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A amizade que Kaidou e Kuboyasu cultivavam era um pouco diferente da convencional, porém, nenhum deles pareciam, realmente, incomodados com isso.


Fanfiction Anime/Mangá Para maiores de 18 apenas.

#Aren #shun #Kaidou #bromance
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Intimidade

Kaidou estava tão concentrado em ler a nova revista Jump da semana que nem deu importância quando a porta de seu quarto foi aberta, com certeza era alguém de sua família que havia chegado, todavia, se surpreendeu quando sentiu braços fortes o envolverem em um abraço apertado, não precisou pensar muito para saber quem era, só havia uma pessoa naquele mundo com quem tinha tanta intimidade para que lhe pegasse assim de surpresa.


— Aren! — O chamou em repreensão, mas também havia um leve tom de divertimento em sua voz, não conseguia ficar bravo com Kuboyasu por tê-lo abraçado, interiormente, queria que ele fizesse isso muitas vezes mais.


— Desculpa, é que hoje foi um dia barra pesada no colégio, ainda mais que você faltou. — É, se Kaidou prestasse bastante atenção ele estava realmente com uma aparência exausta. — Essa vida de adolescente normal é mais difícil do que liderar uma gangue.


Aren deixou um suspiro escapar e por mais que Shun se comovesse com a situação dele, também era um pouco cômico ver um ex gângster tentando se controlar nas aulas de educação física e principalmente no beisebol, talvez o antigo espírito dele se reascendesse quando segurasse um taco.


— Pode deitar na minha cama para descansar um pouco, ok?


Kaidou observou o amigo se arrastar lentamente até a cama, consequentemente desfazendo o abraço. Quase reclamou disso, já que estar naqueles braços era mais aconchegante do que tudo que experimentou até o momento, porém resolveu não falar nada com medo de que isso pudesse deixar o clima estranho, pois, apesar de contar coisas super constrangedoras e íntimas a Kuboyasu, sentia que aquilo era um pouco diferente disso.


Então, em vez de pensar nessas coisas e acabar surtando, resolveu ir pegar algum lanche para ambos. Por sorte encontrou alguns sanduíches prontos e encheu dois copos com cidra — a bebida favorita dos dois. Já voltava para o quarto quando parou no corredor, notando que a janela ali estava aberta, jurando que quando sua família sairá sua mãe a havia fechado, mas podia ter-se enganado também, não era muito raro afinal. Todavia, uma idéia, que parecia bem óbvia por sua visão, surgiu para explicar a janela aberta e não tinha como ignorá-la nem por um minuto.


— Aren, tenho más notícias! — Disse entre lufadas de ar, o pequeno percurso que fez correndo de volta para o quarto, dizendo-lhe em letras grandes que precisava parar de faltar às aulas de educação física, como fizera hoje.


— Hã? — Aquela indagação fora a única coisa que o outro conseguiu proferir, estava na cara que ele havia pegado no sono durante aquele tempo que Kaidou estava na cozinha.


— Acho que a Ordem das Sombras invadiu a minha casa, temos que nos preparar para lutar!


— Por que acha isso?


Aren, mesmo contra sua própria vontade, se sentou na cama, esfregando os olhos para tentar espantar o sono e prestar a devida atenção em Shun, que delirava mais uma vez com uma organização maligna que o perseguia.


Às vezes se perguntava seriamente como havia se apaixonada por aquele estilo de homem, e não era somente por causa desses momentos em que Kaidou começava a ver coisas onde não havia e sim por quase tudo. Em outros tempos, garotos riquinhos e mimados como Shun, levariam uma surra de pessoas como o antigo ele, simplesmente por existirem e sentirem a necessidade de bancar os espertos.


Era bem irônico que agora estivesse apaixonado por uma pessoa que era tudo o que ele antes não suportava. Ser amigo de Kaidou nunca foi um problema, aguentava o rapaz para que o usasse como uma camuflagem e sua verdadeira natureza passasse despercebida. Mas agora era bem mais complicado, sem contar que Shun era um pouco tapado e não notava as suas investidas amorosos.


Kuboyasu já começava a divagar se poderia estar em uma situação pior quando Kaidou, após uma saída repentina, apareceu com uma vassoura na mão em pose de defesa imitando golpes de ataque que ele provavelmente viu em programas de TV. Não sabia se ria do outro ou preocupava-se com ele. Optou pelo segundo, levantando-se da cama para tomar a vassoura do amigo.


— Me devolve isso, Aren! Preciso de uma arma para me defender dos inimigos. — Kaidou começou a reclamar, tirando isso, era fofo vê-lo pular para tentar alcançar a vassoura que estava segurando o mais alto que podia.


— Me diz, o que te faz ter certeza de que essa tal Ordem das Sombras invadiu sua casa?


— A janela do corredor está aberta e eu juro que minha mãe a fechou antes de sair, o que significa que alguém muito habilidoso conseguiu abri-la por fora e entrar. Só pode ser alguém dessa organização, oras.


Kaidou falava tão sério que Aren não conseguiu segurar a risada que veio meio debochada, colocando a vassoura no chão sem nem perceber. Não fora proposital, só achará a cena muito cômica do amigo tentando imitar golpes no ar com a vassoura como se estivesse batendo em alguém. Ele sim sabia quem realmente havia arrombado aquela janela e tinha a plena certeza de que não era de nenhuma organização do mal. Porém, Shun pareceu ficar ofendido com isso, pois podia jurar ter visto algumas lágrimas nos olhos semicerrados dele.


— Cara, foi eu quem arrombou sua janela. Toquei a campanhia umas três vezes e como ninguém atendeu resolvi entrar. — Sentia-se meio sem graça, não havia parecido uma má ideia até agora. — Desculpa por isso, Shun.


— Tudo bem. — Ele resmungou emburrado antes de ir até a cômoda onde havia deixado os lanches no meio da adrenalina.


Aren odiava aquela sensação de culpa que o tomava rapidamente, percebendo que teria que fazer um esforço para se desculpar mais seriamente e quem sabe assim o humor do amigo não melhorasse um pouco que fosse, aí sim valeria a pena o esforço que estava fazendo.


Kaidou, que já pegava um dos sanduíches para comer, não sabia se superava a vergonha passada e seguia em frente ou superava o fato de Kuboyasu tê-lo achado um idiota e seguia em frente, os dois ao mesmo tempo não dava para ele. De canto de olho viu Aren se aproximar meio sem graça e parar as suas costas, podendo ouvir quando ele limpou a garganta antes de falar.


— Não foi a minha intenção deixar você constrangido de nenhuma forma Kaidou, eu só me exasperei um pouco ao te ver segurando uma vassoura daquela forma, você tem que admitir que foi engraçado... E me desculpe mais uma vez.


Shun não sabia exatamente se aquelas eram as palavras que queria ouvir, mas ainda assim o deixaram feliz, bem mais do que esperava e foi automático abraçar Aren naquela empolgação, não parecendo de forma alguma desconfortável para nenhum dos dois. Ninguém ali sabia quando aqueles abraços começaram, mas pareciam não se importar, Kaidou não seria, de jeito nenhum, o que reclamaria, principalmente quando Kuboyasu começou a acariciar o topo da sua cabeça. Era incrível a intimidade que dividiam quando estavam a sós sem ninguém para atrapalhar.


— Realmente, parando para pensar agora, eu deveria ter parecido um idiota rodando uma vassoura no ar. — Riu, imaginando a situação por outros ângulos. Talvez, só talvez, Aren lhe desse pés no chão com a realidade.


Kaidou poderia ficar horas ali abraçado ao outro, aproveitando aquela sensação boa que sentia e não sabia identificar por nunca tê-la tido antes. Mas, sendo algo que o deixava bem, não iria ser contra de maneira alguma e isso só se intensificou mais quando Aren se afastou um pouco falando que estava com fome e iria pegar um dos sanduíches, porém, antes de fazê-lo levantou os cabelos que lhe caíam no rosto, depositando um beijo na sua testa.


Não pode evitar ficar vermelho como um tomate, e ignorando essa sua reação como se não houvesse feito nada, Kuboyasu pegou o lanche e se sentou na cama novamente. Kaidou só conseguiu rir de nervoso pelo formigamento que percorreu seu corpo meio sem saber se fugia dali ou se fingia que nada acontecerá como o outro. A segunda opção pareceu mais válida quando Aren o olhou com uma das sobrancelhas arqueadas em uma pergunta de o que estava fazendo, porém, Shun notou a provocação encoberta nos olhos dele.


Maldito, ele sabia muito bem o que estava fazendo, Kaidou tinha certeza disso! Então, a partir de agora ficaria mais esperto em relação ao amigo, para ver qual era a dele, se poderia ser a mesma que a sua — mesmo que ainda não tivesse idéia de quais, exatamente, eram seus próprios sentimentos em relação a Aren.



30 de Abril de 2020 às 13:52 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

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awnthony ⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝙋𝙇𝙐𝙎 𝙐𝙇𝙏𝙍𝘼! -'ღ'- ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ também estou no wattpad e spirit fanfics com o mesmo user.

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