krishnagrandi Krishna Grandi

Letícia está cansada da sua posição e decide tomar uma atitude. Uma triângulo amoroso entre Bruno, Letícia e Roberta que está prestes a ser rompido com mágoa. A inveja pertence a quem? Publicado na Revista Paranhana Literário. Ed. Dezembro. p. 43. 2020.


Conto Para maiores de 18 apenas.

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A não assumida

Letícia estava na cama. Olhava pela janela o entardecer e pensava em qual lingerie usaria naquela noite. Tinha a branca, favorita dele. Mas tinha a preta rendada, favorita dela. Constrastava com o seu corpo e realçava uma meiguice nas curvas suaves que ela possuía. Optou por ir tomar um banho e ficar nua, até decidir.

Saiu do banho e olhou as mensagens no celular. A conversa com ele foram intensas. Bruno era incisivo, na maioria das vezes, mas tinha aquele olhar. O olhar de que via a alma de Letícia. Ela, por sua vez, sabia onde estava se metendo. Mas não podia negar que em seu coração tinha uma esperança. Aquela noite seria determinante.

Os encontros com o Bruno eram sempre escondidos. Normalmente em móteis ou hotéis. Quando ele inventava uma mentira consistente e conseguia um finde numa cidade de interior, levava Letícia consigo. E assim eles se viam. Ela sabia que ele tinha uma namorada. Mas ela também era a namorada dele. Em juras, Bruno declarava o seu amor e ela alimentava o amor por ele.

Bruno prometera consertar a situação. Fazer do jeito certo. Estavam há quase um ano nesses encontros furtivos, quando Letícia decidiu desabafar. Colocou o seu conjunto favorito e pegou o carro. Pelas ruas de Taquara, foi até a casa de Roberta.

-Acho que não aguento mais isso... – Um pouco trêmula, com um sentimento de inveja misturado com raiva, dirigia um pouco ofegante.

Ao chegar na casa de Roberta, Letícia começou a estralar os dedos. Estava nervosa com a confissão.

-Oii, Lê! – Roberta abriu a porta. – Quanto tempo?!

-Beta, eu... – Sentando no sofá, Letícia jogou a bolsa em um canto e olhou bem sério para Roberta, num tom firme, mas não gritando, Letícia fez o seu desabafo:

– Eu te odeio! Eu te odeio, porque tu é perfeita. Eu te invejo, porque tu tem fotos lindas no Instagram. Eu... Eu não falo contigo há tempo, porque eu comecei a namorar um homem. Ele é carinhoso comigo, me dá presentes, diz o quanto eu sou maravilhosa. Principalmente na cama. Ele gosta muito de me filmar, diz que sou fotogênica e que deveria ser modelo. Comecei a trabalhar como recepcionista em hotéis para poder ver ele mais vezes...

-Letícia, eu não estou entendendo. E por que veio aqui se me odeia? – Roberta estava confusa.

-Roberta... Eu te invejo, porque tu é assumida. – Letícia tirou o seu celular do bolso e abriu a galeria. Mais calma, sentou no sofá. – Senta do meu lado?

Roberta estava receosa, mas sabia que a Letícia era uma boa garota, estava sempre na dela. Eram amigas de jogar conversas fora. Não muito íntimas, mas boas conhecidas. Sentou do lado de Letícia e um pouco chocada com a atitude dela exigiu:

-O que está acontecendo?

-Eu queria te mostrar as minhas fotos. Tá vendo ele? É o meu namorado. – Roberta pegou o celular e lágrimas começaram a escorrer pelos olhos. Bruno estava em algumas fotografias. Nunca olhando para a foto. As fotos eram mais selfies de Letícia, com o Bruno ao fundo cozinhando. Ou uma foto dos dois em uma piscina, em que ela estava na beirada e ele mergulhando.

-O que o Bruno faz nessas fotos? – Roberta estava confusa. – O Bruno é o meu namorado.

-Lembra daquela vez que ele te disse que ia precisar estudar um finde em Santa Catarina? Eu estava lá com ele... – Letícia começou a chorar. – Eu estou cansada de não ser assumida. De ficar em segundo plano, ou esperando uma mentira. Eu queria te dizer que amo o Bruno. Assim como você ama ele.

Roberta estava chorando. Sentia seu coração apertado de dor.

-Eu preciso que saia da minha casa agora. – Roberta levantou nervosa e abriu a porta. Letícia passou por ela. Seus olhos se encontraram. – Ele deve ter te iludido como me iludiu. Te agradeço por ter me contado. Eu não estava desconfiando. Mas não quero nunca mais te ver. Não quero saber por quanto tempo foi e nem como.

Letícia pegou o carro e foi embora. Roberta fechou a porta atrás de si e foi para a cama. Tirou as roupas que sufocavam sua respiração. Colocou a lingerie que ganhara de Bruno e que por isso, era a favorita dele. Uma lingerie preta e rendada. Até combinava com a cor de sua pele, mas Roberta preferia a branca, que contrastava com seu corpo farto e desenvolvido. Ficou imaginando os tipos de filmagem que deveriam ter acontecido entre Letícia e Bruno. Ele, que vivia dizendo que isso era coisa de mulher vadia. Não gostava que Roberta enviasse uma foto sensual. Muito menos filmar. Sobre o que mais ele mentia?

Em meio às lágrimas, Roberta esbravejou de seu quarto:

-Eu te invejo, Letícia! Qual é a graça de ser assumida se eu não posso ser quem eu sou? Uma puta vadia!

1 de Abril de 2020 às 23:46 0 Denunciar Insira Seguir história
3
Fim

Conheça o autor

Krishna Grandi Sou escritora, atriz e publicitária. Gosto de escrever sobre tudo um pouco, mas tenho focado em escrita sexy, contos de suspense, mistério, drama e comédia. São os meus favoritos. Quero fazer amigos, contatos e parcerias. Um beijo.

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