shinobidesu shinobidesu

Nem sempre, paparazzis e aglomerações podem ser um bom sinal. Byun Baekhyun está no centro dos holofotes pela primeira vez, e tem plena certeza de que a atenção excessiva que recebe é a confirmação de seu sucesso; um sinal de que sua carreira estava prestes a dar certo. Estava certo de que faria música até morrer, e que nada nesse mundo interferia nisso. Ou, ao menos, era o que achava. Tudo muda quando conhece Loey em um programa de variedades. O modelo, com sua personalidade irritantemente confiante e excentricidade descabida, acaba mexendo com as estruturas do coração do cantor ao ponto de que não conseguir mais tirá-lo da cabeça. Num mundo repleto de relacionamentos líquidos com data de validade, enquanto faz o impossível para esquivar-se de fotógrafos de tabloides e centenas de fãs apaixonadas, Baekhyun tenta construir algo que vai além do desejo sexual com Park Chanyeol.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

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Chás da Starbucks e ovolactovegetarianismo.

Enquanto estava ali, sentado ao lado da janela, de olhos semicerrados para enxergar além dos borrões abstratos causados pela chuva e dedos tamborilando pelo vidro gelado, Baekhyun lembrava dos momentos anteriores repetidamente, quase como em um looping. Um sorrisinho enviesado ameaça aumentar cada vez que parava para pensar que, cara, aquela agitação na frente da empresa era formada por fãs; pessoas reais que, por algum motivo, encontram conforto ao escutar a voz dele.


Sempre imaginou que demoraria até ser notado. Diferente dos outros artistas do catálogo a qual pertencia, não tinha frequentado uma escola de artes no ensino médio, muito menos veio de uma família abastada que gosta de investir no ramo artístico. Um ano atrás não passava de um garoto entre centenas vindos de Bucheon. Simplório, cabelo escuro e olhos pequenos. Um terrível senso de humor que era capaz de dar nos nervos de qualquer um. Falava pelos cotovelos e tinha muitos amigos, mas nada excepcionalmente grande que justificasse a facilidade que entrara para o mundo do entretenimento, dirá que explicasse a proeza de fazer sua estreia com apenas um ano de treinamento.


Entretanto, contrariando as próprias expectativas, estava se saindo relativamente bem. Tinha popularidade, fãs e um retorno financeiro que dava para o gasto, por enquanto.


— Você está bem? — Junmyeon ergue os olhos da rua para o retrovisor, as mãos segurando firmemente o volante como se não tivessem acabado de parar em um sinal vermelho. Olheiras não muito discretas marcavam a pele abaixo dos olhos, uma consequência da rotina nada saudável que é acompanhar Baekhyun para cima e para baixo. — Não disse uma palavra desde que saímos do estacionamento.


— Sei lá, tô me sentindo estranho. — respondeu, finalmente permitindo-se sorrir largamente. — Parece que a qualquer momento minha mãe vai me acordar desse sonho dizendo que tô atrasado pra aula.


A risada do manager repercute no interior do carro, ligeiramente alta. Ele é alguém fácil de conversar e Baekhyun agradece aos céus por isso quase que todos os dias. Não aguentaria trabalhar ao lado de uma pessoa que fosse insípida e não se permitisse jogar conversa fiada de vez em quando — ou, talvez, de vez em sempre. Baekhyun realmente encontrava dificuldades em permanecer calado por longos períodos de tempo.


— Que humilde. Geralmente, não é bem o que escuto. — Ele diz, olhando de relance para trás uma única vez antes de voltar a pisar no acelerador. — Os caras não costumam dar muita bola pra isso de ver as fãs. Na verdade, posso até dizer que maioria deles evitam. Parece que depois das primeiras experiências, o que antes era divertido, se torna motivo de aborrecimento, algo assim.


— Característico do tipinho que cresceu por aqui, tendo as ruas de Cheongdam como jardim do apartamento. Eles deveriam refletir sobre empatia, já que sempre estão contemplando o mundo incrível da meditação para fins espirituais, do tipo que acaba com a fome no mundo ou algo assim. — Baekhyun não hesita em dizer, debochando da palestrinha que escutava toda vez que deparava-se com algum artista que se dizia religioso. — Caso algum dia eu sofra uma lavagem cerebral e apareça falando uma besteira dessas, você pode me dar um soco?


— Desde que não me processe depois, meus socos são todos seus. — ele sorri, os olhos viajando através do vidro.


— Então temos um acordo. — gesticula um positivo com uma das mãos, a outra buscando o celular, que estava dentro do bolso da calça.


Para quem não costuma ser muito ativo nas redes sociais, Baekhyun tem procurado-as com mais frequência que o normal.


A razão principal para isso chamava-se Twitter. Passava incontáveis horas — muitas em que deveria estar dormindo — dando uma olhada no que diziam, seja sobre sua voz ou… sobre a aparência. Não precisava que ninguém dissesse que era um mau hábito, pois percebera por conta própria.


A parte boa é que ficava por dentro das piadas internas das fãs, participava de alguma de suas conversas e ria de alguns memes feitos com momentos específicos de seus stages. Já a parte desagradável é que, assim como os tweets bons, haviam os tweets ruins. Em sua grande maioria dizendo que tinha o rosto redondo demais e que isso estragava sua beleza — quando não diziam, com todas as letras, que era um idol gordo demais para os padrões coreanos.


Nunca tinha pensado em fazer dieta antes. Seu peso variava na casa dos sessenta, nem muito acima, nem muito abaixo. E mesmo que variasse, esse detalhe nunca foi relevante em sua vida. Mas agora, havia dias em que sentia-se tão incomodado ao ponto de pensar em fazer algo para mudar. Começar a malhar, para ganhar músculos. Parar de comer alimentos muito industrializados; pular algumas refeições.


“Fiquei muito feliz de ver vocês hoje, espero que possamos nos ver novamente em outro momento.” Ele digitou, mordendo o lábio inferior ao publicar. Pelo menos, em suas menções, a maioria dos comentários eram gentis.


— Estão perguntando para onde eu vou. — voltou a dizer, dirigindo-se a Junmyeon. — Posso dizer ou isso é um segredo de estado?


— Depende. Se quer minha opinião profissional, não aconselho. Pode causar um amontoamento desnecessário na saída, alguém pode sair machucado.


— E a opinião pessoal? — questiona Baekhyun, o inconsciente rejeitando a primeira opção sem que percebesse.


— Eu já ia chegar lá. — Junmyeon murmura, as sobrancelhas juntas como se estivesse repreendendo-o seriamente. — Então, opinião pessoal… Faz o que tiver vontade. Você tem vinte e dois, não é? É um adulto, não um adolescente. Deve saber que suas ações podem trazer consequências. Só peço para que seja diligente.


Diligente, certo; não deve ser tão difícil assim.


Baekhyun concorda brevemente com um aceno, voltando a encarar a tela do aparelho, pensativo. Não haveria problemas caso falasse que estava indo gravar um episódio para um programa de variedades, desde que não desse detalhes sobre a emissora e sua sede. Estava digitando quando percebeu, para sua surpresa, que a pergunta havia sido respondida por outro usuário, este que também tinha o símbolo de verificação ao lado do nome.


“Baekhyunee está prestes a fazer sua primeira aparição da TV! Devemos começar as gravações em uma hora… Se ele não se atrasar mais ainda :)”


A reação imediata de Baekhyun é rir. Essa pessoa, claramente, estava equivocando-se ao afirmar com tanta veemência algo que, ao menos, conhecia. Não havia margem para erros em sua agenda perfeita, milimetricamente planejada todos os meses, Junmyeon não dava a possibilidade para que houvesse. Ele é, e isso dizia sem peso algum na consciência, um ótimo profissional.


— Sem pressão, mas um tal de Loey respondeu por mim. Ele fez questão de ressaltar que estamos atrasados.


Os olhos do manager encontram os do cantor através do retrovisor, praticamente diziam um “tá falando sério?”.


— Puta merda! — ele deixa escapar quando checa o relógio de pulso. — Era pra estarmos pelo menos no estacionamento. Não acredito que deixei isso acontecer.


— Vão te repreender por isso? — Baekhyun questiona, não escondendo a preocupação por trás da pergunta. Teve a melhor das intenções quando decidiu ficar trinta minutos a mais no estacionamento. Apenas queria retribuir da melhor maneira possível a atenção que vinha recebendo em forma de fotos e autógrafos. Porém, sequer parou para pensar em um possível atraso, e pelo visto, Junmyeon também não, pois havia se divertido tanto quanto o cantor naquele breve momento.


— Imagino que sim, mas tá tudo bem. — Ele disse com um sorriso amarelo, a expressão corporal dando a entender que não, não estava tudo bem. Os ombros estavam tensos contra o assento de couro branco. Já as mãos, firmes e travadas no volante. No mínimo, podia dizer que ele estava chateado. — Você fez o que acha ser certo.


— Se as consequências disso afetam outras pessoas, acho que não foi lá tão certo assim. — responde Baekhyun, um pouco afetado pelo resultado das próprias ações. — Me desculpa por isso, de verdade. Não vai se repetir.


— Não fica com essa cara de filhote que caiu do caminhão de mudanças, é sério, vai ficar tudo bem. — Seus olhos enrrugaram ao sorrir, de uma maneira que era familiarmente agradável e menos tensa. — Disse que o Loey respondeu, não foi?


Surpreso pela súbita mudança no assunto, ele olha de novo para o celular e clica no perfil do indivíduo para verificar se havia sido mesmo este o nome que falou. O rosto exibido no ícone o deixa intrigado o suficiente para entrar na parte de mídias, as sobrancelhas lentamente erguendo-se à medida em que passava pelas fotos publicadas.


Loey fazia a palavra bonito parecer pouco. A cada duas ou três fotos de ensaios fotográficos, haviam cenas cotidianas dele fazendo algo; aspirando o carpete, levando o cachorro para passear, lendo um livro. O rosto ficava bem em praticamente todos os ângulos; a linha do maxilar, invejavelmente máscula e do tipo bem recorrente em homens ocidentais, sempre era ressaltada de forma proposital. O corpo também seguia o padrão esperado para uma celebridade: braços malhados, peito estufado. Certamente passava infindáveis horas na academia.


— Ele é ator? — pergunta, ainda deslizando o dedo na tela. — Não precisa responder, é claro que ele é ator.


— Não, é um modelo. — Junmyeon parecia indignado pelo desconhecimento de Baekhyun. — Vai fazer três meses que você assinou contrato, ainda não percebeu que ele trabalha na Sm?


— Acho que eu perceberia caso alguém assim parasse ao meu lado no elevador. — disse e, como se para dar um basta na própria curiosidade, voltou para o tweet de antes. Aquele emoticon sorridente não parecia lá muito amigável.


— Ele é o rosto da Tommy Hilfiger e da Acqua di Parma. Em breve, também será da Calvin Klein.


— Requisitado. Deve ser bem pago.


— Muito, mas muito bem pago. E por conta disso, age como se fosse superior. — ele responde, não fazendo questão de esconder a falta de afinidade que tem em relação ao modelo.


— Isso não é, sei lá, algo em comum entre os modelos?


— Digamos que Loey seja… Um pouquinho pior. — as feições torcem em uma careta. — E se ele está irritado ao ponto de responder as menções das suas fãs, acho que teremos uma amostra grátis do quanto ele pode ser detestável.


Baekhyun suspira no banco de trás, decepcionado. Não costuma tirar conclusões, ainda mais sobre pessoas, sem tê-las conhecido pessoalmente, pois não achava justo queimar o filme de alguém baseado em puros achismos e experiências pessoais alheias. No entanto, viu-se impossibilitado de deixar aquele sentimento ruim em relação ao modelo sumir. Quem havia dito que ele era, com todas as letras, detestável, — e isso deveria ser considerado, raramente se escuta essa palavra ser dita assim, da boca para fora — havia sido Junmyeon, seu manager de riso fácil e piadas ruins. Se o dito cujo é tão inconveniente ao ponto de perturbar ele, que sempre está calmo e despreocupado, é porque, no mínimo, foi capaz de trazer o inferno para a terra por algumas horas.


Inconscientemente, o canto dos lábios subiu com o pensamento. Não estava só curioso para conhecer Loey, estava ansioso. Se ele achava que era o único que podia ser irritante, provavelmente mudaria de opinião quando Baekhyun entrasse no set de gravação.


— Acelera, Junmyeon. — fala ao desprender-se do cinto, tão agitado que mal podia parar quieto no banco. — Mas antes, para na Starbucks. Tô afim de tomar um chá verde.



[...]



Acontece que Baekhyun nunca pensa nas consequências, não até que elas cheguem. Suas ações são inteira e completamente feitas no impulso, no primeiro pensamento, na vontade visceral que muito exigia e pouco escutava.


Irracional, quase como uma criança.


E também inadmissível, para um cara na faixa dos vinte.


É verdade que, na grande maioria das vezes, ele costuma se arrepender depois. Só que de nada adiantava arrepender-se, se não faria porcaria alguma para mudar.


Dois copos de chá verde ocupavam as mãos; um pela metade, e o outro inteiro. A cada passo que dava, sentia olhares nada discretos vindo de todas as partes do corredor extenso. As conversas, burburinhos e reclamações cessaram a medida em que percebiam que Baekhyun havia chegado. Junmyeon, que andava alguns passos mais apressados a frente, bebericava do expresso que havia trazido. Os ombros largos estavam relaxados, podia apostar que na expressão do manager nada havia mudado. Profissional, até mesmo quando a situação está contra seu favor. Essa é uma das características que Baekhyun mais admirava nele.


Apesar da insatisfação coletiva, ninguém teve coragem o suficiente para abordá-los. Provavelmente esta não era a função de nenhum deles, ordinários e pequenos staffs do programa. A repreenda, com certeza, viria de alguém bem mais importante.


Junmyeon deixou Baekhyun na porta do camarim. Saiu apressado, sem deixar muitas explicações lá muito coerentes. Lembrava dele ter dito “diretor” e “maquiagem”, e depois disso, o resto das palavras emaranhou-se aos próprios pensamentos. Podia contar nos dedos quantas vezes sentira-se daquele jeito, desconectado do mundo, incapaz de fazer algo tão simples quanto compreender falas externas. Era como estar debaixo d’água: o som chegava abafado; porém, carecia de detalhes mais sórdidos, deixando-o com meias mensagens, meias ideias.


— Sente-se, por favor. — Uma mulher de cabelo colorido diz, apontando para única cadeira disponível do camarim apertado. Suas lentes de contato eram azuis como piscina de verão. — Temos pouco tempo.


Sabendo que ela referia-se ao atraso, Baekhyun obedeceu de imediato, encostando parte do corpo na cadeira e deixando o rosto erguido o suficiente para que ela pudesse trabalhar. Se fosse um dia como os outros, nunca teria sentado naquela cadeira sem antes cumprimentar cada e qualquer pessoa presente no camarim. Sabia o que diziam sobre novatos inexperientes e petulantes que lotavam os shows de variedades, — ainda mais, sobre os que estavam em empresas grandes, assim como ele — e não queria que ninguém tivesse uma impressão errada sobre quem era.


Entretanto, a única opção que lhe restou foi a de ficar quieto, em seu lugar. Conhecia bem o tipinho dos artistas que o cercava naquele instante. Eles já devem ter formado suas opiniões pessoais que, dificilmente, serão alteradas por algo que disser. Pronunciar-se agora seria como dar um tiro no próprio pé.


Se não estivesse tão compenetrado nas próprias falhas, teria escutado os passos de alguém se aproximando por trás, antes que este colocasse, subitamente, ambas as mãos em seus ombros. Não só assustou-se como também assustou a maquiadora, que fez o pincel sair voando para fora do alcance dos olhos.


— Me desculpa, não foi minha intenção. — Baekhyun diz, erguendo uma das mãos em arrependimento. A maquiadora não faz mais do que revirar os olhos e virar-se para a mesa onde seu material de trabalho estava. Certamente, não falaria mais, nem se ele tentasse se redimir. De soslaio, observa para o culpado daquele pequeno desentendimento. Só poderia ser ele mesmo. — Que droga, Jongdae! Quase me matou de susto!


Ao olhar para frente, viu através do reflexo o exato momento em que os lábios, já naturalmente puxados, romperam num sorriso largo. Os olhos, tão pequenos quanto os de Baekhyun, viraram meia luas no instante que as maçãs do rosto saltaram. Aquele cara… De certo, ofuscaria o sol se fossem postos lado a lado.


Às vezes, é difícil convencer-se de que não era mais caidinho pelo melhor amigo, como no tempo em que treinavam juntos e possuíam o desejo de estrear como integrantes do mesmo grupo. Porém, toda vez que essa dúvida voltava, era forçado a repetir como um mantra as palavras “Jongdae é hétero” para recuperar o pouco da noção de realidade que possuía. Já estava velho demais para ter esperanças com caras que, ao menos, jogavam no time certo.


— Você tá viajando e ainda me culpa por isso? — Aponta o próprio peito, os olhos um pouco mais abertos em descrença. — Poderia ter sido qualquer um no meu lugar.


— Não, não poderia. — Olha para o próprio colo, onde os dedos finos estavam, entrelaçados uns nos outros pelo nervosismo anterior. — Nenhum desses caras viria falar comigo por pura e espontânea vontade.


— Não mesmo. — Jongdae volta a pôr ambas as mãos nos ombros de Baekhyun, demorando-se em um aperto firme. Seu reflexo tornou-se menos flexível, assim como a linha curva do sorriso. — Estão se sentindo intimidados, e com razões. Ninguém aqui conseguiu um público do dia pra noite como você conseguiu, Baek.


Por algum motivo, as palavras fazem ele se sentir uma pessoa ruim, como se tivesse planejado por meses a fio fazer um sucesso consideravelmente grande de vendas, meramente pelo sentimento de intimidação que, segundo o melhor amigo, estava causando nas outras pessoas. Essa nem de longe deve ter sido a intenção de Jongdae… Mas foi o que pareceu.


— Fale por você mesmo, Chen. — O timbre feminino chama a atenção de Baekhyun. Ele reconhece a voz de algum lugar. Olhando pelo canto do olho, confirma tratar-se de outra solista de sua empresa, Irene. — Não me sinto intimidada por garotos bonitos desde o colegial.


Aquele teria sido mais outro nó para seu estômago, se não tivesse virado para olhá-la diretamente. O sorriso que pairava nos lábios vermelhos de gloss não parecia querer diminuir Baekhyun; parecia amigável, quase inocente. O figurino do programa — um uniforme que, julgando pela qualidade, facilmente podia ser confundido com o de um colégio particular — lhe caia quase tão bem quanto as roupas que costumava usar nos muitos stages que, querendo ou não, já havia visto pela televisão.


Contudo, o figurino não era o principal motivador de sua imediata simpatia por ela, mas sim, ainda que inconscientemente, o rosto. Olhos inclinados, um nariz arrebitado. O rosto pequeno quase que parecendo emoldurado pelo cabelo negro e ondulado. Padrão coreano. Podia apostar que foi uma dessas garotas populares de ensino médio, que sempre está rodeada de pessoas ansiando por uma migalha de atenção, por mais escassa que esta fosse; que sempre foi tratada como prioridade, nunca como uma segunda ou terceira opção. Alguém que estava acostumado a vencer.


— Aposto que isso foi há muito, muito, muito tempo. — Jongdae coloca uma das mãos entre a própria boca e a orelha de Baekhyun para sussurrar, numa clara provocação à cantora.


— Eu escutei, seu idiota. — Ela diz, batendo sem tanta delicadeza no ombro do ruivo, que limitou-se a rir. — Não diga isso como se ainda tivesse vinte e cinco. O único que tem o direito de fazer piadas com idade aqui é a nossa estrelinha, mas ele não vai fazer isso, porque é muito educado e tem respeito pelos sunbaes*. Não é, Baekhyun?


— Nunca faria isso. — respondeu, sincero. Não estava mais olhando para eles, e sim para a maquiadora, novamente, mas sabia que Jongdae estava julgando-o pela risadinha vinda da mais velha entre eles.


— Está vendo, Chen? — Ela ergue uma das mãos, apontando para Baekhyun. — Educação e respeito.


— Esse garoto… Tá querendo agradar porque é a primeira participação em um programa. Não se deixe enganar, ele é péssimo.


— Não acredito que você tá falando mal de mim. Tipo, na minha frente.


— É seu primeiro programa, então? — questiona Irene, um pouco divertida. — Tem tanta sorte de ter entrado em algo mais leve, e ainda com pessoas que você conhece. A primeira vez costuma a ser… Complicada, por assim dizer.


— Um banho de sangue. — Jongdae exemplifica. — Ainda mais se tiver outros novatos, o que não é seu caso. Duplamente sortudo.


— Não sei se tive tanta sorte assim. — murmurou ao lembrar-se do tweet de Loey. Não havia visto ele em lugar algum do camarim, muito menos enquanto andava pelo corredor. Se isso era bom ou ruim, não sabia. Procuraria pelo modelo assim que estivesse no figurino, alguns minutos antes do início das gravações. Assim, poderia entregá-lo o chá verde e, quem sabe, tentar puxar algum assunto. Sua curiosidade, apesar de ter sido distraída com outros pequenos detalhes, continuava fazendo-o lembrar dele. — O Loey respondeu um tweet de uma fã minha, acreditam? Dizendo que estava atrasado.


— Isso é a cara dele. — Irene revira os olhos, soltando um suspiro em seguida.


— Você o conhece? — pergunta Baekhyun, aliviado pela maquiadora ter, enfim, terminado seu serviço. Estava incomodado por não poder olhar no rosto deles, enquanto conversavam.


— Quem não conhece? — Quem responde é Jongdae, parecendo tão desanimado quanto Irene. — É impossível esquecer de uma pessoa que tem o ego maior que o mundo.


— Se ele vier falar algo sobre seu atraso, ignore. — aconselha ela em um tom aprazível, projetando o corpo para frente e pegando uma das mãos de Baekhyun. Ele abaixou o olhar, encarando as mãos delicadas que acariciavam a sua com naturalidade. Em pouco tempo naquela cidade, já sabia o que isso poderia significar. Não existe contato físico sem intenção no show business. Infelizmente, havia aprendido isso da pior maneira possível. — Não é como se ele fosse o senhor perfeição para cobrar algo de outras pessoas, ainda mais de você, que está começando. Loey provavelmente vai soltar umas provocações básicas durante o programa, mas nada com o que se preocupar.


— Vou colocar o figurino. — Ele puxa a mão para si próprio, envergonhado. — Se vocês virem o Loey, podem entregar esse chá? É um presentinho.


Suas mãos deixaram o figurino escapar três vezes. Não havia sido uma, nem duas, mas sim três. Diretamente no chão, o que proporcionou à sua coluna certo sofrimento, já que teve que abaixar-se para pegá-lo em todas as vezes. Ele sorri sem graça quando finalmente agarra a roupa, evitando olhar diretamente para Jongdae e Irene antes de se afastar.


Mal acreditava no que havia percebido. Irene, uma mulher tão linda que lhe parece surreal, já consolidada na indústria e sem nada ruim em seu histórico como celebridade, lhe dando mais atenção do que seria necessário. Não era um flerte escancarado, mas por ali, com as garotas, até mesmo o menor dos gestos eram levados em conta.


Seria fácil decidir que postura assumiria, se tivesse certeza de que era atraído apenas e exclusivamente por homens, mas a vida não havia sido tão boazinha assim.


Não rejeitava a ideia de transar com mulheres, muito pelo contrário. Durante um tempo de sua vida, Baekhyun venerou todos os tipos de corpos femininos. Adorava pôr as mãos em cinturas finas, quadris largos, bundas de todos os tamanhos e formatos. Se tem algo que gostava e não negava, era sexo fácil e sem compromisso; uma troca mútua, onde teria uma experiência relativamente boa, mas que não seria levada à sério. Uma ida em um quarto de motel barato, uma rapidinha dentro do carro emprestado de um colega, uma boa mamada no banheiro da balada. Tudo lhe parecia uma boa ideia, apesar de algumas dessas situações já terem sido como um tiro pela culatra — é o esperado, quando se transa em lugares inusitados e acha que vai passar despercebido.


Durante uma parte da adolescência e alguns meses da vida adulta, essa foi a vida de Byun Baekhyun. Noites longas, mente nublada de álcool e fodas intensas e rápidas, nas mais diversas situações e posições.


O ano de treinamento que veio antes de sua estreia, no entanto, foi capaz de bagunçar com todas as afirmações que tinha convicto dentro de si. Não entendia como, de repente, passou a perceber corpos masculinos; como, aos poucos, construiu um ideal perfeito de homem que pudesse pegar e sentir, mas não com a ponta dos dedos, e sim com a palma das mãos, com força. Passou a reparar em caras que fossem meramente parecidos com essa imagem — como Jongdae, seu melhor amigo de sorriso fácil e corpo musculoso, que nunca lhe causou inveja, como ele pensava ser, mas sim um tesão inexplicavelmente expansivo.


Por Baekhyun ser daquele jeito, aberto para experiências novas, — ainda que destoasse de tudo o que já fez antes — não houve drama quando calhou ter um pau que não fosse o dele na mão. Para ele, estava tudo bem que gostasse de garotos tanto quanto gostava de garotas. O que lhe confundia e, às vezes, pregava peças em seus pensamentos que seguiam uma forma muito heteronormativa de se pensar, — e que tentava mudar, sempre que percebia estar seguindo por este caminho — era sua preferência para homens nos últimos tempos.


Já não considerava-se uma pessoa inteligente antes e, no momento atual, em que tenta entender a própria sexualidade sem necessariamente ter algum contato sexual — pois seria comprometedor demais para um idol em início de carreira — achava-se a pessoa mais burra que já existiu.


Em poucas palavras, sentia-se o desbravador de um mundo completamente novo. Sempre era ele quem tomava a iniciativa com mulheres, mas uma vez que um olhar um pouco mais oblíquo era correspondido na sala de treinamento, por algum dos outros caras, o jogo mudava. Ter uma mão grande e de dedos grossos contornando o pau, sabendo exatamente como movimentá-lo para deixá-lo cada vez mais duro e molhado, também tinha se provado ser uma experiência não só distinta, como também viciante.


Com o pensamento povoado por incertezas e dúvidas sobre os homens e as mulheres que já passaram em sua vida, Baekhyun adentrou a única porta que não dava para o corredor. Sequer chegou a conclusão de que pudesse ter alguém ali dentro, por isso, quando fechou a porta e o viu esparramado ao lado do vaso, tomou um susto.


A meros centímetros de distância estava Loey, com a cabeça encostada no azulejo frio da parede. Os olhos, estranhamente felinos e grandes, tinham as pupilas estáticas mirando o cantor de maneira insistente e invasiva; incômoda. Uma das pernas estava dobrada e quase encostando o peito, já a outra largada de qualquer jeito, tão longa que quase chegava a encostar a porta, naquele espaço pequeno e tão delimitado.


— Você não vai falar nada?


O tom rouco da voz desperta Baekhyun de seu estado contemplativo. Ele engole em seco, olhando para os lados para se situar. Era um banheiro pequeno para duas pessoas, seus pés quase encostavam no de Loey. Além do vaso, apenas uma pia era localizada no lado oposto. Econômico demais para o banheiro do camarim de uma emissora tão grande. Sem muita opção, acaba voltando para o mesmo lugar onde começou, nos olhos escuros, de um castanho quase negro. Lembrou-se da foto em que viu o rosto dele exposto ao sol, o tom dourado da pele asiática assumindo tons mais claros por não ser a luz das seis da tarde. Naquela imagem, as íris tinham cor de mel, quase como um sonho.


Deve ser bonito demais ver todo esse brilho com os próprios olhos…”


— Você está bem? — pergunta Baekhyun, afinal, não é todo dia que se encontra uma pessoa sentada daquela maneira no chão do banheiro. — Eu… Posso chamar alguém, se quiser.


— Não. — Ele não pede, a palavra soa como uma ordem. Os dedos grandes vão em direção do cabelo platinado que já havia sido modelado para trás, de maneira que deixa as laterais raspadas à mostra. — O que você veio fazer aqui, para início de conversa?


Confuso, Baekhyun deixa o ar sair pela boca, que acaba ficando aberta por alguns segundos. É inacreditável, que depois de tê-lo chamado a atenção no Twitter, ainda fosse capaz de fazer-se de desentendido.


— Não sei se percebeu, — ergue a mão com o figurino na altura do rosto. — mas estou atrasado e preciso me trocar.


O modelo cruza os braços e um vinco aparece no meio das sobrancelhas escuras. Baekhyun percebe que o blazer escolar não tem um caimento bom nos bíceps. Comportava-se bem no resto do corpo magro e atlético, mas ficava justo nos braços porque, realmente, eles eram enormes. O pensamento o fez soltar uma risadinha nasalada que muito bem, pelo olhar baixo, pode ter sido interpretado de outra maneira.


— Então você é o Baekhyun... — Loey fala sarcástico, como se por ventura não tivesse o reconhecido. Se levanta do chão lentamente, apoiando-se na parede ao lado. — Pensei que não fosse vir e que teriamos que remarcar as gravações.


Foi impossível não reparar na diferença de altura entre eles, uma vez que o modelo fizera questão de dar alguns passos para aproximarem-se. No mínimo, ele deveria ter uns injustos dez centímetros a mais. Os olhos traiçoeiros de Baekhyun estagnaram no pomo de adão indiscretamente, por alguns poucos e significantes segundos. Vê-lo engolir em seco foi o que precisou para desviar o olhar e dar um passo para trás. Encostou-se na porta, um tanto abalado e envergonhado. Na altura do campeonato em que estava, não podia dar-se ao luxo de voltar com os velhos hábitos. Se Loey fosse tão mau caráter quanto Junmyeon dissera, facilmente colocaria seu um ano e meio de treinamento e seus poucos meses de carreira em risco.


— Me desculpa pela demora, eu… Fui comprar chá. Também trouxe um pra você. — Ele diz, perguntando a si mesmo se seria prudente tocar no assunto que dizia respeito à quase sessão de autógrafos que deu no estacionamento. Não queria ser visto como um moleque, apesar de ter agido como um. Loey havia se mostrado ser um homem não muito complacente, naquelas poucas palavras trocadas. Assim como todas as outras pessoas do camarim, deveria achar que Baekhyun não passava de um novato metido a estrela, ou estrelinha, como Irene havia o chamado. — É da coleção de início de verão da Starbucks e tem um pouco de gengibre, tá uma delícia.


A reação de Loey àquela informação foi uma coisa cômica de se ver, do ponto de vista de Baekhyun. Ele pareceu confuso por alguns segundos, as sobrancelhas juntaram-se mais uma vez e os lábios cheinhos partiram-se. Um verdadeiro ponto de interrogação, como se estivesse achando que fosse louco.


— Chá? Pra mim? — Obviamente, ele responderia na defensiva. Estava no prédio da emissora horas antes de Baekhyun, sabe-se Deus fazendo o que enquanto o esperava, junto com o resto dos convidados e apresentadores. Deveria ter guardado toda a acidez dentro de si e, agora que tinha a chance de externá-la, provavelmente não deixaria passar. — E ainda da Starbucks… Você vive nesse planeta, garoto?


Era compreensível que estivesse com raiva, não censurava ele por isso. Mas chamá-lo de garoto?


— O que tem de errado na Starbucks?


— Os chás e cafés de lá não são cem por cento orgânicos! — Ele fala, gesticulando com as duas mãos. — Não são diferente das outras grandes indústrias, já que exploram a vida de outros seres vivos para fins capitalistas. Eu me recuso a participar disso, não quero ter esse peso na consciência.


Atônito, Baekhyun pisca lentamente. Ele não poderia estar falando sério.


— Não quero ser, sabe, um grande filho da puta, mas você não é modelo? Está inserido em uma indústria que também é capitalista, apesar de ser de entretenimento. — tentou ser claro, para que não fosse subjugado como ignorante. Era controverso demais que alguém na posição dele se importasse tanto com os problemas do capitalismo. — Loey, você trabalha com marcas de grife que também exploram a mão de obra barata. Não é muito diferente uma coisa da outra.


— Acho esse outro problema válido. De verdade, não me olhe assim. — Ele tenta se defender, o peito estufado como se tivesse orgulho do que diria a seguir. — É uma questão importante, precisa ser resolvida e nisso concordamos. Mas acontece que uma coisa não anula a outra.


— Você explicou tudo e nada ao mesmo tempo. — Baekhyun argumenta, pouco entendendo do que ele quis dizer. — Tá sendo incoerente em apoiar uma causa e cagar para a outra.


— Olha, por que você ainda não começou a se trocar? — Ele muda de assunto. — Quanto antes a gente sair daqui, melhor.


Por breves instantes, o silêncio inunda o banheiro. Baekhyun aperta o figurino, sentindo-se encurralado. Internamente, condenava os costumes enraizados na cultura que, agora, o impedia de enxotá-lo para fora do banheiro. Era comum que homens frequentassem espaços onde a nudez, parcial ou completa, fosse exibida na frente de outros homens. Ele próprio já havia feito isso diversas vezes durante a adolescência, quando participava do time de futebol e sequer imaginava que se passasse mais alguns segundos reparando nos instrumentos alheios, poderia vir a descobrir algo sobre si mesmo.


No entanto, a ideia de ficar apenas de roupa íntima na frente de Loey o incomodava. Não por saber que Loey, assim como ele, possuía um pênis no meio das pernas,— já havia passado da fase “ereção pela força do pensamento e nada mais” — mas sim por ser o tipo de homem que faz Baekhyun sentir-se intimidado. Era dono de um corpo escultural que facilmente podia ser comparado à uma estátua grega. Ele havia visto isso nas muitas fotos dos ensaios que o modelo postava no Twitter, quase sempre acompanhadas de emojis abertos para interpretações. Não queria ter seu corpo de ser humano comum visto pelos olhos de alguém assim. Já lhe bastava as ofensas que estranhos — e, às vezes, ele próprio quando os dias eram ruins — da internet faziam questão de pontuar quase todos os dias, como se fosse parte de um ritual religioso.


— Vira de costas. — Por fim, acaba dizendo com certa firmeza.


Para sua surpresa, Loey não questiona seu pedido. Ele se vira sem nem pensar duas vezes, e sente-se agradecido por isso.


— Sou ovolactovegetariano e chá industrializado não é minha praia. — De repente, ele retorna o assunto. Baekhyun estava com os braços estendidos para cima, tirando a camisa larga do corpo, mas paralisou ao achar que ele havia se virado. — E não são todas as indústrias que eu odeio. Já comi o hambúrguer vegano do Burger King.


— Tudo bem Loey, eu já entendi. — respondeu, após averiguar se ele estaria na mesma posição. Abriu o zíper da calça, tirando ela com certa pressa. — Aliás, por que Loey? — perguntou, inegavelmente curioso. — Sei que o mínimo que o universo pode fazer pra um cara lindo é dar um nome feio, mas não acredito que sua mãe tenha tido essa criatividade toda.


Assim que percebe o que disse, Baekhyun arregala os olhos. Pela primeira vez em muito, mas muito tempo, sente o rosto ficando quente. Havia dito, com todas as palavras, que Loey era lindo. Provavelmente, estava corando como um adolescente — e para variar, um adolescente que nunca havia sido. Digamos que timidez não seja usada com frequência em seu vocabulário pessoal.


— Você é assim o tempo inteiro? Do tipo que gosta de atacar as pessoas?


Loey não se atentou ao pequeno deslize, felizmente. Se fosse tão lerdo quanto mostrava-se ser, talvez não tivesse percebido a maneira descarada que tinha o secado, no primeiro momento em que se viram.


— Sei que já está acostumado com o jogo sujo de amigo-inimigo que fazem aqui dentro, mas pensei que estivéssemos trocando uma ideia. De artista para artista. — respondeu honestamente. — Se eu tivesse a intenção de te atacar, garanto que saberia.


Estava com a camiseta ainda aberta quando escutou batidas ríspidas na porta. Os dedos já posicionavam para fechar os botões, quando Loey virou-se para trás tão rápido que podia jurar que estava prestes a deixar o banheiro. Talvez, a intenção dele fosse falar com quem estivesse do lado de fora, ou responder ao que tinha dito. Não sabia ao certo, nem conseguia raciocinar direito para chegar numa hipótese. Os olhos dele não lhe davam outra escolha senão paralisar sob sua jurisdição.


— Está tudo bem aí dentro, Baekhyun? — Junmyeon perguntou. Obviamente, estava preocupado. — Jongdae me disse que está com Loey.


Baekhyun não conseguia falar. As inseguranças estavam latentes, lacerantes. Não sabia o que se passava na cabeça do modelo, pois apesar de continuar observando-o, sua expressão era indecifrável. Puxou parte da camiseta para tapar uma parte do corpo e então, finalmente, conseguiu fazê-lo olhá-lo nos olhos. Mas não era apenas um mero olhar, como o que dedicou à Jongdae e Irene naquele mesmo dia. Loey realmente o olhava; as pálpebras pesando sob as íris escuras, a boca numa linha reta e inexpressiva.


Uma incógnita que Baekhyun não desejava decifrar por medo do que poderia encontrar.


— Chanyeol. — Ele murmura baixo, a mão indo em direção da maçaneta e, consequentemente, ficando não mais que um palmo de distância de Baekhyun. Quando vira o rosto para o lado, a respiração bate na lateral do rosto do cantor. — Meu nome é Chanyeol.


E assim ele se foi, abrindo a porta com uma rispidez totalmente oposta ao homem bobo e de posicionamento fraco que conhecera, minutos antes. Os ombros largos trombaram nos de Junmyeon, que mal conseguiu desviar o corpo do caminho do modelo.


— Estou terminando. — Baekhyun diz, torcendo para que a voz não tenha saído tão quebradiça quanto soou para si próprio.


O manager não demora em fechar a porta novamente, concordando em um breve aceno. Se havia pensado algo errado ou notado o desconcerto dele, nada demonstrou. Como sempre, permaneceu em sua máscara profissional que tudo via, mas nada dizia. E bem, foi decepcionante. Podia jurar que eram amigos próximos, não obstante de serem obrigados à isso por conviverem juntos quase que diariamente.


Um amigo questionaria; um amigo, certamente, preocuparia-se. Mas Junmyeon… Ele não fez nada.


De dedos trêmulos e coração acelerado, Baekhyun terminou de abotoar a blusa.


“O nome dele é Chanyeol” Pensou, o olhar indo para o espelho em cima da pia. Parecia uma completa bagunça, enquanto passava o blazer pelos braços. “Mas ele não respondeu minha pergunta, não sei o que significa Loey… Assim como também não sei o que significa Chanyeol. O filha da puta é uma caixinha de surpresas.”

10 de Abril de 2020 às 19:41 0 Denunciar Insira Seguir história
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