azusakim Jess Sibia

E todos os beijos que ele dava em segredo, todo o carinho e os cafunés, as saídas no meio da noite para comprar meus remédios para enxaqueca - que eram frequentes durante as provas -, ou quando abandonava sua aula para cuidar de mim que estava jogado em algum canto do campus passando mal por algo que comi e não deveria, eram demonstrações de amor. Chanyeol me ama a sua maneira e eu o amo ainda mais, da maneira que eu sei amar, da forma mais sincera possível, com ele eu não preciso usar máscaras - seja as de cílios ou as que encobrem nosso real humor e sentimentos -, eu não preciso da minha melhor roupa, nós temos o tipo de amor sem frescura mas tudo isso é principalmente pelo simples fato de que para nós, eramos apenas amigos.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 21 anos apenas (adultos).

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Capítulo I - Sobre Relacionamentos Mal Resolvidos

E é por isso que amigos devem dormir em camas separadas

E os amigos não devem me beijar como você me beija

E eu sei que há um limite para tudo

Mas meus amigos não me amam como você

  • Ed Sheeran, Friends.

Pov Baekhyun



Contorno suas omoplatas com a ponta dos dedos delicadamente, as costas nuas viradas para mim enquanto ele ainda dorme tranquilamente, vejo o remexer um pouco ao toque talvez tenha se arrepiado, talvez tenha medo que eu descubra suas asas. É sábado e dificilmente ele iria se levantar antes das onze e ainda são oito, para a minha sorte, o quarto está uma grande bagunça a caixa de pizza jogada sobre a cama onde eu deveria dormir, a garrafa de refrigerante debaixo da mesma cama já vazia, os copos de plásticos amassados e usados em algum lugar. Respiro fundo, ainda desenhando linhas imaginárias pelas suas costas, talvez dali a um pouco seu celular vibre com a mensagem de seu namorado neurótico, se é que ele ainda pode ser chamado assim.


Quando se está na universidade, nada pode ser afirmado com certeza, ainda mais quando o assunto é um relacionamento a quilômetros de distância como era o de Park Chanyeol e Do Kyungsoo, eles pouco se viam e quando estavam juntos brigavam mais do que eu com meu irmão mais velho - e acredite, isso é muito -, dois minutos de conversa civilizada e então pelo menos trinta deles entre os gritos do namorado baixinho do meu melhor amigo. Chanyeol nunca me apresentou o namorado formalmente, porque Kyungsoo não me conhecia e já me odiava, por todas as fotos no instagram, por todas as ligações atendidas por mim enquanto Chanyeol estava o banho ou dormindo, por todas as mensagens mandadas quando eu não deveria - e eu juro, juro mesmo! que nenhuma delas teve qualquer intenção de atrapalha-los. Só naquela semana Chanyeol havia dado indiretas de que o melhor talvez fosse dar um tempo ou um basta definitivo no relacionamento de cinco anos que já se arrastava havia dois. A questão no entanto era que ambos tinham um problema gigante: os pais.


A Sra. Park adora Kyungsoo, quanto a mim, ela me considera o melhor amigo de faculdade do filho dela e isso seria ótimo se em todas as nossas conversas ela não fizesse questão de frisar o quanto o Do era a melhor escolha para Chanyeol - este que fazia advocacia, enquanto Kyungsoo cursava medicina e eu? Bem, eu era apenas estudante de jornalismo. A verdade é que ela só queria o melhor para o futuro do filho e estava certa, mas eu posso garantir a ela que nenhuma das aulas de anatomia de Kyungsoo poderiam ensina-lo como decifrar o coração de Park Chanyeol e nem como toca-lo de maneira que faça o adormecer em segundos, ou como acariciar suas omoplatas e tocar suas asas.


Eu e Chanyeol nos conhecemos no primeiro ano, porque fomos colocados juntos para dividir o quarto do alojamento e em pouco tempo, nossos gostos em comum por quadrinhos, Star Wars, League of Legends e uma dezena de séries de TV transformaram um “bom dia” em um “comprei bolinhos” ou um “estou estudando” para um “reservei uma mesa na biblioteca para nós”. Inseparáveis talvez seja expressão suficiente para dizer o que nos tornamos, mas mais do que isso, nossa relação era diferente de qualquer outra amizade naquele campus, éramos amigos e sabíamos que não passamos disso, mas ainda assim dormimos na mesma cama, ainda assim tomávamos banhos juntos, ainda assim era pela boca um do outro que procuramos nas festas que íamos, era pelo corpo um do outro que procuramos durante a noite - seja ela quente ou fria - e todas essas situações começaram a fazer o Park questionar sua relação com o Do, o que causou o primeiro término. Kyungsoo bloqueou o número de Chanyeol por semanas, até a ligação da Sra. Do surgir e toda a leveza que o Park esbanjou após o término, ir por água abaixo.


Mas eu ainda me lembro dele vindo até mim correndo no meio da garoa fina que caía na cidade aquela tarde, eu com minha cara de quem não dorme a dias, com o moletom velho de dormir que eu não fiz questão alguma de trocar - e diga-se de passagem que eu também estava com a calça do pijama por baixo da jeans, assumo -, e com o guarda chuva preto que minha avó me obrigou a trazer que deveria caber pelo menos umas cinco pessoas de baixo dele. Chanyeol me abraçou me fazendo derrubar o guarda chuva e aquela foi a primeira vez que ele me beijou em público.

“Ficou maluco?” Separei o contato empurrando-o de leve e rindo.


“Nós terminamos.” Ele sorria grande, franzi a testa confuso até que a ficha caiu.


“Não acredito que fez isso, vai matar o medicozinho do coração Chanyeol!” Soquei seu ombro brincando.


Ele riu, aquela risada gostosa de quem parece ter tirado um peso das costas. Mais tarde descobri que a falta de preocupação era por conta de que Kyungsoo também tinha um segredo: ele havia saído duas ou três vezes às escondidas com um aluno de artes cênicas e confessou ao Park que gostava do rapaz. Era claro que o relacionamento de Chanyeol e Kyungsoo não funcionava mais e estava mais aberto do que ideal, mas algo que eu nunca vou entender, os prendia ali - talvez os pais, mas nada deveria ser tão forte assim, certo?


Eu sei sempre fui uma pessoa ligada ao místico e aos segredos que as estrelas tem para nós e para mim, a nossa conexão que se iniciou de forma tão natural e se tornou tão intensa, era o resultado de algo maior que nós, era como se nós devêssemos ter nos conhecido naquele tempo e momento. Para cuidar um do outro, para estar ali um para o outro e todos os beijos que ele dava em segredo, todo o carinho e os cafunés, as saídas no meio da noite para comprar meus remédios para enxaqueca - que eram frequentes durante as provas -, ou quando abandonava sua aula para cuidar de mim que estava jogado em algum canto do campus passando mal por algo que comi e não deveria, eram demonstrações de amor. Chanyeol me ama a sua maneira e eu o amo ainda mais, da maneira que eu sei amar, da forma mais sincera possível, com ele eu não preciso usar máscaras - seja as de cílios ou as que encobrem nosso real humor e sentimentos -, eu não preciso da minha melhor roupa, nós temos o tipo de amor sem frescura mas tudo isso é principalmente pelo simples fato de que para nós, eramos apenas amigos.


Me sento na cama e escuto o celular vibrar no criado mudo, olho por cima do corpo adormecido do Park e vejo que é uma ligação e não mensagem, Kyungsoo raramente ligava aos sábados mas ao que parece aquele seria uma exceção, o celular continua vibrando incessantemente dando a entender que ele não vai parar de ligar enquanto não for atendido. Pondero entre acordar Chanyeol ou atender por mim mesmo, o que seria pior afinal? Estragar o humor do Park em pleno sábado com uma ligação que lhe traria uma provável discussão ou assumir a responsabilidade de atender e correr o risco de ser a Sra. Do ou a Sra. Park através do telefone de Kyungsoo?


“Alô?” Ouvi bufarem do outro lado da linha, ao menos era mesmo Kyungsoo.


“Existe alguma ligação que você não atenda?” A voz irritada do garoto soou.


“Só atendo quando ele não pode atender Kyungsoo, tivemos prova ontem até as onze, ele está dormindo ainda.” Respondi sussurrando.


“Minha mãe quer falar com ele, então acorde ele logo Baekhyun.” Respondeu impaciente.


E aquilo me irritava, me irritava profundamente a manía ridícula dos pais de Kyungsoo controlarem Chanyeol e a relação que eles ainda mantinham mais por causa deles do que por conta própria.


“Não vou acordar Chanyeol a essa hora, ainda não são nem nove horas, ligue mais tarde Kyung.” Observei o Park acariciando os fios de seu cabelo negro.


“Kyungsoo porque está demorando tanto? Chanyeol não quer falar com a gente? Ele precisa resolver isso, vocês não podem jogar todo esse namoro no lixo você não vai achar alguém melhor que ele filho!”


“Sua mãe?” Questionei ao ouvir a voz feminina ao fundo.


“Baekhyun, sabe como as coisas funcionam então por favor, me deixe resolver isso.” Kyungsoo suspirou cansado, ele estava sufocado.


“Por que não fala para ela sobre o cara de artes cênicas do seu campus, Chanyeol me falou sobre ele.”


“Porque você não cuida da sua vida Byun?” Respondeu ríspido.


“Mas eu estou cuidando.” Rebati ironicamente. “Kyungsoo, você tem vinte e dois anos e está apaixonado por alguém que não é seu namorado mas continua insistindo em ficar com ele mesmo sabendo que não o ama mais simplesmente porque sua mãe diz que não vai achar nada melhor? É isso que você vale, um diploma?”


O Do ficou um tempo mudo em linha e eu achei que ele tinha desligado, vi Chanyeol abrir os olhos e suspirei estendendo o celular para o garoto que ainda tentava acostumar-se com a claridade no quarto.


“Seu namorado.” Fiz uma careta. “Ou melhor, a mãe dele.” Vi Chanyeol revirar os olhos pegando o celular de minhas mãos e se levantando indo em direção ao banheiro.


Me joguei na cama puxando meus cabelos com um vontade imensa de gritar para o mundo inteiro “eu odeio a Sra.Do”, mas eu não podia, porque nós somos apenas amigos e amigos não se comportam como nós nos comportamos um com o outro, amigos não se beijam e não dormem juntos, amigos com toda certeza não transam.


Mas nós fazemos isso - e muitas outras coisas - e eu precisava sufoca-las para mim como Kyungsoo sufocava para si a paixonite que sente pelo estudante de cênicas de seu campus, eu tenho que deixar meu coração doer da mesma maneira que o coração do estudante de cênicas deve doer todas as vezes que via a aliança prateada no anelar direito de Kyungsoo, eu tenho que enxugar minhas lágrimas como as lágrimas que escapavam dos olhos da Sra.Do quando o filho e o genro decidem terminar, a diferença é que as dela fazem parte de um grande teatro e as minhas, as minhas são mais sinceras do que eu gostaria. Levantei da cama indo até o armário pegando meu jeans gasto vestindo no lugar da calça do pijama, peguei uma regata preta e então o casaco xadrez, calçado o tênis revirei os bolsos de Chanyeol até achar um pacote de pastilhas de hortelã, peguei a carteira e as chaves do quarto sobre a mesa de estudo dando algumas batidas na porta do banheiro.


“Estou saindo.” Avisei.


“Baekhyun, espera aí.” Ouvi a voz dele soou abafada pela porta.


“Eu volto logo, me ligue se quiser que eu traga o almoço.”


Sai do quarto encarando o corredor vazio antes que ele me chamasse de novo, peguei meu celular que estava no bolso do casaco desde a noite passada conferindo a lista de mensagens, havia algumas da minha mãe, da equipe de representantes de sala avisando que a reunião de hoje havia sido remarcada para segunda, uma do meu irmão com o anexo de foto da minha sobrinha que estava completando três anos, sorri ao ver como ela estava parecida comigo mais do que era parecida com ele na foto, por último algumas mensagens de meu outro amigo, Kim Jongdae, que também cursava jornalismo e que morava em um apartamento no centro da cidade com seu irmão Kim Minseok.


[Recebida às 2:43AM de Dae]

Sei que deve estar ocupado, mas se quiser eu e Minseok vamos ao Street comer alguns onions rings, traga o Park se quiser.

[Recebida às 3:20AM de Dae]

Junmyeon está aqui Baekhyun, socorr eu não quero ter que falar com ele, Minseok está me puxando pra mesa dele, para de se comer com o Park e vem ajudar seu amigo inútil.

[Recebida às 3:25AM de Dae]

Estou fugindo do Street pela porta dos fundos, Junmyeon está namorando com Yixing, me ligue assim que ver isso por favor.


Ao que parecia, Jongdae estava tão ruim quanto eu, busquei seu número na lista de chamadas recentes comecei a andar pelo corredor até a escada que levava a saída enquanto esperava que ele atendesse.


“Alô” A voz sonolenta e anausada dizia tudo: ele havia chorado a noite toda.


“Quer dizer que você foi passado para trás, de novo?” Falei brincando e quase pude ver ele revirar os olhos.


“Sem piadas Baekhyun, vem logo pra cá, Minseok saiu e eu preciso de alguém que saiba fazer qualquer coisa comestível.”


“E essa pessoa por acaso seria eu? Se for vai morrer de fome.” Ri, escutando-o bufar.


“Passa no café me traz chocolate quente e uns biscoitos, vou destrancar a porta pra você entrar, estarei na cama te esperando.”


Jongdae tem essa mania de ditar ordens para as outras pessoas e incrivelmente, até hoje eu não encontrei ninguém que não as siga sem um sorriso no rosto, meu amigo é adoravelmente simpático e todas as pessoas que eu conheço gostam dele, umas mais outras menos mas ninguém o odeia realmente, é lamentável que Junmyeon, o estudante de matemática e capitão do time de futebol da universidade, não consiga enxerga-lo como alguém que vale a pena. Caminhei pelo campus vazio o mais rápido que consegui, logo a cidade acordaria naquele sábado nublado e a cafeteria estaria lotada demais para alguém sem paciência como eu, peguei um táxi logo na segunda esquina.


Nós estudamos em uma universidade privada em Gangnam, eu entrei através do sistema de bolsas porque jamais em qualquer momento da minha vida meus pais teriam condições de pagar o curso para mim, éramos pobres demais para isso na época, outro motivo pelo qual eu moro no alojamento da faculdade e não em um apartamento como Jongdae ou em casa, meus pais são de Bucheon e mesmo sendo região metropolitana de Seul, sairia caro demais pagar o metrô para ir e vir todos os dias, diferente de Chanyeol que é um garoto da capital, um garoto de Gangnam e talvez esse pequeno fato contribua para que a Sra. Park me olhe como um fracasso econômico.


Desci do táxi indo em direção do café que ainda não estava lotado, comprei o chocolate e os biscoitos para Jongdae e depois terminei todo o trajeto a pé, a porta de seu apartamento realmente estava aberta e eu sempre vou me perguntar como ele consegue não ter medo de ser assaltado. Jongdae estava jogado no sofá, diferente do que disse que estaria, apenas sua cabeça pode ser vista através do cobertor que cobre todo seu corpo, coloquei sua encomenda gorda sobre a mesa de centro e me joguei sobre ele.


“Você engordou alguns quilos.” Murmurou.


“Ei” Mordi seu braço por cima da coberta.


“Ai! Baekhyun!” Resmungou fazendo uma careta.


Me ajeitei ao seu lado debaixo da coberta abraçando sua cintura e apoiando meu rosto em seu ombro.


“Eu falo primeiro ou você fala?” Questionei olhando pra TV onde passava o jornal da manhã.


“Junmyeon e Yixing estão namorando e é só isso, não tenho mais nada pra falar, eu só queria colo mesmo.” Vi Jongdae fazer um bico e ri.


“Kyungsoo ligou de manhã, discuti com ele e quando saí Chanyeol estava trancado no banheiro conversando com ele.” Suspirei. “Acho que tenho que acabar com essa coisa entre eu e o Park, é desgaste, quer dizer, eu sou o amante dele.”


“Na verdade, você é o melhor amigo, amantes não são apresentados para a família como você foi no semestre passado.” Jongdae respondeu e ele estava certo.


No último semestre os pais de Chanyeol vieram vê-lo e ele me apresentou como seu companheiro de quarto e melhor amigo, eles já sabiam que eu existia a muito tempo até porque a Sra. Park sempre vinha ao campus trazer as comidas preferidas de Chanyeol, mas nunca tínhamos nos falado por mais de dez segundos. Seu pai era simpático e parecia ser do tipo bem certinho, sua mãe também era uma simpatia mas seu olhar dizia que ela sabia que eu era uma ameaça para o relacionamento de seu filho com Kyungsoo e isso ficou provado na segunda vez que nos vimos, quando ela apareceu de surpresa no dormitório e trouxe o Do junto, me obrigando a sair o mais rápido possível do lugar.


“Dói Jongdae, porque nós somos amigos mas nada do que fazemos se encaixa naquilo que amigos fazem.” Apertei sua cintura com um pouco mais de força.


“Acho melhor conversar com ele então, acabe com isso, é sábado ele vai ter até segunda pra providenciar um novo quarto ou algo assim, ele é de Gangnam afinal, pode ir morar com os pais de novo.”


E com aquela ideia em mente, deixei Jongdae sozinho de novo no apartamento próximo a hora do almoço depois de uma sequência de infinita de Hora de Aventura regada a muitos biscoitos e lágrimas do meu azarado amigo. Havia acabado de pegar o ônibus de volta para casa - táxi é algo muito caro para bancar a ida e a volta -, quando meu celular vibrou no bolso indicando uma nova mensagem no Kakao Talk, respirei fundo ao ver ser de Chanyeol.


Chanyeol diz:

Onde você está?


Você diz:
No ônibus, estava com Jongdae.

Chanyeol diz:

Por que sempre está com ele quando não está comigo?

Você diz:

Porque ele também é meu amigo e precisa de mim?

Chanyeol diz:

Preciso de você em casa o mais rápido que conseguir.

Você diz:

Aconteceu alguma coisa?

Chanyeol diz:

Meus pais, Kyungsoo e os pais dele estão aqui.

Você diz:

Vou voltar pra casa do Dae.

Chanyeol diz:

Não! Eu preciso que você esteja aqui Baekhyun.

Você diz:

Pra que? Pra ouvir sua mãe dizer o quanto seu namorado

é maravilhosamente perfeito? o quanto ele é ótimo nas aulas de anatomia?
Será que a sua anatomia ele conhece tão bem quanto eu?

Chanyeol diz:

Baekhyun por favor! Ela não diz por mal, é natural ela puxar o saco dele.

Você diz:

Não é não. Ela ama ele e me odeia, eu sou uma ameaça pra ela.

Chanyeol diz:

Baekhyun, nós somos melhores amigos

Você diz:

Esse é o problema Chanyeol, NÓS SOMOS AMIGOS!

QUE PORRA DE AMIGOS TRANSAM CHANYEOL?!


Ele visualizou a mensagem e não me respondeu e a minha vontade era de bater a cabeça dele contra o vidro daquele ônibus, eu o amo e odeio na mesma intensidade, é como querer empurrá-lo de um precipício e ficar lá embaixo para pegá-lo. Depois de mais meia hora eu estava de volta a quadra do Campus, me demorei na caminhada queria evitar encontrar com a família Park e os Do, seria minha morte, a morte da minha dignidade porém, eu não podia evitá-la, aquele era o meu campus e o meu alojamento era o único lugar que eu tinha para voltar. Logo que entrei no corredor do nosso quarto, vi a porta aberta e as vozes risonhas ecoavam, elogios sobre as notas de Chanyeol ou algo assim, comentavam sobre seus troféus de debate que estavam espalhados pelas prateleiras acima da mesa de estudo. Parei alguns passos antes da porta, ajeitei o cabelo, coloquei uma pastilha na boca e respirei fundo, precisava encará-los e se fosse ficar fora, pegar uma muda de roupas.


Mal entrei no quarto e todos os olhares viraram-se para mim, o casal Do estava sentado na minha cama enquanto Kyungsoo e os pais de Chanyeol na dele e o próprio Park estava de pé com um dos troféus na mão, corri meus olhos por todos rapidamente observando a o olhar pesado de Kyungsoo sobre mim.


“Não vou demorar, só vim pegar uma muda de roupa.” Informei caminhando até o armário.


“Pensei que fosse ficar, disse aos meus pais que sairia conosco hoje.” Chanyeol respondeu.


Senti um calafrio percorrer minha espinha, ele realmente queria me matar?


“Desculpe, Minseok vai viajar hoje e Jongdae vai ficar sozinho no apartamento, vou dormir por lá.” Era mentira uma grande mentira que precisava ser dita sem que ele me olhasse nos olhos, porque ele saberia se olhasse.


“Você então é o Baekhyun, o garoto que falou com Kyungsoo hoje de manhã?” Parei de colocar algumas roupas na mochila para olhar para a dona da voz, era a Sra.Do


“Sim.” Respondi simplista, voltando a arrumar as roupas.


“Não sabia que a universidade aceitava uma parte tão ampla da população, acho que você não é daqui não é?” Ela questionou já sabendo a resposta.


Fechei o bolso maior da mochila e respirei fundo para não perder a paciência, porque naquele “daqui” ela não queria dizer de Gangnam, ela queria dizer rico, com poses, gente da gente dela.


“Não eu não sou, sou de Bucheon.” Peguei a mochila colocando sobre a mesa de estudos. “E antes que você pergunte, meus pais tem uma lavanderia e sim, eu sou bolsista.”


Vi o Sr. Park segurar o riso junto com Chanyeol, Sra. Do abriu e fechou a boca algumas vezes para me responder, mas não foi capaz voltando a fechá-la e se calando. Fui até o banheiro pegando minha escova de dente e iria me virar para sair quando trombei com Kyungsoo que entrava para lavar as mãos, nos olhamos por alguns instantes e eu achei que ficaríamos em silêncio, mas não, ele falou e falou algo que eu não queria ouvir.


“Eu cheguei antes dos meus pais e dos Park no quarto, ajudei Chanyeol arrumá-lo, estava uma zona.


“Obrigado por isso, nós costumamos arrumar somente a tarde nos sábados.” Ameacei sair mas ele segurou meu braço, voltei meu olhar para seu rosto.


“Eu achei um preservativo usado debaixo da cama de Chanyeol.” Sua expressão era neutra mas a minha, era quase de pânico. “Eu não estava aqui ontem a noite, então com quem ele usaria?” Arqueou a sobrancelha, ele sabia a resposta.


“Kyungsoo, escut-”

“Eu já sei Baekhyun, não é surpresa nenhuma isso.” Soltou meu braço. “Vamos terminar esse namoro hoje, com a aceitação dos meus pais ou não, e esse achado vai ser um ótimo argumento.”


“Kyungsoo, por favor.” Engoli em seco, sussurrando.


“Espero que se divirta com seu outro amigo.” Sorriu apontando a saída, me obrigando a sair do banheiro e dar de cara com os demais que já tinham voltado a conversar normalmente.


Peguei a mochila terminando de colocar o essencial dentro dela, reverenciei o casal Park e brevemente os Do, puxei de leve a barra do moletom que Chanyeol usava para chamar sua atenção.


“Pode vir aqui fora um momento?” Meu tom era quase suplicante e ele entendeu a urgência quando olhou pros meus olhos, concordando com a cabeça e me seguiu para fora do quarto.


Caminhei alguns metros longe da porta do quarto, minhas mãos suavam frio e Chanyeol tinha uma expressão confusa no rosto.


“Kyungsoo descobriu da gente, Chanyeol ele vai contar pro seus pais, ele vai destruir o relacionamento de vocês e o nosso.” Minha respiração estava acelerada. “Eu sei que pra você nós somos apenas amigos e eu sei que eu posso não significar muita coisa e que todas as nossas transas sejam por necessidade física apenas, mas porra Chanyeol. “ Eu estava chorando enquanto ele me encarava assustado.


“Chanyeol querido, a Sra. Do está te chamando.” A mãe dele estava parada na porta do quarto provavelmente, eu não olhei para ela.


Abaixei a cabeça e comecei a caminhar em passos rápidos até a saída, enquanto enxugava as lágrimas com a barra da blusa, mandei uma mensagem para Jongdae me buscar, ele tinha dinheiro e um carro não utilizado na garagem, ele respondeu que estava a caminho e eu disse que o esperaria no ponto de ônibus próximo da faculdade, menos de quinze minutos ele chegou e eu mal entrei no carro e já comecei a chorar como uma criança, ele suspirou fundo afagando meus cabelos começando a dirigir de volta para o apartamento.


“O que aconteceu?” Ele questionou enquanto dirigia.


“Ele não se importa.” Respondi em meio aos soluços. “Está tudo uma merda Jongdae, eu quero sair daquele dormitório.”


“Vamos resolver isso ok? Não me importo em dividir meu quarto com você se for necessário.”


Paramos no sinal, Jongdae acenou para um garoto que eu não conhecia e o mesmo correu em direção ao carro, eles trocaram algumas palavras e Jongdae destravou as portas para que ele entrasse no banco de trás, ele era magro com cabelos descoloridos e a pele bronzeada, como o tipo de pessoa que cresceu em Busan abusando dos dias de sol na praia, ele era bonito e sorridente como Jongdae.


“Jongin, este é o meu amigo Baekhyun, ele estuda jornalismo comigo.” Jongdae voltou a dirigir enquanto nos apresentava.


“Ah, olá Baekhyun!” O garoto que estava com os olhos na tela do celular olhou para mim e sorriu.


“Oi Jongin.” Lhe sorri de volta, fungando enquanto enxugava as lágrimas.


“Está com problemas?” Ele questionou franzindo o cenho.


“E quem não está?” Ri fraco fazendo-o rir junto comigo.


“Jongin estuda em Busan sabia?” Jongdae comentou. “Ele faz artes cênicas.”


E naquele momento meu sorriso morreu, porque se ele fazia cênicas e era de Busan havia uma grande probabilidade de ele ser a pessoa que Chanyeol me disse, a pessoa de Kyungsoo.

29 de Março de 2020 às 16:16 0 Denunciar Insira Seguir história
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Jess Sibia Perdida no meu labirinto de ideias

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