— Às vezes eu fico com meu cigarro imaginário.
O movimento dos dedos aos lábios foi automático, exalou lentamente por alguns segundos a fumaça tão inexistente quanto o objeto. Depois inspirou mais um bom gole de ar e tossiu.
O repuxado do sorriso, breve como a preocupação que deixou escapar com um suspiro, aumentou com o som no celular e então começou o karaokê sem microfone.
A dança interpretativa dava vergonha alheia em quem observava os movimentos tão desajeitados.
— E a pinga? - perguntaram entre um petisco e outro.
— Uai, essa deve ter sido de verdade, a ressaca pelo menos foi real.
Riu.
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