— Minha criança.
Naquele dia, todos escutaram aquela voz. Ninguém sabia ao certo o que aquilo significava, mas ficaram assustados, podia ser uma bruxa do mar? Alguma sereia dando a luz a algo maligno? Algo divino? Os tritões e sereias passaram alguns dias dentro de suas casas. Tempestades impiedosas vieram, mas nada além disso.
O oceano continuou tranquilo, pelo menos naquela parte, mas a governanta, ao lado de seus fiéis companheiros, sabia que aquilo era ruim, afinal, vinha das profundezas escuras do mar, ali quase não tinha vida.
Quase.
A sombra sorriu, mostrando dentes pontiagudos, ela iria se vingar de todos que riram e maltrataram dela, ao seu lado, seu filho e único.
Todos que a esqueceram, iriam lembrar dela da pior forma possível, ela traria o caos, destruição e maldade para aqueles mares. Ela despertaria os piores monstros submersos.
— A carne é nossa. — Ela disse, segurando em seus braços um pequeno tritão de pele pálida, com cabelos brancos, sua calda era vermelha com pontos brilhantes — Eles saberão meu nome, assim como o seu.
Ela pôs o dedo sujo de sangue sobre o peito do pequeno tritão, desenhando um círculo e um triângulo invertido dentro. O bebê se mexeu um pouco, mas voltou a relaxar. A escuridão das profundezas do mar era perfeito para eles dois.
— Meu nome... — Ela olhou confusa para o pequeno tritão, mas sorriu — Seu nome...!
O bebê adormeceu naqueles braços gelados e um tentáculo saiu da sombra puxando o pano para cobrir o rosto do bebê tritão.
— Meu nome é Jashin.
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