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Impulsos

Ela tinha um corpo que eu queria. Minhas mãos tremiam para tocá-la e eu desejo tanto tê-la. Observo seus movimentos na universidade enquanto retorna para a sala. Não éramos colegas de curso, nem de aula. Eu era apenas alguém utilizando a biblioteca que era aberta à comunidade. Parando para pensar agora, gosto de observá-la. Já a vi tropeçar no meio fio e olhar para os lados fingindo que nada aconteceu. Mexer no celular com um rosto triste e melancólico. Fico imaginando alguma situação em que ela esteve envolvida e recebeu o desfecho da história agora, pelo celular. Quem era? Eu queria saber com quem havia saído. Eu sei que a mensagem no celular pode ter sido uma atividade que esqueceu de realizar. Mas na minha cabeça, era um caso amoroso.

Eu era o tipo de pessoa que ninguém desconfiaria possuir pensamentos perversos. Mas aqui estou, tocando-me ao imaginar minha amiga comigo. Seus seios tocando de leve a minha boca. Minhas mãos nos seus quadris. Ah, droga. Não pense que faço as coisas descaradamente. São gestos discretos, às vezes, um cruzar de pernas que faz a calça roçar de leve. Uma mão entre as pernas que fica “parada” se esquentando. Uma ida ao banheiro e um pouco de privacidade no box. Nada muito demorado e nada muito exposto. Estava com o olhar fixo e a mente distante, quando seu olhar encontrou o meu e veio em minha direção.

-Há quanto tempo?

-Faz alguns meses... – sorri. 3 meses, 14 dias e quinze horas.

Eu contava os minutos. Conversávamos algumas vezes por semana, mas sempre contei os dias que não a via. Passar por ela na rua, em uma ocasião qualquer, não contava. Eu precisava admirá-la. Precisava deixar que minha mente criasse situações em que a pegava pela cintura e a jogava na parede para valer a contagem. Meu cérebro pedia por alguma brecha. Uma alça caída no ombro, um short, um sorriso bobo ou até mesmo a mordida no canto da boca que ela fazia quando estava ansiosa. Ela estava na minha frente e eu tinha total liberdade para falar qualquer besteira, pois sabia que ela interpretaria como uma brincadeira. Andamos em direção à biblioteca. Pedi ajuda para escolher um livro. Ela estava sempre por dentro das novidades e tinha uma inteligência mediana.

Fomos passando pelas prateleiras recheadas de livros e comecei a distraí-la com assuntos cotidianos. Eu não tinha objetivos. Apenas queria olhar como ela tocava os livros. Percebi que estava um pouco deserto. Já era o meio da noite de uma sexta-feira, então a maioria dos alunos já tinham ido embora. Uma necessidade que me contorcia por dentro foi o estopim para o impulso repentino. Ela estava se apoiando na ponta dos pés para alcançar um livro de literatura estrangeira quando peguei em sua cintura por trás e a pressionei contra a prateleira, derrubando alguns livros. Ela ficou imóvel, segurando-se nos livros, pois o apoio do meu corpo estava sobre o dela.

Eu sentia o suor escorrer pela minha roupa. Minha mão alisou a lateral do seu corpo e foi até a região do busto, que pude sentir o aro do sutiã debaixo de sua blusa. O silêncio, embora desconfortável, não foi intimador, porque continuei as carícias em seu corpo com vontade, apertando cada pele que a ponta dos meus dedos encontrava nua, puxando seu quadril para mais perto do meu, amassando e torcendo a blusa. Estava a um fio de arrancar aquela peça de roupa dali, mas me contive em sussurrar no seu ouvido: Eu te quero.

Sua mão gelada foi ao encontro da minha, entrelaçou os nossos dedos e puxou em direção ao botão da sua calça jeans. Um pouco ofegante pelo susto, mas com um sorriso de canto, revelou aos meus olhos uma malícia que eu ainda não conhecia, mas que me excitou completamente:

-Me fode.

21 de Abril de 2020 às 00:18 4 Denunciar Insira Seguir história
9
Fim

Conheça o autor

Krishna Grandi Sou escritora, atriz e publicitária. Gosto de escrever sobre tudo um pouco, mas tenho focado em escrita sexy, contos de suspense, mistério, drama e comédia. São os meus favoritos. Quero fazer amigos, contatos e parcerias. Um beijo.

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Natan Donato Natan Donato
Chega a dar arrepio
May 24, 2020, 18:29
Natan Donato Natan Donato
Chega a dar arrepio
May 24, 2020, 18:29
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