpas eu tive. Fiquei quieto por um segundinho e logo me levantei pra fugir. Jungkook segurou meu pulso e me puxou de volta pro sofá.


Não foge. — riu. — Era isso que queria fazer?


E apesar da minha cabeça estar uma bagunça e meu coração quase sair pela boca, eu afirmei com um aceno leve.


Vamos fazer direito, então. — usou um tom baixo e gentil.


Ele foi pra bem perto de mim e acariciou meu rosto. Meus olhos se fecharam instantaneamente e meus lábios esperavam pelos seus. Jungkook grudou sua boca na minha e eu quase podia senti-lo sorrir ainda naquele ato, mas logo tudo isso se desfez. Ele engoliu meu lábio superior, enquanto eu sugava o seu inferior. Os toques eram lentos e comedidos, até ele deslizar sua língua entre eles e invadir minha boca. Meu corpo inteiro enrijeceu e eu agarrei seus ombros, soltando um gemidinho fraco. Sua língua era quente e deliciosa, estava tirando completamente o meu senso.


Senti suas mãos escorregarem para a minha bunda e me segurarem com força. Jungkook era forte e com um movimento só, ele me puxou para cima dele. Nossos quadris se encaixaram e eu senti como nós dois estávamos duros. Eu não pensava em ar, não pensava em limites. Eu só sabia que não queria parar de beijá-lo nunca. Eu poderia ficar horas ali, sentindo sua língua brincar com a minha, enquanto suas mãos governavam meu corpo naquele vai e vem gostoso.


Awn... — gemi mais manhoso, quando sua boca atacou meu pescoço com beijos suaves e molhados.


Devemos parar? — me perguntou, sem saber que eu não era são, quando ele estava envolvido.


N-não, continua. — busquei sua boca de novo, completamente viciado.


Os dedos de Jungkook exploraram meu botão e com um "pop" abafado de sua libertação, me senti estremecer. Sua mão primeiro fez uma carícia na minha barriga, arrepiando minha pele com seus dígitos um tanto ásperos. Em seguida ele me acariciou por cima da cueca e me fez gemer, enquanto mordia meu ombro. Meu corpo estava pegando fogo, eu estava quase chorando de prazer. Era tudo tão gostoso, sua mão me masturbando, seus dentes tentando agarrar meu mamilo escondido sob a camisa branca. Em poucos minutos eu tremi inteiro e me agarrei forte a ele, deixando sua mão cheia de gozo.


Meu corpo ficou caído e ofegante sobre o seu. Fora meu primeiro beijo, meu primeiro descontrole e a primeira vez que alguém me fazia gozar. Eu nem tinha coragem para encará-lo. Fiquei quieto, percebendo tudo o que tinha acabado de acontecer. Ele mordeu minha orelha, como se quisesse chamar minha atenção e seu riso baixo me fez arrepiar forte.


Não foi divertido, se deixar levar?


O encarei, deixando a vergonha de lado, porque com ela eu não poderia tê-lo.


Shiii. — segurei seu rosto e mais uma vez lhe beijei.


Ele tinha conseguido. Não só meus pensamentos, ele havia acabado de bagunçar meu corpo e minha aparência. Naquele ponto eu sabia que todo o resto já estava com as pernas para cima e as minhas estavam a um passo de se abrirem para ele.


Minhas visitas a casa de Namjoon se tornaram mais frequentes, estando ele em casa ou não. Eu ia para ver seu irmão e quando ia com ele, fugia para perto desse. Nós sempre dávamos amassos quentes pelo apartamento e ele me levava pra casa na sua moto. Eu já não sentia mais medo, gostava de ficar abraçado ao seu corpo e ser beijado na despedida. Meu tempo de estudo havia diminuído, mas isso não me incomodava, eu continuava tirando notas boas e ainda podia transar escondidinho com Jungkook.


Tudo parecia perfeito, até eu começar a ficar um pouco ansioso sobre nós dois. Cada vez que nos víamos, ele não dava qualquer sinal de que não estava mais a fim, pelo contrário. Sempre que a gente transava, ele se mostrava mais e mais excitado. Ele sempre me elogiava, enchia de beijos e nunca hesitava em ficar abraçado comigo. Não era como se eu fosse o único que tivesse se apaixonado. Isso não queria dizer que devíamos começar a namorar? Era o que eu pensava e pensava o tempo todo.


Que cara é essa? Não gostou? — eu estava com o rosto sobre seu peito e ele já conhecia bem minha cara triste, com aquele beicinho patético e cara de choro.


Parece que não gostei? — resmunguei chateado.


Não tinha feito nem um minuto que eu quase ficara rouco de tanto chamar o nome dele e anunciar meu orgasmo, como ele pôde achar que eu não gostei? Meu corpo estava completamente marcado, tinham beijos e mordidas suas por toda a minha pele. Minhas coxas estavam viscosas, meu cuzinho sentia falta do seu pau dentro dele e meus mamilos estavam inchados. Fora os meus cabelos, que sempre eram alinhadinhos, e estavam um caos, apontando em todas as direções e completamente duros de suor.


Parece que está infeliz com algo.


É, mas eu não quero dizer o que é. Seria ridículo.


Só diz logo. — sentou-se e me obrigou a fazer o mesmo.


O encarei em dúvida. Eu deveria mesmo dizer? Ele era esperto, como poderia ele não saber que eu gostava dele e que obviamente chegaria um momento em que eu ia querer mais do que esses encontros sexuais as escondidas? Abrir a boca era como nem isso mais ter.


Fala, Yoon. — beijou meu nariz. — Se não falar, eu vou te morder todo. — e para provar isso, ele mordeu minha bochecha.


Não é nada que você não saiba. Por isso que falar seria patético.


Ei, as pessoas só podem saber as coisas se forem ditas.


Então, você quer dizer que não percebeu que eu... Eu...


Você... — me incentivou.


Gosto de você. — abaixei o rosto.


Gosta? — sorriu, me abraçando.


Claro, você não sabia mesmo? — desconfiei.


Eu desconfiava, mas podia não ser, ne? Quem sabe você só queria transar mesmo. Eu sou seu primeiro, talvez você quisesse conhecer outros caras.


Não quero. Eu quero ficar com você. — confessei.


Eu também quero.


E com aquelas palavras, selamos nossos destinos. Jungkook e eu nos tornamos um casal e passamos a nos ver para outros motivos além do carnal. Meus pais não ficaram muito felizes com isso, porque de média 10.0, passei a tirar mais 8.0 e 9.0. O que eu pensava ser algo horrível, mas ainda assim era uma boa nota e eu não precisava abrir mão dos meus momentos de juventude por isso e com ele eu aproveitava cada momento.


Tudo com Jungkook era uma loucura e eu acho que as coisas deveriam ser assim mesmo. Ele é meu primeiro namorado e é meio difícil não desperdiçar tanto tempo pensando nele ou estando com ele. O único problema no momento era que por causa das minhas notas, meus pais haviam me dado um toque de recolher. Eu tinha que chegar em casa logo após as aulas e estudar no meu quarto. Minhas tardes com Jungkook já não podiam mais acontecer, o que não era empecilho para ele. Aquele garoto rebelde sempre dava um jeito em tudo.


— Yoongi, não foi dormir ainda? Não estude tanto. — minha mãe alertou, abrindo a porta.


— Tudo bem, já vou deitar. — esfreguei meus olhos e desliguei o notebook.


Ela bateu a porta e eu comecei a despir meu pijama. Coloquei roupas mais quentes e chequei a hora no meu celular. Era quase meia-noite e o eu que a essa altura já estaria dormindo, após uma longa maratona de estudos, estava se preparando para escalar a janela do próprio quarto, para mais uma das minhas fugas noturnas com o meu doce caos, Jeon Jungkook.


Abri a janela até seu limite e me esgueirei por ela. Sempre que fazia isso, lembrava de Jungkook dizendo que seria moleza por eu ser pequeno e apesar de ter revirado os olhos na hora, bastava passar por ela que o sorriso da lembrança me dominava. Habilidosamente abandonei meu quarto. Já estava expert nisso, já que repetia o processo quase toda noite. Meu horário de dormir estava uma bagunça e novamente era graças a ele.


Atravessei o pequeno quintal de casa e passei pela cerquinha. Ao olhar em frente vi meu namorado estacionado um pouco mais adiante. Não queríamos rumores sobre um motoqueiro que toda meia-noite ficava rondando minha casa. Corri até ele e o abracei. Como de costume, nossos encontros começavam com um beijo. Ele sempre apertava suas mãos em minha lombar, enquanto eu praticamente caia sobre seu tronco. Meu corpo facilmente se colocava a mercê do seu.


— Estava com saudades. — cheirou minha orelha. — Não vejo a hora das férias chegarem. — sendo eu um aluno de preparatória com horário de recolher e Jungkook um universitário, mesmo querendo muito, nem sempre podíamos recorrer àquelas fugas românticas.


— Não falta tanto. — fiz beicinho, implorando com aquilo por mais um beijo.


Ele atendeu meu pedido na hora e eu percebi que eu estava mais preocupado em terminar logo os estudos para aproveitar mais tempo com ele, do que estava empolgado em me formar, para entrar em mais uma etapa da minha vida, a universidade. Me estiquei e joguei meus braços sobre seus ombros, fechando as mãos em sua nuca. Fazia dias que não nos víamos e eu me sentia tão sensível e carente dos seus toques.


— Vamos sair daqui logo. — ele me encarou e sua mão maliciosamente escorregou para minha nádega, onde ele me deu uma apertada e uma palmada.


Acenei, confirmando e peguei meu capacete. Jungkook montou em sua moto e eu me ajeitei atrás dele, agarrando seu corpo forte. Em segundos começamos a rodar pela estrada e o vento se tornava intenso. Tudo aquilo parecia um sonho inimaginável para mim. Se eu olhasse para trás, se analisasse minha vida inteira, jamais imaginaria Jungkook nela ou momentos como esse. Jamais imaginaria que eu precisava de momentos como esses.


— Eu te amo. — falei em um tom normal, porque sabia que correndo sobre suas duas rodas ele não me escutaria e eu ainda era tímido demais para dizer aquelas palavras com frequência.


A primeira vez que as disse, foi totalmente constrangedora. Era uma tarde qualquer, daquelas em que eu ia vê-lo. Naquele dia, Namjoon não estava em casa, na realidade, ele tinha matado todas as aulas do dia e levar as anotações foram minha desculpa perfeita para ir até lá. Okay, que Jungkook e eu estávamos namorando, mas eu era meio novo nisso e não queria ser do tipo grudento, mesmo desejando estar colado nele o tempo todo. Eu nunca sabia bem quando eu deveria ir vê-lo ou esperar por ele; quando enviar mensagem ou esperar receber uma sua. No fim das contas, era sempre ele que vinha atrás de mim.


Com todos esses pensamentos, perturbadores para um jovem apaixonado, eu bati em sua porta.


Uau, veio me ver? — me recebeu já com a mão me puxando para dentro pela cintura.


E sendo tão bem recepcionado, eu parei de pensar em uma desculpa para vê-lo e não comentei nada a respeito das anotações ou sobre seu irmão cabular um dia inteiro de aulas, apenas disse que sim e o deixei me beijar.


Jungkook me levou até o seu quarto. De longe era a primeira vez, eu estava tão familiarizado àquele local, quanto era ao meu próprio. Inclusive, eu nunca tinha sido muito de escutar música, mas junto a ele tinha ouvido todas as bandas dos pôsteres em suas paredes. Meu namorado gostava de rock britânico dos anos 70 e apesar de todas as canções serem em inglês, ele conhecia todas as letras. Era sorrindo que ele me dizia ouvir aquilo desde criança. Mas aquele não era um momento para ouvir suas bandas velhas ou histórias sobre o garotinho que ele havia sido. Eu já tinha seu quarto decorado e apesar de gostar bastante do local — afinal, tudo nele gritava: "JEON JUNGKOOK!" — o lugar mais importante seria sua cama.


Sabia disso, o sentia me conduzir até ela, com aquelas mãos grandes dominando minha cintura ainda. Claro que fazíamos outras coisas ali e fora do apartamento, mas já era meio de praxe que antes de qualquer coisa, assim que nos víamos e tínhamos a chance, iríamos transar. Jungkook era bem fogoso e eu descobrira que eu não ficava muito atrás. O eu que achava um exagero adolescente perder tanto tempo com masturbação havia ficado para trás e agora eu simplesmente adorava desperdiçar tempo nos braços de Jungkook. Gostava mesmo. Tipo, o jeito como ele me tocava e me fazia sentir prazer era quase uma necessidade pra mim agora, assim como retribuir tudo. Eu ficava excitado só de ver seu sorriso sexy, cada vez que eu conseguia estimulá-lo até o limite. Aquele cara tinha uma aura tão sacana e dominadora, que vê-lo se perder em prazer, se entregar totalmente, era uma recompensa e tanto.


Não vai dizer que sentiu minha falta também? — apoiou o queixo em meu ombro de repente.


Fiquei quieto por alguns instantes, Jungkook falava o que sentia com tanta facilidade...


Eu vim até aqui te ver, isso não diz algo?


Pode ser qualquer coisa. E se você só estivesse com tesão? — jogou.


Nós somos namorados. Eu gosto de você e vim te ver.


Não vou conseguir tirar mais do que isso de você, certo?


O calei com um beijo, porque eu era meio ruim com essas coisas de sentimentos. Tudo bem que no calor do momento eu tinha lhe dado meu primeiro beijo, mas quando eu pensava no que sentia sempre que estava perto ou longe dele, sentia meu rosto corar. Eu amava Jungkook e amava muito, mas era um pouco difícil ser descarado quanto a isso.


É, você está certo, eu vim transar. — falei por birra.


Como podia ele não enxergar que eu era completamente apaixonado? Que eu estava sempre pensando nele e desejando estar com ele? Jungkook não sabia que se agora eu quebrava todas as regras possíveis era só por isso, para estar com ele?


Oh! — exclamei, quando ele me pegou no colo e foi pra cima da cama.


Não esqueça do que disse. — e aquilo me pareceu uma ameaça para uma overdose sexual.


Fiz um biquinho, lhe dizendo que não ia, eu não ia voltar atrás... Assim meu corpo novamente caiu sob seu domínio. Jungkook sempre sabia o que fazer comigo em suas mãos. Ele ficou me beijando por um longo tempo, enquanto massacrava minha ereção com a sua, me fazendo odiar todo aquele tecido entre nós dois. Levantei sua camisa apressado e ele a tirou para mim, me deixando ver seu peito nu. O acariciei e ataquei seu pescoço com beijos molhados e mordidas contidas, eu só usava força necessária para deixar pequenas marcas vermelhas.


Ele começou a desabotoar meu uniforme e sua destreza em me despir era tão notável, que em segundos me percebi totalmente livre de vestimenta. Ansioso fui atrás de seu zíper, no entanto, ele me parou. Com a mão em meu pulso, impedindo minha ação, meu namorado ganhou a atenção dos meus olhos confusos e eu ganhei o seu cheio de lascívia. Era óbvio que ele estava aprontando algo e eu sabia que não ia demorar nada para eu descobrir o que era.


Em segundos meu corpo foi lançado sobre a cama. Fiquei deitado com minhas pernas abertas, deixando meu convite claro. Meu pau pingava sobre minha barriga e meu cuzinho se contraia devagar. Jungkook enfiou seus dedos grandes e grossos na boca e começou a chupá-los devagar, tinha certeza que ele fazia o possível para me estimular com a cena. Funcionava, porque eu suspirava de vontade e minha mão fora imediatamente para meu membro, lhe dar algum alívio. Minha mão se ensopou rapidamente, meu corpo arqueava-se e meus olhos haviam se fechado, então a cena que via antes estava apenas gravada em minha mente, dando combustível a minha punheta.


"Ploc", ouvi e quando abri os olhos vi seus dedos molhados vindo na minha direção. Jungkook acariciou minha entrada e essa só se tornou mais intensa em suas contrações. Ele brincou ali, a relaxou, para finalmente começar a meter seus dedos, um a um. Ele os movia dentro e me esticava. Eu estava ficando louco e quando se tratava das dedadas daquele homem, eu poderia gozar muito bem. Ele conhecia meu corpo, sabia onde e como me tocar, de forma que eu poderia explicar aquele ato como um conceito muito plausível de paraíso. Não só durante o sexo, mas em tantos momentos eu podia comparar a companhia dele como minha utopia particular. Sabe, mesmo que Jungkook fosse sociável — diferente de mim — minha relação com ele era especial e cheia de privilégios.


Eu adoro quando faz essa cara de ansioso. — soltei uma lamúria dengosa. — Fecha as suas pernas. — seu tom não era de quem estava pedindo, então meu cuzinho reagiu com uma piscada forte, que estremeceu meu corpo inteiro.


Fechei as pernas, pronto para me entregar de vez as suas vontades, que sempre eram as minhas. Meu namorado agarrou minhas pernas e as ergueu para seu ombro, seu corpo se ajeitou bem rente a minha bunda, que estava erguida pelo modo como ele puxava minhas pernas pra cima. Me agarrei na cama, chegando ao limite da excitação por pensar que ele ia me comer daquele jeito. Tipo, ele estava de joelhos e tão visível, eu ia poder ver como seu corpo era másculo, enquanto ele me fodia. Seria incrível.


Seria.


Teria sido, se Jungkook não quisesse me ver sofrer um pouco mais e no lugar de me foder de vez, ele não tivesse fodido minhas coxas. Okay, aquilo era gostoso. Claro que era, seu pau duro e molhado roçando entre minhas coxas dava uma sensação maravilhosa, não só porque ele surrava meus testículos, fazendo uma sujeira ali, mas porque eu ainda podia ver seu corpo se mover, enfatizando seus músculos, e sua expressão selvagem. Além do mais, se eu olhasse para frente poderia ver sua glande surgindo e sumindo entre minhas carnes. Ele estava gotejando pra caralho e sua cabecinha estava com um cor realmente forte, pela excitação e pela fricção.


Kookie. — chamei o mais manhoso possível e se fizesse ele me ouvir, eu até choraria de manha.


Ele me encarou e eu apertei o colchão mais forte. Sem dizer nada, eu fiz uma das minhas pernas escaparem de seu aperto seguro. A coloquei sobre seu outro ombro e bastaria ele olhar para baixo para ver meu buraquinho a sua esperava, implorando por seu sexo bruto.


Você costumava ser tão mais quieto e tímido, Yoonie. Agora você sabe até como me seduzir.


Eu queria lhe dizer qualquer coisa, mas a minha mente estava uma bagunça e apesar dele dizer aquilo, eu não era bom com provocações ditas. Eu só ficava esperando que meu amor interpretasse minhas ações e por sorte ele sempre conseguia. De modo brusco senti seu pau me penetrar com uma tentativa certeira. Revirei meus olhos e me agarrei mais forte ainda a cama, era capaz d'eu arrancar a espuma ou rasgar os lençóis a qualquer momento.


Seus gemidos fortes se mesclaram aos meus mais lânguidos, fazendo o apartamento silencioso se tornar um caos de sons. Eu tinha quase certeza de que se seu irmão chegasse nos ouviria da entrada, ainda assim não pensava em medir nada, não havia espaço para calmaria em sua cama. Tudo se resumia a nós dois e nossas vontades. Eu só me importava em como ele me segurava firme, como suas mãos fariam parte da minha pele no final. No seu olhar intenso e o jeito como meu cuzinho sugava seu pau e o esmagava em si.


Jungkook abaixou minhas pernas e deitou-se sobre meu corpo, me fazendo tremer com sua sombra dominadora. Agarrei suas costas, aceitando seu beijo e o gosto da língua atrevida. O atrito de nossos corpos aumentou o calor e o prazer, vindo da ideia de estar ainda mais perto. Ele soltou minha boca e foi beijar meus mamilos, despreocupado com o tanto de saliva que deixava sobre eles. Afundei a cabeça no travesseiro e meus olhos se reviravam de novo, enquanto eu apertava sua cintura com minhas pernas. A vontade de sentir prazer era desesperadora. Fazer amor com ele me deixava em um estado ganancioso e estava tudo bem já que ele nunca media esforços para me satisfazer.


Yoonie. — chamou ofegante e quando ele fez seu pedido percebi que ele já estava há tempo demais fazendo quase todo o esforço. — Fica por cima. Mostra a mim o quanto seu cuzinho quer meu pau.


O soltei do aperto dos meus braços e pernas e lhe dei um beijo no canto dos lábios. O empurrei para a cama e montei sobre ele. Os poucos segundos para chegar naquela posição, em que ele abandonou meu interior, eram como um tortura, mas quando sua cabecinha inchada tocou minha entrada de novo e a invadiu, eu urrei de prazer. Quiquei sobre ele sem economizar as forças das pernas. Se eu tinha que mostrar a ele o quanto queria seu pau, não podia poupar esforços. Porque eu não ia externar aquela vontade em palavras.


Você é tão faminto. — constatou e eu não refutei, desde que nós fazíamos a cama ranger.


Ele me acertou uma palmada forte, como se isso fosse uma recompensa pela minha destreza em rebolar sobre ele. Apertei seu peito e o encarei com olhos pidões, queria de novo, mais um tapa firme daquelas mãos pesadas.


Awn! — ele realmente ia me enlouquecer um dia, me lendo tão bem.


A partir daquele momento, meu senso já estava completamente longe daquele quarto. Só que meu namorado sempre adorava me provar que conseguia me deixar ainda mais fora de mim.


Jungkook às vezes parecia querer exibir sua força e eu confesso que realmente achava excitante sempre que ele o fazia. Se comparado a mim, ele era bastante alto e seu corpo também era bem maior em proporções. Os braços eram musculosos e as coxas grossas. Ele tinha pernas longas e um abdômen definido. Eu adorava me apoiar nele, enquanto minha bunda se chocava contra suas coxas e era mais ou menos assim que estávamos. Comigo sobre si, com ele completamente dentro de mim, Jungkook apoiou os pés na cama e dobrou os joelhos, erguendo seus quadris. Daquela forma ele me equilibrava sobre si e eu tinha meu apoio em seus braços fortes que estavam estendidos, para que assim ele pudesse segurar minha cintura. Com seus ombros e parte de suas costas colada na cama, ele teve o apoio necessário para mover os quadris, se exercitando dentro de mim.


Own! — apertei seu bíceps com força, choramingando pelos constantes ataques a minha próstata.


Suas unhas escuras cravavam-se em minha pele, à medida que seu pau me acertava de forma certeira e repetitiva. Instintivamente eu rebolava e o escutava dizer de maneira suja que eu fazia aquilo de um jeito sexy ou coisas como eu o estar deixando louco. Mas era ele que fazia isso, era ele que me enlouquecia durante o sexo e fora dele. Fora Jungkook que — com seu sorriso dúbio e uma irresponsabilidade ingênua — deixou meu mundo invertido e tornou minha vida essa deliciosa desordem, da qual eu não me interessava.


Sem tê-lo conhecido eu nunca teria visto o mundo além dos meus livros. Não teria descoberto os temperos dos beijos, ora calmos, ora cheios de voracidade, que me dava. Nem o prazer com todos os seus detalhes, os cheiros, os sabores, as sensações de cada toque no tato e na pele. Eu poderia listar um imenso número de momentos que tive com ele, que jamais existiram nem em meus sonhos e isso seria uma pena. Todos os sorrisos que dei ao seu lado e sentimentos que experimentei não podiam faltar nesse mundo! Pensar aquilo era doloroso, em um possibilidade onde nós dois não nos conhecíamos.


Naquele mesmo instante eu abaixei meu corpo e fiz seus quadris — exibidos — abaixarem-se. Encarei meu namorado nos olhos e mantive o controle de cada movimento que nos enchia de prazer. Ele me olhou surpreso e um brilho malicioso borrou seus olhos. Jungkook mordeu o lábio pequeno e ficou encarando mais um dos descontroles que ele me proporcionava. Era como se eu não estivesse em mim naquele instante. Minha mente era sua e meu corpo estava enfraquecido pelo prazer.


Oh, Jungkookie... — chamei manhoso, agarrando seus ombros, e no fim da fala continuei com meus lábios entreabertos.


Diz. — ele falou de repente e na hora eu não pensei no que aquilo queria dizer, o porque dele trazer aquela dúvida tão repentinamente. Logo eu perceberia que meu rosto mostrava algo e ele estava apenas me decifrando mais uma vez.


Empinei a bunda e o empurrei o máximo que podia para dentro de mim, para me ajudar suas mãos apertaram minhas nádegas e a abriram. Esse ato só me deixou ainda mais excitado e, enquanto eu quicava sobre ele, eu lhe dei a resposta que pedira. O que estava em minha expressão, pedindo para escorrer pra fora.


Eu te amo, Kookie. Amo tanto... Isso é tão bom.


Ele soltou um grunhido, seguido de um gemido e seu pau latejou dentro de mim. Tudo em seu corpo era uma resposta a minha confissão. Eu ainda estava desatento pelo prazer, eu nem tinha percebido ainda que tinha dito aquelas palavras, que eu apenas costumava pensar. Então, quando eu olhei seu rosto não sabia que aquela cara meio boba era por isso. De repente meu corpo começou a tremer e eu escorreguei por cima dele, desabando, enquanto meu pau lambuzava nossas barrigas com sêmen.


Jungkook ainda estava agarrado na minha bunda aberta e seus quadris ainda buscavam seu deleite, que não veio muito depois do meu. Eu estava tão apertado ou ele que estava grosso demais, não sabia, mas aquela junção culminou no seu orgasmo. Meu corpo já amolecido sobre o seu, arrepiou-se à medida que seu membro grosso me abandonava e o vazio tomava seu lugar. O peito dele subia e descia rapidamente, o cheiro do seu suor era excitante para mim e não havia nada de estranho no bater descontrolado de seu coração, afinal, não dá pra manter aquele órgão calmo em meio há tanto exercício.


Eu pensava que não passava disso. Então seus braços rodearam meu corpo e seu nariz encostou no topo da minha cabeça. Jungkook se afundou em meus cabelos, inalando o cheiro do meu shampoo misturado ao suor. Ouvi seu sorriso, naquele instante muito doce, e ergui a cabeça para encará-lo. Eu não imaginava que seria pego de surpresa por aquele ar tão bobo e feliz em seu rosto, porque era eu que costumava parecer meio idiota na sua presença. No entanto, aquilo não me surpreendeu tanto quanto suas palavras:


Eu também te amo, Yoonie.


Claro que eu adorei ouvir aquilo, mas me senti completamente desconcertado. Nunca tinha imaginado que aquelas palavras eram tão poderosas, ainda mais quando ela me trazia a cabeça todos os nossos momentos mais românticos e engraçados. Era como se tudo fosse um reforço à elas, os gestos sutis do nosso dia-a-dia que mascaravam a ausência delas.


Porque ta falando isso do nada? — escondi o rosto no seu peito, mesmo que já fosse tarde demais e eu estivesse completamente vermelho, até os ombros.


Primeiro porque é verdade e porque você disse, não tinha porque te deixar sem resposta.


E-eu disse? Está louco, Jungkook? Eu não... Bem, eu pensei, mas eu falei? — o encarei sem jeito, me enrolando em meus próprios pensamentos.


Isso o fez me olhar com uma expressão triste, que logo eu descobriria ser apenas atuação, só que eu estava tão nervoso, que nem conseguia pensar direito. Seus lábios foram puxados para um canto e com um beicinho ele me questionou:


Então não era verdade? Disse só pelo tesão? Você não me ama?


Eu amo! Não foi pelo tesão, eu só não percebi... Eu costumo pensar nisso sempre, mas as palavras nunca escapam assim... Ei, você... — o encarei chateado, percebendo que ele ria bastante do meu jeito desesperado de explicar. — Isso é maldade. — saí de cima dele e me deitei na cama, me fazendo de aborrecido, quando na verdade aquele era só mais um momento que eu sabia que pensaria constantemente e que me traria um sorriso.


Ele debruçou-se sobre mim e me beijou, dizendo sem parar que me amava. Não existiam dias ruins com ele... Estávamos completamente apaixonados... Ainda estamos completamente apaixonados e isso me faz ansiar pelo futuro que agora já não era mais uma certeza. Eu não tinha mais aqueles velhos planos, uma nova incógnita havia surgido em minha equação e o resultado, dessa vez, não era exato.


Sorri sozinho, dentro daquele capacete, enquanto a estrada se tornava mais longa e mais fria. Sentir seu corpo colado ao meu e ainda ter esses pensamentos pervertidos me deixaram um pouco excitado e como forma de provocação, acariciei seu abdômen. O senti enrijecer na hora, mas nada mais se alterou em nossa fuga. Só para brincar um pouco mais, subi as mãos por seu peito e o alisei, ralando as pontas de meus dedos em seus mamilos. Jungkook continuou quieto e para mim isso era como pedir por uma prova maior ou só uma desculpa para continuar lhe tocando, porque eu estava mesmo excitado. Desci as mãos novamente, uma delas esfregava sua coxa grossa, enquanto a outra apalpava seu pau, que endurecia sem hesitar. Sem perceber meu corpo se colava cada vez mais às suas costas e minha respiração pesava.


Eu estava quase em transe dentro daquela brincadeira, só despertei e percebi o quão excitado realmente estava, quando a moto parou de repente no acostamento e ainda com minha mão em seu pênis, ele removeu o capacete e virou o rosto. Seu olhar era duro, assim como sua voz:


— Desce. — limitou-se a dizer.


Não hesitei na obediência — Jungkook às vezes tinha mesmo um jeito mandão quando excitado e eu sempre me submetia com prazer — só que eu realmente estranhei aquele jeito sério demais. Ele até ajudava a aumentar minha excitação, mas eu estava em dúvida se aquilo era um jogo ou não, porque ainda estávamos na estrada e isso me fazia perguntar a mim mesmo, o que ia acontecer. Talvez eu não devesse tê-lo provocado agora, afinal, já estávamos a caminho de algo, eu podia ter sido um pouco mais paciente se aquela lembrança não tivesse me vindo à cabeça.


— Jungk... — seu olhar fez com que eu me calasse.

Ele desceu de sua moto logo depois de mim e se escorou nela. Sua mão pairou no ar, como um chamado e eu me apressei para mais perto dele. Meu rosto foi dominado por sua mão e embora seu olhar ainda fosse um tanto severo, eu via no seu sorriso sutil que ele não estava mesmo chateado com nada, apesar daquela seriedade toda, Jungkook estava com tesão. Perceber isso amoleceu minhas pernas e como já tinha dito, eu era um garoto obediente.


— O que deu em você? Está com tanta vontade que nem consegue se conter? — embora fosse uma pergunta direta a mim, ele não me esperou responder, já que não era necessário. — Ajoelha.


Eu até quis argumentar sobre o local que estávamos, mas, puta merda, ele estava com um volume incrível nos seus jeans desgastados e aquilo era culpa minha. Minha boca salivava apenas por entender sua ordem e ela era meu desejo. Prontamente me ajoelhei e a mão que antes segurava meu rosto, entrou em meus fios escuros e bem comportados. E lá ia ele de novo me bagunçar até o limite. Era isso que Jungkook fazia mesmo, era essa sua especialidade, me colocar em situações que eu jamais fantasiei.


— Assuma a responsabilidade, Yoonie.


Agitei a cabeça sutilmente e ataquei seu botão, o abrindo rapidamente. Quando abaixei seu zíper, o tecido preto de sua cueca era empurrado por sua ereção e tinha uma nódoa mais escura de umidade. Eu quase não conseguia parar de encarar seu pau tão perto do meu rosto, meu coração batia até mais rápido de excitação. Olhei para os lados, checando se não vinha nenhum pedestre ou automóvel... Era meia-noite, éramos os únicos ali. Torci para que mais nenhum amante, como nós, estivesse fugindo para ter encontros tão tarde, quando puxei sua cueca e o membro grosso saltou pro meu rosto, implorando por seu consolo.


O som da risada de Jungkook me dizia que ele observava bem meu rosto e gostava da cara que eu fazia. Ergui meus olhos por segundos, para lhe encarar, ao mesmo tempo que aproximava minha boca de sua glande. Ele estremeceu assim que toquei em sua cabecinha molhada, tornando meus lábios iguais. Afastei a boca só por alguns centímetros, para mostrá-lo como eu lambia seu pré-gozo em meu beijo.


Agarrei a lateral de suas coxas e comecei a mover a cabeça, era como se o chão grosso da rua nem existisse abaixo dos meus joelhos, porque eu estava focado demais no sabor e na tensão de pagar um boquete pro meu namorado bem ali, apenas por um capricho seu. Apenas porque eu era habituado às regras e Jungkook à quebrá-las. Movia minha cabeça devagar, cada vez que lhe dava uma lambida. Eu estava apenas sentindo seu gostinho e lhe encharcando, para que deslizasse ainda mais gostoso dentro da minha boca.


No entanto, eu era o único que estava relativamente calmo entre nós. Jungkook me mostrou sua pressa ao apertar bem meus cabelos e se socar para dentro da minha boca. Meus olhos se encheram de lágrimas, assim que ele bateu na minha garganta e gemeu um tanto manhoso.


— Pensei que estivesse tão excitado, que não podia esperar por isso. Então, porque está brincando?


De boca cheia eu não podia respondê-lo. Aquilo não era um jogo, era uma apreciação, era meu jeito de ter ainda mais memórias sobre mais um descontrole que eu tinha desde que o conheci. E em parte também era porque eu adorava ter seu pau perto do meu rosto.


Assim como ele queria e eu também, o engoli. Relaxei minha garganta o quanto podia, apenas para recebê-lo ali. Jungkook ia e vinha por meus lábios, se misturava ao meu paladar, acalorava ainda mais o local e fazia meus olhos arderem de lágrimas. Ele xingava ao vento e se movia contra meu rosto, conduzindo minha cabeça no ritmo que queria. Eu apertava minhas coxas uma contra a outra, sentindo um enorme incômodo de excitação. A essa altura meus joelhos deviam estar meio ralados e minha calça tão desgastada quanto as suas. Apertei suas coxas com força e gemi, lhe chupando com ímpeto. Eu até ouvi o som de alguns automóveis passando, mas não me importei com nada, eu só queria que meu homem me desse minha recompensa e logo ela veio, quente e espessa, sua porra desceu por minha garganta.


— Aaah... — ele suspirou, como se eu tivesse sugado toda a sua vitalidade.


Ainda ajoelhado diante de Jungkook, eu sentia como minha boca estava melecada, até o meu queixo. As lágrimas de prazer manchavam minha bochecha, além do mais, meus cabelos estavam espetados para cima. Ele me encarou como se aquela fosse a imagem mais bonita que já vira, o Min Yoongi bagunçado por si. Limpei meu rosto com minha manga e me levantei, indo me escorar nele. Jungkook me abraçou e nos beijamos imediatamente. Apesar da situação extremamente estimulante, demos um beijo calmo e ele acariciava minha lombar.


— Porque você me faz fazer essas loucuras, heim, Jungkook? — perguntei e como resposta ele apenas sorriu, então eu me lembrei que era ali que eu me perdia.


Fim

17 августа 2021 г. 5:32 0 Отчет Добавить Подписаться
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Об авторе

pomelo Explorando minha imaginação sobre meu shipp favorito, YoonKook . . YoonKook&YoonMin&MiniMoni hard shipper. . Uke Yoongi × Seme Kook. BL♡

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