Meu nome é Felipe.
Lá estava eu na aula de história mais chata do mundo, o professor estava passando mitologia grega, particularmente é minha mitologia favorita. Adorava saber das burrada que os Deus faziam e amo ver imagens de seus feiosos monstros que quase sempre tem partes do seu corpo misturadas com a de uma animal, minha favorita mesmo, é a Medusa, porém nunca tive vontade de buscar conhecer sua história antes de sua forma bestial, Também nos disse, no início da aula, que todos os terceiros anos da escola estaria fazendo um passeio amanhã no museu de artes histórica, e que lançaria uma prova sobre as histórias que ali seriam citadas, mas a voz do professor era como a de uma tartaruga, e todos os meus colegas de classe estavam tentando não dormir, até nossa nerd que estava com a cabeça apoiada na carteira lutava para não sepultar seus olhos em um sonho de cinquenta e cinco minutos, que era o horário de cada aula aqui em "Teddy school" e assim que sobe que seria transferido para cá, não tive como evitar uma leve curiosidade sobre seu nome, pois quem em são consciência teria o nome de Teddy? que para mim parecia um nome de um animalzinho de estimação de uma criança de sete anos, ainda mas uma escola? Fui transferido para essa nova escola depois que comecei a frequentar um orfanato, após a morte de minha mãe à duas semanas atrás, em que a assistência social, cujo ainda não tinha decorado seu nome, me disse que estava tentando encontrar um parente mais próximo para que fique comigo até eu completar 18 anos. O que seria impossível, pois minha mãe, até a onde eu sei, não tem nem um tio ou tia, vó ou vô, irmãs ou irmãos, até mesmo mãe ou pai, minha mãe nunca falava de seu passado, era como se nunca tivesse vida antes do meu nascimento. Teve uma certa vez, quando tinha sete anos, em que minha mãe ficou bêbada e me disse que odiava meu pai por já ser casado com outra mulher chamada Hera,mas acho que ela estava bêbada de mais que nem consegui pronunciar o nome correto.
E para meu azar de novato, o intervalo chegou, eu fui para um canto perto dos armários a onde ninguém estava se atrevendo à ir, e comecei a ser o telespectador das vidas alheias: vi um grupinho de meninos rindo e zoando um ao outro na frete do banheiro feminino, outro grupo de meninas sentadas no chão na frete de uma das salas conversando com suas vozes finas, estridente e irritantes, um grupo grande de nerds sentados nos extensos bancos do refeitório lendo seus livros grossos, tinha também um grupinho de altos atletas jogando uma bola de futebol para lá e para cá esbarrando um no outro, até mesmo vi um grupo de patricinhas rindo com suas caras de deboche das outras que passavam por elas. E o que eu pude notar dessa nova escola, era que todos tinham seu grupo e que não se atreveria mudar para um outro, menos eu, que estava sentado no chão do lado dos armários azuis, com minhas magricelas pernas esticadas comendo um sanduíche de atum que peguei de manhã no refeitório do orfanato, sinceramente eu preferia sanduíche de geleia de morango com pasta de amendoim, mas como não tinha jantado noite passada, por ter chegado atrasado para a hora da janta, fui obrigado a comer essa gororoba, e seu gosto era pior que sua aparência, era Horrível. Estava preste a me forçar para dar a segunda mordida, quando uma menina esbarrou em minhas pernas alongadas, caindo em cima de mim.
-Aí! -disse eu mentindo que senti o impacto, pois na verdade estava aliviado por não ter que dar outra mordida naquilo.
-Aí digo eu. -falou a menina saindo de cima de mim- O que pensa que está fazendo aqui? -ela agora estava de pé, e notei sua vestimenta: uma menina magra com seus cabelos castanhos avermelhados que estavam presos em um par de xuxinhas frouxas na altura dos ombros, uma pele clara com seus olhos cobertos por uma forte maquiagem preta, uma camiseta branca, uma calça jeans também preta rasgada nos joelhos com as mãos na cintura me encarando com um rosto severo.
-Como? -perguntei sem jeito.
-Ninguém, a não ser eu, venho aqui. Então o que estava fazendo aqui? -seu tom de voz era como se ela estivesse brava com alguém, não comigo, mas parecia que ela estava brava com alguém em quem não podia fazer nada. Sei analisar bem esse tipo de linguagem corporal, porque quero ser Psicológico assim que me formar.
-É... é que eu sou novo e não....
-Tanto faz. -interrompeu-me ela- só quero que sai daí, pode ser?
Não sou o topo de pessoas que entra em uma discussão por causa de um lugar, na verdade não entro em discussão com qualquer outra coisa, mesmo com meu um metro e setenta e dois de altura, cabelos dourados, olhos azulados e a pele também dourada, isso era porque não costumava a comer legumes nem frutas, evitava todo o tipo de confusão, porque mesmo com minha altura, não passava de um medroso e fraco para as brigas. Então peguei minha mochila, em que estava sentado em cima. Me levantei sem olhar para trás para ver se a menina tinha se sentado lá ou não e fui para a lixeira mais próxima. Joguei o atum e rezei para que no almoço fosse algo comestível, logo em seguida o sinal apara o início do último horário soou, e eu corri para minha sala. chegando segundos depois do professor que permitiu minha entrada com um aviso. Depois disso as aulas voaram em um jato que nem notei quando o sinal de saída tinha batido. Recolhi depressa o meu material, e corri para pegar o ônibus que me trás e me leva todos os dias, e eu sabia que o motorista iria em boa sem mim sem se preocupar. Cheguei no momento exato enquete ele tinha fechado a porta do ônibus. Ele fez uma careta mas abriu novamente a porta me deixando entrar, e seu interior era um completo inferno, com os jovens jogava bolinhas de papel para o seus lados opostos, meninas gritando, meninos berrando xingando seu lado adversário. Com os pulmões em brasa e sem respirar rezei mentalmente para que tivesse um lugar vago. Para dizer a verdade estou sempre rezando para esses tipos de coisas, até rezei uma vez para que minha mãe não me batesse depois que eu quebrei sem querer sua coleção de xícaras-finas, o fato é, que eu não tinha um Deus para quem eu possa rezar de verdade. Então rezo sem mesmo ter um Deus patrono, olhei mas para o fundo e encontrei. Os dois últimos acentos do lado esquerdo estavam vagos. Caminhei até lá ignorando os olhares de alguns e desviando dos bombardeios. Quando cheguei no acento percebi que apenas um estava vago, o da janela estava ocupado com uma menina. Não uma menina qualquer, era aquela com quem falei no intervalo. Ela estava sentada olhando para a janela com seus fones de ouvidos altos que dava para ouvir o rock saindo pelas as extremidades de sua suas orelhas. Engoli em seco, sentei-me e rezando para que ela não notasse minha presenta. Mas todo meu esforço foi inútil.
-Achei que teria que ir de a pé novato. -falou ela sem tirar sua atenção da estrada, que agora com o ônibus andando, ficava para trás.
-Você... -pensei bem no que iria dizer, pois não sabia o "O QUE" dizer, então disse a primeira coisa que veio na minha cabeça- Você me conhece?
-Sim. Você é o idiota que estava no meu lugar. -sua voz era doce, porém suas palavras eram brutais.
-Eu não sou idiota. -eu disse, querendo que minha voz parece um pouco mais confiante do que aparentava, mas minha voz era assim mesmo. Não demostrava nem um pouco de confiança.
-Há não? -disse ela finalmente se virando para mim- bom. ..vamos ver novato, você se atrasou para a janta de ontem, se atrasou para entrar na sala, mesmo com o professor deixando você entrar, se atrasou para pegar o ônibus e está atrasado na notícias em que aquele lugar é "MEU".
Mas eu não tinha culpa disso, ou pelo menos não queria ter. Era culpa do meu deficit de atenção, da minhahiperatividade e de minhadislexia que não me deixam nem mesmo dormir as vezes.
-há me desculpas, é que eu não vi seu nome escrito lá. -disse eu. E agora minha voz pareceu confiante? Nem um pouco.
Mas antes que ela pudesse rebater minha fala, uma bola de papel veio em minha direção acertando minha cabeça e pousando em meu colo. Curvei minha cabeça para o corredor do ônibus e vi que alguns meninos e meninas estavam rindo e cochichando entre si olhando em nossa direção. Pequei o papel mas a menina o arrancou com brutalidade de minha mão o arremessando para fora de janela.
-Me desculpe, não era pra você.
Quando ela disse isso voltou a olhará para sua janela deixando o vento balançar os fios de cabelos soltos de suas xuxinhas. Eu olhei mais uma vez para o grupinho antes de lhe fazer a seguinte pergunta:
-Porque parece que estão nos encarando?
-É porque estão. -disse ela no tom de raiva em que falou comigo pela primeira vês.
-É porque? -estava realmente curioso que insisto, mas por um longo e extenso tempo não tive resposta, até que...
-Você não deve falar comigo. -a menina falou com pesar na voz.
Mas estava querendo saber porque ela se isolado de todos num canto a onde ninguém ia, e porque eu não podia falar com ela.
-E porque não. -questionei.
A menina puxou seus fones os tirando de seus ouvidos. Virou para mim e me encarou como se pudesse ver minha alma, e foi aqui que percebi que por de baixo de toda aquela maquiagem preta ela tinha olhos da mesma cor que os meus, e finas sardas no nariz indo para o topo das bochechas.
-Bom, porque....
O ônibus parou. Nós tínhamos chegado ao nosso destino, o "Orfanato três sois" um lugarzinho cinzento com muitas regras e severas punições para quem não as cumprisse. Todos os órfãs correram, e com ela não foi diferente, que pulou por cima de mim, e antes que eu a parasse no corredor para insistir na resposta da minha pergunta, ela parou. Se virou em um giro eletrizante e me disse.
-Meu nome é Amanda, e.... -olhou para a porta de saída e viu que os outros adolescentes estavam distraídos se empurrando para sair dali, se virou de novo para mim, que agora estava de pé a olhando cheio de interesse em sua resposta, e continuou baixinho- e vou fugir daqui.
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