brendalf Brenda Bezerra

"Nunca tive facilidade com essa coisa da 'manhã seguinte', por mais vezes que eu repetice essa história, sempre terminava com um diálogo constrangedor e a incontrolável vontade de cavar um buraco e desaparecer. É claro que isso tem um motivo, as pessoas não se cansam de ter esperanças..."


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

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One.

Droga, droga, droga...

Eu corria, na ponta dos pés, de um lado ao outro do quarto, procurando minhas roupas perdidas entre outras roupas espalhadas ao redor da cama. Entre a leve dor de cabeça e a habitual desidratação, o pensamento dominante era o de pressa, eu precisava sair o mais rápido possível daquele lugar.

Encontrei meu celular no bolso de traz da minha calça e procurei por algum sinal de um carregador, de preferencia já preso a uma tomada. Avistei um fio branco sobre o criado bagunçado que estava perigosamente perto da cama.

­­— Ah! — dei um pulinho contido — Por favor seja android, por favor seja android, por favooooor — eu sussurrava o mantra quase como se pudesse recuperar minha fé na sorte — ISSO!

Conectei meu telefone, aguardei a luz de carregamento acender e então comecei a me vestir, no relógio perto da cama marcavam 05:40 e eu esperava que ele só fosse despertar daqui a pelo menos meia hora. Encaixei meu ultimo botão na casa, coloquei meu casaco cobrindo a pequena mancha de bebida no bolso da camisa clara, dei uma olhada no espelho, limpando algumas manchas do rosto e ajeitando o cabelo, peguei meu celular, ligando-o e assim que vi que tinha bateria o suficiente para chamar um uber o desconectei do cabo.

Pé ante pé, com meus sapatos em uma mão e meu celular na outra, caminhei até a porta, apoiei meus sapatos no peito e com a canhota tentei abrir o trinco, quando enfim pude ouvir o barulhinho da porta se destrancando, a puxei devagar e como o anunciado, o caos começou. O alarme atrás de mim disparou em um “pii-pii” agudo e irritante, ao mesmo tempo à minha frente uma fera se ergueu correndo e pulando em minha direção, rosnando raivosa e na sequencia gruindo, alguns tons mais agudos que o despertador, por dar com as fuças na porta que foi instantânea e ruidosamente fechada, antes que suas presas atingissem meu precioso rostinho.

Encostado na porta pude ouvir o zunido entre meus ouvidos e minha respiração acelerada cortando minha laringe ressecada, abraçando meus pertences meus olhos arregalados percorreram o quarto, encontrando, por fim, os do garoto alto que também assustado me observava confuso.

— Bom dia.

O sorriso amarelo foi inevitável quando eu senti minha bunda tocar o chão após eu escorregar pela porta de madeira branca. Aguardei uma resposta, mas o garoto não parecia acordado o suficiente para lidar com tanta informação logo pela manhã.

— Nos conhecemos ontem, no bar Namastê — engoli em seco e me ergui desajeitado, ainda agarrado aos meus sapatos e pesando a possibilidade de abrir a porta e correr até a saída.

— S-Sim — ele parecia acordar aos poucos, o cabelo desarrumado dando-o um ar engraçado e os olhos já fininhos quase sumindo entre as pálpebras inchadas pela falta de sono — Desculpa, eu deveria ter avisado sobre o cachorro, eu... Não esperava que você fosse sair assim...

— Eu não queria incomodar — me incomodar, na verdade, mas não diria isso em voz alta.

— Ok... Eu, eu vou ao banheiro, me vestir e prender a vivi.

— Vivi?

— A cachorra.

— Ah, claro, obrigado.

Ele se ergueu e eu me surpreendi com seu físico, mais alto do que eu ele tinha um corpo levemente definido e um rosto que também não era nada mal, os cabelos escuros e grossos davam peso ao rosto levemente arredondado e meio ondulados o deixavam com um aspecto de beleza natural, ele não parecia tão incrível na noite anterior em um ambiente pouco iluminado e comigo sob o efeito de tanto álcool; isso explicava por que eu conseguira chegar nele.

Em poucos passos ele chegou até mim, se inclinou e apoiando suas mãos sobre as minhas, fez um carinho leve, me deixando sem jeito.

— Você já pode calçá-los.

— A-Ah, claro, eu v-vou...

Sem graça me ergui, coloquei os sapatos no chão e enfiei meus pés neles, antes que eu me abaixasse novamente para prender os cadarços senti sua mão pesada sobre minha cabeça, bagunçando meus cabelos e na sequencia sumindo da minha linha de visão antes que eu terminasse de erguer meu olhar. Quando voltou estava mais apresentável, mais vestido, por assim dizer, ele passou por mim exalando um cheiro agradável de pele limpa e abriu a porta, passando primeiro ao outro cômodo onde, através de uma fresta, o vi acariciando a cabeça da fera, fazendo algumas vozezinhas vergonhosas e convocando o animal bestial que, agora bem mais pacífico, o acompanhou até a cozinha e sumiu, sendo por fim confinado no que deveria ser a lavanderia.

— Pode vir.

Abri a porta tímido, avaliei melhor o ambiente e me surpreendi com a organização de tudo quando comparado ao quarto, que se parecia com um campo de combate.

— Você quer comer algo?

— Não precisa.

— Sério? Não seria trabalho nenhum...

— Sério.

— Ah, come comigo, a gente termina junto e eu posso te levar em casa.

— Não, obrigada, eu já vou saindo.

— Quanta pressa.

— Não — eu odiava isso — É que eu não quero isso, eu não preciso dessa parte, onde a gente finge que isso pode ser algo — assinalei nós dois, como um casal — foi só uma noite divertida, não vai se repetir e nunca mais vamos nos encontrar. Não precisa se emocionar...

— Ok, não precisa ser rude — ele sorria, divertido — Vou abrir para você.

Esperei que ele passasse por mim e o acompanhei de perto, quando ele abriu a porta eu ia saindo ligeiro, quase vazando pelo espaço diminuto, porém ele puxou meu braço me dando um leve solavanco e me roubando um beijo, apertando seus lábios contra os meus com força. O beijo teve gosto de hortelã e a sensação da inquietação de alguém que quer morder uma criança fofa, tão ríspido quanto começou terminou e ele prosseguiu como quem não havia feito nada.

— Tchau, baixinho.

— O QUE?!

A porta se fechou na minha cara, quase acertando o meu nariz e em segundos fui da situação de fugitivo à de expulso.

— Mas que filho da...

Virei as costas e observei a vizinhança, me apertei dentro do meu casaco e senti o frio típico do nascer do sol congelar meu nariz e orelhas. Decidi dar uma caminhada até que fossem umas 06:30 para então chamar um uber por um preço mais em conta. Quando enfim chamei meu carro, peguei uma rota direta para o tão conhecido café perto de casa, mandando alguns áudios durante o caminho e esperando um pouco de atenção do meu ocupado amigo.

Quando enfim cheguei o sol estava alto o suficiente para me cegar, de modo que quando entrei no café, mesmo com muitos olhares julgadores, me senti aliviado pelo ambiente de iluminação mais leve e cheiro agradável.

— Minoooo — me arrastei até o balcão, me sentando e jogando meu corpo sobre ele — você não vai acreditar no que aconteceu.

Lá no fundo, entre as portinholas, vindo da cozinha carregando duas bandejas cheias de croissants e bolinhos sobre a altura de sua cabeça, sua figura esguia se destacou, e antes que ele pudesse abastecer o balcão com suas múltiplas guloseimas, pude ver seus olhos encontrarem os meus e um sorriso iluminado acender em seu rosto.

— KYUNGIEE!!!

16 de Fevereiro de 2020 às 06:30 0 Denunciar Insira Seguir história
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